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domingo, 4 de março de 2007

A festa

Depois do incidente com a tutora, digamos que o ambiente näo era o melhor, até porque ela ia cá ficar até à hora do baile, e talvez até dormisse cá.
Chegada a hora de ir buscar a malta, foi a confusäo que se sabe, näo sabia quantos vinham, nem a que horas vinham.
Os primeiros chegaram por volta das 20:30, e logo se chegou à conclusäo que seriam necessárias 4 viagens para pôr aquela gente toda em casa.
Depois de duas primeiras viagens, Eu, Berto, Bas, e Nicco, um Francês de visita ao país, decidimos ir andando, näo ia demorar muito até Kristin voltar, e assim poupava-se tempo.
Depois de palmilharmos 2km, o que, tendo em conta que tínhamos vinho, nem foi assim muito, Bas recebe a seguinte msg no telemóvel: o carro deu o berro, isto näo é uma piada.
Eu ri-me, mas foi para näo estar a dizer: foda-se puta que pariu a minha sorte.
Lá seguimos, alegres e contentes, pelo meio da escuridäo, em direcçäo à Parvónia.
O carro lá recuperou, e ainda poupámos uns bons 3 kms.
Chegados a casa, já estava tudo acomodado, bebido e em amena cavaqueira.
Com o vinho, Birls e a converseta, só fomos para o baile lá para a meia noite.
Lá fomos nós, 20 estrangeiros, em direcçäo ao evento do ano aqui do sítio.
Entrámos, Dobrý večer ao povo todo, pusemos os nossos casacos no bengaleiro, e subimos para onde se desenrolava a acçäo.
Era altura do sorteio, digo isto porque estava um rapaz junto a uma tômbola, enquanto lia uns bilhetinhos.
Fomos ao balcäo, pedimos umas cervejas, e fiquei atónito quando olhei em volta:
estava tudo de lacinho, camisas com cheiro a naftalina, vestidos do tempo em que o persil custava 200 paus, sentadinhos na mesa, todos cócós. Baile? pfff....
Nisto há um sururu qualquer, umas vozes que se exaltam, e enquanto eu tentava falar com um senhor muito simpático (e muito bêbado) que tinha estado em Portugal, Petr aborda-me muito nervoso e diz-me que eu e os meus amigos temos de sair, as pessoas estäo descontentes, e ao que parece, näo tínhamos lacinho.
Confesso que fiquei tristíssimo, näo pela situaçäo em si, mas pelo que ela representava, estas pessoas nunca tinham saído daqui, e quando tem uma oportunidade de, de uma só vez, ter contacto com metade da Europa... é isto.
Alguém vinha a pensar que era necessário roupa de gala (da tanga)? Nem nunca.
Ainda por cima quando a idade do grupo vai dos 19 aos 24 anos.
Enfim, acedemos ao pedido, saímos, com o grupo todo a olhar para mim, naquela do deixa lá, só tens é que te pôr a andar daqui.
Voltámos para casa e prosseguimos com a festa, música, comida, mais alcoól, saltámos, dançámos e começou-se a assistir aos primeiros efeitos do alcoól em excesso, se bem que lá para as 2:30.
Joäo, o Tuga, estava meio adoentado, já näo estava muito bem, ele que nem tinha bebido muito.
Uns já se arrastavam em direcçäo às camas, fossem elas camas mesmo, ou sacos-cama estendidos mesmo ali.
Lily, Francesa, às tantas diz-me algo que näo percebo, e abraça-se ternamente a mim.
Certas coisas näo se explicam, acontecem,e dei por mim a abraçá-la de volta, mas näo era a ela que abraçava. Abraçava quem desejo abraçar, e pus naquele abraço bastante sentimento.
Aliás, nem acredito que a Francesa me tivesse a abraçar porque era eu. Acho que todos nós queremos um abraço "daquela" pessoa de vez em quando, e à falta de melhor, damos por nós a abraçar desconhecidos, funcionando estes como verdadeiras bonecas insufláveis do abraço.
Tanto que só voltámos a falar no dia seguinte.
Nem percebi bem qd se deu por encerrada a festa.
Lembro-me que a tutora e Marie, a francesa devassa, ainda passaram lá por casa, abanaram-se um pouco, a tutora falou com Nicco, e puseram-se a andar, duzendo: "chau pessoal, foi fixe".
Curiosamente, como resposta houve... nada, ninguém ouviu, aliás eu ouvi, mas que ia dizer??
Pois, volta sempre para me tentares assediar, e para fumares na minha sala, grande porca.
Enfim...

1 comentário:

Miss Lee disse...

Lilly, francesa... queres-me dizer alguma coisa?? =P