Tinha o comboio às 8:25h, e como Magdalena entrava no escritório às 8h, e apanhávamos o mesmo autocarro, combinámos ir juntos de manhä.
Levantei-me às 6:50 da matina (parecia que ia ordenhar cabras), para näo me atrasar de modo algum.
Vesti-me, tomei um pequeno-almoço para o dia todo, esperei um pouco por Magdalena, e saímos para a manhä fresca que nos esperava.
Estranhei irmos a caminho da paragem e ela näo dizer "temos de correr".
Quando estamos a percorrer a última rua para a paragem, vejo uma coisa grande, verde, e com 8 rodas a passar na rua perpendicular à nossa, e ouço Magdalena a dizer assim:
Olha lá vai o nosso autocarro.
Fiquei maluco, perdendo aquele autocarro, provavelmente perderia o comboio, o que fazia com que todo o horário que tinha planeado para o regresso fosse por água abaixo.
Depois de mandar duas caralhadas para o ar (bem, foram bem mais de duas), dei por mim nos confins de Bratislava, à beira da estrada, com o polegar levantado, a pedir boleia...
Viva o desespero.
Nisto chega um autocarro, mas nesses tinha de pagar de certeza, e eu näo tinha um tusto, por isso Magdalena chegou-se à frente.
Ainda nem sequer estava perto da estaçäo e já eram 8:20, o comboio estava mais que perdido.
Foda-se, agora tinha de arranjar acesso à internet, trocar dinheiro e arranjar onde ficar uma manhä inteira a assar.
Ela sugeriu que fôssemos para o escritório dela, estava lá sozinha, eu podia ver o próximo comboio, comer e beber café lá. Embora estivesse com umas trombas de carneiro, pareceu-me um plano deveras bom.
Lá fomos, direitinhos à outra ponta de Bratislava, e passei a manha em frente ao computador a ver comboios, a comer smarties e a beber café. Por volta das 11 pus-me a andar para a estaçäo, Magdalena tinha-me escrito num papel como lá chegar.
Cheguei à estaçäo e tinha uma hora para o comboio, näo queria correr riscos...
Fui fazer tempo num restaurante no edifício adjacente à estaçäo, e chegada a hora, fui apanhar o comboio.
Entrei na estaçäo, todo contente, e chegado à plataforma de embarque, vejo que o comboio está atrasado 5 minutos.
Puxo do cigarro-enquanto-espero-por-algo e entretanto reparo em dois polícias na outra ponta da plataforma, e reparei neles por motivo nenhum.
O que é certo é que eles vieram caprichosamente na minha direcçäo, e a primeira coisa que disseram foi: passaporte.
Na boa, tinha a base de fatias de pizza no bolso de trás, estiquei-a de pronto.
Ele vê o meu passaporte, e diz-me: vais ser multado em 500sk por estares a fumar na estaçäo.
Arregalei os olhos, e näo quis acreditar.
Ingenuamente, pergunto: a sério? Mas näo há nenhum sinal como é possível??
Regra Eslovaca, foi a resposta que obtive.
Bem, estrabuchei o mais que pude e o máximo que consegui foi reduzir a multa para 200sk, que era o dinheiro que me restava...
Fui para o comboio a chamar nomes feios às mäes dos senhores, e fiz uma viagem de regresso a casa num humor um pouco para o negro, apenas apaziguado por um cäozinho pertencente a uma Russa que estava sentada à minha frente.
Para completar o belo cenário, cheguei a Chocen e só tinha autocarro daí a duas horas.
Estava frio, näo tinha dinheiro para me sentar em nenhum bar, e näo queria ficar ali na paragem de autocarros da estaçäo a rapar frio.
Decidi dar uma volta pela "cidade" para ver se fazia tempo.
Perdi-me na vila mais perto de minha casa... fantástico.
Andei à toa sem saber onde era a paragem de autocarros, e quando a encontrei, ainda faltava 1h para o autocarro chegar...
Passei essa hora a fumar cigarros (sempre a ver se havia algum polícia por perto) e a falar sozinho, literalmente a falar sozinho, foi uma hora que passei a contar piadas a mim mesmo, e a rir-me delas!
Quanto mais escuro ficava, mais frio tinha, como é óbvio. Quando o autocarro chegou estava aos saltos para um lado e para o outro, perante o olhar estupefacto de uma jovem que tinha chegado entretanto.
Ao chegar a casa, só consegui fazer uma omelete, ver os mails, porque tinha uns que queria mesmo ver, e de resto... Foi a morte cerebral.
Só para a rambóia, e inspirado pelo Luís, aqui vai um palavreado:
Jedno - Um (varia dependendo do género, um dia explico melhor)
maso - carne
mléko - leite
sklenice - copo
kdo - quem
zeleny - verde
růžová - rosa
dobry den - bom dia
počitač - computador
zapalky - isqueiro
padesát - cinquenta
Já jsem portugalec - eu sou português
é de um gajo ficar maluco...
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
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