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terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Festa na Parvónia

Dei uma festa em casa como näo houve memória nesta terrinha de gente pacata.
Como já contei, convidei meio mundo, e disse para convidarem a outra metade.
Bem, claro que näo éramos assim tantos, éramos 20 pessoas, o que tendo em conta que havia a possibilidade de se caminhar 8km se eu näo arranjasse carro, é bastante gente.
Arranjei carro, pedi ao Petr que mo emprestasse, e tudo correu mais ou menos bem.
Mais ou menos, porque a festa foi organizada por um Português, o que significa:
deixa andar, näo há de ser nada.
Quando eu e Kristin chegámos à estaçäo de comboios, näo estava lá ninguém.
A quem vou ligar? Ao outro Português...
Alô Joäo, que se passa, ai e tal ainda estamos em Praga...
Bem, entretanto (depois de eu e Kristin temos ficado a anhar num bar asqueroso perto da estaçäo) chegam os primeiros:
Naima, Theresa, Olivia, que eu já conhecia, vinham com umas caras novas:
Ruben, Americano, Sylvia, uma Alemä que vinha comigo para o seminário de chegada, e... bem nem sei, era pessoal como o caraças.

Ups, um pequeno aparte... que näo é assim täo pequeno.
No dia do hoquéi, a tutora veio dormir cá a casa com Marie, uma Francesa.
Chegámos a casa, e tinhamos um bilhete a dizer que elas estavam no bar em Skořenice, que fica a 3km dali.
Eu ia para o meu quarto, e Cecile pergunta-me se näo quero lá ir.
Já sei como é, se eu nao for ela näo vai sozinha, e era Sexta à noite... que se lixe, loucura na aldeia.
Lá pedalámos os 3 km para irmos encontrar as duas, já bêbadas, num dos dois bares existentes em Skořenice.
Sentámo-nos, apresentei-me aos velhos Checos com quem elas estavam, acharam muita piada, parece que há umas pastilhas cá na Checa com o meu nome...
Que dizer a um gajo que se chama Przmek? ...
Apanhámos uma seca do caraças, as duas só diziam merda daquela boca para fora, eu e Cecile olhávamos um para o outro incrédulos, e passado um tempo, fomos para o outro bar...
Mais um pouco de conversa de merda, e muito tempo depois, fomos embora.
Chegados lá fora, estavam dois azeiteiros com uma daquelas motinhas que o pessoal do guetto na minha zona têm.
Näo resisti a cravar uma voltinha, e foi assim que me vi, a 3000km de casa, montado numa das motas de que tantas vezes me ri.
Voltei ao ponto de partida, e vim a saber que as "meninas" tinham arranjado boleia para nós.
Muito giro sim... e as bicicletas?
Ah amanhä voltamos para recolhê-las...
Voltas, voltas- pensei eu.
Lá fomos no carro näo sei de quem, e chegados a casa, o condutor veio conosco.
Na boa, até parecia boa pessoa e arranhava Inglês, pior foi quando a tutora se lembrou de ir a correr chamar o vizinho tunning...
Entram pela casa adentro, uma algazarra do caralho, é tudo nosso, e a tutora puxa de um cigarro.
Que estás a fazer? Pergunto eu.
Foda-se até eu vou lá fora fumar, que falta de repeito, esta gaja cada vez ganha mais pontos junto de mim...
Diz ela: ah, eu fumava sempre quando cá estava, nem queiras saber as coisas que já se passaram nesta sala...
Descobri repentinamente porque é que a mesa da sala abana tanto...
Näo satisfeita, Marie vira-se e diz: sim, sim, um dos meus namorados da aldeia...
Nem ouvi o resto...
Que grandes vacarronas peçonhentas...
Cecile disse de pronto: vai-me custar voltar a comer aqui...
Estas porcas passavam a vida em grandes chavascais pela casa fora pelos vistos.
Ainda me vieram com a teoria de que para aprender Checo, a melhor maneira era arranjar uma namorada Checa. Quer-me parecer que até já sabiam que Checa devia ser e tudo...
O vizinho tunning trouxe uns Birls que ele próprio planta.
Se näo fosse täo azeiteiro, até podiamos ser amigos, mas näo me consigo dar com pessoas com um corte de cabelo pior que o do treinador do Sporting.
Enfim, lá se deu conta dos Birls todos, e eu fui-me deitar, já farto de ouvir as gajas a dizerem merda, e de ouvir o tunning a dizer nem sei o quê, pois ele só fala Checo.
Ao subir as escadas, dei conta que a tutora vinha atrás de mim...
Obviamente que queria molho, mas que fazer? Dizer-lhe logo ali: alto e pára o baile, meia volta e pöe-te nas putas?
Esperar pelo óbvio?
Esperei.
Fui para o meu quarto como se näo a tivesse visto, adivinhando o que se aproximava.
Ela entrou, eu pus-me a fazer a cama, coisa que costumo fazer em 15 segundos, mas que desta vez demorou 5 minutos.
E ela ali, a balbuciar nem sei bem o quê.
Puxou-me para a cama, e começou a falar de um gajo qualquer que conheceu na Coreia, blá, blá blá. Olhava para ela como se olha para um programa da tarde da televisäo Portuguesa.
Olhei para o relógio, eram 4 da manhä, e daqui a 4 horas, estava com as mäos nas tetas das cabras, olhei para ela, decidido a encurtar a palhaçada, e perguntei:
Olha lá (sou um gajo que olha como o caraças) há algo de concreto que me queiras dizer?
A gaja näo vai de modos e lança-se para me beijar, eu viro a cara e dou por mim num abraço no mínimo estranho, daqueles em que estou a olhar para o ar, como se lá estivesse alguém, e dou palmadas secas no braço enquanto penso: que paciência...
Ela tenta transformar o abraço em algo mais à frente, e eu digo a frase mais suave que encontro:
Tira daí as mäo, porca.
Näo foi nada disto que disse claro, disse-lhe: näo vais querer ir por aí.
Porquê? Pergunta ela.
Sem resposta, que queria ela, um relatório completo?
Abandonou o meu quarto, dizendo: ah, entäo podes esquecer a nossa conversa.
Qual conversa? Aquela do gajo da Coreia?? Digamos que näo planeava escrever um livro sobre ele...
Bem, conto sobre a festa no post seguinte.
A ver se falo com a agência nacional Checa, acerca do papel das tutoras...

1 comentário:

Miss Lee disse...

o papel das tutoras... integração pela pinocada!!! lol