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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Acção

O encontro durou uns 5 dias, entre introdução ao programa, workshops de propostas e discussões para melhorar as parcerias, grupos de trabalho, plenário e avaliação. Como já devem ter adivinhado, uma seca do caralho.
É um encontro muito ao estilo europeu, com muita conversa, poucas conclusões, métodos que são tidos como vanguardista mas que deixam muito a desejar, tempo perdido por falta de um facilitador em condições e votações ao nível de uma festa de aniversário para decidir se vemos o dragon ball ou se vamos brincar para o parque.
A intenção é das melhores, o encontro é suposto servir para os parceiros avaliarem a “época” entre si, como um todo, e os campos em particular. Temos um manual de boas práticas em constante mutação que é aprovado depois de debatidas as mudanças, e temos jorradas e jorradas de merda a acontecer nos bastidores. De forma breve: organizamos campos de voluntariado, onde o voluntário paga a sua própria viagem, uma taxa administrativa à sua organização de envio e vai para o projecto onde foi aceite, com uma duração de duas semanas (a maioria). Lá, tem casa e comida, e um grupo de diferentes nacionalidades com quem tem um objectivo em comum, seja ele arranjar um programa de actividades para filhos de refugiados, plantar batatas numa quinta com fins educativos ou algo do interesse público. O objectivo é promover a interculturalidade, a paz e o voluntariado per se.
Uma das jorradas são organizações que recebem a guita mas nem se dão ao trabalho de explicar aos voluntários o que é um campo de voluntariado. Ou seja, um Franciú arrota 120 euros, paga a viagem, e chegado digamos, à Republica Checa, está espantado por ter aveia como pequeno-almoço. Como pagou 120 euros, sente-se no direito de um camarão tigre com molho de manteiga e ervas, e não percebe porque tem que trabalhar seis horas por dia.
Outra é o facto de organizações sem fins lucrativos cobrarem uma taxa extra de 200 euros aos participantes, como fazem os Islandeses, participantes esses que vão fazer de stewards para concertos. Eticamente, moralmente, e tendo em conta o conceito dos campos em si, e o seu suposto objectivo em geral, estes gajos são uns chupistas (ainda estou para saber de onde veio este adjectivo).
Depois há vários tipos de pessoas: as que levam isto a sério e são competentes e educados (não me incluo em nenhuma destas qualidades), as que levam isto a sério, mas não são tão competentes, as que pensam que são competentes, mas só atrapalham, os que gostam de falar por falar, sendo muito por culpa destes gajos que não se chega a lado nenhum, porque fazem discursos à politico do rabo constantemente, e pessoal que, por estar muito tempo sem dizer nada, propõe cenas só para ter aquela sensação de contribuição. Eu não me incluo em nenhum destes, sendo que nem a mim me levo a sério. Uma das propostas implicava que um candidato a um projecto não fosse capaz de completar a candidatura sem responder algumas perguntas relacionadas com o movimento (SCI). O que é ridículo, a um voluntário devia ser permitido ser-se voluntário, sem que fosse preciso saber a ponta dum corno do que quer que fosse. Resta dizer que a proposta foi recusada,depois de eu me rir a meio da mesma (não tenho respeito por ninguém), e de um pouco de lobby.
Tendo em conta as qualidades do vosso mui estimado tuga, em cada ano pedem-me para escrever um artigo diário sobre o encontro. Todas as manhãs, à mesa do pequeno-almoço, é vê-los agarrados ao jornal matinal, para saber de quem faço pouco. Os interessados é favor dizerem, e envio-vos de bom grado os textos. Estão em Inglês, são acerca da reunião, mas como de costume, é acerca de coisa nenhuma.
Vou parar com isto agora, escrever no comboio dá-me tonturas e tá uma loira à minha frente que não para de me fazer olhinhos... ah não, é estrábica, desculpem.

2 comentários:

Anónimo disse...

Meu amigo acho que está na hora de criares a tua própria organização...

Anónimo disse...

Coninhas, I´m watching you ;)

(I have so many things to say about this particular one, that I will say none. None at all.
I´m saving them for next time we see eachother...).

Hugs, bro...