Pesquisar neste blogue

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Sem parar

A vida em Praga tem sido a loucura. Depois de duas semanas em casa de Marion e Baeta, mudei-me para Vrsovice, onde vivo com um advogado que nunca vi, isto porque temos horários diferentes.
Quando chego, já ele ronca, e quando eu ainda ronco, ele vai trabalhar.
O pouco que sei dele é que usa perfumes de nilas e que lhe dá na musculação, tem a cozinha cheia daquelas merdas para inchar que nem um javali.
A minha vida agora consiste em: acordar às 10 da matina, e ir para o escritório, de onde saio por volta das 19, para ir directamente... para a acção.
Ah pois, agora vingo-me de 4 meses na Parvónia.
Tenho tido noites que valiam bem a pena terem sido contadas imediatamente a seguir a terem acontecido, mas a falta de tempo, conjuntamente com a falta de um computador em casa... complica.
No outro dia, fui a a casa do Berto, era a noite Espanhola, já tinha havido a noite Italiana, que consistiu em... pasta, coisa que aqui nunca ninguém tinha comido.
Chegado a casa dele, e como há aqui uns quantos Espanhóis, juntamente com um Catalão e um Galego, havia uma variedade interessante de pitéu: tortilha de batata, empada de queijo e fiambre, pantomacat (pão com tomate e sal), migas (?!) e o Baeta decidiu fazer uma "crema catalana" que não é nada mais nada menos que leite creme! Joder...
Comeu-se, bebeu-se, e ficou-se por lá a anhar, até deu para jogar às escondidas e tudo.
Entretanto, o Baeta lança o desafio: vamos ao Cross Club.
Pra nós na boa, fica mesmo pertinho de casa, claro que os restantes já rastejavam (uns porque estavam bêbados e outros porque ainda estavam a jogar às escondidas).
Lá fomos, 4 da matina, direitinhos ao Cross, com a inocente intenção de beber uma cerveja e marchar para casa.
Lá chegados e depois de pedirmos as cervejas, constatámos que havia um jovem com um monte de Birls em cima da mesa. Birls de outros tipos.
Pensei cá para mim: porra isso é demasiao para um gajo só... e lá fui eu, cheio de lata, oh bacano dispensa lá um pouco que isso tudo faz-te mal.
O gajo deu-me um plástico do maço de tabaco quase até meio, pela irrisória quantia de 20kc, nem um aéreo é!
Ficámos todos contentes, e o gajo mudou-se para a nossa mesa, com um porro gigante e verdinho.
Lá rodou, falou um pouco connosco, e foi-se.
Estava eu entretido na manufacturação de outro Birls, quando o gajo se senta de novo na mesa, olha para nós e pergunta: por acaso nenhum de vocês tem Birls?
Foda-se, fiquei a olhar para o gajo 5 segundos a tentar desfigurar se falava a sério ou quê, e o que é facto é que cheguei à conclusão de que tinha fritado completamente.
Dei-lhe o Birls que tinha feito e lá foi ele, a rappar, todo maluco.
Nisto, sentam-se duas gajas, completamente torradas e começam a puxar os restos de cervejas na mesa perante o nosso olhar atónito.
Uma delas pega num prato de plástico e começa a rodá-lo e a olhá-lo com encanto, e diz: ah, que giro, consigo ver a minha cara...
Foi a gota de água, estava meio maluco com o porro verdinho que o Zé Tostas tinha feito, e não conseguia entrar na onda do torranço total, agarrei no Baeta, e siga para bingo.
O Cross é um sítio... para mim, estranho, brutal na estética, não há sequer algo parecido em Portugal, um lugar daqueles onde podes ir a um dia de semana, Birls e todas as vezes que lá vou, é só filmes com freaks, ou então é por eu estar alterado sempre que lá estou.
Será que sou um freak e não sei?
Já volto.