Pesquisar neste blogue

segunda-feira, 25 de dezembro de 2006

Sábado...

Fim de semana... aaaahhh... Ui ca bom, levantar ao meio dia, coçar o direito, depois o esquerdo... Relaxadíssimo certo?
Errado acordei eram 8:30 com uma dor de barriga descomunal e consegui aguentar o Säo Gregório mesmo até encostar as bochechas ao tampo da sanita. Doía-me tanto a cabeça que parecia ter estado a ouvir um episódio inteiro da floribela a cantar.
Depois de um chá e uma aspirina (ambos com o patrocinio Cecile), voltei a dormir e aí sim voltamos ao começo do texto...
Dediquei-me à escrita deste querido blog assim que acabei de almoçar e, em virtude daquele assunto exposto num dos posts anteriores, em que eu dizia que tinha de sair mais
à rua, näo houve nada digno de grande registo até à perto da hora da peça, excepto a chegada das convidadas das quais já vos disse o nome. Estava eu entäo agarrado ao teclado do laptop da Alemä, quando me entram pelo quarto adentro 3 gajas com a Cecile. Eu levantei-me e mirei-as todas num ápice, pensando: tou com uma sorte danada...
A Ucraniana, Zoryana, fazia prai 3 de mim, tanto em altura como em largura o que näo é uma visäo lá muito boa. É uma porreira e isso é que importa (que remédio...)
A Holandesa, Else, bem que poderia ter ido praí mesmo: somewhere Else. Nem um cheirinho a Birls, profere as maiores barbaridades para depois dizer, ah nada, constantemente, só se queixa, faz praí 2 Zoryanas em largura... Ai Pai Natal, portei-me assim täo mal...?
A Francesa, Aurelie, ainda foi a que salvou a honra do convento, embora detenha um índice de fodibilidade de 9. O que no meio disto tudo, upa upa. Sempre disposta a ajudar, toda risonha, e está numa comunidade, näo sei bem de quê, aqui perto. Iremos revê-la no início do ano, pois iremos a Villanova, a comunidade onde ela está para um evento que durará 4 dias, o que me fez desejar ardentemente que fosse uma comunidade de encantadoras de serpentes zarolhas.
A peça começava às 18, eram 17:30 já estava tudo muito expectante, outros nervosos, outros já pronto e outros ainda em frente ao computador. Desci para ver como estavam as coisas e, quiçá, aprontar-me também eu para a peça.
Sarka só me pediu que fizesse o seguinte: que viesse por detrás dos espectadores ( que se encontravam defronte do museu, onde estava o menino Jesus numas palhinhas deitado), e fizesse um ar meio perdido (facílimo, é o meu ar natural), perguntando às pessoas onde estava o menino e qual seria o caminho para o encontrar. É claro que a primeira coisa que pensei foi fazer isso tudo, sim senhor, mas em vez de perguntar onde estava o menino, perguntaria quem estaria disposto a dispensar-me uns Birls (ai que saudades...) ou quem quereria brincar ao agasalha o nabo. Decidi näo o fazer, näo fosse algum paneleiro perceber Português e chegar-se à frente no que toca ao agasalho. Em boa hora o fiz pois mais tarde vim a saber que estava lá alguém que arranhava Português. Já lá chegaremos.
Manto vermelho no lombo, um turbante verde na cabeça, presente para o menino nas unhas, cá vai o Baltazar. Ainda estou a ponderar se porei fotos disso ou näo... Depois de me vestir esperámos na sala, e foi aí que vi quem eram o Belchior e o Gaspar: A Alemä (1,83m) e um Checo que eu nunca tinha visto, Michel ou Mikael ou Michael ou lá o que era (2,35m praí) com cara de elemento dos Franz Ferdinand. O Baltazar era o Rei dos Liliputianos...
Estava combinado que depois da cena em que passávamos pelos espectadores, ofereceríamos a mirra e o resto ao menino e sentar-nos-íamos num banquinho que lá estava para esse efeito.
Chegada a hora cá vai disto, passo pelos espectadores a perguntar:onde está o menino, com um ar meio perdido e com um manto que me fazia pensar que era um Power Ranger, arranco uns sorrisos à plateia, porque aquilo näo parecia um nascimento mas sim um funeral, ofereço o pacote (calma...) ao menino e vou para me sentar quando vejo um miudo, que ninguém fazia ideia o que fazia ali(embora me parecesse que estava mascarado de um dos animais que estava a mandar bafos para o menino Jesus), sentado no meu lugar. Um segundo de pânico depois, sento-me dividindo o colo da Alemä com o do Checo. Que é para näo se porem com merdas de : ah os portugueses säo pequeninos. E ficámos ali 15 minutos a ouvir várias covers da Marcha Fúnebre de Chopin (assim me pareceu).
Finda a "peça" saímos todos contentes quando reparo numa mulher que me olha como eu já escrevi anteriormente. Estava com Cecile, e eu aproximo-me e reparo que é uma mulher na casa dos trinta e pouco, ainda pras curvas, com uns olhos claros. Bonita, longe de ser boa mas com a escassez de recursos que por aqui há...
A primeira coisa que me disse foi: Olá, como estás, bom dia (embora fossem 19 praí). Ok näo é o melhor Português que já ouvi a uma forasteira mas apreciei o gesto e por ali fiquei um pouco.
E começa ela, sempre com os olhos arregalados (fez-me lembrar levemente a bibliotecária de Praga): ah tenho tantas saudades de ouvuir falar Poruguês talvez me pudesses ir visitar à minha vila, para falarmos um pouco, sempre desenferrujava o meu Português, e eu de mim para eu próprio: mmmm está-se mesmo a ver que há aí mais algo enferrujado e a precisar de uma ensaboadela. (os homens säo muita porcos, por isso é que gosto de mulheres).
Na minha ingenuidade digo-lhe: sinta-se à vontade para me visitar aqui sempre que quiser, podemos beber um cházinho e falar um pouco, por mim tudo bem. Nisto ela dá mais dois passos e diz: olha apresento-te o meu marido e os meus três filhos. E eu: ah olá tudo bem? Sorri, reforcei a ideia de que era bem vinda à Casa Azul, e lembrei-me subitamente que tinha deixado um jogo de damas a meio. Estes filmes é que näo, já me bastou a tutora desequilibrada, näo preciso de uma dona de casa desesperada( se bem que a Teri Hatcher...).
Pouco depois a Sarka chega-se ao pé de mim e dá-me das notícias mais estranhas que tive o prazer de receber: há um gajo em Pardubice (há para aqui uns acentos mas näo tou para estar a ir ver ao mapa) que quer que eu lhe dê aulas de Português. Refeito do choque inicial, sorri e ri-me porque a ideia de eu dar aulas a alguém faz-me rir. Olhem se eu apanhasse alguém como eu como aluno? Vai lá vai... A dona de casa ao saber disso, perguntou-me com aqueles olhos azul-água, muito abertos: será que também posso ir? Oh pá pela parte que me toca venha quem vier. Tenho de começar a fazer a tabela de preços... Näo sei é dar aulas mas isso com um pouco de arte e engenho... e uns Birls, a coisa vai.
Mais tarde descobri algo muito interessante: temos na nossa sala uma chama numa vela cujo fogo original provém da caverna onde Jesus nasceu. É uma espécie de chama Olímpica do Natal e está a espalhar-se pela Europa Central. Embora agnóstico, achei muito giro uma corrente deste género.
Depois da peça houve uma festita aqui no infocentrum. Vinho quente, päo com sementes de papoila (ópio??), salada de frutas, e uns gajos em cuja casa decorria a festa onde ofereceram às minhas prezadas colegas os Birls de outros tipos. Tenho de ver isso melhor...
Entretanto pisguei-me lá para cima (até porque só depois é que soube quem eram os gajos da festa), näo estava para levar com este pessoal todo, nem gajas boas havia... E queria que eles todos se fossem para estoirar Birls.
Eles foram-se e eu estoirei o meu último Birls... bbuuhuuhuuhuu...
O resto da noite näo teve grande motivo de interesse, escrevi mais um pouco e fui para a sala anhar com os restantes que já se encontravam em transe profundo de tanto anharem.
Parece que Kristin ainda teve que andar a correr atrás duma ovelha que foi usada na peça, e muito me desagradou näo ter visto isso...
Enfim, amanhä é Natal (aqui).

1 comentário:

Miss Lee disse...

Fotos do Baltazar, por favor!!! quero ver!! És o meu rei preferido!! ah ah ah