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domingo, 17 de dezembro de 2006

Deambulando em Praga

No 3° dia lá me decidi a aventurar-me por Praga, sozinho e desamparado. Morei na zona 10 numa rua chamada Spojce e apenas sabia que, descendo a rua, o eléctrico era já ali.
Meti-me no 1° que apareceu, o 6, e, ao entrar, apoderou-se de mim uma pergunta: Vais sair onde pá? Aproveitei este momento de loucura para meter conversa com o sexo oposto nativo.
E agora um aparte: decerto já ouviram falar que as Checas, upa upa, são lindas e isso pra nós é fantástico, porque elas pelam-se por tugas e é a puta da loucura assim que chegamos, somos violados por 4 top-models Checas e enquanto não experimentam da boa carne portuguesa não descansam. Elas gostam é de sangue latino e tal. Bem, vamos lá ver como são as coisas do meu ponto de vista: Loiras de olhos azuis? Já vimos, certo? Penso que se gerou um mito em volta disto, muito por culpa de certos machos latinos que quando cá vêm, fartam-se de fornicar (ou então não).
Portanto é assim: Vi mulheres que me puseram a pensar em coisas que fariam corar o Sá Leão (e o Sá Pinto), mas também as vejo em Portugal, o exotismo de algumas delas não justifica este alarido todo. Já para não falar da quantidade de maquilhagem que se usa, dos 12 aos 80 anos. Essas deviam vir com um aviso de "Perigo: Inflamável" tal a quantidade de maquilhagem que se usa. Para quem pensou "ah mas isso também nós temos cá", é precisamente disso que estou a falar, abécula. Fim do aparte.
Perguntei, em Inglês claro, a uma jovem se o eléctrico onde ambos estávamos iria parar ao centro ou lá perto, e ela diz-me assim: sim, sim sais em Národní Třida e estás no centro. Pois. Depois de um segundo em que a minha apatia a olhar para ela disse tudo, ela apontou para o mapa das paragens e apontou a saída com nome de personagem dos Star Wars. A partir daí fiz uma viagem super concentrado nas paragens onde estava, pois embora houvesse daquelas vozes de mulher coquaínada (de cocaína) a indicar as paragens, continuava num país onde em vez de Praça se dizia Náměstí.
Chegado a Národní Třída (a propósito, este "Ř" lê-se pronunciando o r como em "pronto", juntamente com o s na palavra inglesa "measure". Tentem fazer isso só pelo gozo. É, näo é?) outra vez perdido. Deambulei por umas ruas movimentadas, usando o nosso instinto básico de andar em rebanho, até que ouvi alguém a falar Inglês perfeitamente, pelo que me virei para trás e cuspi de rajada algo parecido com isto: alguma de vocês conhece isto? Eram 2 Americanas com os seus 18 anos, e estavam em Praga há 4 meses não sei muito bem a fazer o quê. Foram umas porreiras, levaram-me com elas (e é por isso que gosto de pensar que tinham pelo menos 18) até a uma Praça enorme, Staroměstské Náměstí, cujo "tema" era uma Casa do Município, Staroměstská radnice, um edifício imponente. A praça encontra-se cheia de barraquinhas do comércio de natal, e tem uma árvore de natal grande, não é a maior árvore da Europa, mas tem como vantagem o facto de ser uma árvore e não um turbilhão de metal cheio de luzes tecnotrónicas. Muito bonito.
As primas do Bush tinham-me também aconselhado, a meu pedido, um sítio barato para comer, ou seja, qualquer um dos vendedores de rua com os seus cachorros quentes a 20 Kč(coroas) cada. Um Euro säo 27,23 Kč, ou seja... é fazer as contas. E foi o que fiz, fui a Mustek, que é já ali ao lado, embora me tenha enganado nos vendedores, em vez de ir a um desses mais modestos fui a uma espécie de MacDonalds das roullotes, espalhadas por toda a cidade. Pedi um cachorro, que consistia no pão, salsicha e molhos, e a gaja ainda me perguntou se eu queria cebola. Eh pah já agora queria o meu sem salsicha se puder ser...
Pedi também uma "imperial" para empurrar o quimo bolboso que se ia formar na minha boca, e vi algo mágico: aqui a cerveja, além de barata e melhor que a de Portugal (desculpa Super Bock, mas posso estar a beber a Gambrinus durante uma hora e ela não se transforma naquele liquido para as análises urinárias), só vem ao meio litro de cada vez. Como a resistência dela, comparada com a nossa, é proporcional ao tamanho, deu para, depois de deglutir o cachorro (ainda estou para saber o que eram aquelas partes mais duras da salsicha) percorrer a Václavské Náměstí com um birls numa mão e a cerveja na outra. Senti-me como se tivesse um pensinho da evax entre as pernas...
A Václavské náměstí é uma praça que serve como rampa direccionada ao Museu Nacional, um edifício Renascentista construído entre 1885 e 1890, que se ergue dominando toda a praça. Em frente ao Museu há a estátua de São Venceslau, o Santo Patrono da República Checa, montado num garanhão cor de ébano, assustador, enfrentando de frente todos os que por ali passam. É ele (o Santo e não o cavalo) que dá nome a esta náměstí. Pois é, Václavské = Venceslau. Ele há coisas...

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