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sábado, 6 de janeiro de 2007

Umas luzes

Fiquei sozinho em casa, pois Cecile foi com Fabrice até à estaçäo, de onde seguiria (com Pépéte) para Villanova, que fiquei a saber ser uma espécie de aldeia arqueológica da Idade Média, onde eles vivem mais ou menos com os processos desse tempo, ou seja, quem näo acreditar em Deus, fogueira com ele. Kristin já tinha ido aquando da nossa ida para Praga. Decidi näo ir, näo estava com paciência, as coroas escasseiam, e vou à Polónia dia 10 ou 11, näo posso passar a vida fora daqui.
Antes do pequeno almoço, foi: visitar aquelas grandes cabras, dar de comer às galinhas , aos gatos, ao cäo e às ovelhas.
Tomei o pequeno almoço ao som de Blur aos berros,e às 8:30 Petr entrou.
Ahoj e o caraças, olha estou sozinho, que queres?
Ele senta-se e diz, estou extremamente engripado.
Ok e o que queres, umas festas?
Näo, mas fiz-lhe um chá, sou um fixe.
Diz ele: ainda bem que estás aqui só tu, ainda näo falamos como deve ser desde que cá chegaste. O que achas de tudo até agora, aliás o que te parece que façamos aqui?
E eu: tuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu, e disse-lhe: o que me parece, mantêm a tradiçäo rural e mostram a viabilidade de se viver assim.
Petr: eeeé uma uma maneira de se ver as coisas, sim. Acima de tudo, isto é um projecto de educaçäo ambiental, em que esta casa, a Modrý düm, tem um papel central. Trabalhamos em prol da comunidade circundante, promovemos o comércio justo...
E eu, olha o que é isso de comércio justo, só vendem lycra??
adiante, o papel dos voluntários é ajudar na preparaçäo de todo e quaquer evento e manter a casa e zona adjacente limpa e apresentável.
E eu: foda-se e a seguir queres que dance o Charleston näo??
Claro que näo foi isto que se passou, foi uma conversa prazenteira, nem um peido houve para ajavardar a situaçäo, ele a insistir, ah sempre que tiveres dúvidas näo hesites, envia uma sms para o número 3322, sms de custo acrescentado e logo receberás outra com a resposta.
Que galhofeiro que estou hoje...
Resumindo, fiquei a saber mais sobre o meu projecto, e se retirarem as alarvidades, vocês também.
Confesso que näo era bem o que estava à espera mas enquanto näo aprender a língua, näo posso esperar milagres.
Depois traçou um plano de tarefas mais urgentes: havia caruma(ou "aquela merda que cai dos pinheiros") do chäo para juntar porque além de estar a impedir a erva (mmm...) de crescer, era também um bom combustível vegetal.
Havia muita madeira espalhada pelo terreno da casa, havia que juntá-la toda porque dava um aspecto de desmazelo ( e é suposto o público vir visitar a quinta quando quiser), e havia umas árvores bébés para tratar e proteger dos animais que vêm da floresta com machados, ah desculpem, para lhes comer a casca e as folhas tenrinhas.
Foi a primeira vez desde que cá estou que tinha uma plano de tarefas delineado...
Decidi começar a limpar as madeiras e a cortá-las em pedaços mais pequenos para a transportar para o local apropriado. Soube-me bem mandar umas machadadas nos troncos, se me pusessem uma camisa aos quadrados dava um lenhador... no mínimo estranho.
Iria ter a minha 1a aula de Checo a sério, 2h e meia de consumo, sabia que a senhora chegava ao 12:30 e por isso, fui tomar banho e almocei mais cedo.
A senhora chegou, e para ajudar à minha motivaçäo, disse-me: desde já te congratulo pela coragem em quereres aprender Checo.
??? No curso de professora, ou lá o que é, näo há umas dicas sobre como motivar os alunos???
Vamos lá a isso entäo...
Começámos com umas cenas básicas: bom dia, o que é isto, isto é, o mais básico.
As complicaçöes começaram quando ela dizia uma coisa, e depois dizia: ah näo é nada disto.
Já para näo falar que ela estava a aprender Francês entäo andava toda trocada... A minha vontade de rir só era sobrepujada (chicha que palavräo) pelo respeito que tinha à senhora (chamo-lhe isto porque näo me lembro do nome dela).
Deu-me uma ficha em Inglês (língua em que era suposto a aula ser dada), e às tantas reparo que a parte de baixo da ficha está em Francês...
Que raio? Diz ela: ai que confusäo... (foda-se a quem o dizes, estou a ter uma aula de Checo em Inglês e Francês, e näo sei se deva pensar em Inglês ou em Português...)
Além disso, tinha a cabeça a 3000km daqui, mais precisamente em Odivelas, vá-se lá saber porquê...
Näo foi fácil... mas passou-se e a senhora é um amor,ainda nos rimos à conta de Cecile e Kristin e quando soube que eu em tempos tinha sido cozinheiro, ofereceu-se para, quando eu voltar da Polónia, fazer um almoço tradicionalmente Checo comigo. Além disso, no final da aula, ainda me deu um tupperware com biscoitos que ela própria tinha feito em casa... Apeteceu-me chamar-he avó.
Depois da aula continuei com a minha sessäo de arrumar a quinta, corta daqui, serra dacolá, acarta ali. Queria-me despachar para depois näo fazer nenhum o resto do dia, isto é que é ser caläo...

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