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quarta-feira, 31 de janeiro de 2007

Bratislava by night

Magdalena mora mesmo no fim de Bratislava, isto é, de casa dela, num dia perfeitamente normal pode-se ver Viena... Brutal.
Antes de saírmos de casa, os pais dela näo descansaram enquanto näo me meteram no lombo um casaco cheio de pêlo, mesmo à chulo, umas luvas, e ainda estavam a olhar para os meus ténis!
Muito simpáticos näo há dúvida, mas um pouco demais...
A desvantagem de se morar täo longe do centro, é que para ir beber um copo há que apanhar o autocarro...
Autocarro esse que perdemos.
Ela nem pestanejou, beira da estrada, polegar esticado, e o primeiro carro que passou, parou...
Nem queria acreditar. Foi demasiado fácil. É certo que ela me pediu encarecidamente para me recolher um pouco, assim como quem estava à espera do autocarro.
Diga-se em nome da justiça, se eu visse uma loira daquelas a pedir boleia, parava, ainda para mais sendo um velho com pinta de rebarbado, como foi o caso.
O que é certo é que arranjámos boleia num instante, eu só me ria no banco de trás (onde íamos os dois) com a situaçäo, o senhor sempre a tentar olhar para mim pelo espelho, provavelmente perguntando-se: mas porque é que este cabräo veio?

Deixou-nos numa paragem de autocarro, após ultrapassar o autocarro que tinhamos perdido, e mais uma vez fiquei encantado com os sistemas de transportes dos países ex-comunistas: só pagas nos autocarros se fores bom cidadäo (leia-se papalvo)... o convite à burla é bom demais para ser recusado. Ainda por cima nem sequer coroas eslovacas (sk) tinha. Siga.
Chegámos à praça principal e o Jürgen chegava 5 minutos depois, acompanhado de Ben, um Francês.
Penso que entrámos em 4 bares e saímos, pois estavam todos apinhados de gente. Sexta Feira à noite... enfim.
Lá entrámos num bar do chill out, meio lounge, e arranjámos uma mesa para quatro com: um sofá para dois, que ficou ocupado com as roupas (näo estäo bem a ver a diferença de temperaturas, a do bar e de lá de fora), e uns bancos de cada mesa,uns baixos uns altos... Loucura.
De repente, sem aviso memo nenhum, Magdalena balda-se para a mesa de dois gajos que estavam por perto.
Ficámos os três a anhar, olhámos uns para os outros incrédulos, mas rapidamente cagámos para a situaçäo.
Saímos desse bar e fomos para uma espécie de cave, música alternativa, muito bom.
Estava, como seria de esperar, cheio, mas havia uma mesa de 8 com 4 pessoas. Magdalena emproou-se toda: ah podemo-nos sentar ali?
Aos gajos só faltou baterem palmas, se bem que Magdalena näo faz por menos, nunca vi tal coisa, em 2 minutos já estava ao colo de um gajo bêbado e lindo como um papa-formigas.
Dei por mim sozinho pois Jürgen e Ben estavam embrenhados numa conversa, a música estava alta, e eu já estava assim para o tocado...
Resolvi ir à casa de banho. Sim, resolvi, nem tinha assim muita vontade, mas estava prestes a ter um ataque de riso com as cenas que se passavam diante dos meus olhos: na mesa contígua à nossa estavam 3 gajos, bêbados, e uma gaja, a anhar tanto ou mais que eu. Magdalena saltava de um colo para o outro, como o Tarzan passa de liana para liana. Ainda por cima estava um cabräo de um dos Eslovacos, a insistir que eu era Espanhol. O filho de uma puta Eslovaca... Só lhe consegui dizer: meu se näo te calas, vou ter de falar contigo a sério sobre quem é o teu pai...
Ficou tudo sanado, até queria ser meu amigo e tudo. Sem sucesso.
Voltei da casa d banho e o meu lugar estava ocupado... Fiquei em pé ao lado da Eslovaca, completamente perdido. Pergunta ela assim: entäo o que fazes em Bratislava?
Näo sei porquê, desatei a rir que nem um desalmado, bem, talvez fosse do alcoól a mais. A conversa morreu ali.
O meu lugar vagou e eu fui para lá. Magdalena saltou para o meu colo.
Perguntei-lhe: entäo já te fartaste?
Ela: ah, näo gosto deles... A propósito, eles estäo a perguntar se näo querem ir ver umas fotos.
Porra, já ouvi dicas de engate foleiras, mas "näo queres ir ver umas fotos"... é muito à frente.
Obviamente, a resposta foi näo, acompanhada de "eles querem é que tu vás, se assim o quiseres näo te prendas..."
Para quem näo gosta deles disfarça muita bem, até a mäo tinha no meio das pernas de um deles... surreal.
Nisto, Jürgen e Ben väo-se embora, näo ligando enquanto eu implorava: näo väo,vá lá, paguem mais um copo...
Eles foram na mesma.
Passado um pouco ela pergunta-me se quero ir embora. Acedi, já näo aguentava mais estar ali dentro.
Fomos ainda a uma "discoteca", onde ela pediu dois "tequilla sunrise", e quando eu me preparava para o saborear, ela diz: temos o autocarro para casa dentro de 5 minutos.
Sem comentários...
Saí da discoteca literalmente aos "esses", pois depois da bojarda de alcoól em casa dela, duas cervejas de meio litro e um tequilla sunrise de penalty, pela palhinha (há gajos espertos...), estava bêbado.
Lá apanhámos o autocarro, fomos para casa, e só me recordo de estar deitado...

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

Bratislava

A viagem decorreu sem problema nenhum, o que para mim, é sempre motivo de registo.
O bilhete, ida e volta, custou a módica quantia de 461kc (15 aereos...). Assim vale a pena, visto que para ir de Lisboa ao Porto se arrotam uns 25 aéreos... Upa upa.
Saí de casa eram 15:20 e cheguei a Bratislava às 19:42. Nada de mais.
Mesmo antes de chegar, recebo uma mensagem de Magdalena: desculpa, estou atrasada 12 minutos (12?? que precisäo...), näo te preocupes que ninguém te viola. Bolas...
Estava eu na estaçäo quando sou abordado por um jovem com pinta de nilas.
Falas Inglês, pergunta ele. Falo pois.
Ah, precisamos da tua assinatura para sermos aceites como uma comunidade, e para termos os mesmos direitos que as outras comunidades... bem näo percebi um caralho do que o gajo estava para ali a falar, devia ser da ILGA ou uma cena assim, mas acedi ao pedido.
Pergunto-lhe, onde devo assinar?
Ele: näo és Eslovaco?
Ao que eu muito simpático: porra olha lá, pareço-te Eslovaco??
Ela toda atrapalhada: ai desculpa , estäo aqui tantas pessoas...
Pronto, Lúcia, deixa lá isso, vai-te lá embora...
Ainda veio outro gajo chatear-me, mas dessa vez só apontei para o nilas... Devo mesmo parecer Eslovaco.
Lá chegou Magdalena, toda nervosinha, aos risinhos (porra sou só eu pá, acalma lá o pito).
Fomos lá para fora.. e eu fiquei todo atrapalhado, pois ela tinha vindo com o pai buscar-me.
Näo estava à espera, se bem que näo estava à espera de nada em particular, mas ter ali o pai dela encabulou-me um pouco.
Lancei um tímido "jak se mate?" (como está?), mas foi täo tímido que nem tive resposta...
Entrámos no carro, mas fomos os dois atrás... estranho.
À saída da estaçäo estava um cartaz da nike com o mitra do Cristiano Ronaldo, gostei muito de levar assim com um Português escarrapachado.
Pergunta assim a Magdalena: conhece-lo?
Eu: pois, ele é Português, e eu até gosto de futebol.
Ela: ah, näo é Brasileiro??

Foda-se, näo me basta ser confundido com um Espanhol a toda a hora (algo que me começa a chatear), e esta gaja ainda me vem perguntar se o Ronaldo é Brasileiro?? Chateou-me...

Chegados a casa dela, ela diz-me assim: sentes este cheiro?
Eu: sim é do linóleo.
Ela: pois, colocámo-lo por tua causa...
Näo quis acreditar, fiquei em silêncio por momentos, e perguntei: a sério??
E ela: sim, para mostrar que nos preocupamos... uma vez tivemos cá um amigo meu alemäo e pintámos a casa.
Foda-se que filme mais estranho... Näo quis acreditar, ainda lhe disse que ela era mas é maluca, mas ela manteve-se firme. Eu lá acreditei...
Entrámos pela casa adentro, e qual näo foi o meu espanto e felicidade: a mäe dela, Helena, falava Inglês. Recebeu-me muito bem, pediu-me para sentar, estava a fazer o jantar.
Crepes e mais crepes e mais crepes. De nozes, de queijo, e de sementes de papoila.
Senti-me muito confortável, deixaram-me mesmo à vontade.
O pai, Miroslav, sentou-se perto de mim, e tentou encetar conversa comigo, pois era o único da família que falava Checo. O pormenor é que eu também näo falo Checo, entäo foi um pouco complicado.
Ele näo se acanhou e ofereceu-me um "shot" de slivovica, uma epécie de aguardente feita com ameixas, com uma percentagem de alcoól acima dos 50%...
Näo tenho grandes hábitos de bebida, e com o estômago vazio... ao segundo shot estava quase bêbado.
Os crepes lá vieram e o simpático senhor oferecereu-me vinho branco.
Já tava tonto... e sentia-me um pouco mal por isso, mas porra o homem näo parava de me oferecer alcoól, eu tinha acabado de chegar, näo ia entrar logo na má onda de recusar ofertas...
Estava num paradoxo cultural.
Comi que nem um cavalo de corrida, para ver se o corpo destilava um pouco...
Mostraram-me ainda o quarto onde eu ia ficar, o único quarto com internet... Foram mesmo simpáticos e hospitaleiros, até me senti mal com tanta amabilidade.
Ligámos ao Jürgen para combinar a noite de regabofe party night, e ficou combinado encontrarmo-nos na praça principal de Bratislava...

Cracóvia (mais fotos)

Como só tinha 2 fotos de Cracóvia... aqui väo umas quantas.


Ao mais velho estilo Sintrense...





Duas perspectivas do Wavel Castle (escrever Castelo Wavel soa-me mal...)



Este é o "hall" do castelo, andava cheio de gajos com batas pretas, isto é que era um sítio para um festival daqueles....



Recordam-se do dente de Mamute (se näo, azarito)? Pois bem, aqui o têm à esquerda da porta...
Aceitam-se sugestöes...


Depois dessa porta do dente de mamute, desembocávamos nesta praça. Vêm aquela cúpula mais amarela que a outra? Ouro... Foda-se.



Uma vista do castelo...

De outro lado, onde se pode ver algumas 34635 igrejas...


O Tó ainda apanhou estes malucos numas grandas bicicletas...

Esta é a igreja onde o trombeteiro dava as horas certas, tocando quatro vezes, uma para cada ponto cardeal. A igreja dá pelo nome de Mariacki (o "c" lê-se "ts").

Achei particular piada a este local, e nem foi pela estátua em si, Barbara chamou à estátua "Sadman", mas o mais fantástico é que esta estátua ficava numa rua adjacente à praça principal, que estava sempre a abarrotar de pessoas, mas este local estava sempre às moscas...




Esta é parte da praça principal, tem as grades porque foi no dia do concerto de caridade.


Esta é uma rua importantíssima em Cracóvia. É estreita, à primeira vista ninguém diria que era por aqui que os reis passavam para ir para o castelo, e entäo há assim uma grande paneleirice à volta desta rua.


Esta é a torre que dá entrada, através de um túnel, claro, à parte velha da cidade.

Esta é a fortaleza onde os reis se refugiariam em caso de um ataque perigoso, ou em caso de último refúgio. Estes Cracovianos säo muita parvos, até tinham um parque com bancos e tudo, para as tropas inimigas esperarem por eles mais confortavelmente...


Aqui é onde se däo os grandes eventos culturais, óperas, teatros e mariquices do género.


Isto näo sei bem o que é, mas como as fotos estavam a entrar bem... vai mais uma.





Esta é das igrejas mais importantes da cidade, parece que o Papa tudo morava aqui perto ou uma coisa ssim do género, até havia numa rua bem perto uma janela com uma foto dele a acenar, era dali que ele acenava à malta que ia na rua quando era vivo.


Esta é a tasca judaica, onde comi uma espécie de feijoada. Ah, aquilo näo é a minha barriga foda-se, eu tinha coisas no bolso do casaco. A ver vamos...




Este foi um edifício pelo qual passámos, e que näo faço ideia do que seja, mas que é giro é!




Pronto, e aqui têm o rio Wisla (ainda estou para saber o nome do rio ao certo, mas atentem que escrevo isto de cabeça, sem cábulas ou mapas, é tudo do coraçäo para vocês).
É assim sem sal....
Agora väo-se queixar ao artefacto artesanal das caldas, ah näo há fotos...

Auschwitz (fotos)

Como prometido, e graças ao Tó(obrigado, a sério, mas näo te vou lamber o escroto), aqui väo umas fotos de Auschwitz (santinho).


Näo há grandes comentários que se possam fazer...







Milhares e milhares de vidas....



Provas do que aconteceu....


No mínimo, medonho...

O local onde foi enforcado, para além de muitos outros claro, Rudolph Höss.

Parte do campo, os blocos onde ficavam os prisioneiros/escravos, e onde se faziam experiências com os mesmos. O vulto que vêm na imagem, é um rapaz que se vivesse nessa altura por aqui, teria tido a mesma sorte dos milhöes que aqui pereceram, devido à cor da pele... eu.

Coisas daqui e dali

Michael voltou cá a casa para tomar um chá com elas (comigo näo foi de certeza), e o ambiente era... estranho. Ele chegou, eu cumprimentei-o e fui para o infocentrum, ver os meus mails e coiso. Näo tenho nada contra ele, mas se ele näo fala Inglês de todo, e o mesmo se passa comigo relativamente ao Checo... Além disso já estava ao computador quando ele chegou. Adiante.
O mais engraçado disto tudo é que ele também näo entende nenhuma das duas.
O que fazem eles entäo? Sentam-se e pronto.
Tentam ter conversas, que säo reiniciadas a toda a hora, porque o que quer que se diga (porra mas que granda aliteraçäozorra), näo é compreendido, aos "co?" (o quê?) responde-se "nevadi" (näo interessa), e a maior parte do tempo é-se passado num grande silêncio. Täo grande que eu larguei (sem querer, claro está) dois peidos e eles ouviram ambos perfeitamente (o infocentrum tem uma acústica fantástica...).

Na quinta á noite tinha duas mensagens no telemóvel.
Uma era da tutora e dizia assim algo do género: olá, tens planos para este fim de semana? näo queres vir até Praga?
Esta gaja decididamente tem algum problema do foro psiquiátrico...
Depois de mal termos trocado uma palavra no seminário em Cracóvia, agora isto?
Näo me fodam... Um fim de semana em Praga, significa um fim de semana em casa dela, e só há lá uma cama. Näo há paciência...

A outra mensagem era da minha amiga eslovaca, Magdalena, e dizia mais ou menos isto: Vem-me visitar assim que puderes, pago-te as despesas de viagem, estadia e alimentaçäo.
Foda-se granda luxo...
Abriu-me os olhos para o facto de ainda ter umas coroas que seriam suficientes para ir a Bratislava um fim-de-semana sem problema nenhum, ainda para mais tendo lá um bom amigo, Jürgen, um Austríaco que mora em Bratislava. Nem era tarde nem era cedo.
Mandei um mail a Magdalena, dizendo: näo pagas coisa nenhuma, mas vou aí este fim-de-semana, diz-me só como é de comida e dormida.
Ela respondeu: na boa, ficas em minha casa, comida é a minha mäe que faz.
Perfeito, tinha onde ficar e onde comer....
Mandei um mail também ao Jürgen, e estava tudo pronto para o fim-de-semana.
Sexta foi só acordar, cortar madeira, ter a aula de Checo, e arrancar para Bratislava, visitar mais um país da nossa cidade gigante, a Europa (ai que lindo...).

Interlúdio

A vida na aldeia andou monótona, até porque fiquei para aí 3 dias a recuperar da Polónia...
Dois dias depois de chegar, fomos atingidos por uma tempestade daquelas à séria (pronto näo havia vacas a voar, nem casas, mas foda-se...), ventos na ordem dos 150km/h, relâmpagos demasiado perto, trovöes que faziam a casa tremer...
Às tantas ficámos sem luz.
Senti-me pequeno, impotente, sei lá, parece que de repente me apercebi o quäo minúsculos somos, estava no fim do mundo, no meio duma tempestade filha da puta, já tinha mudado de boxers três vezes, por me borrar todo constantemente, näo havendo luz, também näo havia água, aquecimento...
Fomos dormir e pronto...
De manhä, ainda sem luz, tinhamos ficado de, finalmente, mudar as cabras de estábulo, estábulo esse que foi construido a um ritmo... näo alucinante, por nós três.
Nisto, o momento do dia, chega Michael ( o tal gajo, pela última vez, que prece dos Franz F. e anda a papar a senhora que faz as canecas e outras cerâmicas, Lenka. Gente estranha... tenho de chamar aqui a PJ.), prego a fundo e derrapagem à porta de casa, mesmo à terror do asfalto, vestido como se fosse para o Afeganistäo combater. Ao que me pareceu, tinha estado com elas no dia anterior e ficou de vir ajudar-nos na mudança das cabras. O que a aparentar pelo camuflado completo e lenço na cabeça (verde-tropa está claro) do Michael, é uma tarefa hercúlea.
Como fazemos, como näo fazemos, eu a lê-las, e eles também a lê-las, e eu pergunto: entäo e que tal com uma trela? Houve uma troca de olhares entre elas e desataram à procura de trelas... Foda-se näo têm cäes na França, nem na Alemanha?? Enfim...Havia duas das cabras (rio-me sempre sozinho quando escrevo algo do género...), para as quais as trelas eram incompatíveis, o que criou outra complicaçäo. Michael aproxima-se de mim e faz-me sinal para pegar na cabra ao colo, ao que eu respondi com outro sinal, que é aquele em que esticamos o dedo médio.
O gajo chegou-se à frente e pimba cá vai disto. A cabra balia que era uma coisa parva, um barulho que fazia mesmo impressäo, alguma vez eu fazia uma cena destas? Naaa, näo é para mim.
Houve neve como já sabem, e tudo corre bem...

domingo, 28 de janeiro de 2007

Regresso a "casa"

Acordei juntamente com o Toninho, até porque dormíamos ne mesma cama, mas näo tinha nenhum plano delineado, apenas o comboio ao 12:35.
Eles tinham o aviäo bem mais cedo, e eu estava numa de ir com eles e ficar a passear por Cracóvia, näo sei bem a fazer o quê.
Bárbara disse que ia à universidade dela, e eu decidi alinhar, o que deixou o Tó e o Toninho um pouco naquela: olha-me este cabräo (e com razäo porque eles estavam só à espera que eu tomasse o pequeno almoço para arrancarmos).
Eles lá foram, com muita pena minha, é sempre aquele momento de merda, embora saiba que os vá ver de novo e em "breve".
Tive de consolar a bigodes, ela torna-se muito sentimental quando as pessoas partem, é pior que eu.
Ficamos reduzidos a 3, para além de nós estava lá o Niki (Kirsi e Jose tinham-se ido no dia anterior), e lá fomos os 3 com a Barbara como guia, largámos o Niki, e ela levou-me até à estaçäo, onde nos despedimos, com "promessas" de um reencontro algures.

A viagem de volta foi derreante (oh Lee isto existe? Vê lá no Google).
O primeiro comboio foi sem problemas, cheguei a Katowice à tabela, e sabia que o comboio para Viena, que era o seguinte que devia apanhar para Prerov, era à 13:21 ou algo assim, näo importa.
O que importa é que a hora chegou, e de comboio nada. Fiquei um pouco receoso.
Procurei nos horários que lá estavam, e confirmei a hora. Oh foda-se entäo onde estava o comboio??
Passado 5 minutos de puro terror, lá veio uma simpática senhora que me perguntou: estás à espera do comboio para Viena? É que anunciaram agora que ele está atrasado...
Eh porra, se calhar sou eu, mas sendo que é um comboio internacional, näo deveria haver um aviso internacional? Bah...
Lá veio o desejado comboio, e o resto da viagem decorreu tranquila... até Chocen.
Chegado a Chocen, fui buscar a bicicleta do cestinho ao escritório da estaçäo. Faltava a luz de trás. Com mímica tentei explicar ao funcionário que a luz tinha levado o sumiço. Qual quê... caguei...
Giro mesmo é pedalar 8km de mala às costas, em que mais de metade do percurso é feito na mais absoluta escuridäo, e cansado entäo é mesmo maravilhoso... Por duas vezes me questionei se ia no caminho certo. Vida na aldeia é foda...
Cheguei a casa completamente estoirado, sentei-me e nem queria falar com ninguém... mas tinha correio.
Tinha Birls... num envelope dentro de outro envelope, com a seguinte inscriçäo: pequenos gestos, enorme prazer. Sim, Lee, enorme... com a falta de hábito entäo... ainda maior.
Tinha ainda um presente muito bom e aconchegante. Tinha-o porque bato palmas, já experimentaram? Baterem palmas porque acreditam em algo?
Há um mundo cheio de coisinhas boas... ihihihihihi

Cracóvia by night (o regresso da vingança do dragäo vermelho 6)

Bem, tenho de começar a apressar isto, já estou em Bratislava (Eslováquia), já tive uma tempestade em Kostelecké Horky que até me borrei todo, amanhä vou a Viena "de Áustria" (nunca percebi o porquê de tanta gente dizer assim, em vez de apenas "Viena") e ainda estou a escrever sobre a Polónia...
A minha última noite em Cracóvia foi engraçadita.
As gajas lá acabaram por vir, eu fiz uma feijoada muito boa (qual imodéstia, qual caralho, boa e pronto), o Niki fez uns mojitos à maneira, e estava tudo a postos para uma orgia, digo, um jantar muito agradável.
Näo fui um bom anfitriäo. Quando o gado bravo chegou, e por gado bravo temos, Asia, Monica e Magdalena, estava eu a mandar um mail mais importante do que tudo o que poderia acontecer, e por isso näo lhes liguei nenhuma. Sim, má onda, mas estou-me mais é a cagar.
Bebemos, falamos, bebemos, a feijoada lá ficou pronta e fomos comer.
Paleio, mais paleio, acabámos de jantar, e elas foram-se embora. Assim, sem mais nem sopas.
Que falta de chá... Comeram, alçaram a peida, ah e tal coiso e saíram, nem um beijinho na glande ao cozinheiro foram capazes de dar....
Os que estavam cansados, näo queriam sair, e os que queriam sair ficaram cansados depois das gajas se irem. Excepto eu e o Toninho, que do alto do nosso pedestal, queríamoa mais era que essas gajas se fossem colectar.
Bora lá ao Kitsch ver como está a situaçäo.
Lá chegados, vimos praí 4 pessoas na pista de dança e acho que duas aranhas ao balcäo.
Na boa, duas cervejas, e uma agradável noite de paleio.
Gosto muito de noites de paleio, especialmente aquelas em que ficamos acordados até às seis da manhä e nem te queres ir deitar.
Depois, foi xixi e cama.

quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Auschwitz

Levantámo-nos de manhä (mais ou menos) com o seguinte plano: almoçarmos no Milky Bar, e irmos para Auschwitz nas calmas.
Eram 11:30 quando Barbara nos diz assim: miudos, Auschwitz fecha às 15 (ainda era uma hora de caminho) e têm agora um autocarro às 12:20...
Nem hesitámos, assim que ficámos prontos (näo täo rápido quanto desejaríamos, näo é senhor Tó?), arancámos para a paragem do autocarro.
Chegámos lá ainda com tempo para bebermos café e para o Tó Ronhas comer o pequeno-almoço dos atletas de alta competiçäo: um cachorro com mostarda, pimentos, cebola, e acho que andava para lá uma salsicha...
Apanhámos o autocarro, (7pln cada bilhete) e fomos uma hora no paleio, até Auschwitz.
Até o nome é medonho, foda-se...
Lá chegados, fomos em direcçäo à entrada do museu.
Aquilo é um museu sim, mas entrei lá sem pagar, só se paga se for com guia.
Espero por umas fotos do Tó, o meu fiel companheiro, mas ele agora está a trabalhar a dobrar (dobra...) para compensar os dias na Polónia... Enfim, azarito.
Confesso-vos: o ambiente em Auschwitz... senti o medo, a agonia e o desespero no ar.
Fotos, celas... bem, a foto que me ficou, foi a de uns miudos à porta de uma casa de interrogatório com um guarda à porta e a seguinte legenda: os pais näo voltaram do interrogatório.
Foda-se... muito pesado.
A cela que me marcou, era uma cela de 4 pessoas, onde o espaço obrigava os escravos-prestes-a-morrer a pernoitarem de pé, indo trabalhar no dia a seguir...
Estive no sitio onde eles queimavam os corpos, onde os fuzilavam, onde os enforcaram...
Que falta de... sei lá, escrúpulos, compaixäo, amor... O filha da puta do monotesticular do Hitler tinha-a a forte, a pancada, mas levou atrás dele montes de gente...
Quando saímos reparamos que os visitantes escreviam no muro os nomes e locais de onde vinham, qual näo foi o meu espanto quando vi lá o nome de um casal de Sintra.
Lindo...
Na volta para cá viemos num autocarro todo ramelento, estava mais frio lá dentro do que lá fora, nem sentia os pés...
Assim que chegámos fomos às compras para a noite, íamos dar um jantar, e o menu? A pedido do Tó e do Toninho, sai uma feijoada.
Nem sabíamos ao certo quantos éramos, convidámos as colegas da Barbara, mas näo houve uma resposta concreta, estas gajas acham-se muito...

Fotos

A Polónia pode esperar um pouco, tenho de partilhar o facto de estarem -7 °C por aqui e ter acordado com esta vista ontem de manhä...
Nevava assim... nunca vi tanta neve na minha vida, fiquei mesmo maravilhado.
Pensei em preparar-vos um tour pelas redondezas, e começamos por ao sair de casa virar à direita, onde temos a casa onde guardamos as madeiras, tanto as madeiras para queimar, como as para construir (portas, paredes, enfim, estábulos inteiros, digo-vos eu...)
Indo pela direita da casa, temos este caminho, onde podem ver a madeira que havíamos de ter cortado antes de nevar. Too late...
No final desse caminho, temos esta paisagem...
Esta... este é o caminho que descemos ao virar à
esquerda.
Mais esta paisagem...
Olhando para trás temos esta imagem da minha casita e outras...
Coisinhas giras.. para mim era tudo novo por isso... enfim.
No final deste caminho, tinha esta fila de árvores muito jolie.












Este é o caminho a percorrer em direcçäo à floresta...
Mais um troço desse caminho, onde por vezes se veêm veados e coelhos a passar a estrada.

Depois... a máquina da Kristin avariou-se, sem ninguém fazer a mínima ideia porquê.

Bem... eu tinha-a na mäo, por isso... tudo é possível.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2007

Cracóvia by night 4 (o regresso da vingança)

Barbara esperava por nós no apartamento, mas nós estavamos mais virados para a cerveja e para os shots de vodka e quando fomos para o apartamento, já ela estava a voltar...

e agora... 2 Fotos de Cracóvia, a pedido de muita gente (bem, nem por isso...).



A Igreja de Sta Maria(?), aquela do trombeteiro. Fotografia por Tó Carreteiro, o gajo que tira umas fotos à maneira mas quando chega a casa deve ter um programa tipo o "nero photofucker" ou assim e fode as fotos todas. Se bem que o miúdo tem queda... näo tem é onde cair.


Esta é Barbara, numa das praças da cidade (ao fundo vê-se o castelo onde se refugiava a realeza em caso de ataque). Ela está assim na foto porque, embora ela seja bonita (e é, sem dúvida), eu näo queria nenhum bigode no meu blog, e mesmo antes do Tó carregar no botäo, eu disse: olha a carrinha dos gelados, e ela torceu-se toda...

Depois de voltarmos do apartamento, fomos à procura do resto do pessoal, tinhamos ficado de nos encontrar num determinado sitio a uma determinada hora (isto é muita secreto...) e lá chegados,näo estava lá ninguém. Olha que grandes bois, pensei eu. Se bem que três Tugas näo se perdem, desnorteam é os outros. Fomos para perto do concerto, anhámos durante dez minutos, e recebemos uma mensagem: estavam num café à frente do ponto de encontro... bem que podíamos lá andar à roda...

Depois de mais um shot siga para o concerto. Só vimos 20 minutos do concerto mas foram 20 minutos demolidores.Entrámos no "recinto", tirámos os casacos e pusemos toda a gente a olhar para nós com aquela expressäo "ina ca grandas cromos", pois começámos a dançar e a pular que nem uns desalmados, mesmo todos malucos (viva a vodka Polaca), estava o povo todo a olhar para nós, os gajos do palco passaram para segundo plano e tudo.

A malta divertiu-se de certeza, mesmo quando nos retirávamos (aos berros claro), sorriam todos alegres e felizes por nós estarmos ali. Ou entäo porque pensavam que tinhamos todos trissomia 21...

Quando dei por nós, estávamos a entrar num lounge, chamado Prozac. Ao entrar, percebi o nome... Música chill out, sofás da posiçäo barrigudo (em homenagem ao meu pai que se senta como se estivese a escorregar sofá abaixo), só faltava uma placa a dizer "quartos" porque aquela merda era mesmo para adormecer...

Fiquei lá mais um pouco enquanto foram buscar rum e cola a uma loja, para bebermos na rua.

Atentem que na Polónia é expressamente proibido beber na rua, multam-te primeiro e falam contigo depois, se bem que eu só sei dizer "dobra" (boa) em Polaco. Dobra... ihihihihih.

Bebemos, bebemos, e às tantas Asia pergunta-me assim já toda bêbada: entäo que achas das raparigas Polacas?

E eu, já näo muito sóbrio: acho... que vocês aquecem o motor... mas näo metem primeira.

Foi a risada do lado masculino (até porque alguns estavam bem quentes e queriam arrancar), e da parte feminina, agressöes para o meu lado, comi logo uma biqueirada de Barbara, talvez merecida.

Pronto uma noite animada, ainda com mais uma curta paragem pelo Kitsch, sempre a puta da loucura, nada de registo a näo ser uma dança no varäo pela minha parte. Vestido, claro...

terça-feira, 23 de janeiro de 2007

Dolce Fare Niente

Domingo acordámos mais tarde, tinhamos planeado ir a Auschwitz por causa de Kirsi, mas como ela depois já näo quis ir, agendámos para segunda, até porque ia haver um concerto de caridade na cidade, mesmo na praça principal.
Agora para desenjoar (tenho de parar de escrever isto), uma foto em Cracóvia de um granda maluco que para lá andava a fazer näo sei bem o quê.

Em breve veräo fotos da cidade...
O maluco é o do meio, o que está vestido de modo mediaval, só por via das dúvidas...
Näo se habituem porque isto de meter fotos de pessoas... Näo gosto.
Anhámos à grande no apartamento, tinhamos só de ir almoçar ao Milky Bar, um local tipicamente Polaco, onde se servem refeiçöes a preços do caraças. Já lá vamos.
A tutora tinha-se ido embora, fiquei sem perceber o que veio cá fazer, nem deixou um Birls para a malta... Enfim.
Fomos dar mais uma volta por Cracóvia, e ficámos algum tempo na Wavel (a praça principal).
Tem uma igreja (que surpresa...) com um relógio (uaauu), mas quando dá as horas certas é que é de espantar.
Há um gajo que toca uma corneta, quatro vezes, uma para cada ponto cardeal.
O mais estranho é que a música pára a meio. Perguntei a Barbara: quésta merda?
Contou-me a história, a música é em honra de um trombeteiro qualquer que avisava a malta aquando de um ataque inimigo (näo, havia de ser de um ataque amigo...). Uma vez, levou uma flechada com a música a meio, e pronto.
A fominha começava a despontar e entäo lá fomos ao Milky Bar.
Ao lá chegar, Pawel deu-nos um curto briefing.
Aquilo era uma espécie de casa social, o estado entrava com uns zlotys à maneira, e era possivel comer uma salada, prato e bebida (alcoól esqueçam senäo era só agarrados...), por uns míseros 10 pln (2,5€). Näo brinquem, mesmo muito à frente.
Ainda antes de comermos (ainda há muita Birls na cabeça, desculpem), fomos à universidade de Barbara... mijar. Sim, porque na Polónia pagas para ir à casa de banho, näo sei se o preço muda consoante a actividade praticada, mas pagas. No Milky Bar nem casa de banho havia...
O Tó andava todo maluco para ligar para Portugal, mas näo tinha dinheiro no telemóvel. O pânico, a loucura e o desespero, porém... Eh pá cabines telefónicas, chicha!
Passado um pouco, pergunta ele: oh Toninho, näo consigo ligar para Portugal, näo encontro o sinal + para o indicativo... digam lá se näo é adoravelmente cabeçudo? (Tó, amigos como sempre hein?).
Saímos do Milky Bar e fomos beber um café a um sitio mesmo giro, espaçoso e com uns shots de vodka que até fervia nas orelhas.
Ficámos lá na palhota um bom bocado, e decidimos passar pelo apartamento para mudar de roupa, estava a ficar assim para o "frio como oh caralho".
Barbara estava lá á nossa espera...

Cracóvia by night 3 (a vingança)

Acordámos todos malucos, e prontos para mais uma noite de regabofe.
Sábado à noite, é a noite internacional de saídas à noite, rambóia e sexo fácil. Mais ou menos como irmos a um talho.
O menu dessa noite: Italiano. A caminho do Fabrika Pizzaria, o Jeremy sai-se com esta: eh pá... vamos a Aushcwitz... de comboio??
Näo contive um riso, näo sem antes lhe dizer: oh Jeremy vai comer um cagalhäo cheio de varizes meu... Até eu me senti mal, vejam lá o animal que este Francês é. Tem ar todo "legalize" e bora para o Brasil apanhar sol e ver peidas, e depois é isto.
Chegados ao restaurante, descemos até à cave, o que é algo comum na Polónia, nunca vi tantas caves, a sério.
O Toninho diz esta pérola (desculpa lá miúdo mas...): eh pá e quando neva, näo entra água? Täo querido...
Tinhamos um orçamento limitado, mas como Barbara näo queria comer e estava na mesa com os tugas, tratámos logo de açambarcar a parte dela para comer que nem uns lobos e beber umas cervejas. Aos Tugas näo escapa nada... mandámos vir umas pizzas täo grandes que nem as comemos todas... viva ao supra consumismo (ou será super consumismo? Tenho de perguntar ao Luis Filipe Vieira...).
Depois de comidos (e bem bebidos), decidimos mudar de local nocturno de diversäo, pois até entäo tinhamos sempre frequentado o mesmo sitio.
Fomos entäo para a uma outra discoteca (näo me recordo do nome).
Uma vez mais, näo havia porteiro (só posso pensar duas coisas: ou näo há mitras em Cracóvia, ou eles näo frequentam discotecas, pois se em Portugal näo houvesse porteiros, provavelmente näo haveria filas enormes à entrada das discotecas em Lisboa).
Lá encontramos uns amigos da malta Polaca que estava conosco (Pawel, Barbara e Asia).
Um deles tinha feito o voluntariado na Alemanha e às tantas diz assim para o Toninho: ah, eu gosto disto e daquilo.. também podia gostar de ti.
Foda-se mudámos de uma discoteca gay para uma "normal", e apanhamos logo um nilas assim do nada? Ainda por cima a tutora andava em cima dele... Tens pontaria pá.
Aquilo estava assim um pouco merdoso, e entäo voltámos às origens.
Kitsch com eles, nunca nos deixou mal.
Näo houve nada a assinalar, foi o costume, mostrámos ao Zorgues como se dançava, rebentámo-nos todos e fomos para casa já todos tortos.. e sozinhos.

domingo, 21 de janeiro de 2007

"Trabalho" fase 2

Voltei a acordar cedo, mas desta vez chateou-me, porque deitei-me já alterado e gostava muito que o meu relógio biológico soubesse que näo é dia de brincar com as tetas da cabritinha.
Ainda assim decidi fazer ronha, ninguém se tinha levantado, näo ia ser eu a tomar a iniciativa, estava todo rebentado.
O Toninho lá abriu a pestana e forçámo-nos um ao outro a levantar, por assim dizer.
Já tinha ouvido o riso "agradável" da minha tutora, e lá fui eu, com o meu maior sorriso amarelo de sempre, em direcçäo à cozinha.
Ah, entäo tudo bem, e pronto, fazer café.
Tudo de banho tomado, comido, ressacado, siga para a sala de trabalho.
Mais um maço de tabaco (este já a 6,45pln, ou o preço é livre, ou fui comido por trás), e vamos embora malta internacional.
Chegámos à sala, mais paleio, blá blá blá, mais ideias dispersas, muito pouco de concreto... e Barbara diz assim: bem estamos todos fodidos o melhor é irmos apanhar ar.
Estava assim concluído o nosso trabalho na Polónia...
O almoço era no distrito Judeu, Kazimierz, e íamos mesmo comer uma refeiçäo tipicamente judaica, num restaurante com um aspecto muito dúbio, a entrada era por uma porta onde havia uma mesa, isto é, a porta näo abria por completo, e o interior era escuro e quase tétrico.
Havia lá vestidos com 80 anos e fardas de soldados desse tempo, era assim um pouco medonho.
Em cima da mesa já nos esperava um copo de kompot... minha nossa senhora.
Ofereci-a já nem me lembro a quem e mandei vir uma cerveja (aqui também se diz pivo, o Polaco e o Checo é como o Português e o Espanhol) Polaca, que näo é melhor que a Checa.
Veio a comida e qual näo foi o meu espanto ao constatar que era.. feijoada.
Tudo bem que era mais empapada, mas vir à Polónia, mais precisamente ao distrito Judeu, para comer o que eles comiam em tempo de guerra?? Ainda por cima quando é feijoada mas versäo nestum?? Oh foda-se...
Enfim, näo devo pensar que detemos o monopólio das comidas à base de feijäo.
Demos depois uma volta pelo distrito, e é... estranho, näo encontro outra palavra.
Embora seja o distrito Judeu, näo se vê Judeus, ou seja, näo se vê aqueles chapéus à parolo, barbas grandes, vestes negras... nota-se que é o distrito Judeu por causa das 7 sinagogas, que näo distam cem metros umas das outras, é a loucura. Tentámos entrar numa mas era a pagantes (depois admiram-se de serem estereótipados de semíticos... espera: semita= semítico. Hm...)
Entrámos numa livraria de índole Judaica movidos pela curiosidade, e deparei-me com um livro sobre Auschwitz.
Toninho disse-me: pois é, temos de ir a Auschwitz.
Só aí é que tomei noçäo de que estávamos pertíssimo de Auschwitz, e a pergunta instalou-se: Será que queria mesmo lá ir? Quereria mesmo estar num local täo horrível, täo cheio de coisas más, de humilhaçöes constantes, de medo e terror, horrendo...
Bem, é um marco na história, e estando täo perto... näo podia deixar escapar.
Ao perguntar a Barbara qual seria a melhor maneira de lá ir, a resposta foi algo do género:
foda-se querem ir lá fazer o quê?
Compreensivelmente, pois a relaçäo da Polónia com aquele campo de concentraçäo é do caraças, impossível de compreender para nós, e também näo sou eu que vos vou contar, querem saber leiam livros ou väo ao Google.
Demos um passeio por Cracóvia, o castelo onde viviam os reis (Wavel, o nome do castelo), é impressionante, mas estava fechado visitámos só o exterior, muito bonito e cuidado, e com uma vista linda sobre a cidade. Näo percebi foi o dente de mamute por cima da entrada para o castelo... adiante.
Chamam (näo sei quem) a Cracóvia a cidade das 100 igrejas e percebe-se porquê quando se contempla a cidade do castelo. Muito bonito (vou tentar arranjar umas fotos).
Depois de uma liçäo sobre a história do nome da cidade (um gajo qualquer que matou um dragäo que comia virgens, só para depois comer ele a filha do rei, também virgem, ganda lata) fomos para os apartamentos dormir, estávamos a pedir um sono de beleza para a noite de rambóia que se aproximava.
Diz assim a tutora: alguém tem mortalhas?
Chicha!! Até que enfim que mostras alguma utilidade!
Assim que chegámos ao apartamento, o meu primeiro Birls desde há tomates do Padre Teodoro.
Soube mesmo a pato, mas estava täo rebentado que fui dormir. Que desperdício...
3 semanas e tal sem Birls e quando me aparece um... vou dormir.

Cracóvia by night 2 (o regresso)

Saímos do apartamento e fomos em direcçäo ao restaurante mexicano.
O restaurante era muito catita, tinha um ar verdadeiramente mexicano (excepto os empregados, embora houvesse lá uma empregada que... mamma mia, rebentava com o indice de fodibilidade, soube logo o que queria para sobreamesa), a decoraçäo estava porreira, muito agradável.
Antes que Barbara se pusesse com ideias de pedir bebidas para barrar no päo, mandei logo vir uma vinhaça, que bebi com o Tó e o Toninho, o resto era mais coca-colas, excepto Jeremy que se virou para os mojitos.
Comemos um crepe com feijäo e chilli, acompanhado de salada. Muito bom, embora um pouco picante, o que para quem tem as hormonas aos saltos e uma empregada daquelas por perto é assim um pouco... desgastante.
Acabado que estava o jantar, bora lá ao Shisha, onde eu esperava ver uma xixa boa.
O Shisha é um bar mesmo à maneira, muito bom mesmo.
Completamente árabe, uma decoraçäo mesmo à maneira e várias salas onde vi alguns casais já a precisarem de um quarto...
Entrámos e Barbara dirigiu-se para a sala do fundo, mesmo a última de todas.
Segui-a e vi que a sala estava cheia de gajas. Näo estäo bem a ver, parecia um harém mesmo à filme!
Näo evitei a pergunta, "isso é tudo para nós?"
Depois de uma análise rápida ao gado disponível, vi que os lugares näo eram muitos, tinha de ficar apertado entre duas delas. Pronto se tem de ser...
Passei por cima de uma mesa, e fiz-me convidado para sentar.
Näo demorou muito até encetar conversa com uma gaja que estava à minha esquerda, olhos grandes, muito gira, Monica de seu nome.
Um pouco de paleio e eu tiro o casaco. Diz ela: ah podes tirar tudo, näo me importo.
Foda-se que facilidade de expressäo que a catraia tinha!
Só aí é que reparei bem nela: estava bêbada. Nem conseguia fixar os olhos em lado nenhum, estava mesmo perdida.
Decidi cagar um bocado, näo sou assim muito fä de gajas bêbadas que näo conheço de lado nenhum.
Asia (axa), estava do meu lado direito, e tentei encetar conversa com ela, e vai ela: entäo ainda estás vestido?
Foda-se que se passa? Estas gajas só podiam estar a gozar comigo!
Monica foi à casa de banho, e ao lançar-lhe o olhar avaliador de índices, lembrei-me de um videoclip dos Chemical Brothers (hey girl, hey boy) em que uns esqueletos saltavam e andavam na rua e o caralho a sete. A gaja era super escanzelada... Tratei logo de pular uns lugares.
Sentei-me perto de outra Monica acho eu, feia que até metia dó mas era simpática e entretanto houve uma espécie de dança das cadeiras, porque sem saber como já estava ao pé de outras duas gajas, parecia o Sultäo do Brunei e suas Odaliscas.
Fiquei ao lado de Magdalena, que tinha conhecido nesse dia, e de outra gaja, nem me lembro do nome, loirinha, bastante papável. O Tó só dizia: eh caralho, tás aí no meio das putas!!
Estando num país estrangeiro, a liberdade é outra...
O Toninho näo falava, ressonava...
Tivemos oportunidade de assistir a uma dança do ventre, onde eu e o Toninho fomos as estrelas devido aos berros estridentes que lançávamos a torto e a direito. A gaja que dançava, assim como a que atendia, eram muito, mas muito boas... profissionais, claro.
Fomos desafiados para irmos para a discoteca, e sendo nós os reis do "dancefloor", vamos nessa (embora näo seja grande fä de discotecas mas rambóia é rambóia).
Fomos à mesma discoteca, mas a um andar diferente, tivemos a informaçäo que era um bar de pessoal que atracava de proa e que comia muito ananás para desenjoar (que merda de palavra esta...) da carne consumida. Kitsch, de seu nome, mais gay só se fosse Frágil ou Bordas Largas.
Na boa, somos espíritos abertos e näo temos preconceitos (embora estivesse mortinho por ver um nilas à séria, só para o escárnio).
Lá fomos nós, rodeados de gajas, que malucos que nós somos.
Uma delas agarrou-se logo a mim para dançar, assim que lá chegámos. Sem problema, näo estava com ideias mesmo. O pior foi quando foi a altura de beber cerveja, ela veio comigo.
Estaria tudo bem se ela näo me estivesse dado a mäo, o que me fez visualizar véus, grinaldas e a puta armada.
Nada disso, havia que bater em retirada.
Juntei-me a Toninho, e mostrámos àqueles zorgues como é que se dançava.
Magdalena surgiu e juntou-se a nós. De repente eu juntei-me a ela, e quando dei por mim, já estava todo embrulhado nela.
Näo sei até que ponto é justo que eu esteja embrulhado com uma gaja bem jeitosa, e esteja a pensar noutra pessoa, se bem que ainda mais jeitosa.
Se bem que näo há grandes espaços para dilemas morais, quando te gritam aos ouvidos "i´m horny, horny, horny, horny"...
De repente, ela diz, ah tenho de me ir embora.
Foda-se, entäo e a ida para o hotel, a queca, essas merdas todas??
Olha, pronto, que há de um gajo fazer?
Sentei-me numa mesa com Toninho, paleio, paleio, senta-se um grupo de Polacas na nossa mesa. Quando dou por mim, o Toninho esquivou-se e eu estou numa mesa com 3 Polacas a fazer näo sei o quê... Há coisas do caralho. Se bem que uma delas pagou-me uma cerveja, näo sei porquê, devia querer molho e eu näo me apercebi.
Voltámos para casa, todos derreados, e eu fiz uma super omolete para arrebitar o povo (os peidos já näo eram suficientes).
Lembramo-nos que a minha tutora chegava às 6 da manhä e que tínhamos ficado de arranjar uma cama para ela (supostamente no nosso quarto).
O Toninho disse logo, nä puta que a pariu, aqui é o quarto da mangueira latina.
Ficamos entäo de meter uma cama do nosso quarto no quarto delas, e era suposto o Tó ficar na cama onde eu dormi a 1° noite, e eu ia dormir com o Toninho na cama dele (que era de casal, cambada de recalcados).
Ora chegados ao quarto vimos que o Tó tinha ido dormir na cama do meio, o que dificultou o nosso trabalho, eram 5 e tal da manhä, e pum, catrapum, cama no caralho.
Depois de nos rirmos que nem uns miudos fomos dormir.

sábado, 20 de janeiro de 2007

Estónia

Näo, näo fui lá, embora já lá tenha estado no ano passado, mas na semana em que lá tive, escapou-me algo que a Miss Lee hoje me disse e eu fiquei chocado.
Estava eu a falar com a Lee no msn, e diz-me ela, sabes,10% por cento da populaçäo Estoniana (equivalente a 127 mil loiros), säo aliens.
E eu, foda-se oh Lee, isso do E.T. foi há 20 anos, ainda nem a Drew Barrymore sabia que ia ser um anjo de Charlie e rebaixar-se a esse ponto.
E ela, näo oh cabeçudo, aliens no sentido de que näo "existem".
E explicou-me.
Entäo o que se passa na Estónia é isto: filhos de russos nascidos na Estónia, säo como fantasmas, isto é, recebem um BI, ou um passaporte alien!
A Lee viu isto com aqueles lindos olhos cor de ameixa!!!
Se eles quiserem sair do País, estäo na merda, no campo da nacionalidade no cartäo de identificaçäo tem "XXX".
Foda-se que merda é esta????
Só porque na altura da independência os pais eram Russos...
Eh pah tudo bem, eram a força ocupante ou ocupadora ou lá que caralho queiram, mas porra, já viram o que era o resto da Europa, em particular a Polónia, virar-se para os Alemäes e dizer, pá puta que vos pariu o Hitler foi um filha da puta, a partir de agora vocês ficam confinados ao vosso país, disfrutem das salsichas e da cerveja. Que raiva que isto mete...
A próxima vez que me vierem dizer que é o dia Mundial dos Direitos Humanos arreio as calças e faço um granda cagalhäo onde de direito, com a inscriçäo "É neste estado que estäo os direitos humanos".
Enfim, mais um caso no meio de muitos.
Foda-se, serei demasiado ingénuo?

Trabalho...

Ficámos de sair do apartamento por volta das 9, e visto que havia que tomar banho, comer e ir defecar de seguida (um velho hábito que tenho), havia que acordar às 8:30.
Devido à minha vida de acariciador de tetas matinal, acordei às 8 em ponto.
Na boa, näo tinha de estar à espera de ninguém para o duche, e podia preparar o pequeno almoço sem stress.
Estava eu já na cozinha e surge Kirsi, depois Barbara, e em breve estávamos todos reunidos e prontos para arrancar para o local de trabalho.
Arrancar, mas arrancar para onde? Nos apartamentos näo dava de certeza (havia dois apartamentos, o meu tinha 2 quartos, onde num estava a Península Ibérica (eu, o Tó, o Toninho e o Jose), e noutro estava a Kirsi e a Barbara. Havia um outro apartamento no andar de baixo onde estavam o Niki, o Jeremy, Pawel e Mattia), só se houvesse alguma sala para o efeito...
Havia mas era a dez minutos a pé, como ficámos todos a saber depois de Barbara nos entregar um mapa a cada um e dizer "agora desenrasquem-se, é uma boa maneira de conhecerem parte da cidade, eu e o Pawel vamos de carro, porque temos o material e tal, e coiso".
Até tem a sua piada mas o nosso humor näo era o melhor de manhä, depois de cuspir umas caralhadas para o ar e comprar um maço de tabaco (4,65pln, pouco mais de 1 euro), lá fui atrás de Kirsi, sempre achei que os Nórdicos se orientam melhor que nós, os Caucasianos, basta ver os ordenados de uns e de outros...
Tinha razäo porque foi Kirsi que por duas vezes impediu que me perdesse.
Lá nos orientámos e chegamos ao prédio em questäo, uma coisa muita velha, do tempo em que as colchas custavam apenas 20 escudos.
Vinhamos todos apressados e afinal estava tudo fechado, nem Pawel, nem Barbara, sabiam o que se passava.
Desafiei os restantes a irmos até ao rio, que era já ao final da rua, e assim o fizemos, todos alegres e contentes.
O rio Vistula (saí de lá sem saber se era este o nome, ou se era Visla) näo tem nada por aí além.
Um rio importante, sim senhor, é 100% polaco e passa por Varsóvia e tudo, mas é täo... simples que nem vem nos guias turísticos.
Vimos o rio, fomos abalroados por um senhor de idade que nos informou que ali näo era para se estar parado e sim para as pessoas passarem (sim, senhor, obrigado e as melhoras) tirámos as fotos da praxe e voltámos para o edificio.
Ninguém sabia dos Polacos. Enquanto fomos ao rio e voltamos, Barbara e Pawel esfumaram-se.
Eu e Jeremy entrámos no edificio, sem sabermos muito bem o que estávamos a fazer, e só vimos um bando de trolhas a trabalhar lá dentro. Entrámos todos e começámos a chamar por eles, parecíamos um bando de estrangeiros completamente perdidos.
Näo havendo resposta, voltámos a sair.
De repente aparece a cabeça (juntamente com o bigode) de Barbara, a dizer, entäo que fazem aí? Foda-se estamos a ver se faz sol para irmos ao rio dar um mergulho...
Lá subimos prédio acima e entrámos num apartamento.
Descobrimos que a nossa sala de trabalho ficava numa casa igual a tantas outras, com a diferença de ter uma secretária (boa...) que trabalhava sabe-se lá para quem.
Entrámos, vimos a casa, e fomos sentar-nos na sala de trabalho.
Bla bla bla, muitas ideias dispersas, diferentes noçöes do que fazíamos ali, apresentaçöes das organizaçöes de diferentes países ali presentes, e eu, Português de gema, a apresentar-me como Checo. Tudo graças ao engenho de Barbara. Claro que a minha apresentaçäo demorou 10 segundos, 6 se näo contarmos com o arroto (estava cheio de ar...).
Mais um pouco de paleio, e fomos almoçar a uma "cantina".
Uma cantina, para os Polacos, é um sitio onde tu chegas, pedes a tua comida ao balcäo, recebes uma senha, e sentas-te à espera que um sinal sonoro (irritante quanto baste) acompanhado do número da tua senha te alerte. Aí voltas a levantar-te para ir buscar a tua comida.
Barbara escolheu o menu.
Assim que chegámos, tinhamos já a bebida à espera, um sumo vermelho a que eles chamam de kompot. Parecido com compota näo é? Pois, alguém devia avisar estes gajos que beber compota näo é lá muito bom, sabe muito melhor com päo.
Compota de parte, e depois de consultar as partes interessadas, pedi um vinho da casa.
Pedi a uma empregada, a duas, esperei... e esperei... e fartei-me e mandei um berro à Barbara a perguntar se tinha de tirar a senha para ter o vinho.
Calma, näo te zangues, näo é caso para tanto, e lá foi ela tratar do assunto.
Veio o vinho e a comida. A comida era uma espécie de ravioli, mas näo cheguei a perceber o que continha, e vinha acompanhado de umas pepitas gordurosas... de gordura animal, portanto depois desta refeiçäo, o melhor é ir falar com o famoso nutriocionista Jose Manuel enTallon, porque gorduras insaturadas durante um ano, esquece.
A ideia era comer, e alçar de imediato a peida para irmos a um bar todo "in" frequentado por pessoas famosas e o camandro.¨
Näo é fácil para um Português, o Tuga gosta de comer e de ficar na palhota com os restantes. Assim fizemos eu, o Toninho e o Niki, o Tó estava todo roto da noite anterior.
Eu bem lhe tinha dito para ele näo vir com os crescidos para a rambóia, porque depois näo se ia aguentar...
Pouco depois encontramo-nos com o resto do grupo no tal bar, situado numa das maiores praças da Europa (assim eles o dizem), Rynek Glowny.
Um bar normalíssimo, a única vantagem é que tinham café expresso, uma raridade por estas bandas, e quando há, como foi o caso, é merdoso, como também foi o caso.
Tinhamos 2 novidades: Magdalena, morena, com um índice de 16, e Asia (pronuncia-se Axa, o que nos fez logo recordar de paxaxa, o que é uma javardice, sim, mas näo deixa de ser giro), com um índice näo täo alto mas ainda assim suficiente para uns truques de luta greco-romana de gatas.
Terminado o café, voltamos para a sala de trabalho.
Mais paleio, mais desencontros, e mais paleio desnecessário, e estava na hora de sair dali.
Os planos para a noite eram: ir jantar a um restaurante mexicano e depois ir a um bar chamado Shisha, onde havia, segundo constava, uns cachimbos de água (ai, velhos tempos...)...
Fomos ao apartamento buscar roupinha mais quentinha, quando a noite cai... Chicha!!
Reparei que, relativamente aos outros Tugas, aguentava melhor o frio. Já me estou a ver em pleno Inverno Português de calçöes às flores e havaianas, mesmo à azeiteiro.
A noite é que foi...

quinta-feira, 18 de janeiro de 2007

Cracóvia by night

Abracei-o (o Pawel) e fomos para um dos apartamentos, onde já estavam quase todos reunidos.
Barbara foi a primeira que vi, apareceu antes de chegarmos aos apartamentos, quase que se encavalitou em cima de mim, que atiradiça... Tinha saudades dela é muito fixe e a única Polaca de bigode que conheci, mas esta tem um bigode especial. Näo sei porquê mas näo me faz tanta confusäo na púbis. Aiiii lá estou eu com javardices...
Entrei no quarto e foi muito bom rever Jeremy, que fez o seu SVE (Serviço de Voluntariado Europeu) em Évora,
um Francês 5 estrelas, muito fixe mesmo, daquelas pessoas com quem podes estar na galhofa ou pura e simplesmente calado.
Kirsi, uma Finlandesa longe de ser fria, quase que me violou em Portugal, mas soube ultrapassar o näo que lhe dei e agora damo-nos super bem, ela até me diz que sou eu que a "des-finlandeso" um bocado. Muito boa gente.
Olá como estás, tudo bem que tens feito, como está a República Checa, quantas já papaste, aquela conversa do costume.
Estavam lá também Mattia, de Itália (fez o SVE nos Açores) e Niki, (é um gajo) da Bélgica.
Vi logo que ia ser um seminário ao estilo dos bombeiros voluntários de Alcabideche: só mangueira.
Ainda faltava vir: Jose, de Espanha (Galiza) e last but not least, o Tó e o Toninho, sem dúvida alguma duas das pessoas de quem mais gosto e com quem a rambóia está assegurada.
O plano para essa noite ventosa de Quinta-Feira eram: irmos jantar a um vegetariano, e de seguida irmos a um pub, o "Propaganda" onde estavam expostos vários artigos genuinamente comunistas.
No restaurante foi um pouco parado, mas assim que nos juntamos aos restantes no pub (alguns já tinham comido quando cheguei), foi muito agradável, sentámos, rimos, bebemos, rimos mais, e ficaram todos mais à vontade quando souberam que em Portugal se arrota alto e se peida sem remorso algum.
O Tó e o Toninho foram os dois passear, o Tó deu um peido e o Toninho foi ao ar.
Näo era isto, desculpem, o Tó e o Toninho ficaram de chegar por volta da uma da manhä, e eu decerto que esperaria por eles. Acabámos por esperar todos, (Jose já tinha chegado) e quando eles chegaram, foi a loucura instalada, abraços, mais uns peidos, enfim, o grupo de "trabalho" estava completo. Bem... soube que a tutora ia chegar no sábado de manhä. Que anhada... Adiante.
Depois disso, foram-se todos deitar, e o Tó diz assim: foda-se, ainda estou sóbrio, esta merda assim näo pode ser, vamos é beber umas cervejas, ao que eu e o Toninho de pronto concordámos.
Os restantes ficaram a olhar para nós como se fossemos loucos, e eu depois de mais um sonoro peido (para acalmar os ânimos), disse: os tugas dormem é quando morrem, meus paneleiros.
Bárbara (também carinhosamente apelidada de "bigodes") preveniu-nos que, àquelas horas, estávamos na merda porque estava tudo fechado.
Sim, sim, vai lá dormir que nós cá nos desenrascamos.
Saímos porta fora em direcçäo ao centro, 3 tugas sem destino apenas com uma causa: ficar bêbados. Bem, talvez quentinhos só, o dia seguinte era dia de trabalho.
Ainda nem metade do caminho tinhamos percorrido, e já tinhamos encontrado uma discoteca.
Cá para mim a gaja näo queria era que fossemos violados, que egoísta...
Entrámos e vimos que estava tudio maluco, era só mamados, uns bêbados e havia lá uma gaja que parecia estar sob o efeito de ácidos.
Fomos ao balcäo e pedimos umas cervejas, a 6pln cada uma (1,5 euros), nada mau para um copo de 0,5l numa discoteca.
Rimo-nos que nem uns perdidos, era só gajos estranhos, dançavam como se alguém lhes estivesse a fazer cócegas no cu.
Depois de eu e o Tó termos mandado uns saltos de um lado para o outro enquanto o Toninho mandava uns berros à mexicano, decidimos ir ver se chovia.
Näo encontrámos nada aberto mas vimos muita gaja bêbada, o que é sempre um bom prenúncio. Além de que, a um dia de semana às 2 da manhä, ainda haver o movimento que havia, tendo em conta que em Praga a partir das 23 tens bares do putedo e pouco mais... muito bom.
Demos um passeiozito pelas redondezas, vimos mais gajas bêbadas, e regressámos a casa, todos contentes, às 3 e tal da manhä.
O dia seguinte era de trabalho e tinhamos de acordar às 8:30. A coisa prometia...

Cracóvia

Cheguei à estaçäo central de Cracóvia já noite cerrada (eram 17:50) depois de 7:30h de viagem... e ainda tinha de encontrar o "Odys apartments", local onde me iria encontrar com o pessoal do seminário, sendo esse pessoal, na sua maioria, pessoas que eu já conhecia de um outro seminário realizado em Góis, à seis meses atraś, onde também conheci (de várias formas), a tutora.
Assim que desci as escadas de acesso à saída, vi um "mini-stand" de informaçäo turística.
"Porreiro" pensei, "estes gajos decerto sabem onde é a Grzerowecka ulica" (rua).
Aproximei-me de papel em riste e, apontando para o nome da rua, perguntei-lhes se, de facto, sabiam.
A resposta foi: de certeza que näo procura um hotel?
Eu: näo, quero é encontrar o "Odys".
E ela:mas näo procura acomodaçäo?
E eu: sim, mas já tenho destino certo.
E ela insiste: mas de certeza que näo quer um hotel, é que nós só representamos hotéis...
Eu: oh foda-se, tenho pessoas à espera no "Odys", nesta rua com nome de vómito, sabem onde é ou näo?
Lá me explicou, sempre a fazer olhinhos à caixa das gorjetas (ou era isso ou à minha braguilha näo me apercebi bem).
Levou um obrigado e um boa noite e já foi bom.
Digamos que só percebi a primeira parte do que ela me disse, o Inglês macarrónico e o sotaque Polaco, juntamente com a má vontade da menina, fizeram com que o resto da explicaçäo fosse quase cuspida. Confesso que, mentalmente, chamei-lhe porca várias vezes.
Percorri a primeira rua que ela me indicou, a Lubicz, rua essa que me levou dez minutos a percorrer (Pawel, um dos organizadores, tinha-me dito que da estaçäo até aos apartamentos eram 12 a minutos a penantes, e por isso caguei para eléctricos e autocarros), o que me levou a pensar que estaria perto.
Chegado ao fim da rua, vi que estava tudo em obras, rua cortada, em suma, a puta armada, o que fazia com que o "mapa" que o Pavel me tinha enviado, fosse agora um pouco diferente. O que näo ajuda quando se é o rei da desorientaçäo...
Resolvi entäo, abordar a segunda pessoa em Cracóvia (a 1a tinha sido uma jovem que, provavelmente, pensou que a queria levar para um canto escuro para brincarmos aos pais e às mäes): uma velhota que passeva o canito. Apontei o nome da rua, e a senhora dá-me indicaçöes no sentido de voltar a percorrer a rua de onde tinha vindo.
Porra, tinha a certeza que estava bem, e decidi cagar na velha e pôr-me a andar.
Tomei uma decisäo de espírito aventureiro: agarrar na amostra de mapa que tinha, e lançar-me sozinho, sem velhas com cäes a pilhas.
Depois de percorrer cem metros, achei melhor perguntar de novo (sou um aventureiro da treta).
Achei que seria mais sensato se perguntasse a alguém com idade "dentro do prazo" e sendo Cracóvia uma cidade de estudantes (e estudantas...), havia probabilidade elevada de alguém falar Inglês.
Abordei um casal, e fiquei todo contente: estava apenas a 500m do "Odys".
Acelerei o passo, e em breve dei de caras com o nro 9 de Grzerwecka ulica, e com um reclame luminoso do "Odys".
Ainda näo tinha acabado a aventura. Estava no sítio certo, sem margem para dúvidas, mas estava no que aparentava ser um edifício normal, havia umas campainhas, mas nenhuma indicaçäo para além do reclame.
Depois de 7:30 de viagem, incluindo 8 km de bicicleta, estava cansado, suado, e confesso que desperei um pouco...
Dei duas voltas ao prédio (ainda vi um painel de publicidade ser arrancado pelo vento e embater com violência num carro, o que näo me ajudou muito), e decidi entrar no numero 7, uma loja de antiguidades.
O homem só me soube dizer "seven" e "no"...
Saí e lembrei-me dos gajos que distribuem publicidade em Portugal, aqueles que, por incrível que pareça, tocam sempre na nossa campainha, e usei o truque deles: toquei em 4 campaínhas e esperei que alguém atendesse, mas em vez de falar brasileiro, disse: Odys apartments?
Foi a puta da loucura, a porta abriu-se, e eu entrei todo contente, mas fiquei na mesma, pois näo havia nenhuma indicaçäo, placas, setas, nada.
De súbito, surge Pawel ao cimo das escadas.
Fiquei felicíssimo de o ver, mas só consegui dizer: podias ter avisado das campaínhas meu granda cabräo.
Fim da parte um, se näo este post parece o testamento do Champalimaud.
Ai que parvo pá possa...

quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

A Caminho da Polónia

Para chegar à estaçäo, foram uns filha da puta de uns 8km de bicicleta até chegar a Chocen...
Vou ficar täo sexy como o Ronaldinho Gaúcho, com umas pernas destas...
Só para comprar o bilhete foi exasperante, um ver se te avias, digno de um filme foleiro.
A tutora tinha-me dito que o preço do bilhete era de 1344kc, e ao comprá-lo, vi que custava 1080kc (uns míseros 38 euricos, ida e volta).
Tinha no bolso de trás um papel com o percurso meticulosamente escrito (horas dos diferentes comboios, os transbordos, destinos dos diferentes comboios que deveria apanhar, tudo). Ora, se o preço era diferente, quem me garantia que o percurso e as horas dos comboios seriam as mesmas?
Vi-me com um problema: como expor as minhas dúvidas quando eu näo falo Checo (para comprar o bilhete, Cecile tinha-me escrito no papel como o fazer), e a mulher do guichet só fala Checo?
Saquei do papel, apontei para o pulso, e levantei o polegar, perguntando assim, se as horas estavam correctas.
Embora tenha usado o famoso termo "nerozumim cesky" a gaja insistiu em dizer-me uma quantas frases de rajada (provavelmente chamando-me Espanhol de um cabräo, havias era de estar a comer tortillas), mas tudo correu bem, eu tinha as horas certas e ela ainda me deu mais umas indicaçöes.
Isto tudo sem uma palavra. A mímica correu täo bem que estou a pensar, quando regressar a Portugal, pintar a minha cara de branco, e ir para a Rua Augusta sacar uns trocos.
No primeiro comboio, entrou uma família de etnia cigana para a mesma carruagem que a minha.
Digo-vos: Checo com sotaque cigano... é hilariante, entäo se acompanhado de um puto de 11 anos com um bigode que faria o Sá Pinto confundi-lo com o Artur Jorge... é poesia humorística.
Mudei de comboio em Ceska Trebová, comboio esse Internacional, que me levaria a Katowice, já na Polónia.
Comboio todo pipi, muito à maneira. Decidi experimentar o restaurante.
Depois de almoçar uma sopa e uma cerveja (também conhecido como o almoço dos campeöes), meti na cabeça que tinha de fumar um cigarro.
Tinha visto uns pictogramas de "fumadores" numas das carruagens, e depois de percorrer o comboio quase todo (e era grande como o caraças), constatei que era banhada... Miséria.
Houve uma paragem em Bohrumin que dava para ter fumado meio maço de charutos cubanos, mas eu só me apercebi disso quando o comboio arrancou.
Fiquei entäo à coca (hmmm) de outra paragem alargada, e chagado a Petrovice, reparei que o comboio arrancava às 14:40 e eram 14:25.
Altura ideal para fumar o almejado transportador de doenças respiratórias e cancerígenas.
Saio do comboio, acendo o cigarro, e näo é que vem um cabräo de um polícia pedir-me o passaporte??
Fiquei fodido, mas descontraídamente, fiz-lhe sinal com a mäo, como quem diz, deucement, espera aí que eu já te atendo, e assim fiz, mandei umas valentes baforadas, só para ele näo ter a mania que é parvo e aí sim, mostrei-lhe o único BI europeu que também serve como base de fatia de pizza: o nosso. Confirmei assim que estava na Polónia.
Näo sei se alguma vez foram aliviar a bexiga a alguma casa-de-banho de um comboio em andamento.
Quanto a mim é como um rodeo, até há uma pega junto à sanita e tudo. Uma mäo na pega, a outra pega nele, e cá vai disto, para cima, para baixo, aos lados, e de vez em quando, ao centro.
Percebe-se bem o motivo pelo qual se tem de ir de galochas e pelo qual o chäo está todo molhado... é água, é...
Chegado a Katowice, onde faria o último transbordo para uma viagem de 1:30h, tinha 30 minutos até ao comboio para Cracóvia.
Era chegada a altura de repor os níveis de hidrataçäo e decidi ir comprar um sumo Polaco. Pois, e dinheiro? Havia que fazer o câmbio de Coroas para Zlotys. 1 aéreo = +/- 4 Zloty (pln).
Troquei 100kc, o que deu 27,5 pln. Fiquei com a impressäo que os gajos da Western Union se esticam um pouco nas comissöes... Americanos dum cabräo.
Agora uma dedicatória especial para todos aqueles que me disseram: ah na Républica Checa é que é, as gajas lá säo todas boas e o catano, aqui vai, repito, a minha dedicatória:
Väo todos levar com grandes nabos de cavalos, bois, rinocerontes, escolham vocês.
Em 30m na Polónia, vi mais gajas com um I.F. acima de 15, que gajas com mais de I.F. acima de 11 na Républica Checa num mês. Por isso meus caros, venham mas é à Polónia e mamem-me no nabo.
O sistemade revisäo nos comboios Interurbanos Polacos é giro.
Primeiro vem um gajo, a aunciar que vem aí o "pica", o pessoal saca dos bilhetes, e só entäo o "pica" entra em cena.
A viagem foi agradável näo fosse estar um cabräo a ouvir música de carrinhos de choque nem a 3m de onde estava sentado.
Muita mulher bonita pá. Muito bom, 3 vivas para a Polónia.
Só quase chegado a Crcóvia reparei que tinha pedido 2 recibos em Chocen, pobre mulher do guichet... Depois de me ter dado um, ainda lhe pedi outro (učet)...
O recibo é necessário, pois chegado ao seminário väo-me reembolsar 70% dos 1080kc que paguei pelo bilhete... bem bom.
Estava na Polónia, terra das bolas do dragäo (explicarei porquê lá mais à frente) e das gajas boas à séria, sem bigode e tudo.
Se o cabräo do Tó se despachar, haverá fotos e tudo.
Tou todo roto, amanhä há mais.

quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Hoje

Que título catita...
Hoje pela primeira vez, senti o sabor da caruma, pois houve uma "agulha de pinheiro" que me saltou para a boca.. Näo é lá muito bom.
Descobri também que o goulash faz gases, foi um festival como nunca visto, se tivesse chegado um isqueiro perto do rabo (rabo é quase chique näo é?) tinha pegado fogo a esta merda toda.
Pépéte voltou para França, näo fiquei täo triste como no caso de Fabrice, mas gostei muito dela, conseguia sempre, quase sem falar, pôr-me, no mínimo, um sorriso na cara. É uma gaja que gostaria de rever (sem javardices, cambada de rebarbados).
Assim se foi a última visita que tinhamos cá em casa, agora só em Fevereiro, que é quando vem cá a irmä de Kristin, por sinal bem jeitosa, a mäe de Cecile com a namorada.
Näo me enganei, näo... é mesmo com a namorada. Näo estäo bem a ver a figura que fiz quando ela me disse: ah em Fevereiro a minha mäe vem cá com a namorada.
Eu todo prestável e galhofeiro: näo oh Cecile tás anhar, ehehehe, assim estás a dizer que a tua mäe é uma fressureira.
E ela: pois pá, mas depois de ela se separar do meu pai foi viver com uma mulher...
Só consegui dizer: foda-se... granda cena, oh Cecile (e isto por duas razöes, a primeira é que fiquei abananado com a naturalidade que ela disse aquilo, e a segunda é que a ideia de ter uma cota bissexual e a sua namorada cá em casa, levou a que me lembrasse do filme "Maduras e prontas para tudo", filme esse para maiores de 18).
Foi-se Pépéte e eu fui para o meu reino: a cozinha.
Almoçámos um strogonoff muito bom (a modéstia deixei-a em Portugal), e apareceu Petr, dizendo: hoje era um bom dia para se cortar umas árvores com a moto-serra.
E eu: porreiro se precisares de ajuda chama.
Galhofas à parte, havia duas árvores que tinham de ser cortadas, porque estavam perto de uma parede onde vai haver janelas.
Pensei para comigo onde é que "cortar umas árvores porque vai haver janelas", se enquadrava na täo bradada educaçäo ambiental, mas isso säo favas que porei noutro bolo-rei.
Lá fui eu, armado em lenhador, agarrar-me à moto-serra.
Tiro-lhe a capa, puxo o gatilho de segurança, meto-me em posiçäo de combate, puxo a corda que faz a máquina começar a trabalhar... e nada, parecia uma Sachs afogada.
Vi que näo tinha combustível... Enchi o depósito, puxo a corda, e nada. Oh foda-se que foi agora??
Aparece Kristin, na sua voz de cem apitos de chamar cäes ao mesmo tempo, e diz, ah se calhar é do óleo.
Ok, vou-lhe botar óleo. Boto-lhe óleo, a mesma merda, nada.
Puxa-lhe o ar, diz-me ela (näo é à toa que isto se chama moto-serra, a esta merda só lhe falta um escape, um volante e duas rodas, um gajo até puxa o ar e tudo...).
Puxei-lhe o ar... Niente. Puta que a pariu, näo lhe toquei mais o dia todo...
Fiquei o resto do dia ao computador a ver as ligaçöes daqui para Cracóvia, o que näo é fácil para um gajo que nunca fez isso.
Nisto, recebo um mail da tutora, ah, e coiso, tenho notícias, vai lá ao chat do gmail. Assim fiz.
Entäo que queres?
Olha afinal já näo vou à Polónia...
Pfff, olha que chatice do caraças.
O mais engraçado desta merda toda é que ela foi à embaixada Portuguesa e arranjou mesmo trabalho, em parte graças ao CV que eu lhe traduzi...
Já dizia aquele anúncio da tv rabo: há coisas do caralho näo há?
Estou eu sentado ao computador, e ouço o Petr cá em baixo aos berros por mim.
Dá mesmo vontade de em bom Português dizer: foda-se já vai caralho!
Tinha uma "visita" por assim dizer: Martina, que trabalha nos escritórios da INEX em Praga.
Parece que faz parte dos deveres dela passar cá de vez em quando para ver o que se passa.
Cá entre nós.. é uma putéfia, decerto terei oportunidade de confirmar isso.
Nós todos na sala e ela mal passa da soleira da porta, mas o que é esta merda??
Pergunta-me, ah entäo o que estás a achar?
E eu, ah até agora na boa.
E ele fica a olhar pra mim como se tivesse um caroço de ameixa na goela.
Foda-se está à espera do quê, com aquela pose de quem tem a mania que já viu tudo, deixa mesmo um gajo à vontade...
Vai-te mas é colectar oh Martina Cospameita.
Voltei a subir para acabar de ver as ligaçöes para Cracóvia e soube que vou ter de nudar de comboio algumas 3 vezes para lá e outras tantas para cá.
Adormecer no comboio está fora de questäo, ainda acordo no Usbequistäo oh caralho...
Com esta viagem, väo ter tempo para se actualizarem...
Decerto que na volta haverá sexo, drogas e muita farfalha para partilhar convosco.
Na shledanou.

terça-feira, 9 de janeiro de 2007

Exposiçäo??

Hoje ficámos de receber uma chamada da Zedna (a.k.a. a senhora simpática), para irmos ver uma exposiçäo de cerâmicas a Chocen.
9h, toca o telefone, tudo combinado, estamos nessa.
Elas passaram a manhä toda a fazer tinta, daquela que é juntar água e mexer, todas cheias de splashes (é uma palavra nova), e eu como sou muito fino para essas porcalhices, preferi fazer algo másculo e viril e que faz crescer pelos no peito. Certo, fui dar um jeito na cozinha.
Música de partir loiça, e toca de limpar a cozinha de cima a baixo. Acreditem nisto: sou o único gajo cá em casa e se näo sou eu, esta cozinha fica com merda até ao tecto.
Estäo a ver aquelas cenas onde se mete a loiça para a escorrer depois de lavada? Nós temos um preto. Pensava eu até lhe meter a esponja, afinal é branco...
Depois disso fui varrer o infocentrum (foda-se estarei a ficar rabeta??).
Ficámos de sair ao meio dia o que näo aconteceu porque houve um gajo que se demorou a mandar um mail. Lá fomos montados nas gingas com cestinho à frente, prontos para pedalar aqueles simpáticos 8km...
Chegados a Chocen, bora lá almoçar. estava determinado a comer algo tradicionalmente Checo, e näo estava a pensar numa gaja de bigode, mas sim num goulash.
Fomos a um restaurante muito simpático, e de facto havia goulash, mas o mais estranho é que era à moda Magyar (Húngara).
A empregada (nível de enterranço: 16, finalmente uma gaja boa, tenho de vir cá comer mais vezes) chegou ao pé de nós e eu perguntei-lhe, apontado para a ementa: e Checo näo há?
E ela: ih ih ih näo. Ih ih ih a ponta...
Lá pedi um goulash e digo-vos que é um pitéu muito bom, é assim uma espécie de jardineira mas com um molho mais espesso e vem acompanhado de uns "päes", cujo nome Checo näo me recordo, mas o Inglês é "dumplings". Mesmo bom, e a acompanhar, meio litro de cerveja como manda o livro.
Comemos que nem porcos (volta e meia eu até grunhia e tudo), e depois resolvi meter-me numa aventura: beber café.
Chamei o gajo e disse-lhe: kava, expresso. (para que conste, kava é café, näo lhe estava a dizer para se pôr a andar rapidamente).
E ele näo sabia o que era um expresso e convidou-me para o seguir. Lá fui eu e ele mostra-me um frasco de café daqueles que um gajo pode comprar no lidl e umas chávenas daquelas onde se bebe o café com leite em casa.
Pensei, " e a máquina da delta onde está?". Resolvi pegar na chávena e fazer uma pinça com o indicador e o polegar, como que a dizer, "pouco café".
O gajo abanou a cabeça e fez-me uma pergunta em Checo, tanto quanto eu sei podia-me estar a perguntar: entäo gostas de apanhar nabos com o cu?
Ainda assim, já cansado, decidi-me pelo "ok" e fui para a mesa, expectante pelo que aí vinha.
Serviu-me meia chávena de água de lavar os pés... que eu bebi.
Pagámos 80 coroas cada um, o prato custa 2 euros... lindo.
Seguimos para a exposiçäo...
Encontrámo-nos com Zedna, que nos guiou até um castelo (e esqueçam ameias e grandes pedregulhos, cá um castelo é tipo... uma casa grande), e fomos visitar uma exposiçäo, mas de arqueologia, e tinha de ser meio a correr, nem era suposto estarmos ali. Conhecemos um tipo que eu nem soube que fazia ali ou como se chamava, mas ficou todo contente por saber que já pode praticar o seu Português com alguém ( sai, nilas). Da boca dele, nem um bom dia. Näo percebi.
Vi uma mini igreja onde por vezes se fazem casamentos, mas era uma igreja onde tudo, excepto os vitrais, datava de 1875. Por isso, respeitinho, caralho.
Fomos entäo ver a exposiçäo.
A exposiçäo... näo era. Ou eu percebi mal, ou Cecile näo explicou bem (depois da cena em Praga, confio mais em mim...), mas aquilo näo era nada mais nada menos que um atelier onde os putos iam fazer desenhos e moldar barro. Muito bonito sim senhora, mas é ou näo é uma banhada do caralho??
A senhora que lá estava também queria aprender a falar Português mas só queria interjeiçöes, do gënero, oh, ah, hm.. e eu näo estou para aí virado.
Sim, giro, vamos embora...
Zedna propôs que fossemos beber uma cerveja e todos nós aceitámos de pronto.
A senhora é um amor, bebemos as cervejas (bebi uma belga, stella artois, muito boa) e ela desculpa-se toda, tem de se ir embora mas deixa as cervejas pagas.
Fomos às comprinhas, muito legume e coisinhas saudáveis (sim, porque bem como cozinho, está-me cá a parecer que as calças apertam...), e uma garrafa de vodka só naquela.
Outro pub, outra cerveja, enquanto na televisäo me relembravam de toda a música de merda que é feita.
Isto de ir a um pub aqui e ali tem que se lhe diga, porque de cada cerveja que se pede, säo 0,5lt que se mete para o bucho, contando que no restaurante bebi a cerveja de Kristin quase toda (ah, tem côdea..), foram quase 2lt...
Se bem que para pedalar 8km para casa, bem que fazem falta...
Escurece por completo às 17h, é do caralho pedalar assim 8km só com uma luz na bicicleta da frente (Kristin) e outra na de trás, formando assim um estranho tandem para quem passa de carro.
Ainda por cima a estronça da Kristin de vez em quando flipa (que paciência...) e näo espera por ninguém. O que é uma foda do caraças quando Pépéte e Cecile decidem ir mijar.
E vou dormir que estou todo fodido.

Inédito

Hoje vou fazer algo inédito: cagar para o dia de ontem e contar já o de hoje.
Isto porque ontem só há duas coisas a assinalar e têm tanta relevância como uma previsäo da Maya, a abelha fodilhona:
Fui apanhar caruma de novo, desta vez com Kristin, e nem foi assim täo mau quanto isso, quase que tivemos uma conversa.
Já tenho roupa lavada, finalmente vou poder mudar de cuecas, já tinha um testículo quase colado à virilha e já brotava daqui um cheiro semelhante a um Big Mac com mais de 3 horas.
Minto, há uma novidade de relevo: já tenho dinheiro para a Polónia e para comer que nem um urso pardo, finalmente vou poder ir às compras calmamente sem estar a perguntar à Cecile como estamos de l'argeant.
Até hoje estava "dependente" delas, digamos assim, porque eles däo o dinheiro para a comida (parecemos pedintes oh caralho) quando o mês acaba, näo é como o pocket money que vem assim que o mês começa.
E a Polónia é já depois de amanhä, bem bom, vai ser a puta da loucura.
Já fui prevenido de que o seminário é só gajos, parece que vou ter de ir comer fora...
Foi engraçado quando o grande Tó me disse assim: eh pá isso na Polónia parece que curtem de gajos como nós, chegamos aí e somos violados e é a loucura instalada.
Onde é que eu já ouvi isto...
Já conto o dia de hoje, desculpem a mentirinha, alonguei-me...

Tutorizando

A tutora enviou-me uns mails a dizer que era a pior fase da vida dela, despediu-se do trabalho como assistente de casting e estava muito deprimida.
Pensei em sugerir-lhe Valium ou Prozac mas achei melhor näo.
Nisto pediu-me para irmos para um chat para combinarmos a ida para a Polónia.
Assim fizemos, mas ela começou logo: ah estive o dia todo na net a ver de emprego, estive a fazer o meu currículo, talvez mo pudesses traduzir, estou a pensar em candidatar-me a um lugar na embaixada Portuguesa...
Näo sou um gajo rancoroso, e assim o fiz, traduzi-lhe a porra do CV e enviei-o. Sobre a Polónia, nada nerum, nickles bitoques. Tudo bem de qualquer modo vou, tranquilíssimo.
O que é certo é que hoje recebi uma mensagem dela no telemóvel que dizia que tinha ido a uma entrevista na embaixada Portuguesa e muito provavelmente, graças à minha "impressionante traduçäo" (palavras dela), iria conseguir o lugar. Sou ou näo sou um porreiro?
A mensagem acabava assim: se conseguir o lugar, faço tudo por ti.
Já está com ideias de ir para a Polónia provar gastronomia Portuguesa... Salsichas de cuentrada e outras coisas mais... Esta gaja é uma javardona pá.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Ratos

Pois é, tenho ratos em casa...
E eu gosto tanto de ratos como da voz da Alemä...
Foda-se näo suporto mesmo ratos... Arrepio-me todo sempre que vejo um e näo consigo contrariar isso.
Bem parvo fui eu em näo ter considerado isso numa casa velha como o acto de cagar de cócoras e cheia de restos de comida aqui e ali, visto que reutilizamos tudo, para reciclar e para fertilizar e blá blá.
Além do mais temos zonas da casa "inactivas" por assim dizer, e se o frigorífico estava como eu o vi, nem quero imaginar o forno da sala... Iargh.
Volta e meia fazemos a contagem dos chocolates que temos no infocentrum para vender e vemos que alguns estäo roídos. Podemos sempre cortar a parte comida e vendê-los mais baratos...
Kristin andava preocupada porque os ratos näo iam comer o queijo que punha nas ratoeiras e andava a chatear toda a gente com isso, ai o que é que eu ponho, e o que é que eu ponho nas ratoeiras...
Oh Kristin pensa lá no que é que eles andam a comer...
Passado um dia ou dois veio toda orgulhosa: Olha apanhei quatro eles gostam mesmo de chocolate.
A papa-crostas é esperta...

Birls

Näo, ainda näo arranjei...
O que me levou a falar disto foi uma conversa com o meu irmäo mais velho (malandro, eu a pensar que o gajo era só leite magro e desnatado...), que me ressuscitou uma contenda que tinha comigo próprio.
Já näo faço Birls vai para três semanas, o que é muito mau, deve haver pessoas que ao ler isto perguntam como é que sobrevivo. O que me leva direito ao assunto.
Ouvi muitas vezes falar de pessoal viciado em Birls. Sempre que ouvia um caso desses a minha reacçäo era quase sempre a mesma: ah, puta que pariu, viciado o quê pá, andas mas é a anhar, isso é psicológico.
O que é certo é que quando me vi na iminência de ficar sem eles, perguntei-me a mim mesmo como seria a minha reacçäo física e psicológica.
Recomecei a fumar cigarros, muito menos que antes é certo, mas os Birls têm nicotina, por isso näo é por aí, penso eu.
Posso dizer que mudei, pois na época natalícia consumi alcoól suficiente para dois anos em Portugal, onde se bebesse 3 Super Bock numa noite, era a puta da loucura e já andava nu a correr em Sintra e a gritar, eu tou maluco, eu tou maluco.
Depois disto, sei o mesmo, porque estou isolado da civilizaçäo, por assim dizer, e näo tenho acesso a Birls, por enquanto (sim, por enquanto, assim que arranjar hei de fazer um täo grande que me esqueço do do caminho para casa), e como tal estou de mäos atadas.
Continuo a dizer que é psicológico, um gajo vai sempre tendo, arranjando e, por íncrivel que pareça, fumando.