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terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Bratislava

A viagem decorreu sem problema nenhum, o que para mim, é sempre motivo de registo.
O bilhete, ida e volta, custou a módica quantia de 461kc (15 aereos...). Assim vale a pena, visto que para ir de Lisboa ao Porto se arrotam uns 25 aéreos... Upa upa.
Saí de casa eram 15:20 e cheguei a Bratislava às 19:42. Nada de mais.
Mesmo antes de chegar, recebo uma mensagem de Magdalena: desculpa, estou atrasada 12 minutos (12?? que precisäo...), näo te preocupes que ninguém te viola. Bolas...
Estava eu na estaçäo quando sou abordado por um jovem com pinta de nilas.
Falas Inglês, pergunta ele. Falo pois.
Ah, precisamos da tua assinatura para sermos aceites como uma comunidade, e para termos os mesmos direitos que as outras comunidades... bem näo percebi um caralho do que o gajo estava para ali a falar, devia ser da ILGA ou uma cena assim, mas acedi ao pedido.
Pergunto-lhe, onde devo assinar?
Ele: näo és Eslovaco?
Ao que eu muito simpático: porra olha lá, pareço-te Eslovaco??
Ela toda atrapalhada: ai desculpa , estäo aqui tantas pessoas...
Pronto, Lúcia, deixa lá isso, vai-te lá embora...
Ainda veio outro gajo chatear-me, mas dessa vez só apontei para o nilas... Devo mesmo parecer Eslovaco.
Lá chegou Magdalena, toda nervosinha, aos risinhos (porra sou só eu pá, acalma lá o pito).
Fomos lá para fora.. e eu fiquei todo atrapalhado, pois ela tinha vindo com o pai buscar-me.
Näo estava à espera, se bem que näo estava à espera de nada em particular, mas ter ali o pai dela encabulou-me um pouco.
Lancei um tímido "jak se mate?" (como está?), mas foi täo tímido que nem tive resposta...
Entrámos no carro, mas fomos os dois atrás... estranho.
À saída da estaçäo estava um cartaz da nike com o mitra do Cristiano Ronaldo, gostei muito de levar assim com um Português escarrapachado.
Pergunta assim a Magdalena: conhece-lo?
Eu: pois, ele é Português, e eu até gosto de futebol.
Ela: ah, näo é Brasileiro??

Foda-se, näo me basta ser confundido com um Espanhol a toda a hora (algo que me começa a chatear), e esta gaja ainda me vem perguntar se o Ronaldo é Brasileiro?? Chateou-me...

Chegados a casa dela, ela diz-me assim: sentes este cheiro?
Eu: sim é do linóleo.
Ela: pois, colocámo-lo por tua causa...
Näo quis acreditar, fiquei em silêncio por momentos, e perguntei: a sério??
E ela: sim, para mostrar que nos preocupamos... uma vez tivemos cá um amigo meu alemäo e pintámos a casa.
Foda-se que filme mais estranho... Näo quis acreditar, ainda lhe disse que ela era mas é maluca, mas ela manteve-se firme. Eu lá acreditei...
Entrámos pela casa adentro, e qual näo foi o meu espanto e felicidade: a mäe dela, Helena, falava Inglês. Recebeu-me muito bem, pediu-me para sentar, estava a fazer o jantar.
Crepes e mais crepes e mais crepes. De nozes, de queijo, e de sementes de papoila.
Senti-me muito confortável, deixaram-me mesmo à vontade.
O pai, Miroslav, sentou-se perto de mim, e tentou encetar conversa comigo, pois era o único da família que falava Checo. O pormenor é que eu também näo falo Checo, entäo foi um pouco complicado.
Ele näo se acanhou e ofereceu-me um "shot" de slivovica, uma epécie de aguardente feita com ameixas, com uma percentagem de alcoól acima dos 50%...
Näo tenho grandes hábitos de bebida, e com o estômago vazio... ao segundo shot estava quase bêbado.
Os crepes lá vieram e o simpático senhor oferecereu-me vinho branco.
Já tava tonto... e sentia-me um pouco mal por isso, mas porra o homem näo parava de me oferecer alcoól, eu tinha acabado de chegar, näo ia entrar logo na má onda de recusar ofertas...
Estava num paradoxo cultural.
Comi que nem um cavalo de corrida, para ver se o corpo destilava um pouco...
Mostraram-me ainda o quarto onde eu ia ficar, o único quarto com internet... Foram mesmo simpáticos e hospitaleiros, até me senti mal com tanta amabilidade.
Ligámos ao Jürgen para combinar a noite de regabofe party night, e ficou combinado encontrarmo-nos na praça principal de Bratislava...

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