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sexta-feira, 20 de julho de 2007

Back to the Jungle

A viagem de volta foi uma autêntica merda. Uma grande merda mesmo.
Deu para rir claro, se näo for isso, um gajo fica maluco.
Eu e o Bas acordámos as 9h, para apanhar o comboio das 10:01, o Baeta arrancou às 7h para ir a Auschwitz. Eram 10:01 estávamos nós no eléctrico para a estaçäo, faltando ainda duas paragens.
Eu já bufava: Foda-se Bas, eu disse-te para acordarmos às 8:30 e o caralho...
Ambos tínhamos que trabalhar na segunda, ou pelo menos dava-nos jeito passar pelos respectivos escritórios.
Chegámos à estaçäo, e ao bom estilo Checo, o comboio estava atrasado. Corremos, a tempo de apanhar o comboio... e o Baeta, que esperava por nós à umas boas duas horitas.
Entäo pá, ah e coiso, está muita calor, näo me apeteceu.
Siga para dentro do comboio, o Bas sem bilhete, avante camaradas.
Pequeno-almoço: 3 bolachas de chocolate, e se näo fosse o Baeta, nem isso.
40 °C praí, e o Baeta mais uma vez, salva a pátria, visto que tinha água.
No comboio foi a loucura, por motivos que näo faço puta de ideia quais, o ar estava cheio de um pó preto, visível na minha t shirt, na mesa, no meu nariz... e aposto que no rêgo do cu da gorda que ia ao meu lado, havia alguns três quilos.
Fome, sede, falta de nicotina, um bafo no comboio que me fez recordar documentários da savana africana, e vem o pica (que era uma mulher)
Na Républica Checa pode-se comprar os bilhetes no comboio, ao que parece.
O Bas tentou-se bater ao desconto do festival e levou a primeira barra: desconto só para quem comprou bilhetes de ida e volta...De seguida sacou do cartäo jovem... e segunda barra, tinha feito anos no Domingo!! A cota até lhe deu os parabéns, enquanto dizia "pět set korun prosím" (500 kc). Para que tenham uma ideia, o meu bilhete ida e volta foi mais barato...
A cota até se deu ao luxo de gozar com ele, ao dizer a outros passageiros "ina, ele faz anos, e por isso perdeu o desconto"... Só faltou cantarem-lhe os parabéns em coro (eu bem que comecei mas ninguém alinhou...).
Chegados a Praga, fui direito ao escritório, onde se iniciava uma reuniäo... Mais valia ter pedido para cagar e ter saído. Depois e 5 horas no comboio (no vagäo-forno) e três bolachas no bucho... uma reuniäo de uma hora é o que todos queremos.
Enfim, está um bafo insuportável, as Checas andam todas semi-nuas (com cada par de bolas...), e eu vou ter uma reuniäo com o meu tutor, que para além de só me atrapalhar a vida, ainda me manda mails da merda.
Depois chibo-me.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Limites

Sim, amigos, limites, porque há coisas que me ultrapassam...
Näo é que vou na rua no outro dia, e bem perto de onde trabalho, algum paneleiro se lembrou de abrir uma loja... Bem, vejam vocês mesmos...





Rosa choque, a minha cor preferida...


Quem quer que sejas, havias de ser deportado para a Moldávia...

Ostrava Night Life

O último dia em Ostrava, näo sei se por estar cansado, se por culpa dos concertos serem um pouco merdosos, foi um pouco do anhanço.
A Peaches teve de se ir embora, trabalhava na Segunda-Feira, perdendo assim o concerto que queria mesmo ver: Mando Diao (que cá entre nós, bem que se podiam dedicar à apanha do ananás silvestre).
Lá fiquei encarregado de tirar umas fotos e gravar uns vídeos de uns seres andróginos, com a indumentária já habitual, calças justas, ténis (ou sapatilhas) da batida, cabelinho à 70's... Enfim, muito populares na Alemanha (o que me recorda de uma coisa: 90% dos Alemäes que conheci aqui, têm pinta de nilas, hm, näo sei que se passa...). Lá cumpri a missäo, e depois vim a saber que tinha havido um concerto de reggae bastante bom (relativamente ao que se passava nos outros palcos, claro). C'est la vie...
Ainda assim, vi um sketch muito fixe "entre o céu e a terra", meio da palhaçada, com umas acrobacias pelo meio e claro, em checo... Foi giro.
Acabou cedinho, pela meia-noite o dinossauro que dá pelo nome de Marianne Faithfull lá se calou (ou morreu, näo percebi), e fomos em direcçäo a "casa".
Sugeri que bebessemos uma cerveja num bar lá perto (bar, pizzaria, herna bar, tudo), e lá fomos, eu o Bas e o Baeta.
Ao passar pela esplanada, que estava populada, ficou tudo a olhar pra nós, näo sei se por sermos obviamente estrangeiros, se por Bas e Baeta estarem em tronco nu.
Entrámos, e foi a mesma coisa.
Um senhor, já de certa idade, dirigiu-se a mim, o meu Checo já me permite certas veleidades (como por exemplo, perceber o que me perguntam).
Perguntou-me de onde era, respondi-lhe de Portugal, mas nisto, vem um gajo, ainda mais bêbado que o primeiro, aponta para mim e grita Al Qaeda!!
O primeiro olha pra mim, e começa a rezar compo se estivesse a virado para Meca, e eu a dizer"sou de Portugal pá", mas nada, o Bas e o Baeta só se riam, eu também claro, mas estava espantado com a situaçäo, só a mim...
Como se näo bastasse, o primeiro pergunta-me se tenho Visa para estar na Checa...
Oh amigo, e se fosses pro caralhinho?
Depois de nos desmarcarmos para a esplanada, duas cervejas e caselas, que no dia seguinte havia que regressar...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Festival

O Festival foi, como já contei, catita.
Como näo me apetece passar os dias a escrever sobre ele, andamento com isto.
O único concerto que de facto queria ver, Coco Rosie, foi uma bela merda.
Passo a explicar, demorarm 50 horas para se prepararem, durante o concerto a única interacçäo com o público eram os "thank you" ditos com aquela vozinha de quem engole durante o felattio mas diz que näo, e passado pouco mais de meia hora, com um "thank you" se foram, para nunca mais voltarem. Duas palavras quanto a este assunto: Grandes putas.
O concerto estava a ser porreiro...
Vi uns gajos, chamados The Sideburns, uma banda revivalista com uma granda onda, o espaço era uns dos mais pequenos, o que também ajudou ao ambiente.
De resto foi tudo mediano, deu para a rambóia, mas nada que me faça dar peidos de contentamento. Excepto o Goran, mas já escrevi sobre ele.
Ah, estou-me a esquecer de algo muito curioso: nada mais nada menos que os Gipsy Kings!
Aqui a cena é que os meus pais curtem de Gipsy Kings até näo dar mais (acreditem que enquanto o cd näo salta é sempre a rasgar pano), o que me dá um conhecimento sobre os bichos que é uma coisa parva.
Entäo descobri que, o que no meu país é chunga (porque é, näo me fodam), aqui é World Music e o caralho. Que giro...
O que é certo é que os gajos ainda se esticam todos e fazem o pessoal dançar, embora o cigano-mor tenha de pedir ajuda para os berros, o homem já deve ter alguns 180 anos.
Andavam por lá uns quantos voluntários, alguns deles a Theresa e a Pauline conheciam do seu on-arrival.
Completamente bêbados, às tantas sou abordado por uma gaja, nem sei o nome dela, sei é que trazia uma perna de frango assado na mäo e bradava-a como um espadachim, enquanto falava, cuspia, caía, mas a puta da perna estava lá sempre, a espingardar bocados de molho por todo o lado...
Eu só me ria claro...
Estou-me a esquecer de alguém... Da tutora foda-se! Näo é que a gaja andava por lá?
Por alguma razäo, cruzámo-nos 3 vezes, mas näo nos falámos.
Pá, muito sinceramente, näo tenho nada contra ela, mas se vou falar com ela já sei como é, mostro-lhe os dentes, e pöe-se logo com ideias tristes de comer algo mais moreno.
Näo estou para isso.
E depois da puta da loucura que foram as semanas anteriores, onde a minha posiçäo me levava a ouvir um monte de perguntas, talvez näo täo estúpidas quanto isso, mas deveras irritantes, nos primeiros dias quase me mandava duma ponte cada vez que me vinham perguntar algo.
O auge foi uma miúda, Aurelie de seu nome, que me veio com o seguinte diálogo:
Posso me juntar a vocês no escritório onde dormem?
Claro, respondo eu.
Ah, sabes, tenho as minhas coisas na estaçäo, podes-me explicar o caminho para o escritório?
Aí já me estava a levantar 2 problemas: um é que näo sei explicar o caminho, tinha chegado há um dia, esquece lá isso. O outro problema é que mesmo que eu lhe dissesse exactamente o caminho a tomar, tinha de ficar acordado à espera deles. Adiante.
Disse-lhe, esquece näo te consigo explicar o caminho, dou-te o meu número, ligas-me e a malta vê como resolve isso.
Diz-me ela, ah mas eu näo tenho telemóvel, digo-lhe eu, pois usas uma cabine, e ela, ah mas näo tenho cartäo, ao que eu lhe respondo já a bufar, pá inventaram umas agora que funcionam com moedas, muito fixes...
E entäo lá surgiu a ideia maravilhosa: eles iam à estaçäo, sacavam as cenas, e esperavam por mim na paragem do eléctrico, sem horas pré-definidas.
Claro que deu em nada, cheguei lá e eles nem vê-los, näo me chateou assim tanto...
No dia seguinte, ah, encontrámos uma tenda ou lá o que foi... Só visto.
E a perna de frango por lá andava...

terça-feira, 17 de julho de 2007

Desafio

Bem, falhei o primeiro desafio (que a minha curta memória queimada nao permite que recorde qual era), mas näo falho o segundo.
Vindo directamente do blog da Miss Lee, embora tenho vindo de outras direcçöes:
As sete maravilhas (ou como passar meia hora no escritório sem produzir nada).

Sete coisas que faço bem:
1- Cozinhar
2- Massagens
3- Falar rápido
4- Ouvir (geralmente, embora consiga falar demasiado)
5- Apreciar boa música
6- Humor
7- Amor


Sete coisas que näo faço bem:
1- Desenhar
2- Cantar (Lee estamos juntos nisto!)
3- Malabarismo com quatro bolas
4- Ouvir conversa de merda
5- Esperar seja por quem for
6-Estar atrasado
7- Orientar-me com software


Sete coisas que me atraem no sexo oposto:
1- Sorriso
2- Cabelo
3- Humor
4- Mente aberta (quanto ao humor por exemplo)
5- Um bom par de mamas (amigos, ou somos sinceros ou estamos mal)
6- Capacidade de estar em silêncio (näo é por ser gaja)
7- Sinceridade


Sete coisas que näo suporto no sexo oposto
1- Estupidez aka Burrice
2- Sorrisos amarelos
3- Näo gostarem de mim
4- Falta de desenrascanço
5- Dependência
6- Mau gosto
7- Peidos


Sete coisas que digo com frequência
1- What a fuck??
2- Foda-se (aqui, quase todos o dizem na perfeiçäo)
3- Dobry den (bom dia em Checo)
4- Nashle (adeuzinho)
5- Jedno pivo, prosím (uma cerveja por favor)
6- Jestě jedno, prosím (mais uma)
7- Kde je zachod? (onde é a casa de banho)



Sete actores/actrizes que gosto
1- Jeanine Galofaro (näo estou certo se é assim)
2- Nicholas Cage
3- Steve Coogan
4- Roberto Begnini
5- Gary Oldman
6- Anthony Hopkins
7- Penelope Cruz (depois de dez minutios a olhar pro ar sem me recordar de mais nenhum nome)


Sete actores/actrizes que detesto
1- David Hasselhof
2- "Actores" e "Actrizes"
3- Ben Affleck
4, 5, 6, 7- Pá sei lá o que há mais para ai é merda



Filmes que eu adoro (sete praí)
1- O Corvo
2- Ice Age
3- Um que vi ontem que tenho de descobrir o nome
4- Chocolate
5- Toda a Verdade sobre Cäes e Gatos
6- Drácula
7- 24 hours Party People



Sete filmes que eu detesto
1- 85% da americanada chega para sete, näo??



Sete livros favoritos
1- Perfume, Patrick Süskind
2- O Mundo de Sofia, Josteein Gaarder
3- O Navegador Solitário, António Aguiar
4- Servi a Rainha de Inglaterra, Bohumil Hrabal
5- Os Crimes da rua... (nao me lembro), Edgar A. Poe
6- Divina Comédia, Dante
7- A lua de Joana, Na sei...


Sete Lugares favoritos
1- Sintra
2- Vila de Rei
3- Praga
4- Connemara Mountains, Irland
5- Cracóvia
6- Adamastor, Bairro Alto
7-Berlim

E é tudo, desafio toda a gente a fazer o mesmo, criando uma corrente de partilha de conhecimento e de coisas giras.

Ostrava

Na manhä de Quinta-Feira, 4 caras ensonadas encontraram-se na Hlavni Nádrazi (estaçäo principal): Eu, Peaches, Pauline e Aurelie.
Bas, Baeta, Marion e Olivia, com a tusa do mijo, compraram os bilhetes de autocarro täo de repente que até se esqueceram de ver de descontos... e havia um de 50% para festivaleiros.
A viagem foi suave, sem atrasos, como ia na rambóia com a Peaches, pareceu mais rápida e tudo.
Chegámos todos ao mesmo tempo à estaçäo de Ostrava, 8 voluntários com tendas, colchöes, malas e o caralho a sete.
Eu tinha um colchäo de uma espreguiçadeira, o que me dava mesmo aquele aspecto de turista Tuga, que quando vai à praia leva a lancheira, 4 bancos, colchöes insufláveis, frangos assados, chouriços e a família toda. Sou um digno embaixador...
Falei com um grupo local da Duha, para ver se conseguia um lugar para dormir, longe da lama (sim, tem chovido, alternado com dias de trintas e tais graus de braseiro), com chuveiro privado, enfim todas as paneleirices que näo se tem num festival.
Foi uma confusäo do caraças, näo sabia quantos dormíamos lá, näo sabia se o espaço era amplo, enfim, näo sabia cu.
Lá chegou o Gigi, o novo voluntário Lituano, com o Líder do grupo local, há lugar para todos, loucura, vamos embora.
Lá chegados, vimos que havia uns colchöes melhores do que aquele que tenho em casa (que se divide em três e tudo), estávamos bem instalados.
Lá armámos o estaminé e fomos para o festival.
Bem composto, comida barata (por um aéreo podias escolher um monte de cenas diferentes), embora fosse tudo frito e langonhoso.
Por falar em langonhoso, havia uma cena chamada Langoš (imagino de onde virá o nome...), uma espécie de qualquer coisa, frita, onde pöem, queijo, molho e alho... Muito marado.
Na primeira noite encontrámos mais voluntários de Ostrava, todos Alemäes, nunca tinha visto metade deles, lá me meti e tal, no paleio, e há um que me pergunta quem sou e onde estou a fazer o voluntariado, eu respondo em Praga, e o Bas diz: Ah conta-lhe a história (por causa da puta da loucura que foi o início do processo), e eu começo: era uma vez, um rapazito vindo de Portugal, e o gajo interrompe-me, esta gnda cabräo interrompe-me, para me dizer: ah vens de Portugal, tenho uma pergunta, vocês falam Espanhol ou têm um idioma próprio?
Que granda paneleiro... Olhei para o Bas, que sorria de escárnio, ele sabe bem que tripo com estas merdas, olhei para o gajo de novo "tás a gozar certo?", näo, diz-me o gajo.
Entäo disse-lhe em Português: Olha-me este cabräo, a perguntar se falo Espanhol em Portugal, havias era de comer um cagalhäo cheio da moscas, granda estúpido.
Viste a diferença? Perguntei-lhe.
Nem por isso, responde-me. Tá bem.
Digamos que a comunicaçäo a partir daí foi difícil...
Näo me fodam, um gajo de 21 anos praí, que está a fazer voluntariado (pronto, é certo que näo fez uma grande viagem), supostamente tem algum interesse na Europa, e foda-se, o nosso idioma é falado em 3 continentes! Paneleiro de Alemäo...
Os concertos foram um pouco decepcionantes.
No primeiro dia vieram uns tais de Gipsy.cz, uma mistura de música "cigana", com hip hop...
Preciso dizer mais?
Os seguintes fora, Goran Bregovic and Wedding and Funeral Band, muito na onda de Emir Kusturica, muito fixes estes Sérvios malucos.
Depois disso, foi cirandar para ver que se passava nos restantes palcos (havia o Main Stage, o Barvy, o Marley, o Hrad, a Tenda, e três outros sítios, incluindo uma igreja!)
Cansados que estávamos, andamento para casa.
Porra que está um bafo...

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Noite

A noite em Praga é muito fixe, näo tenho estado com grandes andamentos, prefiro umas cervejitas, um pouco de paleio e pronto.
Por vezes lá se dá o caso de eu ir de novo à Akrópolis.
Da última vez que lá estive, estava um pouco bebido, e havia uns Birls por lá perdidos.
A malta estava lá toda, uns iam comigo, outros estavam lá porque tinha havido u concerto de uns gajos de Sheffield, terra de onde vem o Patrick, um ex-voluntário que por cá anda perdido.
O Bas já estava bêbado, tinha visto o concerto com o Patrick, e as suas raízes Irlandesas mandam que se beba até o chäo se tornar um colchäo de água.
Juntámo-nos, e sem sabermos bem como, estávamos a fazer um confronto de movimentos malucos, 4 de um lado, 4 do outro, mesmo à filme do hip hop tosco.
No eio da maluqueira, o Bas diz-me "ina pá o Dj bazou". O alcoól na minha mente (e sangue) mandou-me fazer a única coisa lógica:tomar a sua posiçäo.
5 segundos de scratch e pronto, estava feito.
Quando nos aprestávamos para ir embora, o Bas encetou uma conversa com um grupo Finlandês, na tentativa de lhes sacar o Birls gigantesco que lá estava.
Sem motivo aparente, a näo sr o facto de eu ser um gajo fixe, deram-me o Birls a mim.
Grande erro da minha parte, depois de o ter fumado, fiquei um pouco a lê-las, e o caminho para casa da Peaches, que deveria ter demorado dez minutos, demorou 45, e tive de ser "guiado" por Naima, uma voluntária que está no Norte da Checa.
Pelo caminho cruzamo-nos com a mesma gaja duas vezes, e das duas vezes, acho que sofremos uma tentativa de assalto do género: näo me queres dar o saco? Lembro-me disto fugazmente, nem sei se foi real...
Sei é que ao chegar a casa, deitei-me ao lado da Peaches, e levantei-me duas vezes para me sentar ao lado de Naima para falar de merda, näo conseguia estar quieto... Nisto ríamo-nos que nem uns perdidos, tinha a noçäo do que estava a fazer, era como estar a ver-me de fora, mas näo conseguia parar de fazer merda e de a dizer.
Enfim... Noites em Praga.
E pronto, volto Segunda-Feira com um festival na bagagem, talvez haja paciência para vos contar como foi...

Säo coisas

Depois da paneleirice que foi o post em Inglês, uma futilidade derivada do ócio que pratiquei ontem no escritório, passemos à lingua mais expressiva do mundo: o Português, foda-se! (é ou näo é expressiva?).
Ontem foi dia mundial do anhanço. Havia um concerto de Jazz na Staromestska Naměsti, a compra dos bilhetes de comboio para Ostrava, para o Festival Colours of Ostrava com, entre outros, Coco Rosie, e ainda uma cerveja com Krystyna, a Polaca maluca. Saí do escritório às 17h e fui pra zona turística (da qual fujo como o Elton John foge das gajas), para me encontrar com a Krystyna.
Desata a chover e eu perdido às caralhadas no meio da rua a perguntar-me onde caralho ficava a merda do Literarní Kavárna (notem que estava a chover e eu estava perdido, daí o palavreado nefasto).
Lá dei com o sítio, e passado meia hora de paleio, lá fui à estaçäo comprar os bilhetes de comboio.
Embora tenha chegado quase meia hora atrasado, só estava lá a Aurélie, uma voluntária Francesa que, de longe, parece um pinguinzito.
Pauline e Theresa juntaram-se pouco depois, e Theresa foi muito útil, devido ao facto de ser meia Checa e falar fluentemente a língua, o que nos permitiu perguntar o que rendia mais, se o bilhete de grupo, que aqui reduz dradticamente o preço, se o desconto de 50% que o bilhete do festival nos proporcionava. Se calho a estar sozinho estava bem fodido, estava...
O gajo que estava no guichet foi um porreiro, näo é comum os Checos serem täo prestáveis nos postos de trabalho...
Lá comprámos o bilhete, e de seguida Pauline e Aurélie foram pra casa, eram 20h... Que voluntários mais cócós.
Eu e Theresa ficámos um pouco a lê-las, e fomos beber um chá, estávamos os dois meio adoentados e näo estava ninguém no afamado concerto de Jazz.
Olivia, que acabou o seu voluntário recentemente, regressou para ir ao festival conosco, e era suposto encontrarmo-nos e tal... Para história fica que, depois do chá, eu e Theresa fomos para caselas, no meio de telefonemas e mensagens a perguntar que se fazia e coiso... Anha-se.
Hoje conheci o presidente da Duha, um tal de Petr Pata.
Precisava da assinatura dele para umas burocracias relacionadas com o envio de voluntários.
Agora sou o gajo que os manda embora e que os acolhe. Que giro...
Acordar cedinho, que o homem é ocupado, chegar ao escritório, e perguntar ao Martin, que é um gajo muito fixe com quem trabalho, onde fica o escritório.
Ah e coiso, apanhas o metro, sais em Dejvicka, atravessas o parque e é o primeiro edifício à esquerda, numa das ruas do meio. Pá oh Martin e a merda de um mapa, näo?
O dia está calminho... Fui agora almoçar com a special one, temos uma relaçäo fofinha.
Peaches... Foi o nome mariconço que me surgiu, por causa da pele macia... Ih ih, que nilas.
E há muita coisinha para fazer hoje, preparar as tralhas para o festival, incluindo o meu colchäo de campismo, nada mais nada menos que umas almofadas de espreguiçadeira...
Vai ser a puta da loucura...

terça-feira, 10 de julho de 2007

My first post in English

After a lot of requests, (well, only two actually), i decided to make one post in English, so my friends through Europe can read something about me.
Its starting to be like my cooking skills: everyone knows about it, but no one actually saw it.
Its been around seven months that I'm staying in the largest beergarden in Europe: the Czech Republic.
Adaptation was kind of hard somehow, my old projects sucks, and I've moved to Prague thanks to good will of people in Duha and in IYNF, who "found" a place for me in their project.
Again the adaptation, the search for a flat and for my place in the new society.
I think that is the biggest difference between a short activity (lets say two weeks maximum) and a long such as EVS: the social aspect.
In a short activity, you really don't care, you just want to have fun and to take wherever you can from that short period.
In a long one, after a while, your life starts to be quite the same, I mean, its never the same, but you start facing the same social "problems".
In the beginning your behaviour dosnt have the same reaction that you are used to, and that might be a problem. Only now I'm feeling like myself, if I can say such thing.
Life is stabilished, I have my flat, my friends, someone very special, and everything runs smooth, which has impact on work, I feel more creative and thinking more clear, its like I discovered the rules of the game, and I play by them.
Recently there was this EVS group coming to Duha, to develop some connection and promotion of the local groups.
I have to admit that, although I was on the organizational side sometimes, i didn't thought it was so tiring, I respect much more the work of a trainer or a facilitator, or even someone with less responsabilities, like me, as I am a volunteer.
It was crazy all that week answering 3000 questions at the same time, half of them without knowing the answer, which made me feel quite stupid, but as we were two Portuguese friends doing it, fun was guarantee, even if I felt like killing three or four of them, just to light things up a bit. If it was not for the special one support, for sure I would be in jail by now for mass murder of volunteers.
I'm discovering my role here, both in work and in leisure time.
T minus 5 months, and as some people left, it makes realize that 5 months is not that much, and sometimes I feel time just like sand in my hands, slowly going out.
The work and the fun, also brings something else: grumpy mood.
If I'm on the subway and someone is at the door but not leaving, some nice Portuguese vocabulary starts to be spread around, something like "fucking cocksuckers".
It sure helps to release some stress...
Leading a workcamp, was a very challenging experience, has I've never been in a workcamp, not even as a participant.
Half of the group was non english speaker, such as the organizer also... Which means a lot of mimic, pointing, body language (no, I'm not talking about sex, fucking perverts), and logical thinking. But I've managed somehow.
Soon I will go to a music festival, if it is half good as the Sothwest one in Portugal, i will mbe very glad, I miss such kind of activity.
My czech is improving quite ok, if we take in consideration that I've never had proper lessons, It was somekind of auto development through tryingf to speak it, even if I was saying a lot of crap.
I miss some of my friends in Portugal, and I like to think they miss me. At least when there is some dinner where someone has to cook...
But I cannot complaint, I've met some cool people here and there, I've been travelling around Europe, spending some nice time with the people from here, the evs world, and with some locals (not that much, the language is still a big barrier).
So thats it for now I guess, hope you two enjoy it...
Writing in English sucks, my next post will be in aramaic is much more funny.
Mej se hezky!

Pois

Esqueci-me de um detalhe que queria partilhar, e depois disso, chamem-me o que quiserem tou-me mais é a cagar.
Há gajas feias. Há gajas gordas. Pá, há gajas feias e gordas, mas porra tinha de haver gajas feias, gordas e a andarem que nem pinguins??
Lembrei-me quando saí no metro em Mustek, a caminho do escritório, porque passou por mim uma gaja assim. O que vale é que eu tinha o estômago vazio...
Devia ter mil coisas para partilhar, mas de factio näo me lembro de grande merda há 3 semanitas que nao tenho um dia de folga, depois do workcamp e do training, veio o fim-de-semana.
No sábado tive de ver as ligaçöes entre Chrudim e Praga e de Praga para vários sítios, para o pessoal que tinha ido ao Tamjdem poder vir pra Praga e ir recambiado para os grupos locais no ambito do nosso novo projecto o, Doduhy ( näo estäo à espera que eu vos explique... väo ver). No domingo tive que acordar cedo para vir receber os voluntários e correr com eles... Quando o responsável pela comunicaçäo com os grupos locais chegou, já eles tinham ido e a comunicaçäo feita pelo preto.
Talvez seja por isso que me sento aqui, e escrevo no blog, enquanto atendo telefonemas em Checo, onde me perguntam sobre cenas que eu näo faço ideia... quando percebo, claro está.

Bem, até tenho uma historieta engraçadita...
Esttava eu no Akrópolis, o sítio de onde saio sempre todo fodido, quando vou à casa de banho.
Entro, e está um gajo a lavar-se no lavatório. Eu, já meio tocado e armado em chico-esperto, viro-me pra ele e digo, em Português: entäo, estás na merda?
O gajo vira-se e diz: foda-se näo me digas que és Português?
Olha se calha eu dizer:entäo estás na merda oh corno?...
Depois disso foi a loucura instalada, estava lá uma turma de Fotografia (de escola mesmo) de Sta Maria da Feira, professora incluída, a curtirem que nem uns doidos, lá me juntei a eles e pronto, lá saí da Akrópolis sem me lembrar do meu segundo nome...
No dia seguinte havia uma exposiçäo dessa mesma turma, mas devido a uma experiência inédita (que consistiu numa sessäo de fotos comigo nu e aos saltos, verídico) cheguei tarde e a más horas... Foi uma pena.
Talvez regresse em breve, tou com vontade de escrever baboseiras.

Ela

Encontro-me no escritório, sem fazer um real caralho, näo é que näo tenha que fazer, mas cansado ando eu e isto anda assim pro desactualizado.
Aproveito para partilhar a minha mais recente história. Näo lhe chamaria uma história de amor, mas anda algo no ar... e näo säo gases.
Começou quando eu, todo cego, fui dormir a casa dela, porque ficava bem mais perto da minha casa. Conosco estava uma voluntária, o que fazia três de nós e um quarto com uma cama. Chegados ao local, eu nem quis saber de mais nada, deitei-me no chäo e por ali fiquei, entre a cama dela e o colchäo insuflável da nossa amiga empata-fodas.
Nisto, ela diz-me "podes vir para aqui é na boa". Pus-me mais fresco, e deitei-me, adormecendo em 3 segundos. Acordei na manhä seguinte, pensando que tinhamos alugado um helicóptero, enroscado nela.
"Foda-se", pensei eu, "näo me digas que foi mesmo à grande com a outra aqui e tudo".
Nada disso, näo se passou nada, mas ficou a premissa de que algo se passava. Ou ia passar.
Da segunda vez näo me recordo como fui lá parar, acho que tinha acabado de mudar para Vrsovice e näo sabia muito bem como ir para casa (claro que me podia ter desenrascado, mas há que esticar a corda), mas desta vez havia um quarto livre para a nossa amiga, que se encontrava cá de novo.
Entäo, o inevitável aconteceu: enrolamo-nos e tal, e eu pergunto "entäo e uma mamada?". Gozo, perguntei-lhe se deveria ir buscar a caixa de preservativos quase fora do prazo que comprei em 2001.
Resposta: Näo. Näo? Näo.
Caralho... Pior que a resposta foi a justificaçäo: é que se isso acontecer será a minha primeira vez...
Aí sim, caíram-me as bolas, olhei para o ar, chamando nomes a um Deus desconhecido, visto que estes filmes se sucedem comigo a um ritmo anormal. Ou é isto, ou é a chamada de Moscovo (aka período), ou é a falta de preservativos... Enfim.
Foi como num duche de água fria, acalmei o pito, deitei-me normalmente e disse-lhe: pronto está bem, que é que se há-de fazer?
O que é certo é que essa esteve longe de ser a última vez que estivemos juntos.
Temos passado muitas noites juntos (ultimamente ate fomos ver os cisnes à beira-rio, mesmo à casal-maravilha) e o sexo (ou pelo menos a falta dele), é relegado, porque há coisas que se sobrepöem (isto sou eu a convencer-me a mim mesmo...).
As minhas flatmates perguntam-me sempre de manhä, quando eu chego: entäo já experimentaste o teu quarto?...
Mudei-me há uma semana e meia e dormi lá 1 vez... Com ela.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Yahuu, um post!

Miséria, näo escrevo vai para três quinze dias e näo se pode culpar aqui o Je.
Bem, até se pode mas passo a explicar (como puder) o que se tem passado na puta da loucura que é o SVE.

Como se sabe, mudei de projecto, estou a morar em Praga desde o início de Maio, o que coincide com o meu desaparecimento da “blogosfera” ou lá como chamam a esta merda.

Coincidência? Nada disso, em Praga há muito que fazer, näo è bem como estar numa quinta no cu do mundo, onde o bar mais próximo é a três quilómetros e está cheio de barrascos.

A minha rotina diária consiste no seguinte: acordo às onze, estou no escritório ao meio-dia, almoço por volta das três, saio às seis, dependendo do dia, janto uma refeiçäo liquida (vulgo cerveja), e vou a algum lado jantar de novo, normalmente a um bar ou a uma potraviny (uma espécie de mini-mercado, facilmente se encontra uma aberta a noite toda). Há sempre algo a acontecer, e caso näo haja, provoca-se.

Como näo tenho um portátil, nem computador em casa, torna-se difícil escrever o que quer que seja. Neste momento, escrevo em casa da minha amiga (chamo-lhe amiga porque chamar-lhe namorada seria demasiado e chamar-lhe “uma gaja” seria leviano demais.
Esclarecidos? Eu também näo). Ela foi sair com a malta dela e eu fiquei em casa dela e escrever algo.
Agradeço desde já à Lee e ao Sandro (quem quer que seja) porque me foderam a cabeça para eu escrever algo ( a Lee fode-me a cabeça dia sim, dia também).

É engraçado que haja pessoal mortinho para ler o que escrevo... Que raio??

Entäo o que se tem passado neste tempo todo?

Chegado a Praga, fui morar duas semanas em Strossmayerovo namesti, em casa de Marion e Baeta, e depois disso arranjei um quarto em Vrsovice, onde só passado duas semanas vi o meu companheiro de quarto, um Checo, advogado e, muito provavelmente, paneleiro, mas porreiro, as três vezes que o vi (em dois meses) foi sempre a rir e galhofa, o gajo é uma doida.

Depois disso, tive de mudar, porque a dona do quarto estava a regressar da Holanda, e entäo foi uma corrida contra o tempo, porque näo tinha muito e estva a ver que tinha que ir pra casa de alguém temporiariamente, o que näo era o fim do mundo, mas se näo tenho um sítio que possa chamar casa, nunca me sentirei verdadeiramente estabelecido, o que é uma chatice do caralho.

Com a ajuda de Krystyna, a Polaca que se ri como uma hiena, arranjei um quarto no centro, a 3 paragens de metro do escritório, perto de tudo, e no pacote vem incluido três flatmates. Näo me posso queixar, excepto por uma razäo, o quarto näo tem mobília rigorosamente nenhuma, o que tem vantagens e desvantagens. As vantagens é que näo há muito para arrumar, e eu näo preciso de muita coisa, o que me leva à desvantagem: preciso, pelo menos, de uma merda de um colchäo! Enfim, nada que näo se resolva.

È complicado contar o que se tem passado…

Estive na Hungria, num Contact Making Seminar, a minha organizaçao queria lá um representante, e eu nunca tinha ido à Hungria, entäo proporcionou-se o negócio: eles entram com a guita e eu represento-os.

Foi à maneira, o grupo tinha pessoal fixe, havia pessoal da Hungria, Bulgária, Roménia, Itália, Républica Checa (eu…), Polónia, Alemanha e Espanha.

Os latinos lá fizeram a festa, o resto juntou-se e uma das Romenas nunca tinha experimentado salame de carne Portuguesa. Intercâmbio cultural, claro.

Os Polacos começavam a beber às nove da manhä, e as apresentaçöes dos seus projectos consistiam em parcas palavras: festa, sexo, alcóol e muita gente.

Pá, nem me parece mal, mas näo me parece que vá ser aprovado por nenhuma Agência Nacional. Nem mesmo a Polaca.

Com o Italiano era só rir, estávamos no mesmo quarto que os Polacos (mais tarde mudei-me para o quarto das Romenas) e quando me despedi dele, despedi-me de um amigo.

Os Húngaros eram engraçados, mas meio esquisitos, cabröes fizeram-me comer ao almoço uma sopa de frutos vermelhos. Foda-se, comer amoras fervidas näo é lá grande merda.

De resto só a assinalar que o Alemäo pergunta, no seguimento de uma conversa, o seguinte: onde é Bratislava?

Näo me fodam, o gajo tinha praí 40 anos, vinha a representar uma organizaçäo Espanhola, e estava na Hungria, isto è, anda a viajar, e pergun-me esta merda?? Granda estúpido.

Näo tive tempo para visitar Budapeste como deve ser, um erro crasso a ser revisto assim que possível. Debrecen, a segunda maior cidade da Hungria, näo é assim täo grande quanto isso, mas é catita.

Liderei recentemente um workcamp, foi a puta da loucura, 8 voluntários, 4 internacionais e 4 Checos, estes últimos sem falar Inglês… O organizador, a mesma merda, e eu falo Checo que è uma coisa parva, está-se mesmo a ver no que deu… Como dizem os Checos, deu num bordel.

O que é certo é que aprendi mais Checo em duas semanas, que em três meses na Checa.
Na avaliaçäo, tudo bem, o campleader foi um porreiro e o caralho.
No segundo dia do workcamp, enquanto o resto trabalhava, um dos Checos estava no andar de cima da casa a fazer um Birls… Lá tive de me chegar ao gajo e dizer que sim senhora, Birls é fixe, mas enquanto se trabalha… trabalha-se.
Escusado será dizer que à noite até eu lhe dizia para fabricar um Birls.
Neste momento, está a decorrer o on-arrival dos voluntários do novo projecto da minha organiza
çäo, o Doduhy, onde eu e o Joäo temos um papel interessante, só nos falta saber qual.
O essencial é que estamos a curtir. E eu vou dormir, ela ainda näo chegou, e visto que me vai acordar, é melhor que durma um pouco antes.

Mais tarde partilharei a história dela. Mais ou menos.

Antes de mais nada, notícias de malta conhecida : a minha ex-tutora, nunca mais a vi, desde que cheguei a Praga (assinale-se o facto de que, os dois meses que vivi em Vrsovice, morava quase ao lado dela). Ela ligou-me uma vez pra irmos ver a Mariza em concerto, mas eu disse-lhe que eu era mais Cradle of Filth e músicas do peido, vómito e arroto.

A Eslovaca, aka torce-pixas, está grávida (näo é meu descansem) e vai-se casar. Vai lá vai…