Ir às compras foi um fartote, as ruas säo-me diferentes e tudo me é estranho, assim como o facto de haver um supermercado em cada rua, numa vila pouco maior que o meu quarto.
No caminho para a vila íamos a ouvir uma rádio Checa (praí a radio Naesgróvia) e estavam a transmitir, surpreendentemente, músicas de Natal. Estava tudo normalíssimo, até eu ouvir a palavra "condom" duas vezes. A primeira sobressaltou-me ( do género: quésta merda??), a segunda pôs-me a olhar em volta em busca de um olhar de compreensäo, de alguém que me dissesse o que se passava, e o Petr diz-me muito calmo: sim estäo a falar da palavra preservativo. Atentem que näo estavam a falar de preservativos e sim da palavra preservativo, até se deram ao luxo de a pronunciar em francês. Estávamos portanto perante um programa de rádio que depois das musiquinhas de natal, se dedicava à dissecaçäo de palavras como: preservativo. Será que sou eu ou... Enfim
Marcámos o ponto de encontro e separámo-nos. Eu e elas pra um lado e o Petr pro outro.
Primeira paragem, o supermercado, o que näo inclui talho nem vegetais (aqui é tudo separadito, cheguei até a ver uma loja que apenas vendia lapis Hb2). Sem problemas é só agarrar nos produtos e levar para a caixa. Depois o talho. E é aí que tudo descamba. Embora consiga reconhecer muita carne a olho nu (principalmente quando é Checa), havia à volta 475 itens naquele talho que eu näo reconhecia.
Ora eu queria fazer um prato Tuga para o jantar da véspera do natal, e porque näo uma feijoada, sempre dá aquele ambiente täo típico, a familia reunida em volta da lareira e de repente o avô peida-se, a mäe bate palmas enquanto os putos se riem e peidam em alegre diversäo.
Avancei com a Cecile para o talho também ela näo reconhecendo grande parte dos produtos expostos. Isto pode näo parecer nada do outro mundo mas tentem comprar farinheira num sitio cheio de salsichas de toda a maneira e feitio (sim porque isto aqui peixe é mentira e a carne de porco dá para 957 tipos de salsichas diferentes.), onde vocês näo conseguem perguntar "onde está a farinheira", nem conseguem perceber o que dizem as etiquetas. Acabei por comprar o que me pareceu ser chouriço, mais umas carnes manhosas que para lá havia e que seja o que deus quiser, até porque ha-de estar tudo täo bebado que a única carne de que elas väo querer saber é o salpicäo do cozinheiro.
A loja de vegetais foi a puta da loucura, levamos metade da loja conosco e a mulher (que falava Inglês, o que me fez pensar "foda-se até que enfim") deu-nos umas bolachas muitas giras que nem chegaram ao carro.
Depois de meia hora ao frio à espera do Petr, fomos ainda a um último supermercado, para procurar por uma ou quatro garrafas de vinho de 5Ltrs para fazermos vinho quente, uma tradiçäo que os Checos adoptaram dos Alemäes. Uma espécie de sangria mas com um sabor muita merdoso. Se näo meto as unhas nisso depois näo o bebo. Näo encontrámos o vinho
mas demos de caras com um Indiano (ou monhé, como queiram) que nos disse: English? E eu repliquei: Näo oh estúpido, Portuguese. E ele: Portugalsky? E eu: foda-se acho que já falamos sobre isso, have you been there already? E como resposta obtive, além de aquele piscar de olhos intermitente que significa "desculpem mas de momento näo me é possível pensar" algo parecido com isto: aviubidéohredi? Percebi de imediato que estava perder o meu tempo, sorri educadamente e ala que lá vai ele.
Depois de comprar um gelado de pistachio (aí näo há disso), daqueles de pauzinho, fomos buscar uma pizza para a Sarka que estava trabalhar coitadinha. As duas miudas ainda foram tentar mais uma vez achar o vinho, o que fez com que, depois de eu e o Petr termos a pizza, nos perdessemos numa vila com 47m². Com o frio que estava... Ainda tive de ir procurá-las, o que implicou rodar sobre o meu eixo algumas vezes. Depois de ficar tonto elas lá apareceram e fomos para caselas. Ou seja, Birls...
sábado, 23 de dezembro de 2006
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1 comentário:
genial!
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