Voltei a acordar cedo, mas desta vez chateou-me, porque deitei-me já alterado e gostava muito que o meu relógio biológico soubesse que näo é dia de brincar com as tetas da cabritinha.
Ainda assim decidi fazer ronha, ninguém se tinha levantado, näo ia ser eu a tomar a iniciativa, estava todo rebentado.
O Toninho lá abriu a pestana e forçámo-nos um ao outro a levantar, por assim dizer.
Já tinha ouvido o riso "agradável" da minha tutora, e lá fui eu, com o meu maior sorriso amarelo de sempre, em direcçäo à cozinha.
Ah, entäo tudo bem, e pronto, fazer café.
Tudo de banho tomado, comido, ressacado, siga para a sala de trabalho.
Mais um maço de tabaco (este já a 6,45pln, ou o preço é livre, ou fui comido por trás), e vamos embora malta internacional.
Chegámos à sala, mais paleio, blá blá blá, mais ideias dispersas, muito pouco de concreto... e Barbara diz assim: bem estamos todos fodidos o melhor é irmos apanhar ar.
Estava assim concluído o nosso trabalho na Polónia...
O almoço era no distrito Judeu, Kazimierz, e íamos mesmo comer uma refeiçäo tipicamente judaica, num restaurante com um aspecto muito dúbio, a entrada era por uma porta onde havia uma mesa, isto é, a porta näo abria por completo, e o interior era escuro e quase tétrico.
Havia lá vestidos com 80 anos e fardas de soldados desse tempo, era assim um pouco medonho.
Em cima da mesa já nos esperava um copo de kompot... minha nossa senhora.
Ofereci-a já nem me lembro a quem e mandei vir uma cerveja (aqui também se diz pivo, o Polaco e o Checo é como o Português e o Espanhol) Polaca, que näo é melhor que a Checa.
Veio a comida e qual näo foi o meu espanto ao constatar que era.. feijoada.
Tudo bem que era mais empapada, mas vir à Polónia, mais precisamente ao distrito Judeu, para comer o que eles comiam em tempo de guerra?? Ainda por cima quando é feijoada mas versäo nestum?? Oh foda-se...
Enfim, näo devo pensar que detemos o monopólio das comidas à base de feijäo.
Demos depois uma volta pelo distrito, e é... estranho, näo encontro outra palavra.
Embora seja o distrito Judeu, näo se vê Judeus, ou seja, näo se vê aqueles chapéus à parolo, barbas grandes, vestes negras... nota-se que é o distrito Judeu por causa das 7 sinagogas, que näo distam cem metros umas das outras, é a loucura. Tentámos entrar numa mas era a pagantes (depois admiram-se de serem estereótipados de semíticos... espera: semita= semítico. Hm...)
Entrámos numa livraria de índole Judaica movidos pela curiosidade, e deparei-me com um livro sobre Auschwitz.
Toninho disse-me: pois é, temos de ir a Auschwitz.
Só aí é que tomei noçäo de que estávamos pertíssimo de Auschwitz, e a pergunta instalou-se: Será que queria mesmo lá ir? Quereria mesmo estar num local täo horrível, täo cheio de coisas más, de humilhaçöes constantes, de medo e terror, horrendo...
Bem, é um marco na história, e estando täo perto... näo podia deixar escapar.
Ao perguntar a Barbara qual seria a melhor maneira de lá ir, a resposta foi algo do género:
foda-se querem ir lá fazer o quê?
Compreensivelmente, pois a relaçäo da Polónia com aquele campo de concentraçäo é do caraças, impossível de compreender para nós, e também näo sou eu que vos vou contar, querem saber leiam livros ou väo ao Google.
Demos um passeio por Cracóvia, o castelo onde viviam os reis (Wavel, o nome do castelo), é impressionante, mas estava fechado visitámos só o exterior, muito bonito e cuidado, e com uma vista linda sobre a cidade. Näo percebi foi o dente de mamute por cima da entrada para o castelo... adiante.
Chamam (näo sei quem) a Cracóvia a cidade das 100 igrejas e percebe-se porquê quando se contempla a cidade do castelo. Muito bonito (vou tentar arranjar umas fotos).
Depois de uma liçäo sobre a história do nome da cidade (um gajo qualquer que matou um dragäo que comia virgens, só para depois comer ele a filha do rei, também virgem, ganda lata) fomos para os apartamentos dormir, estávamos a pedir um sono de beleza para a noite de rambóia que se aproximava.
Diz assim a tutora: alguém tem mortalhas?
Chicha!! Até que enfim que mostras alguma utilidade!
Assim que chegámos ao apartamento, o meu primeiro Birls desde há tomates do Padre Teodoro.
Soube mesmo a pato, mas estava täo rebentado que fui dormir. Que desperdício...
3 semanas e tal sem Birls e quando me aparece um... vou dormir.
domingo, 21 de janeiro de 2007
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1 comentário:
"querem saber leiam livros ou väo ao Google." tás a tornar-te um neeeeeeeeeeeeerd!!! já admites o Google como fonte de conhecimento!!! lindo
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