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terça-feira, 6 de março de 2007

On arrival

Acordei todo torcido, a primeira visäo que tive foi da quantidade de garrafas espalhadas pelo quarto, uma coisa absurda, parecia que tinha havido ali uma transmissäo em directo de um jogo da selecçäo Angolana, tal a quantidade de garrafas de cerveja espalhadas pelo quarto.
Um leve cheiro a vinho espalhava-se pelo ar, o meu quarto parecia uma autêntica tasca.
Levantei-me, tomei um duche, vesti-me e acordei Marion com duas lambadas.
Deixei-a a dormir e fui tomar o pequeno almoço que consistiu em café com açucar... várias vezes.
O on-arrival foi porreiro, novos contactos, novos amigos, e acima de tudo, a certeza de que continuo igual a mim mesmo... sempre que o Honza falava a sério, eu estragava tudo.
Houve coisas estranhas, como o jovem que lá estava da Agência Nacional, Petr de seu nome, que depois de nos dar umas luzes sobre o que era a AN, disse que para aqueles que quisessem falar com ele, ou que tivessem alguma dúvida para irem falar com ele sem problemas.
Depois disto disse também que se ia embora no dia seguinte, e foi para o quarto depois de jantar com Birgit, a namorada (que estava lá para falar da sua experiência como voluntária).
Calculo que ele tivesse à espera que eu entrasse pelo quarto adentro e dissesse "oh Petr, tira de lá daí a boca da farfalha e vem falar comigo se faz favor".
Há certas coisas que me fazem confusäo.
Foi preciso que eu e Marion, quais revolucionários, lixássemos a cabeça aos trainers, para que eles começassem a falar das coisas como deve ser, até entäo davam-nos só papéis e nem falávamos de nada do que vinha lá escrito, além de que eles deviam estar a contar que toda a gente se sentisse à vontade para falar dos seus problemas em frente a um grupo de desconhecidos. Esta gente bate mal...
Isso e a conversa de quem quisesse escrever um projecto (o meu principal objectivo neste ano, escrever ou aprender a fazê-lo como deve ser, para aplicar em Portugal), como um Intercâmbio de Jovens, podia falar com Honza, que tinha muita experiência e tal...
Lá fui eu saber de umas coisas junto dele, acompanhado pela minha fiel escudeira, e parecia que estávamos a falar Chinês com o homem.
Muito gosta esta gente de falar vagamente sobre coisas que näo sabe bem...
Tivemos uma tarde livre em Tabor, era suposto irmos visitar umas catacumbas, e dar uma volta todos juntos...
Chegámos a Tabor, e as catacumbas estavam fechadas... Visitámos entäo uma casa onde tinha sido descoberto um tesouro, chamado de... "o tesouro de Tabor" (genial), que consistia numa colecçäo considerável de moedas de Prata, nada que näo se visse em 5 minutos, ah umas moedas que giro, onde é o WC?
Depois disso havia ainda planeada uma visita a um museu com peças mediavais, mas eu é mais chá e bolinhos, e entäo juntamente com Marion, Zoé, Sylvia e, para mal dos nossos pecados, Tatev, fomos, depois de consultar Honza, a uma casa de chá "típica".
Isto irrita-me particularmente nos Checos, para eles tudo é tipico, só falta dizer que um cagalhäo de cäo no passeio é tipicamente Checo.
Bem a casa de Chá era muito porreira, tinha uma sala com umas almofadas, a malta descalçava-se e sentava-se como queria, ou de pernas cruzadas ou tipo sultäo das arábias refastelado no chäo.
O empregado, todo sorridente (desconfio que sob o efeito de estupefacientes, o malandro), muito porreiro, ria-se de tudo.
Tinham uma lista de alguns 300 chás diferentes, todos eles com a sua maneira especial de preparaçäo e efeitos.
Mandámos vir um cachimbo (o tal shisha), e passado um pouco, fui invadido por um torpor, os olhos pesados, mole... estava a ficar engripado.
Entretanto chegou o resto do grupo, juntámo-nos ali todos, e depois de comer uns cous cous com frutas e cereais, muito bom, pusemo-nos a andar.
Näo há muito mais a contar do on arrival, apenas que fiquei sem dinheiro para voltar para casa, tive de pedir ao Joäo, Roxane comeu metade da sua refeiçäo sem mäos e Hervé abraçou Honza de um modo ridículo.
O dia da partida, foi almoçar às 11:30 e apanhar o comboio sem saber se ficava em Praga ou se ia para casa.
Fim.

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