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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Lviv

Chegado à estação, dei logo de caras com a minha amiga Zory, que me is hospedar por uma noite antes da reunião. Aqueles que estão com ideias porcas, e não serão poucos, têm essas ideias porque não a viram. Eu percebo, habituei-vos mal. Claro que depois de olá como vais perguntei de imediato: porque caralho o comboio parou duas horas na fronteira? E ela explicou-me: a Ucrânia, assim como a Rússia, Bielorrússia e tudo que foi União Soviética utiliza uns carris diferentes do resto da Europa. Sendo assim, o comboio parou duas horas porque estavam a mudar os pneus ao comboio!!!! Estava a mesmo a ver o pessoal que trabalha em Lisboa: "-Então caralho, tás atrasado? -Ina man, não é que tiveram de mudar os pneus ao comboio? -Foda-se deves pensar que sou otário não? -..." Se calhar sou mesmo ignorante, mas espantou-me.
A Zory tinha de trabalhar um casal de horas (a couple of hours), então depois de largar o malão em casa dela e de enxotar o filha da puta do pitbul feio que ela tem, fomos até ao centro, pelo menos para que eu pudesse trocar dinheiro (aqui usa-se os Hrivna, sendo 10 hrivna 1 aéreo). Andámos uma beca, e parámos num western union, onde a janela para trocar dinheiro era tão pequena que mal se via quem estava por trás dela. Troquei 100 aéreos (mesmo à patrão), e a gaja dá-me 600 hrivna de volta. Para os mais distraídos, a gaja estava a ver se me fodia 40 euros. Pedi-lhe o recibo, e senti-a a suar um pouco. A gaja dá-me o talão, eu conto a guita e digo "oi, isto tá aqui pouca guita", e ela sai-se com uma mesmo à matadora: -ah, se calhar meteste algum no bolso? Se me vissem a começar a despir poderiam-se ter rido, mas eu estava disposto a dar as minhas roupas todas àquela grande porca Ucraniana. A gaja depois de gaguejar umas vezes lá disse à minha amiga que não sabe como contou mal, ai que doideira de trabalho. Claro que arrotou tudo.
Depois fui largado no centro, com a promessa de nos encontrarmos na praça do mercado "daqui a duas horas". Antes de ela ir laborar, perguntei-lhe que manifestação era aquela que decorria a 20 metros de nós. Ao que ela responde: os nacionalistas. E eu: ah, boa (enquanto pensava: mesmo a calhar, um ensaio de porrada nos cornos com metade do salário mínimo Ucraniano no bolso). Ela consolou-me, dizendo que era um partido político, tudo boa gente e ela até vota neles. E lá arrancou. Fui dar uma voltinha, não indo muito longe do ponto de partida, até porque tinha o telemóvel em casa dela, e só vi mercados de rua com livros velhos que até fediam, e gajas com calças justas e botas de salto alto. O que é bem melhor que livros fedorentos. Aqui, 8 em cada dez gajas, além de terem aquele ar de actriz de filme de cariz dúbio a que me habituei na minha solitária adolescência (mais valia ter escrito porno) têm também calças justas e salto alto. O que para mim é mesmo do buff, mas imagino um Ucraniano na rua: "olha mais um granda cagueiro, e mais um, e mais outro, e olha ali tantos... porra que aborrecido vou virar larilas". E o facto é que parecem todos uma beca rabetas.
Andar na rua sozinho é como ir cagar, um gajo tem bué tempo para meditar. Ocorreu-me enquanto caminhava que a vida dos sexos Eslavos (e com isto quero dizer os meninos e meninas dos países Eslavos) não são de todo justas. Enquanto que eles desde putos que têm um molho de gajas com um índice de fodibilidade elevadíssimo à disposição, elas têm uma percentagem gigante de trogloditas e homens das cavernas para livremente escolher aquele que dá menos uso à moca. Nada justo quando comparado com, digamos, Grécia. Não admira que nuns tempos idos fossem todos paneleiros e pedófilos: com gajas assim, até eu experimentaria umas massagens no períneo feitas por algum filósofo famoso.
Depois deu-me a fome. Divaguei pelas ruas em redor da praça do mercado, perscrutando janelas para ver se algo agradava. Como estava cheio da guita, pensei em comer um camarão tigre, ou uma santola. Depois lembrei-me que mesmo se estivesse escrito "tiger prawn" em letras gigantes e com néon a piscar e o caralho a sete eu não reconheceria, porque não saberia ler. Cirílico não faz parte dos meus muitos dotes (onde incluo arrotar quando menos convém, por exemplo como resposta a uma pergunta da Iza, o que nem sempre a faz rir, excepto se eu também me peidar), por isso foi complicado escolher um sítio, até que vi um indicador de qualidade óbvio: três gajas com um índice no mínimo de 7 a entrarem numa pizzaria. Percebi logo que eu queria mesmo era uma calzone e entrei, para sair passado dez segundos com a frustração de nem sequer saber para que pizza apontar. Quase derrotado, entrei num sítio de fast food, que tinha "armenian pizza" escrito na vitrine. Perguntei à mulherzinha atrás do balcão: tu não falas Inglês, pois não? E ela: nie. E eu: foda-se... E lá apontei para uma espécie de merda enrolada num burrito (armenian pizza, claro) e batatas fritas. E ela: quê? E eu: oh duplo foda-se man, batatas, potatoes, french fries, hranolky, brambory, até que me lembrei do russo kartoshka, e ela: daaaaaa, e eu: daaaaaaaasse! Tanta luta para comer uma sande de ketchup e maionese, com batatas fritas afogadas em... pois, ketchup e maionese. Muita bom, ter como almoço uma dor de estômago.
Lá chegou a minha amiga, com mais amigas, e foi a loucura, eram todas muita fresquinhas, assim do tipo callienta pollas. Cerveja Ucraniana não é aconselhável, mas uma garrafa de vodka a 2,5 euros... é do caralho. Que dor.
Acordei portanto no dia a seguir com uma estala nos cornos que até andei de lado.

1 comentário:

Anónimo disse...

A tua leitura é como um livro, quando se começa...

Estou todo fucked depois de uma jantarada em casa do Hugo...mais uma vez faltava alguém...
Um abraço manolas e continua...