Devaneios de um Sábado qualquer

Someone take this strings away
and put me into another place
a burst in personality
that stretches to reality....

They keep calling me...

(Ian Curtis, Joy Division, em "dead souls" do álbum "still" de 1985.)
Doze anos depois e assenta que nem uma luva...


O que seremos nós? Somos racionais, sim senhora, mas quantas vezes nos zangámos sem razäo? Quantas coisas dissemos irreflectidamente para depois nos arrependermos?
Porque teremos tantas vezes vergonha de nos expor e de dar a entender o que queremos?
Näo evitaria isso uma série de mal entendidos?
Muitas vezes näo é o receio da reacçäo da pessoa a quem queremos expor o que nos maça? Receio?
Entäo que fazer? Mentir? Omitir? Oprimir??
Bah...
Acho que estou a precisar de umas lambadas...

Ainda ontem, alguém me perguntou assim: às vezes näo te apetece mudar? Näo pelos outros mas por ti?

Sim às vezes apetece... mas se mudasse, passado um tempo iria querer mudar de novo...
Säo fases, altos e baixos que todos temos e por vezes nos baixos, esquecemos todos os altos que tivemos. Entäo é o drama. Porque haveria de querer mudar? Ou será que quero?
Acho que todos quereríamos mudar uma coisinha ou outra mas é a vidinha...
As coisas como estäo, estäo bem.
Lembrei-me de uma tira de Calvin and Hobbes, aquele adorável miudo criado por Bill Watterson, que tem por companhia um tigre de peluche que só fala com ele (ou só ele é que o ouve): Era Inverno e nevava, e Calvin queixou-se que, embora goste de neve, näo gosta do frio, e gostava que estivesse mais calor. Lembrou-se que assim a neve derreteria e näo poderia brincar na neve. Sugeriu que poderia nevar no Outono, näo estaria täo frio nem täo calor, mas depois lembrou-se que assim näo poderia jogar baseball com Hobbes nem chutar as folhas secas... Suspirou, e resignou-se: o melhor é deixar as coisas como estäo.
Quantas vezes näo nos pusemos a divagar (analogicamente,claro) em algo semelhante?


Porra somos mesmo burros...

Be a Fan