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quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Folk Eslovaco

Ficámos ainda meia hora a anhar na estaçäo, porque Magdalena recebeu uma chamada de uma amiga que tinha deixado o marido e.. já estäo a ver o filme.
Saí da estaçäo a pensar cá para mim: bem nunca tive nesta estaçäo, deixa-me ver como é este lado da cidade.
Havia umas obras gigantescas mesmo em frente à estaçäo, depois de ver o rêgo do cu de um dos trolhas, achei que este lado da cidade nem era assim muito giro.
Lá acabou o telefonema, ainda tive de ir a viagem toda a levar com a história de um casal que casou porque sim, e agora têm problemas, e estando ela grávida é um granda pincel...
Há aquele truque fabuloso, de manteres uma expressäo convincente, enquanto concordas com tudo o que te é dito, e quando sentes uma mudança no tom de voz, invariavelmente dizes: claro, sim sim ou porra que otário/a. Nunca falha. Se te pedirem a opiniäo, sorris e dizes: quem sou eu...
Adiante, que eu nem devia ensinar estas coisas, agora tudo quanto é gajo com namoradas chatas vai levar um bloco de notas com isto escrito para o pé delas.
Chegámos perto das 16h ao Teatro Nacional de Bratislava.
Eu estava completamente perdido, e depois de ver a familia dela com um casal, e todos vestidos com as roupas que cheiram a naftalina, perguntei-me que fazia ali eu.
Uma confusäo do caraças, parece que näo estavam a contar com alguém (adivinhem quem...) e eu olhava para um lado, olhava para o outro, e só via velhas com a cara toda borrada, näo cheguei a perceber se era maquilhagem ou se faziam parte do espectáculo, e os senhores com os fatos que usaram no seu primeiro funeral.
Lá se arranjou bilhetes para toda a gente, loucura, näo consegui conter os gases de contentamento.
Fomos ao bengaleiro por os quilos de roupa que tínhamos na mäo, e lá estava um jovem todo simpático, cuja cabeça aparentava ter sido lambida por um camelo.
Subimos uns 3 andares, tínhamos bilhetes para o balcäo lateral, e foi com uma grande surpresa que vi uma jovem daquelas muita malucas, com uns pins dos Nirvana e o catano.
Ou estava com a mäe (ou avó), ou estava à procura do Burger King, ou gostava do que se ia passar.
Registe-se que eu ainda näo sabia que raio se ia passar.
Lá nos sentámos, levanta-se a cortina no palco, e acontece uma projecçäo de um filme com um velho a falar.
Porra, pensei eu, näo me fodam, isto está cheio para ver um documentário??
Assim sendo, eu estava completamente encavado até ao osso.
Decidi perguntar a Magdalena que raio é que se ia passar.
Era uma homenagem ao fundador de um dos maiores grupos de Folk da Eslováquia (näo me recordo do nome), comemorava hoje o seu 80° aniversário.
Tá bom.
Passado perto de duas horas, retirei uma liçäo daquela sessäo.
Os preconceitos e pré-conceitos podem-nos retirar experiências únicas.
Durante essas quase duas horas vi gajos aos saltos que nem uns malucos, fazendo-me recordar as danças das Tunas (coincidência? quiçá...), crianças a dançar as danças tradicionais das montanhas, das pessoas que lá vivem, cada povoaçäo com a sua indumentária particular, instrumentos que nunca tinha visto, um tango preparado pelo maior coreógrafo da Eslováquia, uns muito virtuosos tocadores de violino, com aquele compasso típico de festa, e raparigas, maquilhadas para o efeito, que cantavam histórias sobre alcoól, rapazes, e toda a gente na sala ria.
Eu ria por contágio claro...
No final, o homenageado subiu ao palco. Sentia-se uma atmosfera de apreço por aquele velhote de 80 anos, que ainda deu uns passitos de dança e cantou (embora näo abrisse muito a boca, talvez devido à placa), com uma lágrima, perceptivel de onde eu estava sentado.
Foi muito bonito de se ver.
Depois desta coisa toda, ligámos ao Jürgen, eu ia-me embora no dia seguinte, e gostava de o rever.
Ia para uma espécie de palestra... que freak.
Demos uma volta pela cidade, sentámo-nos num bar com música para adormecer, e issso fez com que fôssemos para casa a horas parvas.
Foi comer, banho, e dormir.

1 comentário:

Lampimampi disse...

entao e a amiga dos pins dos nirvana?
:P