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sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Chega de Praga

É a loucura instalada, em revista a postas antigas, reparei que tinha um rascunho (draft) em vez de uma posta, ou seja, esta posta nunca foi publicada. O que é, convenhamos, uma granda cena.
19 Dezembro de 2006, nostalgia...!
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Lá fora está um grau negativo... se chovesse agora, nevava. Nunca desejei tanto que chovesse...

Deixemos-nos de mariquices, o meu ultimo dia em Praga foi algo diferente dos restantes.
Acordei por volta das 11h e tinha um recado, a prevenir-me que havia uma espécie de encontro de natal com pessoas da Organizaçäo, pelas 19h no pub "U Bubenícků" (pelo que depreendi era uma espécie de tambor pequeno. Pub "O Tamborzinho"? Näo me parece...). O recado prevenia-me também para ter cuidado que estas pessoas eram completamente diferentes das de ontem... Não me pareceu que fosse algo mau, au contraire.
Era dia de compras, tinha de ser hoje que ia à Bat'a (sim,com apóstrofe), que aqui é um edifício com 5 andares, com fotos de modelos por todo o lado (havia um particularmente engraçado, um homem, tipo Mourinho chunga, com vário calçado foleiro em várias posições, uma delas a da famosa Garça Real). Precisava de umas botas quentes, que dessem para a neve.
Decidi que ia almoçar fora, não ia a nenhum restaurante de comida de paneleiros, estilo "Chez Franciú" ou "Hotel Lawrence's", mas ia a uma casa... catita.
Perto da Bat'a havia um restaurante todo janota, com uma empregada de mesa... daquelas. Tinha assim os seus 35 mas a cara dela fazia-me repetir mentalmente a palavra "felatio" algumas vezes. Só pela curiosidade, acontece que até era comida de paneleiros (irónico? Näo, irónico é estares à frente de um computador, ligado à Net e estares a rapar um frio que nem te deixa pensar). O que não tem nada a ver com o comer mal. Comes é pouco... Bife de Peru com especiarias, colorau, pimentos e uma folha de alface para decoração com um tomate-cereja e umas folhas de salsa frisada. Mais paneleiro que isto só se viesse com molho cor-de-rosa e um gajo de tutu a servi-lo. O que interessa é que aqui comes isto por 10 aéreos(praí 270Kč). Pois, cá, com 25 euros, sou um excêntrico.
Depois de comer, fui direito à Bata (merda pró apostrofe), pois tinha de ir a casa deixar as botas, para ir ao tal encontro. Era só uma questão de gestão de tempo pois o eléctrico é de borla (sim, grátis...), parece que os revisores daqui são como os do metro na tuga à um tempo atrás...
A ida à loja teve o seu quê, porque a tutora tinha dito "é na boa lá falam Inglês", o que não era verdade. Não tive dificuldades em chegar até ao departamento masculino, porque devido ao forte sentido "patriótico" dos Checos, tratei de aprender a distinguir Masculino de Feminino na língua deles. Já tinha as botas debaixo de olho, já lá tinha passado para as escolher mas ainda assim precisava de pedir um 42. 1° foi um ver-se-te-avias porque a senhora, embora amigável, de inglês nerum nestum, nickles bitoque. Através da mímica, até me dei ao luxo de experimentar um segundo par de botas, não há dúvida que é com o corpo que falamos melhor.

Venho de uma pausa de mix Birls, e por isso, todo contente.

Cheguei ao "Tamborzinho" mesmo a bater as 19, entrei, mas assim que entrei apercebi-me de um problema: näo sabia de quem estava à procura. A tutora estava a trabalhar, e eu estava na merda. Entrei e perguntei se tinham alguma reserva em nome da Organizaçäo. Nada. Pedi uma cerveja e sentei-me. Teria sido muito melhor ideia ter ido fazer Birls... Pois fiquei ali meia hora, a olhar para o ar, a ler algo que não fazia ideia do que era. Passado esse tempo entrou uma Eslovaca (Denisa) que eu conhecera de passagem no 1° dia que tinha ido aos escritórios deles. Acenei-lhe e reparei que ela vinha armada: era, no mínimo, copa C.
Acenei-lhe ela diz-me: ah, tás no sítio errado... (oh com um caralho ou dois...)
Ah sim...? Pois parece que afinal eu estava no restaurante (estes gajos vêm ao "restaurace" para beber cerveja? Näo estava ninguém a comer...) e o pub era por outra entrada lateral, na rua adjacente (que palavrão).
Já lá estavam todos, em amena cavaqueira mas surpreendentemente, metade deles sabiam quem eu era (os de ontem também, mas isso é outra história). Pensei para comigo: isto é pessoal do Programa Juventude, vai ser porreiro, visto que eles têm noção do que eu estou a passar neste momento.
Durante grande parte do jantar foi agradável, houve outra Eslovaca (Lenka) que se chegou à frente e queria saber coisas sobre animação sócio-cultural, porque na Eslováquia não havia disso.
Acerca deste parágrafo, lembrei-me que eu e as Eslovacas temos uma espécie de elo invisível, do qual, se tudo correr bem, vos falarei mais tarde.
A Lenka tinha de ir não sei onde e então veio um tal de Mirek falar comigo, porque éramos os únicos elementos do sexo masculino naquele jantar. Surpreendeu-me porque ia jurar que estavam mais dois homens connosco. Adiante. Receei pela inviolabilidade do meu recto, porque no meio de tanta gaja, ele quer falar comigo?
A conversa foi-se mantendo a um ritmo agradável, mas a dada altura, em mais uma prova do seu patriotismo, falou-se Checo o resto da noite... Ainda foram umas boas 2h em que as únicas coisas que guardo, foi um Birls à má fila e um bar de estudantes onde a cerveja era 13Kč (näo brinquem, meio litro de cerveja por nem 5O cěntimos...). De volta a casa, direito para cama sem direito a passar pela "casa da partida"...

Estou cá desde Sábado... Hoje tive umas ideias empreendedoras. Nunca me tinha visto nesta posição. Por falar em posições um dia partilharei a história da posição da Garça Real. É daquelas histórias do "ouvi dizer" com um pouco de "quem conta um conto..." (ou será "quem compra um conto...").

Já se faz tarde...

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