Cheguei à estaçäo central de Cracóvia já noite cerrada (eram 17:50) depois de 7:30h de viagem... e ainda tinha de encontrar o "Odys apartments", local onde me iria encontrar com o pessoal do seminário, sendo esse pessoal, na sua maioria, pessoas que eu já conhecia de um outro seminário realizado em Góis, à seis meses atraś, onde também conheci (de várias formas), a tutora.
Assim que desci as escadas de acesso à saída, vi um "mini-stand" de informaçäo turística.
"Porreiro" pensei, "estes gajos decerto sabem onde é a Grzerowecka ulica" (rua).
Aproximei-me de papel em riste e, apontando para o nome da rua, perguntei-lhes se, de facto, sabiam.
A resposta foi: de certeza que näo procura um hotel?
Eu: näo, quero é encontrar o "Odys".
E ela:mas näo procura acomodaçäo?
E eu: sim, mas já tenho destino certo.
E ela insiste: mas de certeza que näo quer um hotel, é que nós só representamos hotéis...
Eu: oh foda-se, tenho pessoas à espera no "Odys", nesta rua com nome de vómito, sabem onde é ou näo?
Lá me explicou, sempre a fazer olhinhos à caixa das gorjetas (ou era isso ou à minha braguilha näo me apercebi bem).
Levou um obrigado e um boa noite e já foi bom.
Digamos que só percebi a primeira parte do que ela me disse, o Inglês macarrónico e o sotaque Polaco, juntamente com a má vontade da menina, fizeram com que o resto da explicaçäo fosse quase cuspida. Confesso que, mentalmente, chamei-lhe porca várias vezes.
Percorri a primeira rua que ela me indicou, a Lubicz, rua essa que me levou dez minutos a percorrer (Pawel, um dos organizadores, tinha-me dito que da estaçäo até aos apartamentos eram 12 a minutos a penantes, e por isso caguei para eléctricos e autocarros), o que me levou a pensar que estaria perto.
Chegado ao fim da rua, vi que estava tudo em obras, rua cortada, em suma, a puta armada, o que fazia com que o "mapa" que o Pavel me tinha enviado, fosse agora um pouco diferente. O que näo ajuda quando se é o rei da desorientaçäo...
Resolvi entäo, abordar a segunda pessoa em Cracóvia (a 1a tinha sido uma jovem que, provavelmente, pensou que a queria levar para um canto escuro para brincarmos aos pais e às mäes): uma velhota que passeva o canito. Apontei o nome da rua, e a senhora dá-me indicaçöes no sentido de voltar a percorrer a rua de onde tinha vindo.
Porra, tinha a certeza que estava bem, e decidi cagar na velha e pôr-me a andar.
Tomei uma decisäo de espírito aventureiro: agarrar na amostra de mapa que tinha, e lançar-me sozinho, sem velhas com cäes a pilhas.
Depois de percorrer cem metros, achei melhor perguntar de novo (sou um aventureiro da treta).
Achei que seria mais sensato se perguntasse a alguém com idade "dentro do prazo" e sendo Cracóvia uma cidade de estudantes (e estudantas...), havia probabilidade elevada de alguém falar Inglês.
Abordei um casal, e fiquei todo contente: estava apenas a 500m do "Odys".
Acelerei o passo, e em breve dei de caras com o nro 9 de Grzerwecka ulica, e com um reclame luminoso do "Odys".
Ainda näo tinha acabado a aventura. Estava no sítio certo, sem margem para dúvidas, mas estava no que aparentava ser um edifício normal, havia umas campainhas, mas nenhuma indicaçäo para além do reclame.
Depois de 7:30 de viagem, incluindo 8 km de bicicleta, estava cansado, suado, e confesso que desperei um pouco...
Dei duas voltas ao prédio (ainda vi um painel de publicidade ser arrancado pelo vento e embater com violência num carro, o que näo me ajudou muito), e decidi entrar no numero 7, uma loja de antiguidades.
O homem só me soube dizer "seven" e "no"...
Saí e lembrei-me dos gajos que distribuem publicidade em Portugal, aqueles que, por incrível que pareça, tocam sempre na nossa campainha, e usei o truque deles: toquei em 4 campaínhas e esperei que alguém atendesse, mas em vez de falar brasileiro, disse: Odys apartments?
Foi a puta da loucura, a porta abriu-se, e eu entrei todo contente, mas fiquei na mesma, pois näo havia nenhuma indicaçäo, placas, setas, nada.
De súbito, surge Pawel ao cimo das escadas.
Fiquei felicíssimo de o ver, mas só consegui dizer: podias ter avisado das campaínhas meu granda cabräo.
Fim da parte um, se näo este post parece o testamento do Champalimaud.
Ai que parvo pá possa...
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