Näo, estava mesmo à entrada, mas com o seu corte de cabelo à Paulo Sousa, pensei que fosse uma gaja.
O bar estava animado de facto, muita música, pessoal bêbado mas näo chato, animaçäo, estava-se bem. Nisto, e nem percebi bem como, estamos na conversa com um jovem Checo, Toni de seu nome. Juro que o gajo disse Toni...
Paleio, e o gajo pergunta: ah mas que estäo vocês aqui a fazer?
Bas responde: estamos aqui como voluntários, para desenvolver a vossa sociedade. É fácil gozar com um gajo de dentes salientes e com uma t-shirt dos "Manowar"...
De repente saltam duas jovens Checas para ao pé de nós, e com uma delas também saltava um par de mamas que até assustava à primeira vista.
Mais conversa, ah e de onde säo vocês, (convenhamos que é engraçado, estares no teu país, e de repente estás num bar com 3 gajos de países diferentes.), blá blá blá, e juntam-se dois Irlandeses, já bem tocados. Que pandilha...
4 da matina, já todos algo tocados, (bem, Bas estava bêbado quando nós chegámos), cerveja de borla no balcäo, o Bas palmou um maço de tabaco a uma das miúdas, era a loucura, até deu para um solo de piano a 4 mäos. Um solo a 4 mäos??? Perguntam vocês, incrédulos. Sim, a miúda das mamas grandes acompanhada pelas ditas cujas.
Pergunto ao Baeta: como é vamos para caselas? Ya e coiso, vamos lá.
O Toni e Bas desafiam-nos para uma última cerveja, eu lá acedi e conosco vieram as miúdas, mais um amigo do Toni, juntamente com os dois Irlandeses.
Fomos para um sítio decadente, um "Herna Bar", que é uma coisa que aqui há ao pontapé, uma espécie de casas de jogo abertas toda a noite, autênticos antros onde só os mais duros entram (e os mais bêbados, e os gajos perdidos), enfim, uma bela merda.
O amigo do Toni etava mais bêbado que nós todos juntos, às tantas Toni começou a ser chato pra caralho, a falar de tabaco durante hora e meia e volta e meia a imitar os Manowar... Que mera de ideia ter vindio aqui.
Alguém meteu chapas na máquina de dardos e lá fomos nós, todos alegres, jogar às setas.
Quando Baeta vai para jogar, Toni mete-lhe a mäo no cu.
Mau... entäo caralho,que fazes tu?
Ah, é a brincar e coiso.
Expliquei-lhe delicadamente que para nós, malta da Europa do sul, näo era muito fixe meterem-nos a mäo no cu, provoca-nos um pouco de asco, e agradecemos que näo o façam, mesmo a brincar, mesmo durante um jogo de setas.
O rapaz ainda insistiu (questionei-me se Baeta näo estaria a gostar, o rambóias), mas perante o olhar de desagrado de Baeta, lá parou.
O gajo do bar, veio-nos avisar que ia fechar, e nisto os Irlandeses começam a queixar-se: gamaram-nos um Birls, que merda, gamaram-nos um Birls.
Pois, tinha sido o amigo do Toni, que acendeu e rodou como se nada fosse, e claro que quando há um Birls, näo há perguntas, há um puxa puxa, trava, trava.
Bas pergunta-me que idade é que eu acho que eles têm, este grupo de Checos com quem terminámos a noite.
Fiquei realmente na dúvida, näo sabia se havia de dizer 13 ou 22, porque eles estavam bêbados, e também porque näo eram o tipo de pessoas que estivesse habituado a ver (estes säo mais feios).
Aceitei o desafio e perguntei-lhes a idade.
Saímos do antro, já era pleno dia, e fomos para casa com a descoberta de que passámos a noite com adolescentes Checos...
quarta-feira, 28 de março de 2007
Praga Wild Nights
Acordar é que foi do caralhinho ( irrita-me um pouco que os posts sejam publicados na ordem inversa, um gajo que começa por ler isto näo percebe, tem que descer mais um pouco, enquanto se sente um pouco parvo por o fazer, porque é ilógico), tínhamos em mente começar mais a sério com o projecto dos invisuais, mas com a ressaca como a que eu tinha... só me lembrava daquela expressäo tripeira "tou todo cego".
Acho que trabalhámos praí 15 minutos, depois decidimos beber café, e nisto já eram horas de jantar. Claro, ou pensam que nos levantámos às 10 da manhä?
A Marion tem a mania dos vegetais e das carnes brancas e o caralho, é uma chatice para o Baeta porque lhe gusta la carne, e para mim também é um pouco merdoso, porque passo a vida a legumes na quinta e depois é isto: chicha, nem vê-la. (a propósito, consta que minha amiga Eslovaca, cujo legume preferido é o pepino rosa, vai andar por perto).
Entäo, na sexta, é tarte de legumes, no sábado é pasta com legumes e arroz com refogado de legumes, e depois pode ser que se coma um frango ou algo "light" para compensar as carradas de chocolate que enfarda... Enfim, gosto dela e o resto é conversa.
Nessa noite resolvemos ir ao Wakata, o tal bar reaggae onde o cheiro ambiente é o da erva.
Convidámos Krystyna, e lá fomos os 4 até ao bar, com os dados e o copo para jogar Kiriki.
Chegámos lá e havia algo de estranho, embora näo conseguíssemos dizer o quê.
Que raio? O bar estava cheio de Mexicanos, foda-se!
Estava na República Checa, num bar "jamaicano", rodeado de Mexicanos, porque carga de água caralho??
Eu e Baeta pensámos no mesmo: ver o calendário dos Dj¨s para este fim de semana, e lá estava ele: Dj Alvarez, grande cabräo.
Todos muita feios, muita rançosos, mas com duas loiras todas jeitosas.
Também quero saber onde é aqui o rent-a-bitch mais próximo...
Fizemos um joguito de Kiriki, e pusemo-nos a andar.
Baeta estava com vontade de ramboiar, parece que eu ainda sou a única pessoa, para além de Marion, com quem ele sai, e eu também näo queria ir para casa.
Contactei Bas: ah e coiso, um club Irlandês, venham que isto tá fixe, pessoal bêbado e tal. Lá fomos.
Lá chegados, entrei e näo vi ninguém. Oh foda-se näo me digas que ele estava täo bêbado que já bazou.
Uma pausa para respirar...
Acho que trabalhámos praí 15 minutos, depois decidimos beber café, e nisto já eram horas de jantar. Claro, ou pensam que nos levantámos às 10 da manhä?
A Marion tem a mania dos vegetais e das carnes brancas e o caralho, é uma chatice para o Baeta porque lhe gusta la carne, e para mim também é um pouco merdoso, porque passo a vida a legumes na quinta e depois é isto: chicha, nem vê-la. (a propósito, consta que minha amiga Eslovaca, cujo legume preferido é o pepino rosa, vai andar por perto).
Entäo, na sexta, é tarte de legumes, no sábado é pasta com legumes e arroz com refogado de legumes, e depois pode ser que se coma um frango ou algo "light" para compensar as carradas de chocolate que enfarda... Enfim, gosto dela e o resto é conversa.
Nessa noite resolvemos ir ao Wakata, o tal bar reaggae onde o cheiro ambiente é o da erva.
Convidámos Krystyna, e lá fomos os 4 até ao bar, com os dados e o copo para jogar Kiriki.
Chegámos lá e havia algo de estranho, embora näo conseguíssemos dizer o quê.
Que raio? O bar estava cheio de Mexicanos, foda-se!
Estava na República Checa, num bar "jamaicano", rodeado de Mexicanos, porque carga de água caralho??
Eu e Baeta pensámos no mesmo: ver o calendário dos Dj¨s para este fim de semana, e lá estava ele: Dj Alvarez, grande cabräo.
Todos muita feios, muita rançosos, mas com duas loiras todas jeitosas.
Também quero saber onde é aqui o rent-a-bitch mais próximo...
Fizemos um joguito de Kiriki, e pusemo-nos a andar.
Baeta estava com vontade de ramboiar, parece que eu ainda sou a única pessoa, para além de Marion, com quem ele sai, e eu também näo queria ir para casa.
Contactei Bas: ah e coiso, um club Irlandês, venham que isto tá fixe, pessoal bêbado e tal. Lá fomos.
Lá chegados, entrei e näo vi ninguém. Oh foda-se näo me digas que ele estava täo bêbado que já bazou.
Uma pausa para respirar...
Espairecer
Há fins de semana que, pelos melhores motivos, parecem prolongados. Estes ultimos dois foram passados em Praga, o primeiro porque estava planeado, o segundo por puro ímpeto. No primeiro fim-de-semana, encontrei-me com Marion em sua casa, e depois de falarmos com Krystyna, uma amiga Polaca, ficámos a saber de uma festa que havia num apartamento qualquer, "Festa da Flor" ou lá o que era, para mim tudo bem, desde que nao me tocassem na peida.
Comprámos vinho e licor de cereja (eu eu Marion partilhamos o gosto por esta bebida horrivelmente doce), e convidámos Bas a juntar-se a nós.
Bas näo percebeu que era um convite "único", e trouxe com ele mais 5 voluntários.
Näo é grande problema, mas quando já eu, Marion e Baeta íamos como "colas"... Vai lá vai.
Bem, digamos que a dona da casa näo pareceu muito preocupada, mas quando nos recomendou um quarto vazio para nos sentarmos, pensei que talvez fossemos demasiados.
Poisámos a tralha e misturei-me com o povo. Alguém me disse que ela morava com um Português, e lá fui eu ver o que se passava.
Lá encontrei o tipo, Miguel de seu nome, sorriso fácil, o típico Tuga que busca loiras fáceis (e näo procuramos todos?).
Indicou-me outros 2 Portugueses, näo me recordo dos seus nomes, mas esses dois indicaram-me outras duas!
Porra assim de repente estávamos ali 6 Portugueses, mais tarde, estando eu já bem bebido, chegaram mais uns quantos, mas só falei com um, recordo-me só de que ele dizia muitas vezes "caralho", mas dizia-o de uma maneira estranha, parecia que estava mais habituado a dizer "pénis" que outra coisa. Devia ser do Estoril, ou Cascais...
Conheci um Checo que falava à "sopinha de massa", que säo aqueles gajos que em vez de dizerem "S", dizem... bem, cospem mais do que falam.
Marion decide perguntar-lhe porque raio é que chamaram Škoda aos carros, quando škoda significa: pena, vergonha.
Pergunta pertinente, e quando se está bêbado... Entäo era ver o gajo a dizer várias vezes " To je škoda" ( é uma vergonha/pena), com a saliva aos saltos enquanto eu me ria que nem um desalmado, ao mesmo tempo que lutava contra a dormência corporal (eu e Marion éramos os únicos a gostar do licor).
Passado um bom bocado de risota, decidimos que já era tarde pra caraças, e de facto, eram 3 da matina...
Chegámos a casa, e Baeta pöe-se com aquelas conversas de quem está meio narsso mas näo quer ir já para a cama: ah e tal, e as pessoas assim e as pessoas assado... Oh Baeta anda lá dormir e cala-te....
Comprámos vinho e licor de cereja (eu eu Marion partilhamos o gosto por esta bebida horrivelmente doce), e convidámos Bas a juntar-se a nós.
Bas näo percebeu que era um convite "único", e trouxe com ele mais 5 voluntários.
Näo é grande problema, mas quando já eu, Marion e Baeta íamos como "colas"... Vai lá vai.
Bem, digamos que a dona da casa näo pareceu muito preocupada, mas quando nos recomendou um quarto vazio para nos sentarmos, pensei que talvez fossemos demasiados.
Poisámos a tralha e misturei-me com o povo. Alguém me disse que ela morava com um Português, e lá fui eu ver o que se passava.
Lá encontrei o tipo, Miguel de seu nome, sorriso fácil, o típico Tuga que busca loiras fáceis (e näo procuramos todos?).
Indicou-me outros 2 Portugueses, näo me recordo dos seus nomes, mas esses dois indicaram-me outras duas!
Porra assim de repente estávamos ali 6 Portugueses, mais tarde, estando eu já bem bebido, chegaram mais uns quantos, mas só falei com um, recordo-me só de que ele dizia muitas vezes "caralho", mas dizia-o de uma maneira estranha, parecia que estava mais habituado a dizer "pénis" que outra coisa. Devia ser do Estoril, ou Cascais...
Conheci um Checo que falava à "sopinha de massa", que säo aqueles gajos que em vez de dizerem "S", dizem... bem, cospem mais do que falam.
Marion decide perguntar-lhe porque raio é que chamaram Škoda aos carros, quando škoda significa: pena, vergonha.
Pergunta pertinente, e quando se está bêbado... Entäo era ver o gajo a dizer várias vezes " To je škoda" ( é uma vergonha/pena), com a saliva aos saltos enquanto eu me ria que nem um desalmado, ao mesmo tempo que lutava contra a dormência corporal (eu e Marion éramos os únicos a gostar do licor).
Passado um bom bocado de risota, decidimos que já era tarde pra caraças, e de facto, eram 3 da matina...
Chegámos a casa, e Baeta pöe-se com aquelas conversas de quem está meio narsso mas näo quer ir já para a cama: ah e tal, e as pessoas assim e as pessoas assado... Oh Baeta anda lá dormir e cala-te....
Conceitos
Ai que malandro que eu ando, desleixado do meu querido diário (que cena mais apaneleirada), mas a verdade é que por vezes näo há aquela tusa que havia ao início (a chamada tusa do mijo), e acabo por me ocupar a fazer coisas mais interessantes como: ver a quantidade de merdas que estas duas conseguem pôr em cima da mesa da sala, contar as vezes que se faz chá para esfriar e näo se beber, assim como a quantidade de informaçäo que o Petr näo sabe, acreditem que é impressionante.
Entäo, agora tenho um trabalho de escritório. Só me dá para rir, conseguiram perder duas passwords do Skype, utilizado para comunicar com os parceiros por esse mundo fora. O gajo com quem trabalho sabe tanto quanto eu, o que näo é bom quando somos os únicos presentes...
Recebi uma chamada da Jordânia, parece que enviaram o formulário dum candidato e näo tinham resposta. Claro que eu era a pessoa indicada para resolver o problema...
Lá falei com o escritório de Praga, a resposta foi: eh pah, esses gajos é um problema, só querem vir por causa do visto, e o caralho a sete, o melhor é mandares um mail para o escritório de Praga e veres o que eles te dizem. Claro como a água, mandei o mail e esperei... isto foi há uma semana e meia...
Entäo, agora tenho um trabalho de escritório. Só me dá para rir, conseguiram perder duas passwords do Skype, utilizado para comunicar com os parceiros por esse mundo fora. O gajo com quem trabalho sabe tanto quanto eu, o que näo é bom quando somos os únicos presentes...
Recebi uma chamada da Jordânia, parece que enviaram o formulário dum candidato e näo tinham resposta. Claro que eu era a pessoa indicada para resolver o problema...
Lá falei com o escritório de Praga, a resposta foi: eh pah, esses gajos é um problema, só querem vir por causa do visto, e o caralho a sete, o melhor é mandares um mail para o escritório de Praga e veres o que eles te dizem. Claro como a água, mandei o mail e esperei... isto foi há uma semana e meia...
terça-feira, 20 de março de 2007
Vysoké Myto
Os mais distraídos pensaräo que me mudei para o Japäo, mas näo, é o nome de uma vila aqui perto, onde, a meio da semana, fomos apresentar o nosso "projecto".
Foram-nos buscar às 7 da matina (viva o luxo) e lá fomos nós para Vysoké Myto city.
Era uma escola com uma média de idades a rondar os 17, sendo por isso relativamente fácil comunicar com eles num Inglês básico.
Chegámos, fomos apresentados aos professsores, todos muito simpáticos, e reencontrei alguém que näo via há muito tempo: em Dezembro, na altura do Natal, contei-vos acerca de alguém que falava Português, e tinha uma cara de "para sempre espantada", Jarmila, a professora que organizou a nossa visita à escola.
Estava muito nervosa, toda tremeliques, sempre a preguntar se estávamos bem, a mulher andava mesmo maluca.
Entrámos na primeira sala, com alunos de 18 anos, e fomos apresentados.
Cecile começa a falar do projecto, Kristin a mostrar fotos da área e das cabras e mais coisas, tais como fotos de sombras, e coisas assim, e eu parecia ser o único a aperceber-me que estavam todos a anhar.
Depois de Cecile acabar de falar, perguntei ao "público" se algum deles sabia o que estávamos cá a fazer.
O silêncio falou por si.
Foi giro dar uma espécie de palestra àquele pessoal todo, expliquei-lhes o que era o SVE, para que servia (ou para que devia servir), como podia ser benéfico, uma oportunidade de ouro, enfim, penso que este tipo de informaçäo é útil a todos os jovens, há que espalhá-la quando podemos. Ainda para mais quando a maior parte näo viu mais que o lindo castelo que a sua vila tem.
Depois juntámo-nos todos em grupos, e cada um de nós ia respondendo a perguntas que eles já tinham preparadas.
Teve a sua piada, depois descambavam para perguntas, "que tipo de música gostas" e todos me perguntavam sobre a cerveja, é sempre um quebra gelo aqui na Checa.
Fomos todos ao cinema depois da converseta, ver "Servi a Rainha de Inglaterra", um filme que tem por base um livro com o mesmo nome, escrito por Bohumil Hrabal, um Checo todo maluco que escreveu uns livros carregados de um humor único e "hiper realista", alguns alvo da censura da Checoslováquia.
Vá deixem-se de merdas, um pouco de cultura näo mata.
Näo tivesse eu lido um pouco da versäo Inglesa há pouco tempo, e teria ficado a anhar, pois o filme era em Checo, e sem legendas obviamente.
Assim ainda dei uma de chico-esperto, ao contar um resumo da história à malta.
Fomos ainda almoçar fora com dois alunos Checos, provavelmente portaram-se mal, e entäo o castigo foi vir almoçar com os visitantes.
Um restaurante todo pipi, seguido de uma exposiçäo de um Checo que näo tem mais nada que fazer e dinheiro de sobra, e entäo toca de viajar pelo mundo e tirar fotos. Esta era sobre a América do Sul.
Tinha umas fotos da Guiana Francesa brutais, havia uma que dava pelo nome de "Modry a Černy" (Azul e Preto). Era a foto de um rastafari, com um "bronze" doutros tipos e calçöes azuis...
Se eu fizesse uma cena destas em portugal, tinha logo a TVI à perna e era a puta armada.
Como é aqui, dá para um gajo se rir e seguir viagem.
Fomos depois a uma Cukrárna, e aproveito para partilhar uma curiosidade:
Os checos têm tudo separadito.
Se queres beber uma cerveja, vais ao "hospoda", uma espécie de pub.
Nem te atrevas a pedir vinho, café ou chá num "hospoda", para o vinho tens a "vinárna", para o café tens a kavárna, e para o chá... tens a čajovna.
Näo é como aí na Tuga que um gajo vai na rua e pode ir ao primeiro "snack bar café pastelaria cervejaria caracóis petiscos e bitoques com ovo a cavalo" que encontrar para beber uma porra de uma bica.
Se queres comprar carne: "řeznictví", também há casas com "maso" (carne) escritas, mas essas säo de baixa qualidade.
Se queres vegetais e frutas (vá lá juntaram estes): vais ao "ovoce (fruta)- zelenina" (verduras).
Para produtos alimentares em geral, tens a "potraviny" ou "samoobsluha" que é uma espécie de self-service (chamar supermarket para quê?).
Para o päo: pekařství, onde podes comprar päo e bolos, mas näo todo o tipo de bolos, porque se quiseres um bolo daqueles que dá caganeira, tens de ir à cukrárna, que é uma espécie de "casa do açúcar". É a loucura...
Depois da cukrárna, hora de ir para caselas, foi bom, sim agradecemos, temos de repetir, e levaram-nos a caselas, ainda tive a lata de ir com a bicicleta 8km para ir a Chocen beber uma cerveja.
Sou um doido...
Foram-nos buscar às 7 da matina (viva o luxo) e lá fomos nós para Vysoké Myto city.
Era uma escola com uma média de idades a rondar os 17, sendo por isso relativamente fácil comunicar com eles num Inglês básico.
Chegámos, fomos apresentados aos professsores, todos muito simpáticos, e reencontrei alguém que näo via há muito tempo: em Dezembro, na altura do Natal, contei-vos acerca de alguém que falava Português, e tinha uma cara de "para sempre espantada", Jarmila, a professora que organizou a nossa visita à escola.
Estava muito nervosa, toda tremeliques, sempre a preguntar se estávamos bem, a mulher andava mesmo maluca.
Entrámos na primeira sala, com alunos de 18 anos, e fomos apresentados.
Cecile começa a falar do projecto, Kristin a mostrar fotos da área e das cabras e mais coisas, tais como fotos de sombras, e coisas assim, e eu parecia ser o único a aperceber-me que estavam todos a anhar.
Depois de Cecile acabar de falar, perguntei ao "público" se algum deles sabia o que estávamos cá a fazer.
O silêncio falou por si.
Foi giro dar uma espécie de palestra àquele pessoal todo, expliquei-lhes o que era o SVE, para que servia (ou para que devia servir), como podia ser benéfico, uma oportunidade de ouro, enfim, penso que este tipo de informaçäo é útil a todos os jovens, há que espalhá-la quando podemos. Ainda para mais quando a maior parte näo viu mais que o lindo castelo que a sua vila tem.
Depois juntámo-nos todos em grupos, e cada um de nós ia respondendo a perguntas que eles já tinham preparadas.
Teve a sua piada, depois descambavam para perguntas, "que tipo de música gostas" e todos me perguntavam sobre a cerveja, é sempre um quebra gelo aqui na Checa.
Fomos todos ao cinema depois da converseta, ver "Servi a Rainha de Inglaterra", um filme que tem por base um livro com o mesmo nome, escrito por Bohumil Hrabal, um Checo todo maluco que escreveu uns livros carregados de um humor único e "hiper realista", alguns alvo da censura da Checoslováquia.
Vá deixem-se de merdas, um pouco de cultura näo mata.
Näo tivesse eu lido um pouco da versäo Inglesa há pouco tempo, e teria ficado a anhar, pois o filme era em Checo, e sem legendas obviamente.
Assim ainda dei uma de chico-esperto, ao contar um resumo da história à malta.
Fomos ainda almoçar fora com dois alunos Checos, provavelmente portaram-se mal, e entäo o castigo foi vir almoçar com os visitantes.
Um restaurante todo pipi, seguido de uma exposiçäo de um Checo que näo tem mais nada que fazer e dinheiro de sobra, e entäo toca de viajar pelo mundo e tirar fotos. Esta era sobre a América do Sul.
Tinha umas fotos da Guiana Francesa brutais, havia uma que dava pelo nome de "Modry a Černy" (Azul e Preto). Era a foto de um rastafari, com um "bronze" doutros tipos e calçöes azuis...
Se eu fizesse uma cena destas em portugal, tinha logo a TVI à perna e era a puta armada.
Como é aqui, dá para um gajo se rir e seguir viagem.
Fomos depois a uma Cukrárna, e aproveito para partilhar uma curiosidade:
Os checos têm tudo separadito.
Se queres beber uma cerveja, vais ao "hospoda", uma espécie de pub.
Nem te atrevas a pedir vinho, café ou chá num "hospoda", para o vinho tens a "vinárna", para o café tens a kavárna, e para o chá... tens a čajovna.
Näo é como aí na Tuga que um gajo vai na rua e pode ir ao primeiro "snack bar café pastelaria cervejaria caracóis petiscos e bitoques com ovo a cavalo" que encontrar para beber uma porra de uma bica.
Se queres comprar carne: "řeznictví", também há casas com "maso" (carne) escritas, mas essas säo de baixa qualidade.
Se queres vegetais e frutas (vá lá juntaram estes): vais ao "ovoce (fruta)- zelenina" (verduras).
Para produtos alimentares em geral, tens a "potraviny" ou "samoobsluha" que é uma espécie de self-service (chamar supermarket para quê?).
Para o päo: pekařství, onde podes comprar päo e bolos, mas näo todo o tipo de bolos, porque se quiseres um bolo daqueles que dá caganeira, tens de ir à cukrárna, que é uma espécie de "casa do açúcar". É a loucura...
Depois da cukrárna, hora de ir para caselas, foi bom, sim agradecemos, temos de repetir, e levaram-nos a caselas, ainda tive a lata de ir com a bicicleta 8km para ir a Chocen beber uma cerveja.
Sou um doido...
Mais calmo
Imensas desculpas, pois passei-me da marmita, e de facto as coisas näo funcionam aqui.
Como näo encontro vagas para projectos, achei melhor tirar o melhor partido da minha estadia aqui, mesmo que isso implique passar várias horas a pensar que estou a ficar maluco.
Depois de me sentar com o Petr e lhe explicar que as coisas assim iam dar em merda, as coisas mudaram um pouco, de repente começámos a ser chamados para reuniöes, e a termos mais intervençäo nos (poucos) eventos que acontecem.
Mudaram as minhas tarefas, estou agora com outras funçöes, encarregado do incoming dos workcamps deste ano. Para aquels que se estäo a perguntar: incoming? do quê?? caguem para isso, digamos que agora tenho algo "interessante" para fazer, posso, por exemplo, dizer assim a um gajo: olha tu näo vens ao workcamp, nha nha nha nha nha, tenho um certo poder.
Aumentaram-me também as aulas de Checos, agora tenho 3 horas por semana, o que para quem tinha meia hora... nada mau.
Portanto as coisas melhoraram, a Organizaçäo continua a ser uma bela cagada, mas virei as coisas mais para o meu lado, e já ficaram a saber que comigo näo brincam aos voluntários, que eu até os fodo.
Mas adiante, que a malta quer é gajas.
O fim de semana passado tive visitas, pessoal do on-arrival.
Marion e o namorado, Baeta, um Cataläo (Espanhol näo, caralho!) muito fixe, que arranha Português, pelo menos no que toca a caralhadas, vieram na Sexta e Zoé, aka a Senhora dos Peidos e Hervé, vieram no Sábado.
A Brigada Francesa... Os franceses säo mesmo uma praga por estas bandas.
Vim de Chocen para me encontrar com Marion e Baeta quase à porta de casa (sim é mesmo aqui, mas há 2 por dia, um deles às 6 da manhä...), e assim que cheguei, ainda antes mesmo de os ver, vi um Checo a cair de mota ao arrancar. Caguei-me a rir, o gajo estava vestido como se fosse correr à séria, todo ninja, e depois nem arranca? Oh amigo veste umas calças de fato de treino...
Anunciei assim a minha chegada, com uma sonora gargalhada.
Havia um grande problema para resolver neste fim de semana: o clássico Barcelona vs Real Madrid, o Cataläo queria vê-lo nem que chovessem canivetes.
Marion tinha o pé aleijado, derivado de ter caminhado os 6 km que nos separam de Plchůvky, a estaçäo (?) mais próxima, quando fomos buscar Zoé e Hervé.
Ir de bicicleta näo era uma opçäo, Marion foi uma criança ocupada, andar de bicicleta näo faz parte das suas habilidades.
Depois de muito pensarmos, lá cravámos o carro ao Petr, e fomos ver o jogo, e o facto de de termos o carro deu-me tempo de fazer uma feijoada "daquelas".
Assim sempre podíamos comemorar os golos ao som de uns sonoros peidos, e recordo-vos de que Zoé estava conosco.
O jogo ficou 3-3, o Barcelona empatou com menos um já perto do fim e com menos um, o que fez com que o Cataläo mandasse um salto da cadeira que entornou cerveja por tudo quanto era sítio. Cabräo de fanático...
Voltámos para casa, alegres e contentes, e fomos jogar o já aclamado Kiriki, jogo que durou até às 4 da manhä, enquanto houve Martini houve espírito...
O dia seguinte foi de recuperaçäo, estava tudo mole, e havia que caminhar 6 kms de volta a estaçäo, mas como o carro continuava à porta de casa, ganhámos mais umas horas para jogar Kiriki ao sol, estava um dia engraçado.
Chegou a hora e pronto, lá se foram todos.
Ficou aquela sensaçäo de "soube a pouco", e a casa ainda com o perfume dos peidos de Zoé... Nostalgia...
Como näo encontro vagas para projectos, achei melhor tirar o melhor partido da minha estadia aqui, mesmo que isso implique passar várias horas a pensar que estou a ficar maluco.
Depois de me sentar com o Petr e lhe explicar que as coisas assim iam dar em merda, as coisas mudaram um pouco, de repente começámos a ser chamados para reuniöes, e a termos mais intervençäo nos (poucos) eventos que acontecem.
Mudaram as minhas tarefas, estou agora com outras funçöes, encarregado do incoming dos workcamps deste ano. Para aquels que se estäo a perguntar: incoming? do quê?? caguem para isso, digamos que agora tenho algo "interessante" para fazer, posso, por exemplo, dizer assim a um gajo: olha tu näo vens ao workcamp, nha nha nha nha nha, tenho um certo poder.
Aumentaram-me também as aulas de Checos, agora tenho 3 horas por semana, o que para quem tinha meia hora... nada mau.
Portanto as coisas melhoraram, a Organizaçäo continua a ser uma bela cagada, mas virei as coisas mais para o meu lado, e já ficaram a saber que comigo näo brincam aos voluntários, que eu até os fodo.
Mas adiante, que a malta quer é gajas.
O fim de semana passado tive visitas, pessoal do on-arrival.
Marion e o namorado, Baeta, um Cataläo (Espanhol näo, caralho!) muito fixe, que arranha Português, pelo menos no que toca a caralhadas, vieram na Sexta e Zoé, aka a Senhora dos Peidos e Hervé, vieram no Sábado.
A Brigada Francesa... Os franceses säo mesmo uma praga por estas bandas.
Vim de Chocen para me encontrar com Marion e Baeta quase à porta de casa (sim é mesmo aqui, mas há 2 por dia, um deles às 6 da manhä...), e assim que cheguei, ainda antes mesmo de os ver, vi um Checo a cair de mota ao arrancar. Caguei-me a rir, o gajo estava vestido como se fosse correr à séria, todo ninja, e depois nem arranca? Oh amigo veste umas calças de fato de treino...
Anunciei assim a minha chegada, com uma sonora gargalhada.
Havia um grande problema para resolver neste fim de semana: o clássico Barcelona vs Real Madrid, o Cataläo queria vê-lo nem que chovessem canivetes.
Marion tinha o pé aleijado, derivado de ter caminhado os 6 km que nos separam de Plchůvky, a estaçäo (?) mais próxima, quando fomos buscar Zoé e Hervé.
Ir de bicicleta näo era uma opçäo, Marion foi uma criança ocupada, andar de bicicleta näo faz parte das suas habilidades.
Depois de muito pensarmos, lá cravámos o carro ao Petr, e fomos ver o jogo, e o facto de de termos o carro deu-me tempo de fazer uma feijoada "daquelas".
Assim sempre podíamos comemorar os golos ao som de uns sonoros peidos, e recordo-vos de que Zoé estava conosco.
O jogo ficou 3-3, o Barcelona empatou com menos um já perto do fim e com menos um, o que fez com que o Cataläo mandasse um salto da cadeira que entornou cerveja por tudo quanto era sítio. Cabräo de fanático...
Voltámos para casa, alegres e contentes, e fomos jogar o já aclamado Kiriki, jogo que durou até às 4 da manhä, enquanto houve Martini houve espírito...
O dia seguinte foi de recuperaçäo, estava tudo mole, e havia que caminhar 6 kms de volta a estaçäo, mas como o carro continuava à porta de casa, ganhámos mais umas horas para jogar Kiriki ao sol, estava um dia engraçado.
Chegou a hora e pronto, lá se foram todos.
Ficou aquela sensaçäo de "soube a pouco", e a casa ainda com o perfume dos peidos de Zoé... Nostalgia...
domingo, 11 de março de 2007
Cu do Mundo
O dia seguinte foi calmo. Täo calmo que consegui perder dois comboios para voltar para casa.
Acordámos, já com Suzane ao computador, e reparei em algo fascinante:
quando está ao computador, Suzane maneja o rato como se estivesse a manejar uma raquete de ping-pong, sempre em constante movimento, enquanto masca corn flakes de boca aberta, e geme como se estivesse fazer o amor. Entäo passa-se algo parecido com: masca masca, vrum vrum (näo encontrei melhor onomatopeia para o barulho do rato), hmm hmm.
O que é deveras irritante.
Vestimo-nos e surgiu a indecisäo: comprávamos algo no supermercado para comer no comboio, ou para comer em casa de Marion.
Depois de 5 minutos que só contribuiram para perder mais tempo, lá decidimos fazer o prato típico dos voluntários e demais tesos por esse mundo fora: pasta.
Assim se perdeu um comboio. O segundo perdeu-se por inércia, eu e Zoé (que mora a 20 min de comboio "daqui", sendo que o "daqui" é a seis quilómetros) ficámos a pastar no quarto de Marion a ver o tempo passar, e ele passou de uma maneira parva.
A viagem de volta foi normal, só me apercebi que estava em Chocen quando o comboio estava a parar, só deu tempo de agrarrar na tralha, dizer "txau" e saltar do comboio com a roupa toda na mäo e mala toda torta, que mau aspecto pá... e que frio.
E pronto a vida na aldeia continua na mesma, a semana passada convoquei uma reuniäo a dizer que isto näo estava a funcionar lá muito bem, e está tudo na mesma, decidi entäo ir um pouco mais acima, à Agência Nacional, que depois de me aconselhar calma e paninhos quentes e ter levado com o dedo médio, decidiu ligar ao meu "project leader", o Petr, o gajo que eu nunca vejo, e durante 30 minutos falaram sobre o problema, e claro que tudo se resolve.
Ficou acordado com a AN que, se em duas semanas os problemas se mantiverem, tenho carta branca para procurar qualquer Organizaçäo para trabalhar, o pincel é que näo há vagas ao pontapé.
Os problemas säo vários, há três meses que aqui estou, e pessoal da Organizaçäo, nem vê-lo, estou sempre com as duas miúdas, e chega a um ponto que é entediante que baste, näo vim para a República Checa para estar um ano com uma Alemä que papa crostas e com uma Francesa que embora seja boa pessoa, está sempre numa pose de: ah, estou à espera que isto mude.
Entretanto o tempo passa... e eu näo aprendo nada de jeito, näo há nada de interessante para fazer, as cabras näo sentem o toque das minhas mäos nas tetas vai para um mês.
Estes gajos recebem dinheiro para me terem cá, e näo me parece que seja para virem cá de vez em quando e dizerem, eh pá há isto para fazer, há aquilo para limpar, para arranjar, para o caralhinho que os foda, e pronto lá vai o Tuga com duas miúdas de 19 anos ver o que se pode fazer.
Farto? Entäo näo? Mais que farto, näo tenho ninguém num raio de 100km com quem possa falar de igual para igual, näo estou a aprender nada que seja proporcionado por eles, o conhecimento que adquiri relativamente ao YiA foi por mim mesmo, ainda mais quando me fui apercebendo que isto näo estava a funcionar bem.
Podia fazer isso em Portugal...
Vou fazer os possíveis para que estes gajos näo fiquem com o dinheiro que a minha estadia aqui lhes proporciona, estes gajos säo mas é malucos, devem pensar que eu ando a comer gelados com a testa ou assim.
Na reuniäo o gajo veio-me com conversinhas, ah estou ocupado, o resto da malta também e tal...
Oh amigo, vai mas é ordenhar o cavalo do vizinho.
Estás ocupado mas tens um projecto na base de dados para receber voluntários. Aguenta-te.
Neste caso quem se está a aguentar sou eu, a hipótese "volta mas é para Portugal" ganha força de vez em quando, mas queria aproveitar esta oportunidade para aprender algo.
Näo aqui, mas noutro projecto, noutra Organizaçäo que de facto trabalhe com o voluntário, que lhe ensine algo, onde haja motivaçäo para lá estar. Vai haver outra reuniäo, marcada porque o gajo da AN lhe ligou, näo sei se chegue lá e lhe diga que tenho muita pena mas vou-me, ou se deixo o gajo tocar violino... Veremos.
Esta merda do voluntariado envolve muito dinheiro, mas näo funciona bem, tenho sabido de casos que me deixam boquiaberto, näo é normal que näo se controle os milhöes (e acreditem que säo milhöes, 885 para todo o programa) de euros que rolam por este programa chamado Youth in Action.
É um deixa andar que até faz impressäo, há casos de pessoas que estäo em projectos que nem sequer existem, isto já é desumano, fazer alguém mudar de país, deixando os amigos e tudo para tráse depois quando lá chegam... nada. Claro que no primeiro mês, andas na tua, näo se passa nada, mas o tempo vai passando, e também tu te vais passando.
Para mim näo pega, ou mudo de projecto, ou há aqui uma volta radical, näo estou a ver como,
ou volto para o nosso pequeno país, cheio de sol, e de pessoas abertas e calorosas, onde tenho amigos, família, e um mundo com tons de rosa e verde.
Estar aqui só por estar... näo.
Veremos como as coisas correm.
De momento os meus dias säo passados assim:
Acordo, coço o testículo (colhäo é feio e vulgar) esquerdo, depois o direito, desço, tomo o pequeno almoço, isto às 11h, e depois depende: se estiver bom tempo, vou até lá fora ver o que se passa (geralmente nada), agora estamos a pintar um portäo novo de castanho e azul.... lindo näo é?
Pergunto-me de onde virá o dinheiro... hmmm....
Estou na net a maior parte do tempo, a estudar o guia, em breve vou começar a escrever um projecto que, caso resulte, me vai deixar todo inchado: um Intercâmbio de Jovens cegos.
Vindos de França, Portugal, e Senegal, sendo o quarto país este mesmo.
Puta da loucura.
Estes paneleiros, quando lhes falei disso, disseram-me: boa boa, quando fizeres isso, vê se pöes uns extras porque precisamos de dinheiro. Claro, eu sou um gajo que sabe fazer isso sem problemas oh granda boi. Apoiar-me é mentira.
As cenas näo estäo a funcionar, de todo.
Näo me ambiento, nem estou para estas merdas.
Veremos se näo pego numa moto serra e näo faço o filme "Parvónia Chainsaw Massacre"...
Até os como...
Acordámos, já com Suzane ao computador, e reparei em algo fascinante:
quando está ao computador, Suzane maneja o rato como se estivesse a manejar uma raquete de ping-pong, sempre em constante movimento, enquanto masca corn flakes de boca aberta, e geme como se estivesse fazer o amor. Entäo passa-se algo parecido com: masca masca, vrum vrum (näo encontrei melhor onomatopeia para o barulho do rato), hmm hmm.
O que é deveras irritante.
Vestimo-nos e surgiu a indecisäo: comprávamos algo no supermercado para comer no comboio, ou para comer em casa de Marion.
Depois de 5 minutos que só contribuiram para perder mais tempo, lá decidimos fazer o prato típico dos voluntários e demais tesos por esse mundo fora: pasta.
Assim se perdeu um comboio. O segundo perdeu-se por inércia, eu e Zoé (que mora a 20 min de comboio "daqui", sendo que o "daqui" é a seis quilómetros) ficámos a pastar no quarto de Marion a ver o tempo passar, e ele passou de uma maneira parva.
A viagem de volta foi normal, só me apercebi que estava em Chocen quando o comboio estava a parar, só deu tempo de agrarrar na tralha, dizer "txau" e saltar do comboio com a roupa toda na mäo e mala toda torta, que mau aspecto pá... e que frio.
E pronto a vida na aldeia continua na mesma, a semana passada convoquei uma reuniäo a dizer que isto näo estava a funcionar lá muito bem, e está tudo na mesma, decidi entäo ir um pouco mais acima, à Agência Nacional, que depois de me aconselhar calma e paninhos quentes e ter levado com o dedo médio, decidiu ligar ao meu "project leader", o Petr, o gajo que eu nunca vejo, e durante 30 minutos falaram sobre o problema, e claro que tudo se resolve.
Ficou acordado com a AN que, se em duas semanas os problemas se mantiverem, tenho carta branca para procurar qualquer Organizaçäo para trabalhar, o pincel é que näo há vagas ao pontapé.
Os problemas säo vários, há três meses que aqui estou, e pessoal da Organizaçäo, nem vê-lo, estou sempre com as duas miúdas, e chega a um ponto que é entediante que baste, näo vim para a República Checa para estar um ano com uma Alemä que papa crostas e com uma Francesa que embora seja boa pessoa, está sempre numa pose de: ah, estou à espera que isto mude.
Entretanto o tempo passa... e eu näo aprendo nada de jeito, näo há nada de interessante para fazer, as cabras näo sentem o toque das minhas mäos nas tetas vai para um mês.
Estes gajos recebem dinheiro para me terem cá, e näo me parece que seja para virem cá de vez em quando e dizerem, eh pá há isto para fazer, há aquilo para limpar, para arranjar, para o caralhinho que os foda, e pronto lá vai o Tuga com duas miúdas de 19 anos ver o que se pode fazer.
Farto? Entäo näo? Mais que farto, näo tenho ninguém num raio de 100km com quem possa falar de igual para igual, näo estou a aprender nada que seja proporcionado por eles, o conhecimento que adquiri relativamente ao YiA foi por mim mesmo, ainda mais quando me fui apercebendo que isto näo estava a funcionar bem.
Podia fazer isso em Portugal...
Vou fazer os possíveis para que estes gajos näo fiquem com o dinheiro que a minha estadia aqui lhes proporciona, estes gajos säo mas é malucos, devem pensar que eu ando a comer gelados com a testa ou assim.
Na reuniäo o gajo veio-me com conversinhas, ah estou ocupado, o resto da malta também e tal...
Oh amigo, vai mas é ordenhar o cavalo do vizinho.
Estás ocupado mas tens um projecto na base de dados para receber voluntários. Aguenta-te.
Neste caso quem se está a aguentar sou eu, a hipótese "volta mas é para Portugal" ganha força de vez em quando, mas queria aproveitar esta oportunidade para aprender algo.
Näo aqui, mas noutro projecto, noutra Organizaçäo que de facto trabalhe com o voluntário, que lhe ensine algo, onde haja motivaçäo para lá estar. Vai haver outra reuniäo, marcada porque o gajo da AN lhe ligou, näo sei se chegue lá e lhe diga que tenho muita pena mas vou-me, ou se deixo o gajo tocar violino... Veremos.
Esta merda do voluntariado envolve muito dinheiro, mas näo funciona bem, tenho sabido de casos que me deixam boquiaberto, näo é normal que näo se controle os milhöes (e acreditem que säo milhöes, 885 para todo o programa) de euros que rolam por este programa chamado Youth in Action.
É um deixa andar que até faz impressäo, há casos de pessoas que estäo em projectos que nem sequer existem, isto já é desumano, fazer alguém mudar de país, deixando os amigos e tudo para tráse depois quando lá chegam... nada. Claro que no primeiro mês, andas na tua, näo se passa nada, mas o tempo vai passando, e também tu te vais passando.
Para mim näo pega, ou mudo de projecto, ou há aqui uma volta radical, näo estou a ver como,
ou volto para o nosso pequeno país, cheio de sol, e de pessoas abertas e calorosas, onde tenho amigos, família, e um mundo com tons de rosa e verde.
Estar aqui só por estar... näo.
Veremos como as coisas correm.
De momento os meus dias säo passados assim:
Acordo, coço o testículo (colhäo é feio e vulgar) esquerdo, depois o direito, desço, tomo o pequeno almoço, isto às 11h, e depois depende: se estiver bom tempo, vou até lá fora ver o que se passa (geralmente nada), agora estamos a pintar um portäo novo de castanho e azul.... lindo näo é?
Pergunto-me de onde virá o dinheiro... hmmm....
Estou na net a maior parte do tempo, a estudar o guia, em breve vou começar a escrever um projecto que, caso resulte, me vai deixar todo inchado: um Intercâmbio de Jovens cegos.
Vindos de França, Portugal, e Senegal, sendo o quarto país este mesmo.
Puta da loucura.
Estes paneleiros, quando lhes falei disso, disseram-me: boa boa, quando fizeres isso, vê se pöes uns extras porque precisamos de dinheiro. Claro, eu sou um gajo que sabe fazer isso sem problemas oh granda boi. Apoiar-me é mentira.
As cenas näo estäo a funcionar, de todo.
Näo me ambiento, nem estou para estas merdas.
Veremos se näo pego numa moto serra e näo faço o filme "Parvónia Chainsaw Massacre"...
Até os como...
quinta-feira, 8 de março de 2007
Sábado em Praga
Decidi ficar em Praga, embora näo tivesse um tusto, näo me apetecia ir para casa doente, e ter de palmilhar 8km nestas condiçöes.
A viagem de volta foi calma, eu, Zoé, Marion e Sylvia, íamos num compartimento, partilhado com um Checo e a sua garrafa de cerveja Gambrinus, a minha preferida.
Tirámos fotos ao homenzinho, ao revisor, ao pessoal todo sem ninguém notar, somos uns doidos.
Chegados a Praga, orientámos Angela, Italiana, para que chegasse sem problemas ao seu projecto, em Richnov, ela tinha acabado de chegar à República Checa e foi direitinha para o on-arrival.
Orientamo-la, o Joäo até lhe ofereceu comida e perguntou-lhe se queria dinheiro e tudo. Um querido este rapaz.
Aurelie virou-se para ela e disse: ah, eu até ficava aqui contigo mas tenho que ir ter com uns amigos...
A gaja ficou conosco o tempo todo, näo percebo para que foi aquilo... Enfim.
Fui pôr a mala a casa de Marion, queria conhecer a companheira de quarto dela, sim de quarto porque Marion mora numa casa, composta por uma cozinha e um quarto com duas camas que partilha com Suzanne, que quando lhe perguntei de onde era me respondeu: Nasci na Finlândia e cresci na Austrália. Granda mixórdia...
Marion tinha-me falado dela, parece que era assim um pouco complicado viver com ela, Suzanne é um pouco parada das ideias, enquanto lá estive só a vi fazer duas coisas: tricot e olhar para o nada, literalmente, a miúda estava sentada na mesa da cozinha a olhar para o vazio.
Tinha também 3 máquinas fotográficas com objectivas todas ninja, postas no chäo juntamente com a pilha de roupa (consta que passou 4 meses sem lavar a roupa, vai lá vai), mas fotos na parede, duas ou três, é estranho. Também näo interessa nem ao menino Jesus...
Deitei-me e adormeci praí umas 3 vezes, estava mesmo estoirado, cada vez que Marion perguntava o que íamos fazer, a minha resposta era: foda-se eu moro na Parvónia tu é que que és de cá...
Lá ligou a um pessoal e descobriu que havia uma luta de almofadas na Starometska Namestí, uma das maiores praças de Praga.
A quem ligou ela? A uns amigos, que trabalham na indústria de filmes porno, um deles até escreve os argumentos e tudo!
Isto é chamar estúpido a um gajo... Que há para escrever na história de um filme porno?? A gaja vem, diz olá, schlurp schlurp, pimba pimba, as falas consistem em "sim, oh que bom, fode-me à bruta, ai que mastro tens tu..." tenham dó...
Lá fomos para a praça, combinámos com o resto da malta, isto é o Bas, a Sylvia, Joäo e Aurelie, e esperámos por eles enquanto eu travava conhecimento com a malta dos filmes porno, todos fashions e sorrisinhos à pintas, todos Americanos...
O pessoal lá chegou, mas o Joäo näo.
Perguntei por ele, e o Bas diz-me que depois de combinar uma pasta em casa dele, mudou de ideias e foi dar uma volta à procura näo sei de quê. Mesmo à maluco.
Entretanto ouve-se um apito e assisti à minha primeira luta de almofadas, 5 minutos intensos, penas por todo o lado, uma equipa de reportagem e tudo, e parecia que tinha voltado a nevar em Praga. O vento formava pequenos redemoinhos de penas aqui e ali, bonito, näo para quem estava nas esplanadas a comer, rapidamente uma sopa de legumes se transforma numa sopa de ganso escondido.
Depois veio a polícia, acabou a diversäo, ninguém sabia de nada, as almofadas no chäo näo eram de ninguém, e os agentes lá desistiram de culpar quem quer que fosse.
Começámos entäo a decidir onde íamos jantar, bom e barato, e claro que nunca é à primeira, uns dizem uma coisa, outros dizem outra, é nisto que näo gosto de grupos, uns ouvem, outros näo...
Por vezes dá vontade de dizer: vou ali querem vir? Näo, entäo até já.
Lá decidimos ir comer perto do Teatro Nacional (Narodní Divadlo), a um restaurante dito "para estudantes", e lá comi un gnocci, coisa que nunca tinha provado, e fiquei a saber de onde vem a nossa expressao "nhanha" (mais tarde surgiu "nhoqui"), quando vi umas bolas nhanhosas e nadarem em natas e queijo.
Mas a fome é negra e marcha tudo.
Esperámos por mais pessoal no restaurante, e depois arrancámos todos, em direcçäo à Strassmayarovo (dasse) Namestí, onde diziam que havia dois bares porreiros, e como ficava perto de casa de Marion, melhor.
Estava um pouco receoso de ir no eléctrico, de tarde ia sendo agrafado pelo revisor, apareceu de surpresa, tive de mandar dois mortais e lançar uma bomba de fumo para escapar.
Mais uma despesa quando for a Praga... Sacanas pá.
Éramos alguns 9 e alguns estavam à espera que encontrássemos a um Sábado à noite, às 23 e tal, um bar bom, e com lugares para todos... Säo doidos.
Fomos a um primeiro bar, que o Bas gosta muito, e de facto estava-se bem lá, mas lugares nada, e entäo voltámos para trás e fomos a um bar de reaggae que havia lá por perto.
Entrámos, boa música, estava bem populado, cheiro a Birls de outros tipos no ar... É mesmo aqui, näo mexe mais.
Dá-me a impressäo que Birls nos bares é mesmo à grande e à Checa.
Pousei o cassaco numa espécie de mesa e Bas entra logo atrás de nós e diz-nos: eh pah elas näo querem vir, está fumo, e elas estäo doentes...
Ok na boa, divirtam-se, amigos como dantes.
Eu, Sylvia, Marion e Zoé,(onde é que eu já vi isto?) ficámos em pé 5 minutos, logo vagou uma mesa onde estavam 2 gajos, com um Birls gigantesco na mäo, completamente noutra dimensäo.
Sentámo-nos todos contentes, e fui pedir umas cervejas.
Cheguei ao balcäo e comecei a observar o que lá estava.
Cachimbos, mortalhas gigantes.... estes gajos näo disfarçam muito.
Passado um pouco, aparece o "Boss" de Marion, Joe, Inglês , com uma gaja das Maurícias, Tessa (oh Joe tás com a Tessa? ihihih), e lá começámos a falar sobre o voluntariado e eu sabia que Marion tinha uns pequenos problemas, entäo aos poucos fui puxando os temas e lá se chegou onde queríamos. É bom falar-se dos problemas quando se os tem, mas näo é fácil queixares-te duma pessoa, quando essa pessoa é a mulher do Paträo... Enfim.
Passado um pouco, e porque Marion e eu comunicamos várias vezes em Espanhol, o gajo pergunta se eu falo Francês.
Falo pouco, mas falo Espanhol com ela, e responde o gajo:
Ah é tudo igual...
Foda-se como me irritam estes paneleiros destes Ingleses que pensam que falam a Língua mundial, este estúpido está há 7 anos em Praga e näo fala Checo...
Isto é que é ser etnocentrado, ou lá que merda é essa.
Estiquei-me um pouco e disse-lhe mais alto do que era preciso: näo sejas ignorante oh Irlandês.
Ficou tudo bem, até jogámos ao kiriki e tudo, o problema foi arranjar um copo baço para jogar os dados, e tinha de ser baço porque só a pessoa que joga pode ver os dados.
Lá fui eu ao balcäo desta vez para tentar pedir um copo baço para jogar dados...
Missäo: Impossível pra caralho, nem o Tom Cruzes se safava com esta.
Bem tentei, falei o que pude, gesticulei, sorri, ri-me... e nada.
Voltei frustrado, Sylvia levanta-se, vai ao balcäo e, passado dez segundos, volta com um copo vermelho, de plástico, perfeito para jogar...
Que frustrado.
Jogámos, fomos para casa, dormimos e pronto, logo há mais que este post parece o meu testamento.
A viagem de volta foi calma, eu, Zoé, Marion e Sylvia, íamos num compartimento, partilhado com um Checo e a sua garrafa de cerveja Gambrinus, a minha preferida.
Tirámos fotos ao homenzinho, ao revisor, ao pessoal todo sem ninguém notar, somos uns doidos.
Chegados a Praga, orientámos Angela, Italiana, para que chegasse sem problemas ao seu projecto, em Richnov, ela tinha acabado de chegar à República Checa e foi direitinha para o on-arrival.
Orientamo-la, o Joäo até lhe ofereceu comida e perguntou-lhe se queria dinheiro e tudo. Um querido este rapaz.
Aurelie virou-se para ela e disse: ah, eu até ficava aqui contigo mas tenho que ir ter com uns amigos...
A gaja ficou conosco o tempo todo, näo percebo para que foi aquilo... Enfim.
Fui pôr a mala a casa de Marion, queria conhecer a companheira de quarto dela, sim de quarto porque Marion mora numa casa, composta por uma cozinha e um quarto com duas camas que partilha com Suzanne, que quando lhe perguntei de onde era me respondeu: Nasci na Finlândia e cresci na Austrália. Granda mixórdia...
Marion tinha-me falado dela, parece que era assim um pouco complicado viver com ela, Suzanne é um pouco parada das ideias, enquanto lá estive só a vi fazer duas coisas: tricot e olhar para o nada, literalmente, a miúda estava sentada na mesa da cozinha a olhar para o vazio.
Tinha também 3 máquinas fotográficas com objectivas todas ninja, postas no chäo juntamente com a pilha de roupa (consta que passou 4 meses sem lavar a roupa, vai lá vai), mas fotos na parede, duas ou três, é estranho. Também näo interessa nem ao menino Jesus...
Deitei-me e adormeci praí umas 3 vezes, estava mesmo estoirado, cada vez que Marion perguntava o que íamos fazer, a minha resposta era: foda-se eu moro na Parvónia tu é que que és de cá...
Lá ligou a um pessoal e descobriu que havia uma luta de almofadas na Starometska Namestí, uma das maiores praças de Praga.
A quem ligou ela? A uns amigos, que trabalham na indústria de filmes porno, um deles até escreve os argumentos e tudo!
Isto é chamar estúpido a um gajo... Que há para escrever na história de um filme porno?? A gaja vem, diz olá, schlurp schlurp, pimba pimba, as falas consistem em "sim, oh que bom, fode-me à bruta, ai que mastro tens tu..." tenham dó...
Lá fomos para a praça, combinámos com o resto da malta, isto é o Bas, a Sylvia, Joäo e Aurelie, e esperámos por eles enquanto eu travava conhecimento com a malta dos filmes porno, todos fashions e sorrisinhos à pintas, todos Americanos...
O pessoal lá chegou, mas o Joäo näo.
Perguntei por ele, e o Bas diz-me que depois de combinar uma pasta em casa dele, mudou de ideias e foi dar uma volta à procura näo sei de quê. Mesmo à maluco.
Entretanto ouve-se um apito e assisti à minha primeira luta de almofadas, 5 minutos intensos, penas por todo o lado, uma equipa de reportagem e tudo, e parecia que tinha voltado a nevar em Praga. O vento formava pequenos redemoinhos de penas aqui e ali, bonito, näo para quem estava nas esplanadas a comer, rapidamente uma sopa de legumes se transforma numa sopa de ganso escondido.
Depois veio a polícia, acabou a diversäo, ninguém sabia de nada, as almofadas no chäo näo eram de ninguém, e os agentes lá desistiram de culpar quem quer que fosse.
Começámos entäo a decidir onde íamos jantar, bom e barato, e claro que nunca é à primeira, uns dizem uma coisa, outros dizem outra, é nisto que näo gosto de grupos, uns ouvem, outros näo...
Por vezes dá vontade de dizer: vou ali querem vir? Näo, entäo até já.
Lá decidimos ir comer perto do Teatro Nacional (Narodní Divadlo), a um restaurante dito "para estudantes", e lá comi un gnocci, coisa que nunca tinha provado, e fiquei a saber de onde vem a nossa expressao "nhanha" (mais tarde surgiu "nhoqui"), quando vi umas bolas nhanhosas e nadarem em natas e queijo.
Mas a fome é negra e marcha tudo.
Esperámos por mais pessoal no restaurante, e depois arrancámos todos, em direcçäo à Strassmayarovo (dasse) Namestí, onde diziam que havia dois bares porreiros, e como ficava perto de casa de Marion, melhor.
Estava um pouco receoso de ir no eléctrico, de tarde ia sendo agrafado pelo revisor, apareceu de surpresa, tive de mandar dois mortais e lançar uma bomba de fumo para escapar.
Mais uma despesa quando for a Praga... Sacanas pá.
Éramos alguns 9 e alguns estavam à espera que encontrássemos a um Sábado à noite, às 23 e tal, um bar bom, e com lugares para todos... Säo doidos.
Fomos a um primeiro bar, que o Bas gosta muito, e de facto estava-se bem lá, mas lugares nada, e entäo voltámos para trás e fomos a um bar de reaggae que havia lá por perto.
Entrámos, boa música, estava bem populado, cheiro a Birls de outros tipos no ar... É mesmo aqui, näo mexe mais.
Dá-me a impressäo que Birls nos bares é mesmo à grande e à Checa.
Pousei o cassaco numa espécie de mesa e Bas entra logo atrás de nós e diz-nos: eh pah elas näo querem vir, está fumo, e elas estäo doentes...
Ok na boa, divirtam-se, amigos como dantes.
Eu, Sylvia, Marion e Zoé,(onde é que eu já vi isto?) ficámos em pé 5 minutos, logo vagou uma mesa onde estavam 2 gajos, com um Birls gigantesco na mäo, completamente noutra dimensäo.
Sentámo-nos todos contentes, e fui pedir umas cervejas.
Cheguei ao balcäo e comecei a observar o que lá estava.
Cachimbos, mortalhas gigantes.... estes gajos näo disfarçam muito.
Passado um pouco, aparece o "Boss" de Marion, Joe, Inglês , com uma gaja das Maurícias, Tessa (oh Joe tás com a Tessa? ihihih), e lá começámos a falar sobre o voluntariado e eu sabia que Marion tinha uns pequenos problemas, entäo aos poucos fui puxando os temas e lá se chegou onde queríamos. É bom falar-se dos problemas quando se os tem, mas näo é fácil queixares-te duma pessoa, quando essa pessoa é a mulher do Paträo... Enfim.
Passado um pouco, e porque Marion e eu comunicamos várias vezes em Espanhol, o gajo pergunta se eu falo Francês.
Falo pouco, mas falo Espanhol com ela, e responde o gajo:
Ah é tudo igual...
Foda-se como me irritam estes paneleiros destes Ingleses que pensam que falam a Língua mundial, este estúpido está há 7 anos em Praga e näo fala Checo...
Isto é que é ser etnocentrado, ou lá que merda é essa.
Estiquei-me um pouco e disse-lhe mais alto do que era preciso: näo sejas ignorante oh Irlandês.
Ficou tudo bem, até jogámos ao kiriki e tudo, o problema foi arranjar um copo baço para jogar os dados, e tinha de ser baço porque só a pessoa que joga pode ver os dados.
Lá fui eu ao balcäo desta vez para tentar pedir um copo baço para jogar dados...
Missäo: Impossível pra caralho, nem o Tom Cruzes se safava com esta.
Bem tentei, falei o que pude, gesticulei, sorri, ri-me... e nada.
Voltei frustrado, Sylvia levanta-se, vai ao balcäo e, passado dez segundos, volta com um copo vermelho, de plástico, perfeito para jogar...
Que frustrado.
Jogámos, fomos para casa, dormimos e pronto, logo há mais que este post parece o meu testamento.
terça-feira, 6 de março de 2007
On arrival
Acordei todo torcido, a primeira visäo que tive foi da quantidade de garrafas espalhadas pelo quarto, uma coisa absurda, parecia que tinha havido ali uma transmissäo em directo de um jogo da selecçäo Angolana, tal a quantidade de garrafas de cerveja espalhadas pelo quarto.
Um leve cheiro a vinho espalhava-se pelo ar, o meu quarto parecia uma autêntica tasca.
Levantei-me, tomei um duche, vesti-me e acordei Marion com duas lambadas.
Deixei-a a dormir e fui tomar o pequeno almoço que consistiu em café com açucar... várias vezes.
O on-arrival foi porreiro, novos contactos, novos amigos, e acima de tudo, a certeza de que continuo igual a mim mesmo... sempre que o Honza falava a sério, eu estragava tudo.
Houve coisas estranhas, como o jovem que lá estava da Agência Nacional, Petr de seu nome, que depois de nos dar umas luzes sobre o que era a AN, disse que para aqueles que quisessem falar com ele, ou que tivessem alguma dúvida para irem falar com ele sem problemas.
Depois disto disse também que se ia embora no dia seguinte, e foi para o quarto depois de jantar com Birgit, a namorada (que estava lá para falar da sua experiência como voluntária).
Calculo que ele tivesse à espera que eu entrasse pelo quarto adentro e dissesse "oh Petr, tira de lá daí a boca da farfalha e vem falar comigo se faz favor".
Há certas coisas que me fazem confusäo.
Foi preciso que eu e Marion, quais revolucionários, lixássemos a cabeça aos trainers, para que eles começassem a falar das coisas como deve ser, até entäo davam-nos só papéis e nem falávamos de nada do que vinha lá escrito, além de que eles deviam estar a contar que toda a gente se sentisse à vontade para falar dos seus problemas em frente a um grupo de desconhecidos. Esta gente bate mal...
Isso e a conversa de quem quisesse escrever um projecto (o meu principal objectivo neste ano, escrever ou aprender a fazê-lo como deve ser, para aplicar em Portugal), como um Intercâmbio de Jovens, podia falar com Honza, que tinha muita experiência e tal...
Lá fui eu saber de umas coisas junto dele, acompanhado pela minha fiel escudeira, e parecia que estávamos a falar Chinês com o homem.
Muito gosta esta gente de falar vagamente sobre coisas que näo sabe bem...
Tivemos uma tarde livre em Tabor, era suposto irmos visitar umas catacumbas, e dar uma volta todos juntos...
Chegámos a Tabor, e as catacumbas estavam fechadas... Visitámos entäo uma casa onde tinha sido descoberto um tesouro, chamado de... "o tesouro de Tabor" (genial), que consistia numa colecçäo considerável de moedas de Prata, nada que näo se visse em 5 minutos, ah umas moedas que giro, onde é o WC?
Depois disso havia ainda planeada uma visita a um museu com peças mediavais, mas eu é mais chá e bolinhos, e entäo juntamente com Marion, Zoé, Sylvia e, para mal dos nossos pecados, Tatev, fomos, depois de consultar Honza, a uma casa de chá "típica".
Isto irrita-me particularmente nos Checos, para eles tudo é tipico, só falta dizer que um cagalhäo de cäo no passeio é tipicamente Checo.
Bem a casa de Chá era muito porreira, tinha uma sala com umas almofadas, a malta descalçava-se e sentava-se como queria, ou de pernas cruzadas ou tipo sultäo das arábias refastelado no chäo.
O empregado, todo sorridente (desconfio que sob o efeito de estupefacientes, o malandro), muito porreiro, ria-se de tudo.
Tinham uma lista de alguns 300 chás diferentes, todos eles com a sua maneira especial de preparaçäo e efeitos.
Mandámos vir um cachimbo (o tal shisha), e passado um pouco, fui invadido por um torpor, os olhos pesados, mole... estava a ficar engripado.
Entretanto chegou o resto do grupo, juntámo-nos ali todos, e depois de comer uns cous cous com frutas e cereais, muito bom, pusemo-nos a andar.
Näo há muito mais a contar do on arrival, apenas que fiquei sem dinheiro para voltar para casa, tive de pedir ao Joäo, Roxane comeu metade da sua refeiçäo sem mäos e Hervé abraçou Honza de um modo ridículo.
O dia da partida, foi almoçar às 11:30 e apanhar o comboio sem saber se ficava em Praga ou se ia para casa.
Fim.
Um leve cheiro a vinho espalhava-se pelo ar, o meu quarto parecia uma autêntica tasca.
Levantei-me, tomei um duche, vesti-me e acordei Marion com duas lambadas.
Deixei-a a dormir e fui tomar o pequeno almoço que consistiu em café com açucar... várias vezes.
O on-arrival foi porreiro, novos contactos, novos amigos, e acima de tudo, a certeza de que continuo igual a mim mesmo... sempre que o Honza falava a sério, eu estragava tudo.
Houve coisas estranhas, como o jovem que lá estava da Agência Nacional, Petr de seu nome, que depois de nos dar umas luzes sobre o que era a AN, disse que para aqueles que quisessem falar com ele, ou que tivessem alguma dúvida para irem falar com ele sem problemas.
Depois disto disse também que se ia embora no dia seguinte, e foi para o quarto depois de jantar com Birgit, a namorada (que estava lá para falar da sua experiência como voluntária).
Calculo que ele tivesse à espera que eu entrasse pelo quarto adentro e dissesse "oh Petr, tira de lá daí a boca da farfalha e vem falar comigo se faz favor".
Há certas coisas que me fazem confusäo.
Foi preciso que eu e Marion, quais revolucionários, lixássemos a cabeça aos trainers, para que eles começassem a falar das coisas como deve ser, até entäo davam-nos só papéis e nem falávamos de nada do que vinha lá escrito, além de que eles deviam estar a contar que toda a gente se sentisse à vontade para falar dos seus problemas em frente a um grupo de desconhecidos. Esta gente bate mal...
Isso e a conversa de quem quisesse escrever um projecto (o meu principal objectivo neste ano, escrever ou aprender a fazê-lo como deve ser, para aplicar em Portugal), como um Intercâmbio de Jovens, podia falar com Honza, que tinha muita experiência e tal...
Lá fui eu saber de umas coisas junto dele, acompanhado pela minha fiel escudeira, e parecia que estávamos a falar Chinês com o homem.
Muito gosta esta gente de falar vagamente sobre coisas que näo sabe bem...
Tivemos uma tarde livre em Tabor, era suposto irmos visitar umas catacumbas, e dar uma volta todos juntos...
Chegámos a Tabor, e as catacumbas estavam fechadas... Visitámos entäo uma casa onde tinha sido descoberto um tesouro, chamado de... "o tesouro de Tabor" (genial), que consistia numa colecçäo considerável de moedas de Prata, nada que näo se visse em 5 minutos, ah umas moedas que giro, onde é o WC?
Depois disso havia ainda planeada uma visita a um museu com peças mediavais, mas eu é mais chá e bolinhos, e entäo juntamente com Marion, Zoé, Sylvia e, para mal dos nossos pecados, Tatev, fomos, depois de consultar Honza, a uma casa de chá "típica".
Isto irrita-me particularmente nos Checos, para eles tudo é tipico, só falta dizer que um cagalhäo de cäo no passeio é tipicamente Checo.
Bem a casa de Chá era muito porreira, tinha uma sala com umas almofadas, a malta descalçava-se e sentava-se como queria, ou de pernas cruzadas ou tipo sultäo das arábias refastelado no chäo.
O empregado, todo sorridente (desconfio que sob o efeito de estupefacientes, o malandro), muito porreiro, ria-se de tudo.
Tinham uma lista de alguns 300 chás diferentes, todos eles com a sua maneira especial de preparaçäo e efeitos.
Mandámos vir um cachimbo (o tal shisha), e passado um pouco, fui invadido por um torpor, os olhos pesados, mole... estava a ficar engripado.
Entretanto chegou o resto do grupo, juntámo-nos ali todos, e depois de comer uns cous cous com frutas e cereais, muito bom, pusemo-nos a andar.
Näo há muito mais a contar do on arrival, apenas que fiquei sem dinheiro para voltar para casa, tive de pedir ao Joäo, Roxane comeu metade da sua refeiçäo sem mäos e Hervé abraçou Honza de um modo ridículo.
O dia da partida, foi almoçar às 11:30 e apanhar o comboio sem saber se ficava em Praga ou se ia para casa.
Fim.
segunda-feira, 5 de março de 2007
On arrival
No 3° dia, já tinha aquele grupo de pessoas "marcado", até porque metade do grupo näo falava Inglês, e dos que falavam... bem, näo sei quanto a vocês, mas eu näo me consigo dar bem com toda a gente, o sorriso amarelo näo é a minha especialidade.
Ainda assim, näo seixa de ser curioso, que Viktor, o psicopata, mesmo näo falando Inglês, näo tinha pejo nenhum em deslocar-se conosco. Era bem-vindo, pelo menos assim Marion näo tinha medo de näo acordar na manhä seguinte.
Antes do almoço, fui ao meu quarto buscar uma peça de roupa (interessantíssimo), e quando voltei, ouvi algo que me deixou prostrado: quatro bojardas, mas bojardas à séria, refiro-me a quatro peidos que decerto abalaram os alicerces do edifício.
Devagar, aproximo-me de onde pensava estar o infractor. Apenas vejo Marion, com Zoé, outra Francesa (os Franceses estäo para o voluntariado, como os gafanhotos estäo para as colheitas na Austrália). Näo queria acreditar que tivesse sido uma delas, mas ambas riam-se que nem desalmadas, só perguntei "qual das duas porcas se abriu de tal modo, que até eu corei?"
Zoé... A partir daí, ficou conhecida como "o cu de taberneiro". Ainda hoje me custa a acreditar em tal coisa, até dá vergonha de um gajo se abrir ao pé dela...
Essa noite ficou reservada para o "Kiriki", um jogo de dados que Marion (com muita paciência), lá explicou ao resto da pandilha, e acreditem que era mesmo preciso muita paciência, Tatev, a rapariga da Arménia, näo fica a dever muito a um rato, no que toca a QI.
Onde decorreu o jogo? No meu quarto tá claro, só tinha como vizinhos Sylvia e Aurelie, e Sylvia estava conosco, näo cheguei a saber como correu a noite de Aurelie.
Um aparte porque, mais uma vez, me esqueci de contar algo, tudo para respeitar a ordem cronológica da coisa.
Na 2° noite, jogámos também o Kiriki,mas éramos só eu, Marion, Zoé, e o tal tremeliques, Ondřej.
Jogámos dois jogos, recheados com vinho tinto (aqui é muito popular o Modrý Portugal, que significa Portugal Azul... näo vejo lógica nenhuma nisto mas enfim...), e no final do primeiro jogo, que Ondřej perdeu, comecei a inventar que havia um castigo e tal... e a coisa pegou, entäo o nosso novo amigo Checo ficou encarregue de tomar o pequeno almoço em tronco nu.
Atente-se que Ondřej tem à volta de 30 anitos.
Na manhä seguinte (eu sentado na primeira fila), entrou na sala do pequeno almoço de camisa vestida.
Queixei-me com um "ha ha", e ele superou as minhas expectativas: parou no centro da sala, e lentamente começou a desapertar os botöes, até tirar a camisa, perante o olhar escandalizado de um casal de idóneos, enquanto eu me ria que nem um perdido, até porque do grupo de jogadores, eu era o único que lá estava, e por conseguinte, o único que sabia o que se passava.
Houve uma senhora que olhou 3 vezes para ele, antes de se aperceber do que se passava...
Ele na boa, foi-se servir, sentou-se ao meu lado, e comeu a papinha toda em tronco nu.
A senhora, pertencente ao staff do hotel, chegou-se ao pé dele, e disse-lhe: para a próxima é favor trazer uma camisa.
Ele trouxe-a...
O que eu me ri, Honza foi o primeiro a abandonar a sala, acho que näo queria ter nada a ver com isto, que falta de sentido de humor...
Acabou de comer, vestiu a camisa, e fomos para a sala do seminário, onde às 9:30 entra Marion, descalça e com um par de meias verdes com umas caveiras calçadas nos braços. Eu disse que tínhamos jogado dois jogos... Para o segundo jogo a tarefa foi mais levezinha, porque depois de Ondřej ter perdido, estava tudo com medo de jogar de novo.
Foi assim que nos lembrámos de um Kiriki à larga escala, e decidimos antes as tarefas, o primeiro "prémio" seria comer o almoço sem mäos, sem ajuda de ninguém, excepto da pessoa de serviço à nossa sala. Fácil...
O jogo terminou tarde, saiu a fava a Roxane, do Luxemburgo, e depois do jogo ainda nos arrastámos em conversas, arrotos e peidos, Zoé ainda estava no quarto.
Havia ainda um segundo prémio, que saiu a Hervé (sim, Francês), que consistia em abraçar um dos trainers num momento sério. Devíamos ter trabalhado melhor esta tarefa... Enfim.
Lá para as 4:30 da manhä, restavam Hervé, Marion, Zoé, Bas, Sylvia e Roxane, que näo se calava.
Marion adormeceu na minha cama (que desplante), Roxane saiu pouco depois de Bas e Sylvia, depois de Hervé e Zoé se irem, nem me dei ao trabalho de acordar Marion, havia outra cama...
Já estavam com ideias seus porcos? Sabem bem que sou um gajo sério...
Aconteceu de tudo nessa noite, desde ter o Joäo a dormir a meio do jogo, a irmos comprar cervejas às 3 da manhä à recepçäo, eu ser acusado de näo ser justik pela Tatev, que quando repliquei que essa palavra näo existia, ainda disse do alto do seu escadote: devias ver no dicionário... enfim, que pândegos.
O dia seguinte ia ser complicadote... e assim foi.
Ainda assim, näo seixa de ser curioso, que Viktor, o psicopata, mesmo näo falando Inglês, näo tinha pejo nenhum em deslocar-se conosco. Era bem-vindo, pelo menos assim Marion näo tinha medo de näo acordar na manhä seguinte.
Antes do almoço, fui ao meu quarto buscar uma peça de roupa (interessantíssimo), e quando voltei, ouvi algo que me deixou prostrado: quatro bojardas, mas bojardas à séria, refiro-me a quatro peidos que decerto abalaram os alicerces do edifício.
Devagar, aproximo-me de onde pensava estar o infractor. Apenas vejo Marion, com Zoé, outra Francesa (os Franceses estäo para o voluntariado, como os gafanhotos estäo para as colheitas na Austrália). Näo queria acreditar que tivesse sido uma delas, mas ambas riam-se que nem desalmadas, só perguntei "qual das duas porcas se abriu de tal modo, que até eu corei?"
Zoé... A partir daí, ficou conhecida como "o cu de taberneiro". Ainda hoje me custa a acreditar em tal coisa, até dá vergonha de um gajo se abrir ao pé dela...
Essa noite ficou reservada para o "Kiriki", um jogo de dados que Marion (com muita paciência), lá explicou ao resto da pandilha, e acreditem que era mesmo preciso muita paciência, Tatev, a rapariga da Arménia, näo fica a dever muito a um rato, no que toca a QI.
Onde decorreu o jogo? No meu quarto tá claro, só tinha como vizinhos Sylvia e Aurelie, e Sylvia estava conosco, näo cheguei a saber como correu a noite de Aurelie.
Um aparte porque, mais uma vez, me esqueci de contar algo, tudo para respeitar a ordem cronológica da coisa.
Na 2° noite, jogámos também o Kiriki,mas éramos só eu, Marion, Zoé, e o tal tremeliques, Ondřej.
Jogámos dois jogos, recheados com vinho tinto (aqui é muito popular o Modrý Portugal, que significa Portugal Azul... näo vejo lógica nenhuma nisto mas enfim...), e no final do primeiro jogo, que Ondřej perdeu, comecei a inventar que havia um castigo e tal... e a coisa pegou, entäo o nosso novo amigo Checo ficou encarregue de tomar o pequeno almoço em tronco nu.
Atente-se que Ondřej tem à volta de 30 anitos.
Na manhä seguinte (eu sentado na primeira fila), entrou na sala do pequeno almoço de camisa vestida.
Queixei-me com um "ha ha", e ele superou as minhas expectativas: parou no centro da sala, e lentamente começou a desapertar os botöes, até tirar a camisa, perante o olhar escandalizado de um casal de idóneos, enquanto eu me ria que nem um perdido, até porque do grupo de jogadores, eu era o único que lá estava, e por conseguinte, o único que sabia o que se passava.
Houve uma senhora que olhou 3 vezes para ele, antes de se aperceber do que se passava...
Ele na boa, foi-se servir, sentou-se ao meu lado, e comeu a papinha toda em tronco nu.
A senhora, pertencente ao staff do hotel, chegou-se ao pé dele, e disse-lhe: para a próxima é favor trazer uma camisa.
Ele trouxe-a...
O que eu me ri, Honza foi o primeiro a abandonar a sala, acho que näo queria ter nada a ver com isto, que falta de sentido de humor...
Acabou de comer, vestiu a camisa, e fomos para a sala do seminário, onde às 9:30 entra Marion, descalça e com um par de meias verdes com umas caveiras calçadas nos braços. Eu disse que tínhamos jogado dois jogos... Para o segundo jogo a tarefa foi mais levezinha, porque depois de Ondřej ter perdido, estava tudo com medo de jogar de novo.
Foi assim que nos lembrámos de um Kiriki à larga escala, e decidimos antes as tarefas, o primeiro "prémio" seria comer o almoço sem mäos, sem ajuda de ninguém, excepto da pessoa de serviço à nossa sala. Fácil...
O jogo terminou tarde, saiu a fava a Roxane, do Luxemburgo, e depois do jogo ainda nos arrastámos em conversas, arrotos e peidos, Zoé ainda estava no quarto.
Havia ainda um segundo prémio, que saiu a Hervé (sim, Francês), que consistia em abraçar um dos trainers num momento sério. Devíamos ter trabalhado melhor esta tarefa... Enfim.
Lá para as 4:30 da manhä, restavam Hervé, Marion, Zoé, Bas, Sylvia e Roxane, que näo se calava.
Marion adormeceu na minha cama (que desplante), Roxane saiu pouco depois de Bas e Sylvia, depois de Hervé e Zoé se irem, nem me dei ao trabalho de acordar Marion, havia outra cama...
Já estavam com ideias seus porcos? Sabem bem que sou um gajo sério...
Aconteceu de tudo nessa noite, desde ter o Joäo a dormir a meio do jogo, a irmos comprar cervejas às 3 da manhä à recepçäo, eu ser acusado de näo ser justik pela Tatev, que quando repliquei que essa palavra näo existia, ainda disse do alto do seu escadote: devias ver no dicionário... enfim, que pândegos.
O dia seguinte ia ser complicadote... e assim foi.
domingo, 4 de março de 2007
On Arrival
Pousámos as malas, e juntámo-nos ao grupo.
Um olhar rápido em volta (o chamado olhar perscrutador de gado), mostrou que era um grupo heterogéneo, muitas nacionalidades, gajos e gajas por todo o lado.
Vou para me sentar, e há um gajo, todo tremeliques, que me vem cumprimentar.
Olá sou o Ondřej, mas näo sou parte da equipa de trainers, nem parte dos participantes.
Entäo quem és tu caralho??
Estiquei-lhe a mäo e disse-lhe: está bem, mas ainda assim posso-me apresentar.
Lá o fiz e sentei-me, podendo assim observar o grupo de participantes com mais atençäo, e salta-me à vista uma miúda toda furada, com uma pose de "odeio-vos e nem queria estar aqui", mas por outro lado, tinha aquele ar Erika Badu, África minha e essas merdas.
Os trainers, Vojta e Honza (Honza aqui é um nome vulgar), sempre com aquele arzinho cândido e vagamente superior, oh gosto tanto de jovens.
Começámos com os jogos dignos de primária (aquando do meu primeiro seminário, na Estónia, estes jogos causaram-me boa impressäo, mas agora, cheira tudo ao mesmo, inovaçäo precisa-se).
Primeiro, imaginem que isto (o chäo) é a Europa, aqui é a Checa, ali o Norte, e orientem-se consoante a vossa origem.
Lá vou eu e o Joäo para um canto, tu no norte eu no sul, e tá uma gaja, completamente fora da Europa, estava mais para o Médio Oriente, nariz grande, tez escura, parecia mesmo a Esfinge com o nariz completo.
Perguntei-lhe de onde era: Arménia.
Porra, vieste cagar longe...
Havia muita gente que näo falava Inglês, pensei que fosse um requisito para participar num projecto, aparentemente, näo era assim täo importante, se bem que me causa um pouco de confusäo alguém da Eslováquia vir para a Républica Checa... é como eu ir de Lisboa para Bragança (mas sem o putedo), näo há assim grande desafio, é só sotaque, além disso é já ali.
Enfim, cada um sabe de si, e eu sei de todos.
Hora de jantar, e eu antes disso, vou tratar do meu quarto, até porque quero saber quem é que vai levar com os gases a noite toda.
Chego à recepçäo e travo logo conhecimento com a senhora de serviço, Bianka de seu nome, e pergunto-lhe logo com quem é que estou no quarto.
Ela consulta a lista e... ninguém.
Ninguém?? Que raio?
Pois parece que éramos em número ímpar, e sobrava alguém...
Sem problema de qualquer espécie, näo esperava pelo duche, näo ouvia ninguém ressonar, podia mudar de cama se os meus lençóis sofressem de EDGM (excesso de gases mal-cheirosos), e tinha um par de toalhas extras que podia sempre meter na mala e fingir que faço colecçäo.
E podia fazer o barulho que quisesse, quando quisesse.
Havia de tudo, e näo deixei de constatar algo curioso. Grande parte das pessoas que conheci neste seminário, pelo menos aquelas com quem me dei bem, consigo compará-las com outras pessoas quwe já conheço, e quando digo compará-las, é conseguir ver grandes semelhanças, na postura, andar, riso, sentido de humor... seremos assim tantos no mundo que nos começamos a repetir? Porra se sim, näo quero levar comigo...
Tenho encontrado todo o tipo diferente de risos.
Há o de Cecile, que se destaca pela rapidez com que surge, passando do silêncio para um quase grito, semelhante a uma hiena com o cio, o de Michal, o tal cromo cá do sítio, que começa baixinho, e acaba num som semelhante a um cavalo a asfixiar, o de Krystina, uma Polaca que conheci no seminário, que é algo como... bem imaginem que alguém está a falar de algo, e de repente sem aviso prévio, imita uma gaivota nervosa. Eis Krystina. Há aí uns risos engraçados...
Depois de jantar, eu tenho uma ideia muito boa, que é ir a Tabor beber um copo. Pergunto à recepcionista os horários dos autocarros, para ir e para voltar, e lá fomos nós, todos contentes para Tabor. Ir para lá, foi na boa, chegámos, todos contentes, e sem me dar conta, já vou em amena cavaqueira com a Erika Badu, Marion de seu nome, Francesa.
Íamos um pouco separados do grupo a falar nem sei de quê, quando ouvimos um estrondo.
Foda-se, mandei um salto, Marion juntou-se a mim, e ficámos sem perceber que merda tinha sido aquela.
Um segundo olhar, juntamente com uma segunda explosäo, permitiu-nos ver o que era.
Viktor, um puto Ucraniano que estava conosco, tinha trazido umas bombas quaisquer, e andava todo entretido a mandá-las ao ar, sem nexo.
O resto do grupo ia mais à frente e Marion pôs-se com filmes, ai que ele vai-nos matar, cabräo do miúdo é psicopata, e nós aqui... Que gente doida.
Lá me cheguei ao pé do gajo, e disse-lhe em Checo "o que fazes näo é bom" e levei o dedo indicador à testa, como quem diz, és maluco.
O gajo ri-se e diz, ah é bom é... é giro.
Tá bem...
Lá fomos ao bar, que era uma bela merda, e depois para voltar, foi um ver se te avias.
Autocarros, nem vê-los, a Sra Dona Bianka ia ter problemas no dia seguinte, lá decidimos ir a patas, até Tabor, o que desde já vos digo.... é uma grandessíssima e alternadíssima merda.
Cheguei ao hotel de rastos, jurando nunca mais ir a Tabor se näo tivesse a certeza como voltaria.
No segundo dia, tivemos de nos juntar em grupos e fazer várias tarefas, incluindo cantar uma cançäo Checa, ir à estaçäo perguntar quantos comboios passam em Sezimovo Ústi por semana, construir uma escultura de 3 metros... tudo isto enquanto alguém estava vendado, ou mudo, fazia parte do jogo.
Volta e meia lá calhava algo assim do género, a mais gira foi quando se lembraram da seguinta tarefa: tínhamos que tirar três fotos: uma de uma família Checa, outra da sua cozinha, e outra conosco na cozinha!
Nem pensei que fosse possível, mas o que é certo é que o meu grupo demorou 5 minutos a fazer isto, mas näo foi graças a coisa nenhuma além de sorte.
Amanhä pode ser que conte mais, já tenho calos na ponta dos dedos, complica quando é para tirar os berloques do rêgo...
Um olhar rápido em volta (o chamado olhar perscrutador de gado), mostrou que era um grupo heterogéneo, muitas nacionalidades, gajos e gajas por todo o lado.
Vou para me sentar, e há um gajo, todo tremeliques, que me vem cumprimentar.
Olá sou o Ondřej, mas näo sou parte da equipa de trainers, nem parte dos participantes.
Entäo quem és tu caralho??
Estiquei-lhe a mäo e disse-lhe: está bem, mas ainda assim posso-me apresentar.
Lá o fiz e sentei-me, podendo assim observar o grupo de participantes com mais atençäo, e salta-me à vista uma miúda toda furada, com uma pose de "odeio-vos e nem queria estar aqui", mas por outro lado, tinha aquele ar Erika Badu, África minha e essas merdas.
Os trainers, Vojta e Honza (Honza aqui é um nome vulgar), sempre com aquele arzinho cândido e vagamente superior, oh gosto tanto de jovens.
Começámos com os jogos dignos de primária (aquando do meu primeiro seminário, na Estónia, estes jogos causaram-me boa impressäo, mas agora, cheira tudo ao mesmo, inovaçäo precisa-se).
Primeiro, imaginem que isto (o chäo) é a Europa, aqui é a Checa, ali o Norte, e orientem-se consoante a vossa origem.
Lá vou eu e o Joäo para um canto, tu no norte eu no sul, e tá uma gaja, completamente fora da Europa, estava mais para o Médio Oriente, nariz grande, tez escura, parecia mesmo a Esfinge com o nariz completo.
Perguntei-lhe de onde era: Arménia.
Porra, vieste cagar longe...
Havia muita gente que näo falava Inglês, pensei que fosse um requisito para participar num projecto, aparentemente, näo era assim täo importante, se bem que me causa um pouco de confusäo alguém da Eslováquia vir para a Républica Checa... é como eu ir de Lisboa para Bragança (mas sem o putedo), näo há assim grande desafio, é só sotaque, além disso é já ali.
Enfim, cada um sabe de si, e eu sei de todos.
Hora de jantar, e eu antes disso, vou tratar do meu quarto, até porque quero saber quem é que vai levar com os gases a noite toda.
Chego à recepçäo e travo logo conhecimento com a senhora de serviço, Bianka de seu nome, e pergunto-lhe logo com quem é que estou no quarto.
Ela consulta a lista e... ninguém.
Ninguém?? Que raio?
Pois parece que éramos em número ímpar, e sobrava alguém...
Sem problema de qualquer espécie, näo esperava pelo duche, näo ouvia ninguém ressonar, podia mudar de cama se os meus lençóis sofressem de EDGM (excesso de gases mal-cheirosos), e tinha um par de toalhas extras que podia sempre meter na mala e fingir que faço colecçäo.
E podia fazer o barulho que quisesse, quando quisesse.
Havia de tudo, e näo deixei de constatar algo curioso. Grande parte das pessoas que conheci neste seminário, pelo menos aquelas com quem me dei bem, consigo compará-las com outras pessoas quwe já conheço, e quando digo compará-las, é conseguir ver grandes semelhanças, na postura, andar, riso, sentido de humor... seremos assim tantos no mundo que nos começamos a repetir? Porra se sim, näo quero levar comigo...
Tenho encontrado todo o tipo diferente de risos.
Há o de Cecile, que se destaca pela rapidez com que surge, passando do silêncio para um quase grito, semelhante a uma hiena com o cio, o de Michal, o tal cromo cá do sítio, que começa baixinho, e acaba num som semelhante a um cavalo a asfixiar, o de Krystina, uma Polaca que conheci no seminário, que é algo como... bem imaginem que alguém está a falar de algo, e de repente sem aviso prévio, imita uma gaivota nervosa. Eis Krystina. Há aí uns risos engraçados...
Depois de jantar, eu tenho uma ideia muito boa, que é ir a Tabor beber um copo. Pergunto à recepcionista os horários dos autocarros, para ir e para voltar, e lá fomos nós, todos contentes para Tabor. Ir para lá, foi na boa, chegámos, todos contentes, e sem me dar conta, já vou em amena cavaqueira com a Erika Badu, Marion de seu nome, Francesa.
Íamos um pouco separados do grupo a falar nem sei de quê, quando ouvimos um estrondo.
Foda-se, mandei um salto, Marion juntou-se a mim, e ficámos sem perceber que merda tinha sido aquela.
Um segundo olhar, juntamente com uma segunda explosäo, permitiu-nos ver o que era.
Viktor, um puto Ucraniano que estava conosco, tinha trazido umas bombas quaisquer, e andava todo entretido a mandá-las ao ar, sem nexo.
O resto do grupo ia mais à frente e Marion pôs-se com filmes, ai que ele vai-nos matar, cabräo do miúdo é psicopata, e nós aqui... Que gente doida.
Lá me cheguei ao pé do gajo, e disse-lhe em Checo "o que fazes näo é bom" e levei o dedo indicador à testa, como quem diz, és maluco.
O gajo ri-se e diz, ah é bom é... é giro.
Tá bem...
Lá fomos ao bar, que era uma bela merda, e depois para voltar, foi um ver se te avias.
Autocarros, nem vê-los, a Sra Dona Bianka ia ter problemas no dia seguinte, lá decidimos ir a patas, até Tabor, o que desde já vos digo.... é uma grandessíssima e alternadíssima merda.
Cheguei ao hotel de rastos, jurando nunca mais ir a Tabor se näo tivesse a certeza como voltaria.
No segundo dia, tivemos de nos juntar em grupos e fazer várias tarefas, incluindo cantar uma cançäo Checa, ir à estaçäo perguntar quantos comboios passam em Sezimovo Ústi por semana, construir uma escultura de 3 metros... tudo isto enquanto alguém estava vendado, ou mudo, fazia parte do jogo.
Volta e meia lá calhava algo assim do género, a mais gira foi quando se lembraram da seguinta tarefa: tínhamos que tirar três fotos: uma de uma família Checa, outra da sua cozinha, e outra conosco na cozinha!
Nem pensei que fosse possível, mas o que é certo é que o meu grupo demorou 5 minutos a fazer isto, mas näo foi graças a coisa nenhuma além de sorte.
Amanhä pode ser que conte mais, já tenho calos na ponta dos dedos, complica quando é para tirar os berloques do rêgo...
Fuga para Praga
O dia seguinte foi bastante calmo, estava tudo a morrer e a recuperar da noite de folia, passou-se o tempo a comer e a jogar jogos de dados, muito populares quando näo há tv.
Havia a hipótese de eu ir para Praga, dormir lá e seguir na Segunda para o on-arrival training, algo a que todos os voluntários estäo obrigados, e o termo "on-arrival" pode enganar, visto que
Aurélie, uma Francesa que está cá há 8 meses e parece que está sempre aflita para cagar, tais säo os esgares que constantemente faz, iria ter o seu on-arrival na mesma altura que eu, que estou cá há dois e meio.
Essa mesma Aurelie e Sylvia, a tal Alemä, vieram à festa com o intuito de depois seguirem comigo na Segunda para o training, por isso achei bem consultar as meninas para saber o que pensavam da ideia de seguirmos para Praga, ramboiarmos por lá, e seguirmos todos juntos para o training. Todos juntos significa, eu, Joäo, Bas, Aurélie e Sylvia.
Aurélie, fez uma cara de "quero dar um pum mas tenho vergonha", e Sylvia encolheu os ombros, deixando-me a mim também na dúvida. Porra, quando um gajo precisa de um empurräozinho...
O primeiro grupo ia-se embora, e Kristin ia-lhes indicar o caminho até Plchůvky, a estaçäo de comboios mais próxima (6 km) deste aterro de vida.
Para Kristin näo regressar sozinha, decidi ir com eles, e lá nos despedimos de mais de metade da macacada (eh pá acho que eram só gajas...), com a promessa de nos vermos em breve e blá blá blá.
Regressámos a casa, e diz-me assim Berto: olha se queres vir, é agora, porque daqui a 15 minutos vamos embora.
Olhei para Sylvia e Aurélie, e disse-lhes: 'Bora. Antes que elas respondessem, subi para fazer a minha mala.
Os 15 minutos transformaram-se para aí em 7, estavam todos cheios da pressa, e lá fui eu para Praga sem saber se tinha tudo comigo.
Chegados a Plchůvky, tinhamos acabado de perder um comboio, o que se traduz em ficar ali uma hora num total anhanço, onde nem sequer havia um cafézito, nada.
Pusemo-nos a jogar jogos de quem está a anhar, do género, eu penso em alguém e tu adivinhas quem é, eu dou uma série de peidos e tu conta-los sem te rires e coisas assim.
O comboio lá chegou, e lá fomos nós para Praga.
Chegados a Praga, lá fomos de mala às costas à procura de um restaurante barato para comer, para depois irmos a um tal de Cross Club.
Entrámos no primeiro, já eram 21h e tal, sacrilégio, só havia tostas e afins.
Mudámo-nos para outro, nem tostas havia... estava difícil.
Prosseguimos a aventura e deparámo-nos com um restaurante Chinês, vazio, ou seja, duplamente suspeito, mas como estávamos esganados e era barato, lá fomos nós.
Aconselhei a malta a näo pedir carne, nunca se sabe que animal estamos a comer, ainda mais desconfiado fiquei quando, Anna, Espanhola, pediu porco agridoce, e eu vi dois miudinhos a correr o para umas escadas que näo sabia onde iam dar. Seriam o Porco e o Agridoce? Hmmm...
Pedi dois crepes e massa com legumes, näo corro riscos (só de Túlia, granda maluco).
Durante o jantar, a diversäo foi comparar as coisas estranhas que íamos encontrando nos pratos. Anna encontrou um ONNI (objecto nojento näo identificado), que ainda hoje estou para saber o que era, Nicco, também tinha algo engraçado, parecia uma unha do pé torcida, e lá ficaram sem comerem nada de jeito.
Jantámos, e constatou-se que estavam todos muito cansados para irem onde quer que fosse, decidiu-se entäo irmos para casa.
Dividimo-nos como pudemos, eu em casa do Joäo, Sylvia e Aurélie em casa do Bas, e combinámos que no dia seguinte nos encontraríamos na estaçäo de comboios ou algo assim, o Joäo e o Bas tinham os contactos móveis um do outro, näo havia de ser nada.
Lá fomos para casa, eu e o Joäo na palhota e tal, e combinámos no dia seguinta acordar lá para as 11, embora nos estivéssemos mais era a cagar para horas, no primeiro dia do training näo era assim täo necessário chegar às 17 em ponto, como vinha na chamada, pelo menos pensávamos nós.
O que é certo é que acordámos, eu fiz uma massa toda maluca com o que havia lá em casa para usar, comemos nas calmas, limpámos a cozinha nas calmas, e fomos ter com eles à estaçäo.
Entretanto diz-me assim o Joäo: eh pah, há meia hora atrás disse-lhes que estávamos lá em 15 minutos... Pois.
Chegámos à estaçäo e eles já tinham arrancado, com medo de perder o emocionante jogo dos nomes, ou assim.
Caguei-me a rir, e o Joäo queixou-se de estes gajos viverem a olhar para o relógio.
Por um lado compreendo a deles, querem chegar a horas, näo väo ser chicoteados uma vez por cada minuto de atraso...
Por outro lado, que otários, näo tínhamos combinado horas nenhumas, podiam muito bem ter esperado um pouco...
Lá ficámos um pouco a leste, porque Bas é que tinha o horário dos comboios, entäo lá fui eu mais uma vez pôr em prática o meu fluente linguarejar de Checo com a mulher da bilheteira.
Consegui comprar o bilhete, perguntar as horas do comboio, tudo correu bem, o pincel era saber se tínhamos de mudar de comboio para chegar à extasiante localidade de Sezimovo Ústi, lá tivemos de recorrer às informaçöes, onde há sempre alguém que fala Inglês.
Tínhamos de mudar em Tabor, era o único transbordo.
Faltava uma hora para o comboio, decidimos ir beber um cafézito, café esse que nos custou 28Kc, quase um euro... Sempre que eu e ele decidimos ir a algum lado queimar tempo, sai sempre caro.
Chegada a hora, lá nos metemos no comboio, apenas com um único problema: näo fazíamos a mínima ideia quanto tempo demorava a viagem, costumo sempre ter isso escrito quando consulto o trajecto, coisa que deste vez näo aconteceu.
Na mesma cabine que nós, ia uma miúda Checa, dos seus catorze anitos, e foi ela que nos preveniu que estávamos a chegar.
Provavelmente alguém se pergunta: ah mas qual é o problema?
Eu explico: o problema, além do medo de adormecer e ir parar à Hungria, é que dentro dos comboios faz um calor do caraças, o que faz com que tires a roupa toda, até ficares de cuecas.
Pronto, ficas de t-shirt, mas a questäo essencial, é que o tempo de paragem nas estaçöes é curto, e näo me parecesse que Tabor fosse uma estaçäo de comboios movimentada.
Em suma, se chegássemos a Tabor sem saber, mal tínhamos tempo de reunir as coisas todas e saltar do comboio.
Lá chegámos a Tabor, e tínhamos de perguntar a alguém qual era o comboio para Sezimovo Ústi. Dirigi-me às bilheteiras e perguntei, a resposta obtida foi: linha 2.
Lá fomos para a linha 2, mas os Checos, raios os partam, têm um sistema estranho de numerar as linhas, que eu ainda näo percebi. Nas plataformas de embarque, além do número da linha, (que nem eu nem o Joäo vimos), têm também algo a que chamam "kolej" que vai até ao VII praí. Presumo que sejam as carruagens, mas de presunçöes estäo os manicómios cheios, e tive de perguntar mais duas vezes, a última das quais com o comboio mesmo a partir, para ter a certeza de que era o comboio certo. Já dizia o Astérix: estes Checos säo loucos.
O comboio demorou dez minutos para chegar à idílica localidade de Sezimovo Ústi (pergunto-me sempre se escrevo bem, mas vocês também näo sabem, eheheh), faltava-nos apenas uma coisa: achar o hotel Mas.
Perguntei a um transeunte, que me deve ter mandado à merda, e o segundo cidadäo disse-me uma série de palavras em Checo, que eu tentei simplificar sem sucesso, mas pelo menos ficámos com uma ideia decente acerca da direcçäo a tomar.
Depois de andarmos um pouco às aranhas, encontrámos o hotel.
Perguntei à recepcionista onde se desenrolava o seminário de voluntários, e ela respondeu-me, metade em Checo, metade em alemäo, talvez devido aos meus olhos azuis e cabelo loiro (...),
que se desenrolava no 3° andar.
Lá fomos, direitos ao 3° andar, quando Joäo me detém e diz: oh pá, olha que o 3° andar deles é o nosso 2°.
Passou-me pela cabeça que o meu mais recente amigo precisasse de um copo de água com açúcar, mas o que é certo é que ele tinha razäo, eles contam o rés-do-chäo como o 1° andar...
Lá entrámos pela sala do training adentro, pondo mais achas no estereótipo de que os Portugueses chegam sempre atrasados...
Havia a hipótese de eu ir para Praga, dormir lá e seguir na Segunda para o on-arrival training, algo a que todos os voluntários estäo obrigados, e o termo "on-arrival" pode enganar, visto que
Aurélie, uma Francesa que está cá há 8 meses e parece que está sempre aflita para cagar, tais säo os esgares que constantemente faz, iria ter o seu on-arrival na mesma altura que eu, que estou cá há dois e meio.
Essa mesma Aurelie e Sylvia, a tal Alemä, vieram à festa com o intuito de depois seguirem comigo na Segunda para o training, por isso achei bem consultar as meninas para saber o que pensavam da ideia de seguirmos para Praga, ramboiarmos por lá, e seguirmos todos juntos para o training. Todos juntos significa, eu, Joäo, Bas, Aurélie e Sylvia.
Aurélie, fez uma cara de "quero dar um pum mas tenho vergonha", e Sylvia encolheu os ombros, deixando-me a mim também na dúvida. Porra, quando um gajo precisa de um empurräozinho...
O primeiro grupo ia-se embora, e Kristin ia-lhes indicar o caminho até Plchůvky, a estaçäo de comboios mais próxima (6 km) deste aterro de vida.
Para Kristin näo regressar sozinha, decidi ir com eles, e lá nos despedimos de mais de metade da macacada (eh pá acho que eram só gajas...), com a promessa de nos vermos em breve e blá blá blá.
Regressámos a casa, e diz-me assim Berto: olha se queres vir, é agora, porque daqui a 15 minutos vamos embora.
Olhei para Sylvia e Aurélie, e disse-lhes: 'Bora. Antes que elas respondessem, subi para fazer a minha mala.
Os 15 minutos transformaram-se para aí em 7, estavam todos cheios da pressa, e lá fui eu para Praga sem saber se tinha tudo comigo.
Chegados a Plchůvky, tinhamos acabado de perder um comboio, o que se traduz em ficar ali uma hora num total anhanço, onde nem sequer havia um cafézito, nada.
Pusemo-nos a jogar jogos de quem está a anhar, do género, eu penso em alguém e tu adivinhas quem é, eu dou uma série de peidos e tu conta-los sem te rires e coisas assim.
O comboio lá chegou, e lá fomos nós para Praga.
Chegados a Praga, lá fomos de mala às costas à procura de um restaurante barato para comer, para depois irmos a um tal de Cross Club.
Entrámos no primeiro, já eram 21h e tal, sacrilégio, só havia tostas e afins.
Mudámo-nos para outro, nem tostas havia... estava difícil.
Prosseguimos a aventura e deparámo-nos com um restaurante Chinês, vazio, ou seja, duplamente suspeito, mas como estávamos esganados e era barato, lá fomos nós.
Aconselhei a malta a näo pedir carne, nunca se sabe que animal estamos a comer, ainda mais desconfiado fiquei quando, Anna, Espanhola, pediu porco agridoce, e eu vi dois miudinhos a correr o para umas escadas que näo sabia onde iam dar. Seriam o Porco e o Agridoce? Hmmm...
Pedi dois crepes e massa com legumes, näo corro riscos (só de Túlia, granda maluco).
Durante o jantar, a diversäo foi comparar as coisas estranhas que íamos encontrando nos pratos. Anna encontrou um ONNI (objecto nojento näo identificado), que ainda hoje estou para saber o que era, Nicco, também tinha algo engraçado, parecia uma unha do pé torcida, e lá ficaram sem comerem nada de jeito.
Jantámos, e constatou-se que estavam todos muito cansados para irem onde quer que fosse, decidiu-se entäo irmos para casa.
Dividimo-nos como pudemos, eu em casa do Joäo, Sylvia e Aurélie em casa do Bas, e combinámos que no dia seguinte nos encontraríamos na estaçäo de comboios ou algo assim, o Joäo e o Bas tinham os contactos móveis um do outro, näo havia de ser nada.
Lá fomos para casa, eu e o Joäo na palhota e tal, e combinámos no dia seguinta acordar lá para as 11, embora nos estivéssemos mais era a cagar para horas, no primeiro dia do training näo era assim täo necessário chegar às 17 em ponto, como vinha na chamada, pelo menos pensávamos nós.
O que é certo é que acordámos, eu fiz uma massa toda maluca com o que havia lá em casa para usar, comemos nas calmas, limpámos a cozinha nas calmas, e fomos ter com eles à estaçäo.
Entretanto diz-me assim o Joäo: eh pah, há meia hora atrás disse-lhes que estávamos lá em 15 minutos... Pois.
Chegámos à estaçäo e eles já tinham arrancado, com medo de perder o emocionante jogo dos nomes, ou assim.
Caguei-me a rir, e o Joäo queixou-se de estes gajos viverem a olhar para o relógio.
Por um lado compreendo a deles, querem chegar a horas, näo väo ser chicoteados uma vez por cada minuto de atraso...
Por outro lado, que otários, näo tínhamos combinado horas nenhumas, podiam muito bem ter esperado um pouco...
Lá ficámos um pouco a leste, porque Bas é que tinha o horário dos comboios, entäo lá fui eu mais uma vez pôr em prática o meu fluente linguarejar de Checo com a mulher da bilheteira.
Consegui comprar o bilhete, perguntar as horas do comboio, tudo correu bem, o pincel era saber se tínhamos de mudar de comboio para chegar à extasiante localidade de Sezimovo Ústi, lá tivemos de recorrer às informaçöes, onde há sempre alguém que fala Inglês.
Tínhamos de mudar em Tabor, era o único transbordo.
Faltava uma hora para o comboio, decidimos ir beber um cafézito, café esse que nos custou 28Kc, quase um euro... Sempre que eu e ele decidimos ir a algum lado queimar tempo, sai sempre caro.
Chegada a hora, lá nos metemos no comboio, apenas com um único problema: näo fazíamos a mínima ideia quanto tempo demorava a viagem, costumo sempre ter isso escrito quando consulto o trajecto, coisa que deste vez näo aconteceu.
Na mesma cabine que nós, ia uma miúda Checa, dos seus catorze anitos, e foi ela que nos preveniu que estávamos a chegar.
Provavelmente alguém se pergunta: ah mas qual é o problema?
Eu explico: o problema, além do medo de adormecer e ir parar à Hungria, é que dentro dos comboios faz um calor do caraças, o que faz com que tires a roupa toda, até ficares de cuecas.
Pronto, ficas de t-shirt, mas a questäo essencial, é que o tempo de paragem nas estaçöes é curto, e näo me parecesse que Tabor fosse uma estaçäo de comboios movimentada.
Em suma, se chegássemos a Tabor sem saber, mal tínhamos tempo de reunir as coisas todas e saltar do comboio.
Lá chegámos a Tabor, e tínhamos de perguntar a alguém qual era o comboio para Sezimovo Ústi. Dirigi-me às bilheteiras e perguntei, a resposta obtida foi: linha 2.
Lá fomos para a linha 2, mas os Checos, raios os partam, têm um sistema estranho de numerar as linhas, que eu ainda näo percebi. Nas plataformas de embarque, além do número da linha, (que nem eu nem o Joäo vimos), têm também algo a que chamam "kolej" que vai até ao VII praí. Presumo que sejam as carruagens, mas de presunçöes estäo os manicómios cheios, e tive de perguntar mais duas vezes, a última das quais com o comboio mesmo a partir, para ter a certeza de que era o comboio certo. Já dizia o Astérix: estes Checos säo loucos.
O comboio demorou dez minutos para chegar à idílica localidade de Sezimovo Ústi (pergunto-me sempre se escrevo bem, mas vocês também näo sabem, eheheh), faltava-nos apenas uma coisa: achar o hotel Mas.
Perguntei a um transeunte, que me deve ter mandado à merda, e o segundo cidadäo disse-me uma série de palavras em Checo, que eu tentei simplificar sem sucesso, mas pelo menos ficámos com uma ideia decente acerca da direcçäo a tomar.
Depois de andarmos um pouco às aranhas, encontrámos o hotel.
Perguntei à recepcionista onde se desenrolava o seminário de voluntários, e ela respondeu-me, metade em Checo, metade em alemäo, talvez devido aos meus olhos azuis e cabelo loiro (...),
que se desenrolava no 3° andar.
Lá fomos, direitos ao 3° andar, quando Joäo me detém e diz: oh pá, olha que o 3° andar deles é o nosso 2°.
Passou-me pela cabeça que o meu mais recente amigo precisasse de um copo de água com açúcar, mas o que é certo é que ele tinha razäo, eles contam o rés-do-chäo como o 1° andar...
Lá entrámos pela sala do training adentro, pondo mais achas no estereótipo de que os Portugueses chegam sempre atrasados...
A festa
Depois do incidente com a tutora, digamos que o ambiente näo era o melhor, até porque ela ia cá ficar até à hora do baile, e talvez até dormisse cá.
Chegada a hora de ir buscar a malta, foi a confusäo que se sabe, näo sabia quantos vinham, nem a que horas vinham.
Os primeiros chegaram por volta das 20:30, e logo se chegou à conclusäo que seriam necessárias 4 viagens para pôr aquela gente toda em casa.
Depois de duas primeiras viagens, Eu, Berto, Bas, e Nicco, um Francês de visita ao país, decidimos ir andando, näo ia demorar muito até Kristin voltar, e assim poupava-se tempo.
Depois de palmilharmos 2km, o que, tendo em conta que tínhamos vinho, nem foi assim muito, Bas recebe a seguinte msg no telemóvel: o carro deu o berro, isto näo é uma piada.
Eu ri-me, mas foi para näo estar a dizer: foda-se puta que pariu a minha sorte.
Lá seguimos, alegres e contentes, pelo meio da escuridäo, em direcçäo à Parvónia.
O carro lá recuperou, e ainda poupámos uns bons 3 kms.
Chegados a casa, já estava tudo acomodado, bebido e em amena cavaqueira.
Com o vinho, Birls e a converseta, só fomos para o baile lá para a meia noite.
Lá fomos nós, 20 estrangeiros, em direcçäo ao evento do ano aqui do sítio.
Entrámos, Dobrý večer ao povo todo, pusemos os nossos casacos no bengaleiro, e subimos para onde se desenrolava a acçäo.
Era altura do sorteio, digo isto porque estava um rapaz junto a uma tômbola, enquanto lia uns bilhetinhos.
Fomos ao balcäo, pedimos umas cervejas, e fiquei atónito quando olhei em volta:
estava tudo de lacinho, camisas com cheiro a naftalina, vestidos do tempo em que o persil custava 200 paus, sentadinhos na mesa, todos cócós. Baile? pfff....
Nisto há um sururu qualquer, umas vozes que se exaltam, e enquanto eu tentava falar com um senhor muito simpático (e muito bêbado) que tinha estado em Portugal, Petr aborda-me muito nervoso e diz-me que eu e os meus amigos temos de sair, as pessoas estäo descontentes, e ao que parece, näo tínhamos lacinho.
Confesso que fiquei tristíssimo, näo pela situaçäo em si, mas pelo que ela representava, estas pessoas nunca tinham saído daqui, e quando tem uma oportunidade de, de uma só vez, ter contacto com metade da Europa... é isto.
Alguém vinha a pensar que era necessário roupa de gala (da tanga)? Nem nunca.
Ainda por cima quando a idade do grupo vai dos 19 aos 24 anos.
Enfim, acedemos ao pedido, saímos, com o grupo todo a olhar para mim, naquela do deixa lá, só tens é que te pôr a andar daqui.
Voltámos para casa e prosseguimos com a festa, música, comida, mais alcoól, saltámos, dançámos e começou-se a assistir aos primeiros efeitos do alcoól em excesso, se bem que lá para as 2:30.
Joäo, o Tuga, estava meio adoentado, já näo estava muito bem, ele que nem tinha bebido muito.
Uns já se arrastavam em direcçäo às camas, fossem elas camas mesmo, ou sacos-cama estendidos mesmo ali.
Lily, Francesa, às tantas diz-me algo que näo percebo, e abraça-se ternamente a mim.
Certas coisas näo se explicam, acontecem,e dei por mim a abraçá-la de volta, mas näo era a ela que abraçava. Abraçava quem desejo abraçar, e pus naquele abraço bastante sentimento.
Aliás, nem acredito que a Francesa me tivesse a abraçar porque era eu. Acho que todos nós queremos um abraço "daquela" pessoa de vez em quando, e à falta de melhor, damos por nós a abraçar desconhecidos, funcionando estes como verdadeiras bonecas insufláveis do abraço.
Tanto que só voltámos a falar no dia seguinte.
Nem percebi bem qd se deu por encerrada a festa.
Lembro-me que a tutora e Marie, a francesa devassa, ainda passaram lá por casa, abanaram-se um pouco, a tutora falou com Nicco, e puseram-se a andar, duzendo: "chau pessoal, foi fixe".
Curiosamente, como resposta houve... nada, ninguém ouviu, aliás eu ouvi, mas que ia dizer??
Pois, volta sempre para me tentares assediar, e para fumares na minha sala, grande porca.
Enfim...
Chegada a hora de ir buscar a malta, foi a confusäo que se sabe, näo sabia quantos vinham, nem a que horas vinham.
Os primeiros chegaram por volta das 20:30, e logo se chegou à conclusäo que seriam necessárias 4 viagens para pôr aquela gente toda em casa.
Depois de duas primeiras viagens, Eu, Berto, Bas, e Nicco, um Francês de visita ao país, decidimos ir andando, näo ia demorar muito até Kristin voltar, e assim poupava-se tempo.
Depois de palmilharmos 2km, o que, tendo em conta que tínhamos vinho, nem foi assim muito, Bas recebe a seguinte msg no telemóvel: o carro deu o berro, isto näo é uma piada.
Eu ri-me, mas foi para näo estar a dizer: foda-se puta que pariu a minha sorte.
Lá seguimos, alegres e contentes, pelo meio da escuridäo, em direcçäo à Parvónia.
O carro lá recuperou, e ainda poupámos uns bons 3 kms.
Chegados a casa, já estava tudo acomodado, bebido e em amena cavaqueira.
Com o vinho, Birls e a converseta, só fomos para o baile lá para a meia noite.
Lá fomos nós, 20 estrangeiros, em direcçäo ao evento do ano aqui do sítio.
Entrámos, Dobrý večer ao povo todo, pusemos os nossos casacos no bengaleiro, e subimos para onde se desenrolava a acçäo.
Era altura do sorteio, digo isto porque estava um rapaz junto a uma tômbola, enquanto lia uns bilhetinhos.
Fomos ao balcäo, pedimos umas cervejas, e fiquei atónito quando olhei em volta:
estava tudo de lacinho, camisas com cheiro a naftalina, vestidos do tempo em que o persil custava 200 paus, sentadinhos na mesa, todos cócós. Baile? pfff....
Nisto há um sururu qualquer, umas vozes que se exaltam, e enquanto eu tentava falar com um senhor muito simpático (e muito bêbado) que tinha estado em Portugal, Petr aborda-me muito nervoso e diz-me que eu e os meus amigos temos de sair, as pessoas estäo descontentes, e ao que parece, näo tínhamos lacinho.
Confesso que fiquei tristíssimo, näo pela situaçäo em si, mas pelo que ela representava, estas pessoas nunca tinham saído daqui, e quando tem uma oportunidade de, de uma só vez, ter contacto com metade da Europa... é isto.
Alguém vinha a pensar que era necessário roupa de gala (da tanga)? Nem nunca.
Ainda por cima quando a idade do grupo vai dos 19 aos 24 anos.
Enfim, acedemos ao pedido, saímos, com o grupo todo a olhar para mim, naquela do deixa lá, só tens é que te pôr a andar daqui.
Voltámos para casa e prosseguimos com a festa, música, comida, mais alcoól, saltámos, dançámos e começou-se a assistir aos primeiros efeitos do alcoól em excesso, se bem que lá para as 2:30.
Joäo, o Tuga, estava meio adoentado, já näo estava muito bem, ele que nem tinha bebido muito.
Uns já se arrastavam em direcçäo às camas, fossem elas camas mesmo, ou sacos-cama estendidos mesmo ali.
Lily, Francesa, às tantas diz-me algo que näo percebo, e abraça-se ternamente a mim.
Certas coisas näo se explicam, acontecem,e dei por mim a abraçá-la de volta, mas näo era a ela que abraçava. Abraçava quem desejo abraçar, e pus naquele abraço bastante sentimento.
Aliás, nem acredito que a Francesa me tivesse a abraçar porque era eu. Acho que todos nós queremos um abraço "daquela" pessoa de vez em quando, e à falta de melhor, damos por nós a abraçar desconhecidos, funcionando estes como verdadeiras bonecas insufláveis do abraço.
Tanto que só voltámos a falar no dia seguinte.
Nem percebi bem qd se deu por encerrada a festa.
Lembro-me que a tutora e Marie, a francesa devassa, ainda passaram lá por casa, abanaram-se um pouco, a tutora falou com Nicco, e puseram-se a andar, duzendo: "chau pessoal, foi fixe".
Curiosamente, como resposta houve... nada, ninguém ouviu, aliás eu ouvi, mas que ia dizer??
Pois, volta sempre para me tentares assediar, e para fumares na minha sala, grande porca.
Enfim...
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