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quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Life, Zivot...

Tenho dois trabalhos, um na Duha como assistente administrativo "aka" tapa-buracos, e... voltei a cozinhar... Faaaaaaaaadoooooooooo... (Cala-te Dulce, foda-se...) num restaurante Espanhol, chamado La Bodega. Serio, não se riam.
Na cozinha sou eu e, ate agora 4 gajas diferentes: 3 estudantes, todas papáveis num canto perto do frigorífico, e uma Ucraniana, feia, velha e com bigode (a única que me dá segurança num emprego estável, portanto). No bar, até agora, 5 gajas e um gajo. As gajas são semelhantes as da cozinha, trocando apenas o frigorífico pela maquina do café.
Uma delas esteve a fazer Erasmus em Portugal, seis mesitos, diz foda-se e pouco mais, mas eu vou esticando a corda e ela já vai dizendo merda, e toca-me aqui e essas cenas.
Entrementes... Isto anda complicadote. A guita escasseia, lá me vou safando nem sei bem como, há três dias que as minha refeições são constituídas por couscous e feijões (como diz a minha sábia mãe, é melhor que merda) e... gajas.
Há-de sempre haver qualquer merda com gajas para me foder o juízo (sou uma vitima...).
Houve uma festa em casa de uma ex-voluntária. Nada de anormal, excepto que consegui convencer a Krystyna a vir comigo. Ela não se mistura muito com a malta voluntária...
Ultimamente temos estado próximos... assim de um modo como que.. estranho, embora nos conheçamos vai para um ano. Recentemente ela esteve doente, e eu, mesmo à bom samaritano, fui cozinhar para ela, ah tás doentinha espera que já te dou a injecção e tal.
Não estava a contar com a medicina tipicamente Polaca, álcool com fartura, rega-te bem e receberás a cura (que poeta... Oh Bocage, vai buscar).
Depois da cozinha, a rega, muito paleio, acabamos todos bezanos e falar de mãos dadas, aquele ambiente em que vai haver molho... e não houve nada, fomos dormir, numa posição estranha (demasiado próximos) mas eu estava tão narsso que acho que mesmo que ela quisesse... só se desse à bomba.
Voltando à festa... chegámos, esvaziámos umas garrafas (é complicado competir com uma Polaca e com um recém alcoólico)e passado um pouco, fomos fumar um cigarro l fora (meninos, fumar mata). Está frio, estamos abracadinhos.. e sem aviso prévio do que se ia passar, entrelaçámo-nos como se o mundo fosse acabar em menos de nada...
Nisto sai a Valerie e despegamo-nos como dois adolescentes... que fofos.
Passado uma hora estávamos em casa dela... E aí não foi preciso dar a bomba...
Depois disso voltei lá uma noite depois do trabalho, onde foi óbvio que vinha aterrar em casa dela. Chegmos a casa, ela abre a porta e diz "Eva??" E eu digo "foda-se não me digas??". Pois, estava lá uma amiga dela (boa), que a uma espécie de flatmate, aterra aqui quando calha... Calhou, borrou.
E diz a Eva: tenho uma garrafa de vodka, devíamos rebentar isto. Claro que a minha mente começou a trabalhar a cem à hora e já a ver tudo bêbado, elas duas nuas, manteiga de amendoim...
Bem, nem havia vodka, para começar... ficamos no paleio até as 4 da matina, e depois fomo-nos deitar (embora me perguntasse várias vezes "devo-me por nas putas, ou fico aqui e olha logo se vê?" Bem, de manha fui duplamente recompensado: acordamos, e ela diz-me do nada: sabes, com isto tudo, veio-me o período. Depois de agradecer a um ignoto deo, e antes do duche fui recompensado a segunda vez...
E comecei a escrever esta posta em casa dela, foi à Polonia pelo Natal, e eu fiquei a tomar conta do peixe dela, e sendo que ela tem um apartamento brutal e net... Até se passam uns dias calmos... que nem por isso o foram.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Vida, vida....

Há tempos que ando para escrever... tanto para debitar, e tão pouco tempo para o fazer. Ou paciência.
Estive na Ucrânia! Nunca pensei que depois de levar com tanto Ucraniano ai na Tugolândia, me fosse encontrar na Ucrânia, mais concretamente em Lviv, e no sopé dos Cárpatos (se é que se pode chamar sopé quando aquela merda é uma cordilheira gigante...).
Estive numa "Visita de Viabilidade", uma espécie de reunião onde tentamos estabelecer um intercâmbio para o Verão.
Não começou muito bem, tinha o autocarro as 17 em Roztily (uma estação de metro), eram 16:55, estava eu em Kobylisi(outra estação, na outra ponta da cidade...) a perguntar onde era a estação de autocarros... A Polaca que trabalha comigo (que não me larga da pila...) à minha espera, até bufava, quando eu cheguei com 18 minutos de atraso e mesmo assim tinha o autocarro à minha espera, acho que a Polaca mostrou um ou dois mamilos ao condutor... Não falou comigo durante 7 horas (não foi assim tão mau), e a viagem era de 20h...
O aeroporto de Lviv... Pah só vendo não posso descrever a cena... mais ou menos do tamanho da estação de comboios de... Algueirão-Mem Martins. Irreal.
Lá fomos apanhando o pessoal a conta gotas, e essa parte correu bem.
Havia de tudo: um casal Moldavo que à noite tinha sempre a televisão aos berros (e adivinhem quem era o urso do quarto ao lado...), um par de Belgas (neerlandesas) arrogantes como as putas que as pariram(Melissa e Joke), um Catalão completamente alucinado(Damian), que veio com uma Húngara boa que até chateava(Zsuzsa), três Polacas, duas delas insuportáveis (Kasia, a que trabalha comigo, Misa e Ola), duas Ucranianas (Zory, que trabalhou comigo, sempre nervosa) e Alina, 17 anos, esteve nos EUA, com um humor fantástico, e Jovan, Macedónio, típico Sul-Europeu, o que é óptimo.
A cena la foi decorrendo, melhor ou pior, complicado foi aguentar as Belgas e as Polacas. As Belgas porque detinham todo o conhecimento(Joke ate fez SVE na Tuga...) e mais algum, as Polacas eram histéricas e Misa era chata nas horas.
A recordação mais forte que tenho da Ucrânia, são os copos de vodka seguidos de sumo de tomate, assim uma espécie de Bloody Mary as mijinhas.
Foi de manhã à noite, mas há uma coisa muito boa nisto, a vodka é de alta qualidade... não ficas bêbedo, tipo estúpido, ficas desinibido, e no dia a seguir... não há ressaca! Ai... que sonho.
Ficámos instalados num campo (de quê não sei) que era assim um conjunto de três casitas, com quartos e um restaurante. Tudo em madeira, estilo rústico (velho para caralho) e um frio insuportável.
No 3o dia, O padrasto e a mãe de Zory (que nos acompanharam o tempo todo, e apaixonaram-se por mim, ambos), chamaram-me à cozinha para, pela enésima vez, me oferecerem vodka. Desta vez com uma nuance: a senhora mais velha da cozinha, dirigiu-se a mim, e graças ao meu parco Checo, consegui perceber o essencial; o que ela disse foi: aqui tens as minhas filhas, a 1a, a 2a, e a 3a. Podes escolher uma, ela faz o passaporte e seguem para Portugal. Eu sorri, uma, sorri duas, e ao ver que não era assim tanto para rir, disse em Português "vou-me por no caralho" e em Checo:vou-me ausentar, e bazei. Parei em frente à porta de umas das casas, e estúpido que nem um calhau, olhei para a cozinha (que tinha um janelão) e la estavam as três a mirar-me... acrescente-se que eram as todas feeeeeeeeeeias que assustava. Se as visse de noite num beco escuro, dava-lhes tudo o que tinha antes de me perguntarem...
Lviv é interessante, e gostava de voltar na altura do projecto (Verão). Vi gajas de mini-saia com -5 graus... imagino o que (não) usam no Verão.... ihihihih
A ver se saco umas fotos...
No mercado de rua, o Damian comprou um casaco do antigo Ministério dos Académicos ou uma merda assim, e um chapéu mesmo a Yeltsin, farfalhudo e com o símbolo comunista.
Era -lo na rua, calcas de treino, ténis, casaco a militar, e chapéu a russo bêbado. O verdadeiro cromo. Se eu andasse assim em Praga, partiam-me as pernas com um taco de basebol...
Aconteceu ainda algo maravilhoso e que me trouxe lágrimas aos olhos.. Estávamos nós a começar uma reunião de preparação, quando Zory, ao fazer zapping descobre nada mais nada menos que o Dínamo Kyev vs Sporting a começar! Claro que disse que sim a tudo o que se disse na reunião, mesmo quando o Jovan disse "e pagamos a dois pretos para rebentar o cu ao Pedro".
3 a O! Ai.. Fez-me lembrar tardes e serões passados naquele aterro de vida chamado Casais de Mem Martins,a beber minis, a ver a bola e a falar de cenas que nem interessam ao menino Jesus.
A vinda para , depois de 3 horas na fronteira Ucraniana, e outras 3 na Polaca (um granda filho de uma grande sissima e alternadissima puta, que deve ter visto um episódio do CSI Cracóvia, decidiu varrer o autocarro de cima a baixo...), e 47000 horas de viagem cheguei a Praga, barbeei-me, tomei um duche, e fui direito pro escritório... e de seguida para a cozinha. explico.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Turbilhäo

Há quase um ano que estou neste país de gente doida (onde até me sinto bem colocado).
Nas passadas temporadas tem-se passado muito. Ou então sou eu que dramatizo...
Comecemos pela parte emocional: Depois de me ter aproximado (e apaixonado) por uma Francesa, e depois de ela me ter dito que gostava de mim e que estava confusa, e que sim senhora, gostava de mim, mandou-me um mail que, derivado de outros factores, me levou a ficar num estado um pouco depressivo. Como se muda isso? Bem, primeiro compra-se uns óculos novos com o seguro da AXA, os meus estavam velhos e riscados, e então trufas, vai buscar, toma lá uns óculos a filósofo, como diz a Filipa. Depois, fazes-te rodear de poucas pessoas, mas boas, e certificas-te que escolhes bem os dias e que te apetece mesmo fazer as cenas.
Para culminar, depois de um fim de semana em que te rebentas todo com vinho e Birls, vais a uma festa num cinema, em que, indo eles fechar para reconstrução, pedem ao pessoal que rebente com o stock de bebidas. Pá que não seja por isso....
Claro que se pagava, 500Kc, mas cá o Zé não. Ao chegar lá, quem estava a receber a guita era uma velha conhecida (vi-a uma vez e admiro-me que se lembre de mim, tal era o seu estado), que me fez sinal, a mim, à Krystyna, à sua amiga Polaca, e ao "namorado" Russo (granda mistela), dizendo:entrem entrem, é de borla... Chatice.
Chegámos, descobrimos o bar das bebidas apaneleiradas, e eu ponho-me a beber Tequila Sunrises com um gosto desmesurado. A Krystyna, que sendo Polaca, näo conhece muitas misturas, é mais na base das vodkas (puras, com sumo ou... leite), junta-se a mim. Passado 4 tequilas, eu vou ao grego, e ela começa a dançar no balcão, mais a amiga e uma ou duas gajas de lá. A loucura instala-se, e claro que para um gajo, quando a loucura se instala, só há uma coisa a fazer: tratar de fornicar quanto antes. Não falo de mim, mentes devassas, mas do pessoal que rodeava a Krystyna quando ela deixou de dançar, deve ter dado a ideia de que ia descer do balcão e saltar para cima do primeiro gajo que lhe aparecesse à frente e arrancar-lhe a roupa a dentada proferindo: possui-me, possui-me. Nada disso.
O que se passou foi que se ela chegou a mim, naquela do "finge lá um pouco que este gajo não me larga". E eu fingi, a cena é que o alcoól não ajuda e as as cenas foram-se tornando um pouco próximas demais... e conhecemo-nos vai para quase um ano.
Nada de grave se passou, chegou a hora e a malta com quem eu vim foi-se. Eu pensei cá para mim: foda-se esta merda vai fechar (e é um sítio onde passei algum tempo), isto está cheio de gajas, e há pitéu e bebida de borla. Casa? Naaaaaaaaa.
Nisto vem uma Checa (que eu tinha conhecido na mesma noite que conheci a 'porteira'), senta-se comigo, ah e coiso, fiquei tão contente de te ver chegar, e falei de ti às minhas amigas, e eu vi logo filme todo, estávamos aqui estávamos na casa de banho a dar cabo da sanita.
Mas ela acalmou-me a pássara, dizendo, ah tenho namorado, não quero que penses outras cenas.
Oh Foda-se... mas estava-se muito bem com ela, apresentou-me o pessoal que eu não conhecia, vinham todos falar comigo, muitos para falarem Checo comigo, estavam impressionados... ou bêbados.
Por volta das 4, o pessoal começa a bazar, e ela vem ter comigo, ah o povo está no ir e coiso........... e eu perguntei-lhe:queres ir dar uma volta? Ela: ya, o que levamos para beber? Fácil...
Lá damos a voltinha e fomos dar a uma rua que nenhum de nós conhecia, e sentámo-nos à porta de uma igreja. Frio como o caralho, sentados nas escadas de pedra... Há pessoal mesmo estúpido.
Paleio, mais paleio, e pimba ela salta-me em cima. Ah e o caralho, não posso, tenho namorado... Foda-se até parecia que estava a forca-la...
E passou o resto da noite nisto. Por vezes penso que sou demasiado porreiro, se não lhe deveria ter dito: oh pah, ou me agarras já aqui na gaita ou vai cada um para seu lado.
Hum, decisões...
Não o fiz e a noite acabou com o pequeno-almoço numa pastelaria, ao som de Cher, Prince, entre outros. Daí... direito para o escritório, no meu segundo dia de trabalho...
Nos entrementes, vi-a mais uma vez... e as coisas com a Krystyna tomaram um rumo estranho... mas nada mau.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Praga

Ora aqui vão umas fotes (ai fotes fotes).


Ora aqui, a entrada para o castelo, do lado sul
(cheio de grunhos)


Cross Club
(Se és queimado e estás em Praga, este é o sítio)





O Rio Vltava que divide a cidade em dois (ou mais)


O gajo que se chiba sempre que alguém rouba uma mala (ele foi por ali!)


Vista da rua da qual vens da paragem do metro para...


Aqui (Staroměstska Náměstí)


Vista


Cemitério Judeu (12 camadas de túmulos)
O Edifício Dançante
(Tančični Dúm)




O Teatro Nacional
(Narodní Divadlo)

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Praga

Praga é, Senhoras e Senhores, do caralho. Uma cidade que apresenta programas para todos os gostos (como uma festa de Trance em que o flyer apresentava uma série de cagalhöes, numa espécie de laboratório), todos os dias, mas também uma cidade que dá que pensar.
Ora então, há um posto de trabalho no centro ( a que me recusarei peremptoriamente, prefiro borrar um pé de merda até ao pescoço), que é o de entregar panfletos ou o de segurar Menus.
Vamos lá ver se consigo explicar bem o quão estúpido acho isto.
No centro há eventos culturais (por motivos históricos, relacionados quase sempre com o Mozartio), e atentem nisto: Quem está a entregar os panfletos é um sócio "de cor" (se bem que o gajo é castanho), bem escuro (tanto para mim como, relativamente aos Praguenses, para o redor) com um chapéu enorme da cerveja Guiness!!! Eh pah, não me fodam que eu sou novo... Mesmo que eu estivesse interessado numa Ópera revivalista de sei lá quem, alguma vez um Guineense com um chapéu da Guiness é um bom augúrio? Minha nossa....
Não é tudo, ainda no centro (raios me partam, o centro turístico de Praga é uma merda), há um restaurante Italiano, e à porta desse restaurante, e quando digo à porta, é mesmo na puta da porta pois há um único caminho e ele está a tapá-lo. E quem é ele? É um sócio, de gabardina, com os sapatos todos fodidos. E de gorro.
Mensagem subliminar: Coma aqui e.... talvez fique. Para sempre.
Bem talvez alguém que leia isto pense "ai racista e o e tal", mas desenganem-se, é apenas falta de jeitinho...
Um gajo lá se vai rindo...

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Miudagem

No âmbito da preparação de um fim-de-semana, em que vou tentar organizar uma série de workshops circenses para orfäos (agora sou um bom samaritano, porra), fui a uma cidadezita chamada Vizovice.
5 horas de viagem na sexta à noite, mais 5 no sábado depois de almoço, muita coisa tratada, e uma puta de uma ressaca que nem abria os olhos.
Cheguei as 16h, e tinha um grupo de 20 pessoas à minha espera. Todos me conheciam de Šumperk, mas eu não reconheci ninguém...
Lá fomos de popó, para o meio do nada (pergunto-me porque é que estas cenas são todas no meio do nada), e lá já estavam 88 putos checos.
Não levei nada planeado para eles, então fui designado (porque era um fim de semana relativo a Emergências e Polícia), para explicar aos miúdos como funcionava a cena na Tugolândia.
Podia ter sido pior, até correu bem.
O meu checo não para de me surpreender, de verdade. Não sou gajo para me por a falar do sentido da vida, mas já consigo falar de futebol! Um passo em frente, embora ainda não consiga por gajas a rezar. Bem, tenho tempo.
De noite, quando todos os líderes se reuniram para a converseta, e onde eu apresentei a minha proposta para o fim de semana. Rapidamente chegámos a um consenso de onde se poderia fazer, as condições e tudo o mais.
Experimentei mais uma cerveja, (uma epopeia que näo conhecerá fim, esta a de experimentar novas cervejas na Checa) de nome Zubr (ihih), e depois da segunda, há um senhor, que nem era dos mais bem dispostos, saca de uma garrafa de rum especial daquela zona, e toca de servir shots até a garrafa vazar. Vazou, trocou, uma garrafa de Stará Mislycka (o nome está mal, aposto o meu colhäo esquerdo) pra carola, e passado dois shots, disse até amanha, vou-me deitar porque tenho medo de elefantes cor-de-rosa.
Deitei-me e o efeito helicóptero tomou conta de mim, aquele efeito em que fechas os olhos e só pensas que vais cair da cama, então tive de usar o velho truque de por uma pé no chão para melhor aderência a narssa. Acordei as 8h com a luz acesa, desci para o pequeno almoço e subi de novo. Não dava.
Depois de almoço, voltei para cima, e passado uma hora, fui apanhar o comboio, o gajo que me deu boleia foi o que me pregou a piela. Cabrão .
Queria dormir no comboio, estava todo mamado, e a viagem era de cinco loooongas horas.
Parámos dez minutos numa estação, Birls feito de foguete, chupa, chupa, trava, trava, e tá feito.
Nem assim dormi... ca filha da putice. Bem, a birls dado não se olha a pedra.
Chegado a Praga, ainda tinha cá a Sandrita, e a minha ex...
Não foi um fim de semana muito descansado, apenas salvo por uma ida ao cinema com a Avelã dos Cárpatos (gosto muito de fruta).
A sensação de se saber exactamente aquilo que a pessoa de quem gostas sente e a maneira como se comporta, tem duas vertentes: a de se sentirem conectados, e a de saberes o que se passa na cabeça dela, e a razão pela qual sabes o que ela sente (é o mesmo que eu sinto), leva-te a segunda vertente: a gaja não bate bem.
Vou para casa procurar as chaves de casa.

Praga...

Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas
não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso
evitar que ela vá a falência. Ser feliz e reconhecer que vale a pena
viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz e deixar de ser vitima dos problemas e se tornar um autor da
própria historia. E atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de
encontrar um oásis no recôndito da sua alma. E agradecer a "Deus" a cada
manhã pelo milagre da vida. Ser feliz e não ter medo dos próprios
sentimentos. E saber falar de si mesmo. E ter coragem para ouvir um
"não". E ter segurança para receber uma critica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Isto não é da minha autoria, mas é lindo e diz-me muito.

Estes últimos tempos têm sido agitados.
Certo dia cheguei ao escritório, e a nova Directora, uma jovem de não mais que 27 anos, penso eu de que, pede-me um segundo de atenção.
Eu começo a desapertar o cinto das calças, e ela diz-me "não, não é para isso", e eu ah ok, desculpa, e sentei-me.
E pergunta-me ela: bem, tivemos uma reunião, e temos uma proposta de trabalho para ti.
Que brutal! Fiquei a olhar para o ar, para as prateleiras, para as mamas dela, mas não dei resposta. Ela puxou-me para o computador, disse-me, bem isto é uma oferta de um part time, e vai dar.... 7225 Kc por mês.
Bem, não é o ordenado do ano, dá para o quarto, (que é brutal, enorme, e é o meu cantinho), e para umas merdinhas.
mas não chega para comer, nem para o passe, nem para andar na gandaia de vez em quando.
Por isso, já aceitei.
Tenho este trabalho garantido, apalavrei uma espécie de " a quarter of time", nem um part time é, com um infantário e vou tentar ensinar Português a estrangeiros. Bem, e quem sabe a Portugueses....
Nisto tudo, acabei a relação que tinha, o que deu num fim-de-semana de pesadelo, em que tive visitas, e a miúda simplesmente não descolou, e ainda tive que ouvir frases tiradas de filmes... não sou Santo, mas foda-se, a miúda não se tocou mesmo, e pernoitou no meu quarto o fim-de-semana inteiro... Jesus...
O que é certo é que conheci alguém, e essa pessoa diz-me muito.
Há pessoas com quem te dás de um modo tão natural que parece que não se passa, não se passou, nem se passará nada, tudo apenas flui, e acontece, não como um evento, mas sim como algo que evolui, como um passo depois de outro, tão natural que nem te dás conta.
E é assim que estou, sem saber se me consigo de facto apaixonar, e se sim, não sei o que fazer, senão deixar estar. E depois entro em desvairos sobre a minha própria atitude, porque teorias tenho eu muitas, mas na prática, todos sabemos que o diapasão é outro...
Já neva por esta cidade maravilhosa, e faz um frio do caralho.
Hoje há um concerto do caraças: Bonobo, grande som, e alguém me ofereceu um bilhete...
A vida, é aquilo que fazes dela. Por vezes um sorriso muda tudo à tua volta. Verdade.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Por essa Checa afora

As viagens pelo país não têm abundado, ou por falta de tempo, ou por falta de paciência, ou porque sou estúpido.
Oportunidades não faltam, Há o Tamjdem e pessoal a ir para um lado e para o outro, o que, aqui, faz com que os bilhetes sejam mais baratos. Os bilhetes descem de preço consoante o número de pessoas (com um limite, obviamente).
Mas fui a Šumperk (Quê? Šumperk!) que ninguém (nem os Checos) sabem onde fica, mas havia lá uma grande acção da Duha, lá foram todos os representantes (pelo menos alguns) para Šumperk (acho que começo a gostar de escrever Šumperk).
300 putos, e uma tentativa de bater o recorde mundial do maior número de pessoas a tocar instrumentos (mas não a fazer musica, isso seria pedir demais), eram a publicidade ao evento, a par com uns nomes musicais de origem dúbia, como o famigerado Honza Krtcek.
Tínhamos a informação de que dispúnhamos de 10000Kc para fazermos o nosso stand, o que é cerca de 300 aéreos. Que jeitinho que davam...
Chegámos a um acordo: fazer uma espécie de Chill and Chat Area, onde a malta pudesse vir, beber um café ou um chá, e ver o que é a Duha, o que é que fazemos, que oportunidades há a nível europeu, conhecer a malta e mais o que viesse.
Como tudo, quando não há organização, é a puta da loucura.
No dia do evento, nada montado, ninguém sabia de coisas que precisávamos, enfim, nada de novo quando se é voluntário.
Eu e o Martin (posso dizer que é o meu mano Checo), estávamos esperançados que houvesse para lá umas gajas boas, sempre um gajo explicava com mais vontade o que era o SVE, nem que fosse atrás da tenda...
As esperanças foram por terra assim que vimos o público que frequentava o espaço, variava entre: demasiado novas, e velhas que até metia dó.
O evento nem foi assim muito animado, só para terem uma ideia, o momento mais alto da noite foi quando preguei um cagaço ao Martin enquanto ele mijava.
Nesse tempo, despedimos-nos de Mr. G., um Lituano com ar cool, e alcoólico. (Isto de aliteraçöes entre duas línguas é muito à frente).
Não éramos muito próximos, mas havia uma relação, eu percebia-o, e ele sabia disso.
E por muito que me despeça de pessoas... não me habituo.

domingo, 4 de novembro de 2007

Prague Life

E dois de rajada! O homem está maluco.
A minha vida em Praga tem estado, ora apática, ora frenética.
Apática porque näo muda muito o diapasäo, e frenética porque por vezes muda tanta coisa que sinto que renasci para uma nova vida.
Que se tem passado nestes ultimos tempos? Hmm...
Tive cá um grupo de voluntários (8), que foram o meu maior desafio nos últimos tempos em termo de compreensäo de pessoas.
Oito marmanjos, divididos igualmente por sexo, e espalhados na faixa etária dos 20-26, andaram dois meses às voltinhas na República Checa, e nos restantes dois meses que lhes restavam aqui na Checa, tinham que compor algum tipo de suporte informativo para a Duha.
Foi difícil para mim a maneira como se trabalhava, no princípio era tudo cheio de grandes frases e ditos, que deixava transparecer regras e alguma organizaçäo, mas foi tudo fogo de vista, a confusäo era mais que muita, e cada vez que os tentava ajudar, via-me embrulhado numa confusäo de informaçäo e contra-informaçäo, que vindos de pessoas que "trabalhavam" na mesma sala, mais parecia a Guerra Fria.
Em dois meses, näo conheceram a cidade, visto que passavam horas a "trabalhar" no escritório, e por cá ficavam até altas horas.
Depois entrava em conflito comigo mesmo, pensando primeiro: que cambada de atrasados mentais, para depois pensar: mas säo voluntários estäo a curtir a deles. E voltava a pensar: que atrasados mentais...
Um dia, estando eu com a miuda em casa, a uma sexta, que eu resolvi "tirar", ligam-me do office, ah entäo hoje vens ou quê? Ya na boa, meia hora (isto tudo foi em Checo, registe-se).
Porquê, pergunto eu- ah é que temos uma reuniäo e blá blá blá...
Entäo lá vou eu, chego ao escritório e... está tudo a fazer desenhos, juro-vos que me senti numa sessäo de terapia para atrasadinhos mentais... Com todo o respeito por estes últimos. Depois desta visäo do inferno, começa pessoal a ir embora, ficando eu, o Joäo, mais a coordenadora par a reuniäo... Porque é que näo fiquei em casa...?
É de um gajo ficar maluco.
Entretanto, metade já se foi, e näo sinto a falta deles por aí além, apenas me faz pensar neste vai-vem de pessoas que tem sido a minha vida ultimamente...
Ai, um dia dou em larilas.

Lyon

Bem, até estou emocionado (já larguei três gases e tudo) de voltar a escrever neste meu adorado registo (diário é altamente apaneleirado), depois de... muito tempo.
Tentarei näo maçar a malta com looooongos textos acerca coisas da tanga e com palavröes em vez da vírgula, já sou crescidinho caralho.
Em Lyon foi a loucura instalada, depois de lá chegar, constatei que a Naima tinha-se posto nelas, e eu e a Sandrita näo tínhamos onde ficar.
Calma? Calma o caralho, estava cheio de fome, e a única soluçäo que nos pareceu viável foi a de irmos a um sítio com wi-fi. E que lugar se apresentou? O MacDonalds...
Cheios de fome, toca a pesquisar o hospitality club, e o couch surfers, na esperança vaga de que algum papa-räs nos desse guarida.
Nada surgiu, a näo ser uma mensagem de Naima: coiso, que podem ligar ao meu amigo David, o que fizemos e puf! Fez-se um tecto para dormir.
Ligámos ao gajo, sim senhora (näo percebia grande coisa de Inglês, mas dizia que sim a tudo, o que facilitou).
Quando nos encontrámos, tudo bem, tranquilo, siga, tudo cinco estrelas. Nada se passou descansem, eu é que fiquei um pouco baralhado, apareceram dois tipos, um com um casaco verde fluorescentre, e o outro com um casaco cor de laranja. Lindas.
Lá dentro a conversa mudou, depois da janta (cozinharam pasta), sentaram-se começaram para lá a desbaratar, aquilo é que foi.
O dono da casa era um ex-dependente de estupidofaccientes, artista, rico... enfim.
Grande casa, viva ao luxo, tudo impecável, e o homem lá se queixava, enquanto dizia à Sandrita "tens a voz mais bela do mundo para falar francês". Brr.... que romantismo reles.
O outro lá contava as suas aventuras de engates internacionais, devido ao seu sotaque "querido" (os cabröes sabem-na toda).
Foram uns fixes, ficámos lá mesmo em grande.
No dia seguinte nem fizemos muito, tínhamos que tratar dos bilhetes de volta, (ela para Barcelona, eu para Praga city), e depois desatou a chover que foi uma coisa estúpida, e lá fomos para caselas depois das compras.
Ficámos lá sozinhos o dia e a noite toda, até dormimos juntos, e nada aconteceu... ainda hoje estou para saber como. Raios...
A viagem de volta foi calmíssima, chegado a Praga, senti-me... em casa.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Os Alpes e Lyon

Depois do seminário em Grenoble, menos de metade do grupo (curiosamente, aqueles com quem me dava melhor), fomos para Valsenestre, para uma aldeia a 1300m de altitude, para um seminário de ex-voluntários Franceses, uma espécie de visita de estudo, para vermos como aconteciam este tipo de actividades em França.
Regiäo lindíssima, rodeada de montanhas, uma queda de água, lindo,lindo, e tudo à pala.
Foi ideia da Helga, a ideia original consistia em ficar em Grenoble em casa de Naima, mas a miúda näo é assim muito fiável, já nos queria pôr numa festa em casa de um gajo com quem tinha vindo à boleia, e nem eu nem ela estávamos praí virados. Entäo lá fomos e ainda bem.
Fazia um frio desgraçado, nada bom para quem näo tinha trazido roupa de Inverno, e a janela do meu quarto consistia num buraco na parede tapado com um cobertor, o que näo augurava nada de bom.
Primeira noite lá chegados, tudo esfaimado, e o menu apresentou-se:
Couve flor crua, pepino, cogumelos, uns molhos com mostarda, alho e outras coisas, tudo frio, e batatas cozidas.
Claro que ficou tudo azul, estávamos mortos de fome, e däo-nos comida pra vacas? No país da "cuisine"? Foda-se mais aos papa-räs...
Lá papámos, no meio de muitas caralhadas e gozo, e a coisa lá andou com umas cervejas manhosas que para lá haviam (näo obstante o facto de vir da Répblica Checa, onde a cerveja é boa, grande e barata, no Auberge de Jeunesse, era como na Tugolândia-ai que vai doer tanto voltar a beber Super Bock...).O nosso grupo era composto por: um Turco, Orhan, um Húngaro, Viktor, dois Austríacos, Sandra e Roland, um Búlgaro, Stefan, e um Espanhol Pablo, cuja única safa do escárnio era a Helga, pobre coitado...O Orhan só estava feliz quando estavam todos fodidos do gozo, e tinha um aliado de peso, o Je, ri-me como näo ria há muito.O gajo só näo achava piada quando eu lhe chamava Borat...No segundo dia, entro na cozinha e está um gajo de boxers de lycra a cozinhar... Mau, pergunto eu, isto é tradiçäo Francesa?Näo säo boxers diz-me ele, Xavier de seu nome, säo calçöes de banho.
Ah pronto se é assim já näo mete nojo, um gajo a cortar legumes com a sarda quase a tocar na mesa, näo se passa nada...
Os gajos bem se esforçaram na comida, mas foda-se sabia tudo ao mesmo, a carne parecia comida de gato, cada gajo que comia carne, ficava mal disposto.
Eu passava a vida na cozinha a retemperar, a aconselhar, a cortar e a passar-me...
Havia lá uma Francesa jeitosa que se ria toda, se calhar era por isso que eu gostava tanto de lá estar...
Curtimos que nem ns animais, até escalada fizemos numa Via Ferrata, até me borrei todo quando me vi lá em cima, com os meus ténis escorradios.
O pensamento recorrente era: mas porque caralho näo fiquei eu lá em baixo?
Depois desses dias do delírio, eu e a Sandra decidimos ir à boleia até Lyon, só estava reticente porque tive a brilhante ideia de trazer o portátil da Theresa, mas lá nos mandámos, e correu täo bem que até nos demos ao luxo de recusar um carro para um casal que por lá andava de dedo esticado.
Apanhámos boleia de uma enfermeira que tinha estado com os Médicos Sem Fronteiras (näo confundir com os Jogos) que nos levou direitinhos a Lyon.
Bem tenho visitas, depois escrevo como foi Lyon.
A visita é "só" a Miss Lee!
Ai mäe... ihihi

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Interculturalidade

Encontro-me em França, mais exactamente em Grenoble, para um seminário da network das organizaçöes de ex-voluntários europeus.

Grenoble é uma agradável surpresa, uma cidadezita no meio da regiäo de Rhondes, perto de Lyon, rodeade de montanhas, que bonitinho...

Acabo de descobrir que estou aqui entalado até desta Quarta-Feira a oito, näo há lugar no autocarro de volta até esse dia, estes paneleiros comedores de räs lembraram-se todos de ir a Praga quando eu tenho de voltar. O seminário acaba na Sexta, tenho de arranjar maneira de me desemerdar com 30 euros uns dias valentes... mas escreverei sobre isso.

Estou aqui no auberge de jeunesse a anhar, a equipa Tuga, composta pelo Tó, o fotógrafo larilas,e Helga, que apesar do nome, parece-se comigo. Demasiado.

Enquanto espero... escrevo.

Dei uma festa em minha casa há pouco tempo.

Tenho um quarto enorme, num apartamento grande, com varanda, e a "morfologia" do apartamento é interessante: o meu quarto, juntamente com a cozinha e o hall de entrada, formam um corredor que podia ser a pista de dança de uma disco assim mais pro pequenina.

Entäo, entre convidados, amigos de convidados, colas e o caralho a sete, éramos alguns trinta, tudo trouxe vinho, cerveja, salgados, eu fiz gaspacho, a Lenka (flatmate) fez cacamole (eu sei que é guaca), e foi a puta da loucura, música aos altos berros, sempre a rasgar pano, Birls no meu quarto, e, ah! a festa tinha um tema: "come as you dont give a fuck", näo no sentido de seres virgem,mas no sentido de vir tudo vestido de uma forma estranha.

Bom, é um conceito difícil de explicar aos pessoal...

O Bas, veio com um vestido da Naima, a Naima veio de borboleta vestida,a Pauline veio de "chunga do hip hop" daquelas que há lá pra minha zona em Portugal, a minha doce Peaches, veio vestida de...bem, de puta barata acho, eu barbeei-me, deixando só o bigode à Paco Tequila, fodi uma camisola das minhas para fazer uma camisola de alças com decote, o que me deu um ar de Village People com uns pós de Mexicano gangster rabeta (Fotos a 50 aereos cada).

Vinho no chäo, um granel do caralho, e nem uma queixa, e os donos do apartamento moram na porta em frente...

Nisto chega a minha mais recente amiga: Nada. Näo é uma piada, chama-se mesmo assim, metade Libanesa, metade Francesa, chega com dois Franceses (curiosamente, de Grenoble, todos eles),e começam bem, cerveja pro Pedro, que dá grandes festas e tal, e logo de seguida um dos papa-räs desata a mandar confettis por tudo quanto é sítio...

É uma festa e tal, tá-se bem, mas foda-se é mesmo de quem se está a cagar pro cristo que vai limpar tudo de seguida.

Começou tudo a ir devagarinho para casa por volta das 2 da matina, e a Filipa trouxe com ela um puto Belga que estava numa reuniäo anual lá do projecto dela... Fui dar com ele na varanda agarrado a uma miúda Checa que já se tinha agarrado a um puto Russo há uns meses, quando fomos ao norte ajudar uma NGO que trabalha com ciganos.

Digamois que é uma miúda de trato fácil...

Mandei um berro e perguntei:entäo caralho, isto é alguma casa de putas ou quê?? Dizendo de seguida, há uma cama na cozinha, se quiserem, desenrasquem-se... e fui ter com a Peaches que esperava por mim.

Foi uma festa muito à maneira, a ver se dou uma quando a Lee for a Praga. Leste bem oh mal disposta? Vê lá se avisas esses paneleiros que vens ver o tio.

Hora de jantar e fingir que gosto de pessoas.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Divagar (ou como queimar tempo no office)

«Que significa fidelidade, que é que podemos esperar da pessoa que amamos? Estou velho, reflecti muito sobre isso. A fidelidade não será um egoísmo terrível, egoísmo e vaidade, como a maior parte das coisas e pretensões humanas na vida? Quando exigimos fidelidade, queremos que a outra pessoa seja feliz? E se a outra pessoa não é feliz na prisão subtil da fidelidade, amamos essa pessoa de quem exigimos fidelidade? E se não amamos o outro de modo a fazê-lo feliz, temos o direito de exigir algo, fidelidade ou sacrifício?» - As Velas Ardem Até Ao Fim - Sándor Márai.



Já me tinha debruçado sobre este assunto, mas ao ver isto num blog de um amigo meu (http://xslave.blogspot.com/), resolvi tentar dissecá-lo, ao que parece tenho falta de confiança, preciso sempre de um empurräozinho (debruçado, empurräozinho... acho que já chega).
O texto acima copiado (e recopiado), pode ser muito bem a desculpa de uma engatatäo de segunda que, num momento em que os neuŕonios chocaram, provocando a sinapse, se sai com algo parecido para justificar o encornanço que é, afinal um gajo näo é feito de pau, um gajo é de pau feito, normal, e aceitável entre a comunidade de machos.
Podemos ver a coisa de um prisma mais emocional: se vives com alguém e se esse alguém anda a fornicar com meio mundo (porque näo é egoísta) como te sentes?
Näo acredito que, por muito cor de rosa que a coisa possa ser, alguém se vá sentir bem.
Onde estäo as bases, os alicerces, aquilo que te permite sorrir para alguém com a pureza de quem está apaixonado?
Eu pessoalmente, sorrio para as pessoas de quem gosto, claro.
Para a Peaches tenho um sorriso especial, rasgadíssimo, puro. Se ela, mesmo que a nossa relaçäo esteja condenada ao fim, andasse aí enrolada com outros, mesmo que eu näo me importasse, sorriria eu de igual forma? Näo. Saberia que näo era correspondido e, inconscientemente (ou näo) o sorriso parecer-me-ia estúpido.
A frase acima descrita é gira. Eu prefiro algo como:
Que significa fidelidade, que é que podemos esperar da pessoa que amamos? Tenho 24 anos, qual reflectir, qual caralho. A fidelidade é um egoísmo terrível, porque queremo-nos sentir queridos por alguém, queremos o nosso lugar ao sol. Quando exigimos fidelidade, queremos que a outra pessoa seja feliz? Sim, se näo está bem que mo diga. Pode ser algo do género: Oh amigo, pöe-te nele, o teu tempo de antena acabou. Se a fidelidade é um sacrifício, talvez devas pensar que raio andas a fazer com quem estás.
Que As Velas Ardem Até Ao Fim Também Eu Sei Caralho - Pedro Henriques.

Tenho escrito. A Peaches chama e näo há nada para fazer aqui.
Voltarei para descrever algumas pessoas que me rodeiam. Säo giras...

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Olha-me isto...

Näo sei se devia, mas tenho de partilhar isto com vocês.
Partilho porque tem duas vertentes, a primeira é: foda-se que houve um cabräo dum geek qualquer que me entrou pela conta do msn adentro e andou a fazer das boas.
Mas o gajo tocou-me num ponto fraco: o humor, o que me leva à segunda vertente: fez-me rir à grande (porque descobri isto, embora por acaso, ainda a tempo de ser “na boa”). Deixemo-nos de merdas e vamos ao que interessa.
Estava eu no escritório, a tratar dos meus 20 gb de música (a Filipa, a nova tuga na checa, tem uma puta de uma drive cheia de música, e aben
çoada seja a Joaninha, quem quer que seja, porque meteu para lá muita musiquinha boa), o que, a propósito faz com que todos os dias o cabräo do computador demore meia hora (bem, hoje nem carregou) a carregar o meu perfil na IYNF.
Foda-se vamos lá, estava eu no escritório, e vem uma gaja falar comigo, näo interessa quem, e a conversa do costume:ah e entäo quando è que vamos afogar o ganso e coiso. Bem, näo foi isto, mas a verdade è aborrecida por vezes.
Paleio, como è que vai a vida e tal, e vem a pergunta que despoleta a bomba: entäo e babes?
Eu respondo, ya tenho cá a minha miuda, tá-se e o caralho.
Diz-me assim ela: ah, para quem pensava em mim todos dias… tou a ver que era tudo tanga.
O minuto seguinte foi dividido entre: esta gaja tá toda fodida e eu tou todo queimado, pois näo me lembrava de conversa nenhuma e muito menos deste paleio triste, nunca fui gajo de dar a cantiga via net e näo é com esta idade que vou come
çar, o tempo do irc já lá vai.
Recompus-me e apertei com ela: mas quê, qual è a cena?
E ela, ah näo deixa, näo fiques a anhar (usou outra expressäo mas que se foda), esquece lá isso. Fiquei curioso, porque eu por vezes (por vezes…) tenho piadas de cariz sexual, e talvez houvesse a possibilidade de eu ter dito algo no gozo e ela ficar toda assada.
Insisti, e ela arrefinfa-me com esta: até te masturbaste on-line comigo e tudo!
Bem, cairam-me os colhöes, fiquei a olhar pra frase três horas, sem saber se a havia de mandar comer um cagalhäo cheio de varejeiras ou se acreditava nela.
Depois de a mandar comer o tal cagalhäo, acreditei nela (malta, se puderem maltratar alguém quando há justificaçäo, aproveitem sempre).
Pedi explicaçöes, mas que merda estás praí a dizer ?
E ela a dar-lhe, mas eu até te mostrei o mamilo!!
E pediste-me ajuda para te vires e tudo!
Aqui já me ria que nem um desalmado, já nem queria saber se o gajo (ou a gaja, que sei eu?) tinha feito isto a mais alguém, só estou a imaginar o filme.
Ora pondo-me no lugar da gaja: vou à net, ligo o msn, olha tá aqui o Pedro (è a primeira vez que escrevo o meu nome nesta coisa), vamos lá falar com
ele. E o “Pedro”, grande maroto, diz-lhe assim: ah, sabes penso em ti todos os dias.

E näo vou de modas, de seguida ‘eu’ digo-lhe: olha, ainda bem que estás aqui, apetece-me esgalhá-lo on-line, saca lá aí de uma teta e dá-me uma mäozinha.

Näo acredito nem por um segundo que tenha sido täo rápido, o gajo deve ter pedido com jeitinho, mas quando ela por último me diz, “eu até te mandei fotos”, aí… quanta ingenuidade. Já para näo falar que ela me julga capaz de tal coisa, foda-se.

Porra, preferia borrar um pé de merda até ao pescoço…

Só a mim estas merdas…

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Andamento

Bem, o desabafo era imperativo, afinal, isto ainda é o meu diário (que palavra täo paneleira).
Voltando às minhas desventuras.
Depois da viagem de comboio, e tudo o mais, houve um minimovie fest, que é uma acçäo feita por um pessoal checo, que estendem um lençol numa varanda e projectam filmes.
Abençoados sejam.
Depois de projectarem Ratattouille, da Pixar, projectaram uma curta metragem de animaçäo que quase me levou às lágrimas. Man of Action- The Terrible Cosmic Death.
Verdade que tinha acabado de fumar um Birls com o Stepan, um rapazito porreiro que tem umas ligaçöes com a Duha (organiza o Tamjdem, já falei nisto, foda-se), mas ri-me que nem um perdido, achei a curta metragem estupidamente genial, mas... estava-me a rir praticamente sozinho.
Levantou-me dúvidas: estaria eu täo alterado? Seräo todos estúpidos? Serei eu täo diferente? Malta, larguem as drogas, é um conselho que vos dou. Larguem-nas e digam-me onde.
Perguntei ao Stepan, ao Bas, e a resposta foi semelhante "ah, näo percebi muito bem, näo prestei atençäo". Ok. O Jakub, um dos organizadores do evento, disse-me, "é lindo né, muito fixe, também curto", mas isso só me trouxe outro pensamento: é um filme de queimados.
Enfim, façam duas coisas: O download do filme, e um Birls. Depois digam-me qualquer coisa.
Recentemente, combinámos um encontro para irmos beber um copo.
Eu e a Peaches encontrámos Christina, a Austríaca, no tram, e ficámos de nos encontrar no dia seguinte às 20.
Claro está, sem grande plano, aguns atrasados, outros cortaram-se, e eu dou por mim, no ponto de encontro, sozinho, sem sequer saber como ir para a agendada Jam Session.
Estou à espera, a comer uma baguette (estes pormenores säo deliciosos), e Pauline liga-me.
Começa ela:
-Ah tenho um problema, saí de casa e deixei as chaves lá dentro.
-Entäo e agora- pergunto eu
-Na boa, tenho uma chave extra no escritório, vou lá buscá-la, estou só à espera que algum vizinho me abra a porta.
-Quê? Porque caralho estás à espera dum vizinho??
Bem, já tenho visto isto em alguns sítios, os Checos (mesmo tendo um índice de criminalidade risível, quando comparado com o nosso) trancam a porta dos prédios por dentro, o que faz com que, quando sais de casa tens de ter as chaves prontas...
Resumindo, a nossa amiga Pauline estava presa, entre a sua porta do apartamento e a porta de saída do edifício...
Quando me apercebi disto, desato às gargalhadas, enquanto ela a rir-se diz, ah nao te rias, näo tem piada... Näo, näo tem...
Entretanto, no meu apartamento está tudo fino. Tenho umas flatmates impecáveis.
No meu projecto? Bem, coisas boas e coisas estranhas.
Trabalho em dois escritórios: Na Duha e na IYNF (international young nature friends).
Na Duha vive-se um ambiente de uma associaçäo de, para gente jovem. Música no escritório, tudo descontraído, há trabalho sim, mas näo há horários, depende do teu nível de responsabilidade, uns têm mais, outros menos.
Sou o responsável (com responsabilidade), por enviar Checos para o SVE, e de receber candidaturas para estranjas virem para cá ver loiras tesudas.
É uma seca por vezes, mas a comunicaçäo com malta de todo o lado e conhecer depois alguma delas é muito bom a maior parte das vezes, e estás a contribuir para algo que acreditas. Trabalha lá um gajo, Martin, muito fixe, ouve a mesma música que eu e tem o mesmo humor, se fosse uma gaja, marchava.
Além disso ajudo aqui e ali, sinto-me leve, fresco e fofo na Duha.
Na IYNF... Que fique bem claro, as pessoas säo porreiras. É tudo boa gente mas... música, só com os headphones no alto dos cornos, é um silêncio que até incomoda (näo a mim claro, näo ouço nada do que se passa, incluindo quando me chamam), a única vez que puseram musica, foi a banda sonora do Shrek... que malucos. O Presidente... oh meus amigos...
É um daqueles gajos que parece que tem um garfo espetado no cu a toda hora, firme e hirto, faz-te sentir que tens um emprego e o teu lugar por um fio.
Ex-Professor, em cada reuniäo é: gostava que fosse assim, queria que fosse assado, näo podias chegar todos os dias às 11, trabalhar as sete horas, teres uma hora de almoço e cantares o Hino Checo enquanto saltas ao pé coxinho... Foda-se só lhe falta o bigodinho e chamar-se Adolf.
Além disso, trabalha num escritório à parte, juntamente com Lucie, igualmente divertídissima (é campeä nacional do disco voador... näo estou a brincar), o que provoca, juntamente com a sua atitude, um distanciamento natural.
Por mim tudo bem, mas o gajo näo se toca e provavelmente está confuso entre a sua posiçäo de chefe e de querer ser mais próximo. Entäo as brincadeiras soam sempre a.. sei lá é como se o gajo tivesse a fazer um esforço enorme para ser "brincalhäo". Aprecio o esforço oh bacano, mas se tirasses o garfo do cu ajudava...
Para terem uma ideia da rambóia, na Segunda-Feira demos uma festa no escritório, havia um pessoal que fazia anos.
Começa mal quando é uma festa no escritório, com tanto bar porreiro por perto... caralhinho.
Depois de chegar às 11, mesmo que seja uma festa, ficar aqui até às 23...
Whisky (ou úisque), Metaxa, vinho branco, tinto e o caralho... Muito bem, mas ficarmos à volta da mesa como se fosse uma reuniäo... Obviamente que me desmarquei e fui ter com Krystyna.
O fim de semana passado foi a loucura, festa em Toulcuv Dvúr, a quinta no cu de Praga, ainda näo dormi como deve ser, pequeno almoço às sete da manhä... Enfim.
Entretanto descobri que houve um granda filho de uma grande sissíma e alternadissíma puta que usou a minha conta do msn para... bem já conto, hoje ou amanhä, agora näo dá.

Coisas que fazem chorar

Pois, já estäo para aí a pensar que vai ser um post todo apaneleirado cheio de mariquices, näo é seus caralhos??
Pois têm razäo, ultimamente as coisas têm sido meio murchas.
Ajuda o facto de eu andar sempre na vadiagem, abafando assim um pouco da tristeza que me vai na alma, mas cansando o corpo e a mente, causando a tal murchice.
Passo a explicar: Marion e Baeta, duas das pessoas a quem eu era mais chegado (e ambos, especialmente Marion, importantíssimos em certa fase do meu voluntariado), foram-se quase sem dar tempo para nos apercebermos.
A mäe de Baeta faleceu, ele viajou para Barcelona de repente, e lá chegado, a coisa transformou-se num caso de polícia, porque a mäe era descapacitada, näo se mexia, nem se quer para ir à casa de banho... e tomaram Baeta (sendo que só tem uma irmä menor) como tendo negligenciado a sua mäe.
Bem, podia escrever aqui trinta páginas sobre este particular assunto, mas näo é para isso que estou a escrever.
O que é certo é que depois disto, Marion antecipou a sua partida, e eu dei por mim a choramingar agarrado a ela no Domingo passado, antes de eles se irem.
Marion foi muito importante para mim, numa fase em que o meu projecto era sobre nada, e eu andava com dúvidas sobre mim próprio, a sua atitude, a sua maneira de estar, e a confiança que depositou em mim, deram-me um apoio, um apoio näo declarado, um apoio simples, mas um apoio que me deu ânimo, que me levantou a cabeça e que me devolveu toda a minha prévia auto-confiança.
Depois disso, deu-me albergue quando eu vim para Praga, sem saber bem onde ia ficar.
Ainda deu para aprender Espanhol e tudo.
Depois desta confusäo toda, com Baeta ainda a regressar a Praga para fazer as malas, dar-me uma planta de cannabis, e despedir-se da malta, Segunda-Feira fui-me abaixo no escritório.
Näo é bonito de se ver, mas custa um pouco despedires-te de alguém de quem és täo próximo, sem saber quando o/a voltas a ver.
Entretanto a Peaches está no Este da Checa, com a famelga, por isso näo tenho onde me agarrar.
Preciso de uns abraços...

Näo é nada, mas dedico este ao Bergman e ao Antonioni, depois de ontem, o cinema europeu... bem, näo está morto, mas o Manel näo está novinho...

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Back to the Jungle

A viagem de volta foi uma autêntica merda. Uma grande merda mesmo.
Deu para rir claro, se näo for isso, um gajo fica maluco.
Eu e o Bas acordámos as 9h, para apanhar o comboio das 10:01, o Baeta arrancou às 7h para ir a Auschwitz. Eram 10:01 estávamos nós no eléctrico para a estaçäo, faltando ainda duas paragens.
Eu já bufava: Foda-se Bas, eu disse-te para acordarmos às 8:30 e o caralho...
Ambos tínhamos que trabalhar na segunda, ou pelo menos dava-nos jeito passar pelos respectivos escritórios.
Chegámos à estaçäo, e ao bom estilo Checo, o comboio estava atrasado. Corremos, a tempo de apanhar o comboio... e o Baeta, que esperava por nós à umas boas duas horitas.
Entäo pá, ah e coiso, está muita calor, näo me apeteceu.
Siga para dentro do comboio, o Bas sem bilhete, avante camaradas.
Pequeno-almoço: 3 bolachas de chocolate, e se näo fosse o Baeta, nem isso.
40 °C praí, e o Baeta mais uma vez, salva a pátria, visto que tinha água.
No comboio foi a loucura, por motivos que näo faço puta de ideia quais, o ar estava cheio de um pó preto, visível na minha t shirt, na mesa, no meu nariz... e aposto que no rêgo do cu da gorda que ia ao meu lado, havia alguns três quilos.
Fome, sede, falta de nicotina, um bafo no comboio que me fez recordar documentários da savana africana, e vem o pica (que era uma mulher)
Na Républica Checa pode-se comprar os bilhetes no comboio, ao que parece.
O Bas tentou-se bater ao desconto do festival e levou a primeira barra: desconto só para quem comprou bilhetes de ida e volta...De seguida sacou do cartäo jovem... e segunda barra, tinha feito anos no Domingo!! A cota até lhe deu os parabéns, enquanto dizia "pět set korun prosím" (500 kc). Para que tenham uma ideia, o meu bilhete ida e volta foi mais barato...
A cota até se deu ao luxo de gozar com ele, ao dizer a outros passageiros "ina, ele faz anos, e por isso perdeu o desconto"... Só faltou cantarem-lhe os parabéns em coro (eu bem que comecei mas ninguém alinhou...).
Chegados a Praga, fui direito ao escritório, onde se iniciava uma reuniäo... Mais valia ter pedido para cagar e ter saído. Depois e 5 horas no comboio (no vagäo-forno) e três bolachas no bucho... uma reuniäo de uma hora é o que todos queremos.
Enfim, está um bafo insuportável, as Checas andam todas semi-nuas (com cada par de bolas...), e eu vou ter uma reuniäo com o meu tutor, que para além de só me atrapalhar a vida, ainda me manda mails da merda.
Depois chibo-me.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Limites

Sim, amigos, limites, porque há coisas que me ultrapassam...
Näo é que vou na rua no outro dia, e bem perto de onde trabalho, algum paneleiro se lembrou de abrir uma loja... Bem, vejam vocês mesmos...





Rosa choque, a minha cor preferida...


Quem quer que sejas, havias de ser deportado para a Moldávia...

Ostrava Night Life

O último dia em Ostrava, näo sei se por estar cansado, se por culpa dos concertos serem um pouco merdosos, foi um pouco do anhanço.
A Peaches teve de se ir embora, trabalhava na Segunda-Feira, perdendo assim o concerto que queria mesmo ver: Mando Diao (que cá entre nós, bem que se podiam dedicar à apanha do ananás silvestre).
Lá fiquei encarregado de tirar umas fotos e gravar uns vídeos de uns seres andróginos, com a indumentária já habitual, calças justas, ténis (ou sapatilhas) da batida, cabelinho à 70's... Enfim, muito populares na Alemanha (o que me recorda de uma coisa: 90% dos Alemäes que conheci aqui, têm pinta de nilas, hm, näo sei que se passa...). Lá cumpri a missäo, e depois vim a saber que tinha havido um concerto de reggae bastante bom (relativamente ao que se passava nos outros palcos, claro). C'est la vie...
Ainda assim, vi um sketch muito fixe "entre o céu e a terra", meio da palhaçada, com umas acrobacias pelo meio e claro, em checo... Foi giro.
Acabou cedinho, pela meia-noite o dinossauro que dá pelo nome de Marianne Faithfull lá se calou (ou morreu, näo percebi), e fomos em direcçäo a "casa".
Sugeri que bebessemos uma cerveja num bar lá perto (bar, pizzaria, herna bar, tudo), e lá fomos, eu o Bas e o Baeta.
Ao passar pela esplanada, que estava populada, ficou tudo a olhar pra nós, näo sei se por sermos obviamente estrangeiros, se por Bas e Baeta estarem em tronco nu.
Entrámos, e foi a mesma coisa.
Um senhor, já de certa idade, dirigiu-se a mim, o meu Checo já me permite certas veleidades (como por exemplo, perceber o que me perguntam).
Perguntou-me de onde era, respondi-lhe de Portugal, mas nisto, vem um gajo, ainda mais bêbado que o primeiro, aponta para mim e grita Al Qaeda!!
O primeiro olha pra mim, e começa a rezar compo se estivesse a virado para Meca, e eu a dizer"sou de Portugal pá", mas nada, o Bas e o Baeta só se riam, eu também claro, mas estava espantado com a situaçäo, só a mim...
Como se näo bastasse, o primeiro pergunta-me se tenho Visa para estar na Checa...
Oh amigo, e se fosses pro caralhinho?
Depois de nos desmarcarmos para a esplanada, duas cervejas e caselas, que no dia seguinte havia que regressar...

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Festival

O Festival foi, como já contei, catita.
Como näo me apetece passar os dias a escrever sobre ele, andamento com isto.
O único concerto que de facto queria ver, Coco Rosie, foi uma bela merda.
Passo a explicar, demorarm 50 horas para se prepararem, durante o concerto a única interacçäo com o público eram os "thank you" ditos com aquela vozinha de quem engole durante o felattio mas diz que näo, e passado pouco mais de meia hora, com um "thank you" se foram, para nunca mais voltarem. Duas palavras quanto a este assunto: Grandes putas.
O concerto estava a ser porreiro...
Vi uns gajos, chamados The Sideburns, uma banda revivalista com uma granda onda, o espaço era uns dos mais pequenos, o que também ajudou ao ambiente.
De resto foi tudo mediano, deu para a rambóia, mas nada que me faça dar peidos de contentamento. Excepto o Goran, mas já escrevi sobre ele.
Ah, estou-me a esquecer de algo muito curioso: nada mais nada menos que os Gipsy Kings!
Aqui a cena é que os meus pais curtem de Gipsy Kings até näo dar mais (acreditem que enquanto o cd näo salta é sempre a rasgar pano), o que me dá um conhecimento sobre os bichos que é uma coisa parva.
Entäo descobri que, o que no meu país é chunga (porque é, näo me fodam), aqui é World Music e o caralho. Que giro...
O que é certo é que os gajos ainda se esticam todos e fazem o pessoal dançar, embora o cigano-mor tenha de pedir ajuda para os berros, o homem já deve ter alguns 180 anos.
Andavam por lá uns quantos voluntários, alguns deles a Theresa e a Pauline conheciam do seu on-arrival.
Completamente bêbados, às tantas sou abordado por uma gaja, nem sei o nome dela, sei é que trazia uma perna de frango assado na mäo e bradava-a como um espadachim, enquanto falava, cuspia, caía, mas a puta da perna estava lá sempre, a espingardar bocados de molho por todo o lado...
Eu só me ria claro...
Estou-me a esquecer de alguém... Da tutora foda-se! Näo é que a gaja andava por lá?
Por alguma razäo, cruzámo-nos 3 vezes, mas näo nos falámos.
Pá, muito sinceramente, näo tenho nada contra ela, mas se vou falar com ela já sei como é, mostro-lhe os dentes, e pöe-se logo com ideias tristes de comer algo mais moreno.
Näo estou para isso.
E depois da puta da loucura que foram as semanas anteriores, onde a minha posiçäo me levava a ouvir um monte de perguntas, talvez näo täo estúpidas quanto isso, mas deveras irritantes, nos primeiros dias quase me mandava duma ponte cada vez que me vinham perguntar algo.
O auge foi uma miúda, Aurelie de seu nome, que me veio com o seguinte diálogo:
Posso me juntar a vocês no escritório onde dormem?
Claro, respondo eu.
Ah, sabes, tenho as minhas coisas na estaçäo, podes-me explicar o caminho para o escritório?
Aí já me estava a levantar 2 problemas: um é que näo sei explicar o caminho, tinha chegado há um dia, esquece lá isso. O outro problema é que mesmo que eu lhe dissesse exactamente o caminho a tomar, tinha de ficar acordado à espera deles. Adiante.
Disse-lhe, esquece näo te consigo explicar o caminho, dou-te o meu número, ligas-me e a malta vê como resolve isso.
Diz-me ela, ah mas eu näo tenho telemóvel, digo-lhe eu, pois usas uma cabine, e ela, ah mas näo tenho cartäo, ao que eu lhe respondo já a bufar, pá inventaram umas agora que funcionam com moedas, muito fixes...
E entäo lá surgiu a ideia maravilhosa: eles iam à estaçäo, sacavam as cenas, e esperavam por mim na paragem do eléctrico, sem horas pré-definidas.
Claro que deu em nada, cheguei lá e eles nem vê-los, näo me chateou assim tanto...
No dia seguinte, ah, encontrámos uma tenda ou lá o que foi... Só visto.
E a perna de frango por lá andava...

terça-feira, 17 de julho de 2007

Desafio

Bem, falhei o primeiro desafio (que a minha curta memória queimada nao permite que recorde qual era), mas näo falho o segundo.
Vindo directamente do blog da Miss Lee, embora tenho vindo de outras direcçöes:
As sete maravilhas (ou como passar meia hora no escritório sem produzir nada).

Sete coisas que faço bem:
1- Cozinhar
2- Massagens
3- Falar rápido
4- Ouvir (geralmente, embora consiga falar demasiado)
5- Apreciar boa música
6- Humor
7- Amor


Sete coisas que näo faço bem:
1- Desenhar
2- Cantar (Lee estamos juntos nisto!)
3- Malabarismo com quatro bolas
4- Ouvir conversa de merda
5- Esperar seja por quem for
6-Estar atrasado
7- Orientar-me com software


Sete coisas que me atraem no sexo oposto:
1- Sorriso
2- Cabelo
3- Humor
4- Mente aberta (quanto ao humor por exemplo)
5- Um bom par de mamas (amigos, ou somos sinceros ou estamos mal)
6- Capacidade de estar em silêncio (näo é por ser gaja)
7- Sinceridade


Sete coisas que näo suporto no sexo oposto
1- Estupidez aka Burrice
2- Sorrisos amarelos
3- Näo gostarem de mim
4- Falta de desenrascanço
5- Dependência
6- Mau gosto
7- Peidos


Sete coisas que digo com frequência
1- What a fuck??
2- Foda-se (aqui, quase todos o dizem na perfeiçäo)
3- Dobry den (bom dia em Checo)
4- Nashle (adeuzinho)
5- Jedno pivo, prosím (uma cerveja por favor)
6- Jestě jedno, prosím (mais uma)
7- Kde je zachod? (onde é a casa de banho)



Sete actores/actrizes que gosto
1- Jeanine Galofaro (näo estou certo se é assim)
2- Nicholas Cage
3- Steve Coogan
4- Roberto Begnini
5- Gary Oldman
6- Anthony Hopkins
7- Penelope Cruz (depois de dez minutios a olhar pro ar sem me recordar de mais nenhum nome)


Sete actores/actrizes que detesto
1- David Hasselhof
2- "Actores" e "Actrizes"
3- Ben Affleck
4, 5, 6, 7- Pá sei lá o que há mais para ai é merda



Filmes que eu adoro (sete praí)
1- O Corvo
2- Ice Age
3- Um que vi ontem que tenho de descobrir o nome
4- Chocolate
5- Toda a Verdade sobre Cäes e Gatos
6- Drácula
7- 24 hours Party People



Sete filmes que eu detesto
1- 85% da americanada chega para sete, näo??



Sete livros favoritos
1- Perfume, Patrick Süskind
2- O Mundo de Sofia, Josteein Gaarder
3- O Navegador Solitário, António Aguiar
4- Servi a Rainha de Inglaterra, Bohumil Hrabal
5- Os Crimes da rua... (nao me lembro), Edgar A. Poe
6- Divina Comédia, Dante
7- A lua de Joana, Na sei...


Sete Lugares favoritos
1- Sintra
2- Vila de Rei
3- Praga
4- Connemara Mountains, Irland
5- Cracóvia
6- Adamastor, Bairro Alto
7-Berlim

E é tudo, desafio toda a gente a fazer o mesmo, criando uma corrente de partilha de conhecimento e de coisas giras.

Ostrava

Na manhä de Quinta-Feira, 4 caras ensonadas encontraram-se na Hlavni Nádrazi (estaçäo principal): Eu, Peaches, Pauline e Aurelie.
Bas, Baeta, Marion e Olivia, com a tusa do mijo, compraram os bilhetes de autocarro täo de repente que até se esqueceram de ver de descontos... e havia um de 50% para festivaleiros.
A viagem foi suave, sem atrasos, como ia na rambóia com a Peaches, pareceu mais rápida e tudo.
Chegámos todos ao mesmo tempo à estaçäo de Ostrava, 8 voluntários com tendas, colchöes, malas e o caralho a sete.
Eu tinha um colchäo de uma espreguiçadeira, o que me dava mesmo aquele aspecto de turista Tuga, que quando vai à praia leva a lancheira, 4 bancos, colchöes insufláveis, frangos assados, chouriços e a família toda. Sou um digno embaixador...
Falei com um grupo local da Duha, para ver se conseguia um lugar para dormir, longe da lama (sim, tem chovido, alternado com dias de trintas e tais graus de braseiro), com chuveiro privado, enfim todas as paneleirices que näo se tem num festival.
Foi uma confusäo do caraças, näo sabia quantos dormíamos lá, näo sabia se o espaço era amplo, enfim, näo sabia cu.
Lá chegou o Gigi, o novo voluntário Lituano, com o Líder do grupo local, há lugar para todos, loucura, vamos embora.
Lá chegados, vimos que havia uns colchöes melhores do que aquele que tenho em casa (que se divide em três e tudo), estávamos bem instalados.
Lá armámos o estaminé e fomos para o festival.
Bem composto, comida barata (por um aéreo podias escolher um monte de cenas diferentes), embora fosse tudo frito e langonhoso.
Por falar em langonhoso, havia uma cena chamada Langoš (imagino de onde virá o nome...), uma espécie de qualquer coisa, frita, onde pöem, queijo, molho e alho... Muito marado.
Na primeira noite encontrámos mais voluntários de Ostrava, todos Alemäes, nunca tinha visto metade deles, lá me meti e tal, no paleio, e há um que me pergunta quem sou e onde estou a fazer o voluntariado, eu respondo em Praga, e o Bas diz: Ah conta-lhe a história (por causa da puta da loucura que foi o início do processo), e eu começo: era uma vez, um rapazito vindo de Portugal, e o gajo interrompe-me, esta gnda cabräo interrompe-me, para me dizer: ah vens de Portugal, tenho uma pergunta, vocês falam Espanhol ou têm um idioma próprio?
Que granda paneleiro... Olhei para o Bas, que sorria de escárnio, ele sabe bem que tripo com estas merdas, olhei para o gajo de novo "tás a gozar certo?", näo, diz-me o gajo.
Entäo disse-lhe em Português: Olha-me este cabräo, a perguntar se falo Espanhol em Portugal, havias era de comer um cagalhäo cheio da moscas, granda estúpido.
Viste a diferença? Perguntei-lhe.
Nem por isso, responde-me. Tá bem.
Digamos que a comunicaçäo a partir daí foi difícil...
Näo me fodam, um gajo de 21 anos praí, que está a fazer voluntariado (pronto, é certo que näo fez uma grande viagem), supostamente tem algum interesse na Europa, e foda-se, o nosso idioma é falado em 3 continentes! Paneleiro de Alemäo...
Os concertos foram um pouco decepcionantes.
No primeiro dia vieram uns tais de Gipsy.cz, uma mistura de música "cigana", com hip hop...
Preciso dizer mais?
Os seguintes fora, Goran Bregovic and Wedding and Funeral Band, muito na onda de Emir Kusturica, muito fixes estes Sérvios malucos.
Depois disso, foi cirandar para ver que se passava nos restantes palcos (havia o Main Stage, o Barvy, o Marley, o Hrad, a Tenda, e três outros sítios, incluindo uma igreja!)
Cansados que estávamos, andamento para casa.
Porra que está um bafo...

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Noite

A noite em Praga é muito fixe, näo tenho estado com grandes andamentos, prefiro umas cervejitas, um pouco de paleio e pronto.
Por vezes lá se dá o caso de eu ir de novo à Akrópolis.
Da última vez que lá estive, estava um pouco bebido, e havia uns Birls por lá perdidos.
A malta estava lá toda, uns iam comigo, outros estavam lá porque tinha havido u concerto de uns gajos de Sheffield, terra de onde vem o Patrick, um ex-voluntário que por cá anda perdido.
O Bas já estava bêbado, tinha visto o concerto com o Patrick, e as suas raízes Irlandesas mandam que se beba até o chäo se tornar um colchäo de água.
Juntámo-nos, e sem sabermos bem como, estávamos a fazer um confronto de movimentos malucos, 4 de um lado, 4 do outro, mesmo à filme do hip hop tosco.
No eio da maluqueira, o Bas diz-me "ina pá o Dj bazou". O alcoól na minha mente (e sangue) mandou-me fazer a única coisa lógica:tomar a sua posiçäo.
5 segundos de scratch e pronto, estava feito.
Quando nos aprestávamos para ir embora, o Bas encetou uma conversa com um grupo Finlandês, na tentativa de lhes sacar o Birls gigantesco que lá estava.
Sem motivo aparente, a näo sr o facto de eu ser um gajo fixe, deram-me o Birls a mim.
Grande erro da minha parte, depois de o ter fumado, fiquei um pouco a lê-las, e o caminho para casa da Peaches, que deveria ter demorado dez minutos, demorou 45, e tive de ser "guiado" por Naima, uma voluntária que está no Norte da Checa.
Pelo caminho cruzamo-nos com a mesma gaja duas vezes, e das duas vezes, acho que sofremos uma tentativa de assalto do género: näo me queres dar o saco? Lembro-me disto fugazmente, nem sei se foi real...
Sei é que ao chegar a casa, deitei-me ao lado da Peaches, e levantei-me duas vezes para me sentar ao lado de Naima para falar de merda, näo conseguia estar quieto... Nisto ríamo-nos que nem uns perdidos, tinha a noçäo do que estava a fazer, era como estar a ver-me de fora, mas näo conseguia parar de fazer merda e de a dizer.
Enfim... Noites em Praga.
E pronto, volto Segunda-Feira com um festival na bagagem, talvez haja paciência para vos contar como foi...

Säo coisas

Depois da paneleirice que foi o post em Inglês, uma futilidade derivada do ócio que pratiquei ontem no escritório, passemos à lingua mais expressiva do mundo: o Português, foda-se! (é ou näo é expressiva?).
Ontem foi dia mundial do anhanço. Havia um concerto de Jazz na Staromestska Naměsti, a compra dos bilhetes de comboio para Ostrava, para o Festival Colours of Ostrava com, entre outros, Coco Rosie, e ainda uma cerveja com Krystyna, a Polaca maluca. Saí do escritório às 17h e fui pra zona turística (da qual fujo como o Elton John foge das gajas), para me encontrar com a Krystyna.
Desata a chover e eu perdido às caralhadas no meio da rua a perguntar-me onde caralho ficava a merda do Literarní Kavárna (notem que estava a chover e eu estava perdido, daí o palavreado nefasto).
Lá dei com o sítio, e passado meia hora de paleio, lá fui à estaçäo comprar os bilhetes de comboio.
Embora tenha chegado quase meia hora atrasado, só estava lá a Aurélie, uma voluntária Francesa que, de longe, parece um pinguinzito.
Pauline e Theresa juntaram-se pouco depois, e Theresa foi muito útil, devido ao facto de ser meia Checa e falar fluentemente a língua, o que nos permitiu perguntar o que rendia mais, se o bilhete de grupo, que aqui reduz dradticamente o preço, se o desconto de 50% que o bilhete do festival nos proporcionava. Se calho a estar sozinho estava bem fodido, estava...
O gajo que estava no guichet foi um porreiro, näo é comum os Checos serem täo prestáveis nos postos de trabalho...
Lá comprámos o bilhete, e de seguida Pauline e Aurélie foram pra casa, eram 20h... Que voluntários mais cócós.
Eu e Theresa ficámos um pouco a lê-las, e fomos beber um chá, estávamos os dois meio adoentados e näo estava ninguém no afamado concerto de Jazz.
Olivia, que acabou o seu voluntário recentemente, regressou para ir ao festival conosco, e era suposto encontrarmo-nos e tal... Para história fica que, depois do chá, eu e Theresa fomos para caselas, no meio de telefonemas e mensagens a perguntar que se fazia e coiso... Anha-se.
Hoje conheci o presidente da Duha, um tal de Petr Pata.
Precisava da assinatura dele para umas burocracias relacionadas com o envio de voluntários.
Agora sou o gajo que os manda embora e que os acolhe. Que giro...
Acordar cedinho, que o homem é ocupado, chegar ao escritório, e perguntar ao Martin, que é um gajo muito fixe com quem trabalho, onde fica o escritório.
Ah e coiso, apanhas o metro, sais em Dejvicka, atravessas o parque e é o primeiro edifício à esquerda, numa das ruas do meio. Pá oh Martin e a merda de um mapa, näo?
O dia está calminho... Fui agora almoçar com a special one, temos uma relaçäo fofinha.
Peaches... Foi o nome mariconço que me surgiu, por causa da pele macia... Ih ih, que nilas.
E há muita coisinha para fazer hoje, preparar as tralhas para o festival, incluindo o meu colchäo de campismo, nada mais nada menos que umas almofadas de espreguiçadeira...
Vai ser a puta da loucura...

terça-feira, 10 de julho de 2007

My first post in English

After a lot of requests, (well, only two actually), i decided to make one post in English, so my friends through Europe can read something about me.
Its starting to be like my cooking skills: everyone knows about it, but no one actually saw it.
Its been around seven months that I'm staying in the largest beergarden in Europe: the Czech Republic.
Adaptation was kind of hard somehow, my old projects sucks, and I've moved to Prague thanks to good will of people in Duha and in IYNF, who "found" a place for me in their project.
Again the adaptation, the search for a flat and for my place in the new society.
I think that is the biggest difference between a short activity (lets say two weeks maximum) and a long such as EVS: the social aspect.
In a short activity, you really don't care, you just want to have fun and to take wherever you can from that short period.
In a long one, after a while, your life starts to be quite the same, I mean, its never the same, but you start facing the same social "problems".
In the beginning your behaviour dosnt have the same reaction that you are used to, and that might be a problem. Only now I'm feeling like myself, if I can say such thing.
Life is stabilished, I have my flat, my friends, someone very special, and everything runs smooth, which has impact on work, I feel more creative and thinking more clear, its like I discovered the rules of the game, and I play by them.
Recently there was this EVS group coming to Duha, to develop some connection and promotion of the local groups.
I have to admit that, although I was on the organizational side sometimes, i didn't thought it was so tiring, I respect much more the work of a trainer or a facilitator, or even someone with less responsabilities, like me, as I am a volunteer.
It was crazy all that week answering 3000 questions at the same time, half of them without knowing the answer, which made me feel quite stupid, but as we were two Portuguese friends doing it, fun was guarantee, even if I felt like killing three or four of them, just to light things up a bit. If it was not for the special one support, for sure I would be in jail by now for mass murder of volunteers.
I'm discovering my role here, both in work and in leisure time.
T minus 5 months, and as some people left, it makes realize that 5 months is not that much, and sometimes I feel time just like sand in my hands, slowly going out.
The work and the fun, also brings something else: grumpy mood.
If I'm on the subway and someone is at the door but not leaving, some nice Portuguese vocabulary starts to be spread around, something like "fucking cocksuckers".
It sure helps to release some stress...
Leading a workcamp, was a very challenging experience, has I've never been in a workcamp, not even as a participant.
Half of the group was non english speaker, such as the organizer also... Which means a lot of mimic, pointing, body language (no, I'm not talking about sex, fucking perverts), and logical thinking. But I've managed somehow.
Soon I will go to a music festival, if it is half good as the Sothwest one in Portugal, i will mbe very glad, I miss such kind of activity.
My czech is improving quite ok, if we take in consideration that I've never had proper lessons, It was somekind of auto development through tryingf to speak it, even if I was saying a lot of crap.
I miss some of my friends in Portugal, and I like to think they miss me. At least when there is some dinner where someone has to cook...
But I cannot complaint, I've met some cool people here and there, I've been travelling around Europe, spending some nice time with the people from here, the evs world, and with some locals (not that much, the language is still a big barrier).
So thats it for now I guess, hope you two enjoy it...
Writing in English sucks, my next post will be in aramaic is much more funny.
Mej se hezky!

Pois

Esqueci-me de um detalhe que queria partilhar, e depois disso, chamem-me o que quiserem tou-me mais é a cagar.
Há gajas feias. Há gajas gordas. Pá, há gajas feias e gordas, mas porra tinha de haver gajas feias, gordas e a andarem que nem pinguins??
Lembrei-me quando saí no metro em Mustek, a caminho do escritório, porque passou por mim uma gaja assim. O que vale é que eu tinha o estômago vazio...
Devia ter mil coisas para partilhar, mas de factio näo me lembro de grande merda há 3 semanitas que nao tenho um dia de folga, depois do workcamp e do training, veio o fim-de-semana.
No sábado tive de ver as ligaçöes entre Chrudim e Praga e de Praga para vários sítios, para o pessoal que tinha ido ao Tamjdem poder vir pra Praga e ir recambiado para os grupos locais no ambito do nosso novo projecto o, Doduhy ( näo estäo à espera que eu vos explique... väo ver). No domingo tive que acordar cedo para vir receber os voluntários e correr com eles... Quando o responsável pela comunicaçäo com os grupos locais chegou, já eles tinham ido e a comunicaçäo feita pelo preto.
Talvez seja por isso que me sento aqui, e escrevo no blog, enquanto atendo telefonemas em Checo, onde me perguntam sobre cenas que eu näo faço ideia... quando percebo, claro está.

Bem, até tenho uma historieta engraçadita...
Esttava eu no Akrópolis, o sítio de onde saio sempre todo fodido, quando vou à casa de banho.
Entro, e está um gajo a lavar-se no lavatório. Eu, já meio tocado e armado em chico-esperto, viro-me pra ele e digo, em Português: entäo, estás na merda?
O gajo vira-se e diz: foda-se näo me digas que és Português?
Olha se calha eu dizer:entäo estás na merda oh corno?...
Depois disso foi a loucura instalada, estava lá uma turma de Fotografia (de escola mesmo) de Sta Maria da Feira, professora incluída, a curtirem que nem uns doidos, lá me juntei a eles e pronto, lá saí da Akrópolis sem me lembrar do meu segundo nome...
No dia seguinte havia uma exposiçäo dessa mesma turma, mas devido a uma experiência inédita (que consistiu numa sessäo de fotos comigo nu e aos saltos, verídico) cheguei tarde e a más horas... Foi uma pena.
Talvez regresse em breve, tou com vontade de escrever baboseiras.

Ela

Encontro-me no escritório, sem fazer um real caralho, näo é que näo tenha que fazer, mas cansado ando eu e isto anda assim pro desactualizado.
Aproveito para partilhar a minha mais recente história. Näo lhe chamaria uma história de amor, mas anda algo no ar... e näo säo gases.
Começou quando eu, todo cego, fui dormir a casa dela, porque ficava bem mais perto da minha casa. Conosco estava uma voluntária, o que fazia três de nós e um quarto com uma cama. Chegados ao local, eu nem quis saber de mais nada, deitei-me no chäo e por ali fiquei, entre a cama dela e o colchäo insuflável da nossa amiga empata-fodas.
Nisto, ela diz-me "podes vir para aqui é na boa". Pus-me mais fresco, e deitei-me, adormecendo em 3 segundos. Acordei na manhä seguinte, pensando que tinhamos alugado um helicóptero, enroscado nela.
"Foda-se", pensei eu, "näo me digas que foi mesmo à grande com a outra aqui e tudo".
Nada disso, näo se passou nada, mas ficou a premissa de que algo se passava. Ou ia passar.
Da segunda vez näo me recordo como fui lá parar, acho que tinha acabado de mudar para Vrsovice e näo sabia muito bem como ir para casa (claro que me podia ter desenrascado, mas há que esticar a corda), mas desta vez havia um quarto livre para a nossa amiga, que se encontrava cá de novo.
Entäo, o inevitável aconteceu: enrolamo-nos e tal, e eu pergunto "entäo e uma mamada?". Gozo, perguntei-lhe se deveria ir buscar a caixa de preservativos quase fora do prazo que comprei em 2001.
Resposta: Näo. Näo? Näo.
Caralho... Pior que a resposta foi a justificaçäo: é que se isso acontecer será a minha primeira vez...
Aí sim, caíram-me as bolas, olhei para o ar, chamando nomes a um Deus desconhecido, visto que estes filmes se sucedem comigo a um ritmo anormal. Ou é isto, ou é a chamada de Moscovo (aka período), ou é a falta de preservativos... Enfim.
Foi como num duche de água fria, acalmei o pito, deitei-me normalmente e disse-lhe: pronto está bem, que é que se há-de fazer?
O que é certo é que essa esteve longe de ser a última vez que estivemos juntos.
Temos passado muitas noites juntos (ultimamente ate fomos ver os cisnes à beira-rio, mesmo à casal-maravilha) e o sexo (ou pelo menos a falta dele), é relegado, porque há coisas que se sobrepöem (isto sou eu a convencer-me a mim mesmo...).
As minhas flatmates perguntam-me sempre de manhä, quando eu chego: entäo já experimentaste o teu quarto?...
Mudei-me há uma semana e meia e dormi lá 1 vez... Com ela.