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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

2008

Diga-se, em bom abono da verdade, que em 2008 não escrevi nada. Ou seja este post havia de ser grande como o caraças. Ontem, antes de adormecer recordei-me que estive em Bruxelas para um evento grande e esplendoroso: a merda da Semana Europeia da Juventude.
Na Duha ganhámos uma nomeação para melhor projecto na Checa no âmbito da acção (ou é ação? paneleiros de merda, sempre a confundir um gajo) 2 do Programa Juventude em Açcão: O SVE.
E como tal, fomos à cerimónia de entrega dos prémios: a merda da semana. Dois representantes da Duha: eu (porque participei e coordenei) e a Coordenadora dos Sve's que, embora não tenha participado, é a actual coordenadora, e de qualquer modo não havia mais ninguém para enviar.
Com tudo pago pela Comissão Europeia, e um bónus de 50 aéreos para umas birras, nem pensei duas vezes, vai d'imbute (expressão usada pelo meu pai, nunca saberei o que quer dizer).
Começou bem, no aeroporto de Bruxelas havia uma banca pertencente ao evento, perguntei qual era o plano, e fiquei a saber que havia um autocarro em 15 minutos directo para o hostel. Ao mesmo tempo, fiquei também a saber que havia gajas boas no evento, isto porque uma Austríaca se encostou também ao balcão a perguntar qual era o plano. Mas vinha com um apêndice: uma amiga com cola super 3 nos ténis, que não descolava nem à lei da bala.
Um pouco de paleio, e o autocarro chega. Éramos 8: 3 "Checos" (eu incluído), 3 Austríacos (o 3o um jornalista, que não se calou um minuto, com a pose de "eu sou jornalista Europeu", uma pose semelhante a quem tem um pepino no cu), e dois Ingleses.
Passado uma boa horita, em que o meu cu começava a ganhar o padrão do tecido que cobre os bancos, o autocarro para. Dirijo-me ao motorista e pergunto-lhe: Olha lá caralho, é aqui o meu hostel (claro que não fi assim, mas tinha piada se fosse)? E o gajo responde-me em Francês: Não, têm que andar 200 metros, e é algures por aí. Fiquei maluco, então este gajo tinha de nos levar ao hotel e para o autocarro ali e corre connosco? "Daqui não passo" diz ele. Resignei-me, e perguntei indicações mais detalhadas, o que não existia. Pena o meu Francês não ser bom o suficiente para lhe chamar papa-pernas-de-rã que era o que ele merecia, o granda amaricado (ah sim, tudo o que é francês falante é amaricado, não sei se alguma vez vos disse).
Criou-se um ambiente de pequena preocupação, e aqui viu-se as diferenças culturais, o Tuga "há-de la chegar", os Austríacos estavam em pânico porque não tinham um mapa à escala 1:2 para se orientarem, e os Ingleses estavam-me a perguntar a MIM (como se eu soubesse um caralho do que se estava a passar) onde era o Hostel deles, do qual nem sabiam o nome. Mandei-os na direcção (direção? Foda-se...) que o motorista me disse, e sinceramente, não estava assim muito preocupado.
Lá demos com o sitio, o Youth Hostel "Sleep Well", no meu quarto estavam os Checos, os Turcos e o Sueco, um gajo que acordava às 6 da manhã por causa dos cremes para o corpo e o camandro, um verdadeiro metrossexual (eufemismo usado hoje em dia para homossexual no armário). Éramos ao todo 8 macacos. Podia ser pior, tirando a minha cama: não me podia sequer sentar porque marrava com os cornos directamente no estrado na cama de cima. Entretanto era hora de jantar e eu estava com fominha, e por isso não pensei em mais nada senão na comida de prisão que nos ia ser servida. Mais uma vez, a Tuguice de uma pessoa vem ao de cimo: chegados à cantina (eu e os Checos que , btw, eram aborrecidos como a merda), estava toda a gente cá fora. Eu entro, pergunto "pode-se comer" e passados 5 segundos, pimbas, estava a comer um panado com puré "automático" e molho universal... e a fila de algumas 80 pessoas formou-se.
Depois do papo cheio, hora da vadiagem. Claro que me colei a Austríaca que conheci no aeroporto, vamos chama-la Chris (até porque é o nome dela), e lá fomos dar uma volta. Incrível: passado 10 minutos, os Nórdicos (Dinamarqueses, Noruegueses e Suecos) entram no mesmo bar. Somos tão instintivos como as zebras.
Umas cervejinhas (caras como o caralho) e damos uma voltinha para ver a maior atracção de Bruxelas: uma estatueta de um miúdo a mijar. Costumo dizer ao pessoal o seguinte:O produto (seja ele o que for) não é descabido, nem estúpido em si, o estúpido é "comprá-lo". E como tal, o que é estúpido não é o miudo a mijar (por mim até podia ser um cão a cagar de cócoras), o absurdo é a quantidade de pessoas a posarem com a pila do miúdo mais ao menos apontada à nuca, símbolo da sua ida a Bruxelas e da sua estupidez incomensurável. Hm, estou mais calmo agora...
Mais umas voltinhas e voltamos para o Hostel. Como ainda era cedito, resolvemos ir até ao bar do dito cujo, nada mais nada menos que uma cave, com umas colunas do tamanho das paredes, a bombar Sean Paul como se o amanhã fosse a puta de uma miragem. Ainda assim, ficámos para uma: eu, a Chris e o Johannes um Dinamarquês curioso (curioso em si, não como característica). Pedimos a cerveja, e de repente, vinda da pista de dança (o que para mim foi de imediato um mau sinal) uma jovem anafada e loira grita "sou a não sei quantas!" Eu disse-lhe "boa" (aqui um aparte: eu sei que sou uma besta, mas não vendo motivos para dar atenção a gordas histéricas, não o faço). Eu e a Chris começamos a falar um com o outro, e o Johannes com a "menina". Passado 30 segundos, os dois despedem-se. Digo eu à Chris "foda-se este gajo sabe o que faz". Falamos mais um pouco, ela chega-se, eu perco a vergonha e beijo-a. Comecei logo a pensar onde é que aquele mamaçal ia saltar em cima da minha cabeça. Com quartos cheios da povo Nada se passou, ela não parecia assim tão para aí virada, e eu não sou gajo de pedinchar.
4 da manhã, vou a caminho do meu quarto com as bolas a baterem-me nos joelhos (aqui abro os maiores parêntesis da história dos parêntesis: antes do embarcar para Bruxelas, uma amiga boaboaboaboaboaboaba que até dói, dormiu lá em casa, para me fazer festinhas. E não fez mais do que isso, porque, aparentemente, tinha como plano deixar-me tão assado que eu iria passar uma semana em Bruxelas a pensar nela. Enganou-se, porque em vez disso, passei uma semana ver onde é que ia fazer a boa acção da "reciclagem" (esta é um pouco baixa... gosto)), e vejo o Johannes. "Man, então, sim senhora, porra és rápido" digo-lhe a sorrir. Diz-me ele: porra, a gaja convida-me para o quarto, eu já a pensar no óbvio, e ela chaga lá para me falar sobre o facto do sistema educacional Europeu estar todo fodido...
Não acreditei, ri-me até às lágrimas, ele jurou que era verdade, conclui que o mundo está cheio de freaks, e fui dormir, com as bolas doridas...
Ina pá ca granda posta!

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