Decidi ficar em Praga, embora näo tivesse um tusto, näo me apetecia ir para casa doente, e ter de palmilhar 8km nestas condiçöes.
A viagem de volta foi calma, eu, Zoé, Marion e Sylvia, íamos num compartimento, partilhado com um Checo e a sua garrafa de cerveja Gambrinus, a minha preferida.
Tirámos fotos ao homenzinho, ao revisor, ao pessoal todo sem ninguém notar, somos uns doidos.
Chegados a Praga, orientámos Angela, Italiana, para que chegasse sem problemas ao seu projecto, em Richnov, ela tinha acabado de chegar à República Checa e foi direitinha para o on-arrival.
Orientamo-la, o Joäo até lhe ofereceu comida e perguntou-lhe se queria dinheiro e tudo. Um querido este rapaz.
Aurelie virou-se para ela e disse: ah, eu até ficava aqui contigo mas tenho que ir ter com uns amigos...
A gaja ficou conosco o tempo todo, näo percebo para que foi aquilo... Enfim.
Fui pôr a mala a casa de Marion, queria conhecer a companheira de quarto dela, sim de quarto porque Marion mora numa casa, composta por uma cozinha e um quarto com duas camas que partilha com Suzanne, que quando lhe perguntei de onde era me respondeu: Nasci na Finlândia e cresci na Austrália. Granda mixórdia...
Marion tinha-me falado dela, parece que era assim um pouco complicado viver com ela, Suzanne é um pouco parada das ideias, enquanto lá estive só a vi fazer duas coisas: tricot e olhar para o nada, literalmente, a miúda estava sentada na mesa da cozinha a olhar para o vazio.
Tinha também 3 máquinas fotográficas com objectivas todas ninja, postas no chäo juntamente com a pilha de roupa (consta que passou 4 meses sem lavar a roupa, vai lá vai), mas fotos na parede, duas ou três, é estranho. Também näo interessa nem ao menino Jesus...
Deitei-me e adormeci praí umas 3 vezes, estava mesmo estoirado, cada vez que Marion perguntava o que íamos fazer, a minha resposta era: foda-se eu moro na Parvónia tu é que que és de cá...
Lá ligou a um pessoal e descobriu que havia uma luta de almofadas na Starometska Namestí, uma das maiores praças de Praga.
A quem ligou ela? A uns amigos, que trabalham na indústria de filmes porno, um deles até escreve os argumentos e tudo!
Isto é chamar estúpido a um gajo... Que há para escrever na história de um filme porno?? A gaja vem, diz olá, schlurp schlurp, pimba pimba, as falas consistem em "sim, oh que bom, fode-me à bruta, ai que mastro tens tu..." tenham dó...
Lá fomos para a praça, combinámos com o resto da malta, isto é o Bas, a Sylvia, Joäo e Aurelie, e esperámos por eles enquanto eu travava conhecimento com a malta dos filmes porno, todos fashions e sorrisinhos à pintas, todos Americanos...
O pessoal lá chegou, mas o Joäo näo.
Perguntei por ele, e o Bas diz-me que depois de combinar uma pasta em casa dele, mudou de ideias e foi dar uma volta à procura näo sei de quê. Mesmo à maluco.
Entretanto ouve-se um apito e assisti à minha primeira luta de almofadas, 5 minutos intensos, penas por todo o lado, uma equipa de reportagem e tudo, e parecia que tinha voltado a nevar em Praga. O vento formava pequenos redemoinhos de penas aqui e ali, bonito, näo para quem estava nas esplanadas a comer, rapidamente uma sopa de legumes se transforma numa sopa de ganso escondido.
Depois veio a polícia, acabou a diversäo, ninguém sabia de nada, as almofadas no chäo näo eram de ninguém, e os agentes lá desistiram de culpar quem quer que fosse.
Começámos entäo a decidir onde íamos jantar, bom e barato, e claro que nunca é à primeira, uns dizem uma coisa, outros dizem outra, é nisto que näo gosto de grupos, uns ouvem, outros näo...
Por vezes dá vontade de dizer: vou ali querem vir? Näo, entäo até já.
Lá decidimos ir comer perto do Teatro Nacional (Narodní Divadlo), a um restaurante dito "para estudantes", e lá comi un gnocci, coisa que nunca tinha provado, e fiquei a saber de onde vem a nossa expressao "nhanha" (mais tarde surgiu "nhoqui"), quando vi umas bolas nhanhosas e nadarem em natas e queijo.
Mas a fome é negra e marcha tudo.
Esperámos por mais pessoal no restaurante, e depois arrancámos todos, em direcçäo à Strassmayarovo (dasse) Namestí, onde diziam que havia dois bares porreiros, e como ficava perto de casa de Marion, melhor.
Estava um pouco receoso de ir no eléctrico, de tarde ia sendo agrafado pelo revisor, apareceu de surpresa, tive de mandar dois mortais e lançar uma bomba de fumo para escapar.
Mais uma despesa quando for a Praga... Sacanas pá.
Éramos alguns 9 e alguns estavam à espera que encontrássemos a um Sábado à noite, às 23 e tal, um bar bom, e com lugares para todos... Säo doidos.
Fomos a um primeiro bar, que o Bas gosta muito, e de facto estava-se bem lá, mas lugares nada, e entäo voltámos para trás e fomos a um bar de reaggae que havia lá por perto.
Entrámos, boa música, estava bem populado, cheiro a Birls de outros tipos no ar... É mesmo aqui, näo mexe mais.
Dá-me a impressäo que Birls nos bares é mesmo à grande e à Checa.
Pousei o cassaco numa espécie de mesa e Bas entra logo atrás de nós e diz-nos: eh pah elas näo querem vir, está fumo, e elas estäo doentes...
Ok na boa, divirtam-se, amigos como dantes.
Eu, Sylvia, Marion e Zoé,(onde é que eu já vi isto?) ficámos em pé 5 minutos, logo vagou uma mesa onde estavam 2 gajos, com um Birls gigantesco na mäo, completamente noutra dimensäo.
Sentámo-nos todos contentes, e fui pedir umas cervejas.
Cheguei ao balcäo e comecei a observar o que lá estava.
Cachimbos, mortalhas gigantes.... estes gajos näo disfarçam muito.
Passado um pouco, aparece o "Boss" de Marion, Joe, Inglês , com uma gaja das Maurícias, Tessa (oh Joe tás com a Tessa? ihihih), e lá começámos a falar sobre o voluntariado e eu sabia que Marion tinha uns pequenos problemas, entäo aos poucos fui puxando os temas e lá se chegou onde queríamos. É bom falar-se dos problemas quando se os tem, mas näo é fácil queixares-te duma pessoa, quando essa pessoa é a mulher do Paträo... Enfim.
Passado um pouco, e porque Marion e eu comunicamos várias vezes em Espanhol, o gajo pergunta se eu falo Francês.
Falo pouco, mas falo Espanhol com ela, e responde o gajo:
Ah é tudo igual...
Foda-se como me irritam estes paneleiros destes Ingleses que pensam que falam a Língua mundial, este estúpido está há 7 anos em Praga e näo fala Checo...
Isto é que é ser etnocentrado, ou lá que merda é essa.
Estiquei-me um pouco e disse-lhe mais alto do que era preciso: näo sejas ignorante oh Irlandês.
Ficou tudo bem, até jogámos ao kiriki e tudo, o problema foi arranjar um copo baço para jogar os dados, e tinha de ser baço porque só a pessoa que joga pode ver os dados.
Lá fui eu ao balcäo desta vez para tentar pedir um copo baço para jogar dados...
Missäo: Impossível pra caralho, nem o Tom Cruzes se safava com esta.
Bem tentei, falei o que pude, gesticulei, sorri, ri-me... e nada.
Voltei frustrado, Sylvia levanta-se, vai ao balcäo e, passado dez segundos, volta com um copo vermelho, de plástico, perfeito para jogar...
Que frustrado.
Jogámos, fomos para casa, dormimos e pronto, logo há mais que este post parece o meu testamento.
quinta-feira, 8 de março de 2007
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