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quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Das Festividades e Afins

O Natal foi porreirito, a Zane voltou para passar o Natal comigo (acto que me deixou contente e assustado), e passámos a semana Natalícia a passear por Praga, a cozinhar (o que não foi fácil; ela é alérgica ao glúten, e para facilitar as coisas, é vegetariana), e a fazer outras coisas.

Descobri duas coisas: farinha sem glúten, e que as pessoas têm de facto ritmos diários e relógios biológicos diferentes. Estar de férias e ser acordado às 8 da manhã não é bom, normalmente daria azo a cotovelada nos dentes, e uns grunhidos que, embora incompreensíveis, significariam “foda-se deves ser maluca”, mas neste caso, quando és acordado com um “estou molhada...”, a coisa muda de figura, não há cá paleio nem miminhos para forçar a coisa, porque a coisa está ali.

Quando ela voltou para a Letónia, apercebi-me que não tinha plano absolutamente nenhum para a passagem de ano. As pessoas com quem me interessaria passar essa estranha noite estavam todas fora, e as que eu sabia cá estarem... minha Nossa Senhora. Para além disso estou sem identificação desde o dia 4 de Dezembro, por isso não podia ir a lado nenhum fora do país. Encontrei-me com o Martin (o meu irmão Checo, devo ter escrito algo sobre ele algures) uns dias antes, e desenhámos o plano. Aquekle que tivesse o plano menos merdoso, convidava o outro. Eu como não tinha plano nenhum, juntei-me ao Martin e aos amigos da namorada. Começou mal, a maioria eram gajos tótós e as gajas eram todas Francesas que, como toda gente sabe, ou são feias, ou estranhas, ou cheiram mal, ou tudo junto.

Posto isto, juntei-me ao Martin e ele a mim. À partida estaria tudo bem, mas depois de dois vinhos quentes (especialidade de Inverno cá na Checa) e uns shots de vodka... a namorada dele começou a variar. Reparei que ela parecia estranha, depois reparei que ela andava sempre na peugada de Martin, sussurando algo ininteligível de vez em quando, o que me fez, juntamente com a cara dela, ficar algo preocupado. A coisa rebentou por volta das 23 quando a caminho da Literarní Kavarna: ela, provavelmente carente de atenção e farta de esperar, explode. Começa a dizer-lhe que ele só quer estar comigo (senti-me uma gaja boa naquela altura... estranho), e que não lhe liga nenhuma e aquele paleio do costume. Este bifes sempre que bebem só sabem armar a puta.

Chegados ao sítio (uma espécie de local pseudo intelectualóide, nada a ver com passagem de ano), encontro a Eva, uma Polaca amiga da Krystyna, boa que até dói, tão perdida quanto eu.

Meia-noite, o Martin ao balcão a discutir (a ouvir) a Inglesa, e eu a brindar: Feliz Ano Novo! (já agora como é que te chamas?) o que tem o seu quê de decadente.

Apresentei a Polaca boazona à malta e depois fomos para o bar onde ninguém fala Checo: O Blind eye, cheio de gays e malta “diferente”. O Martin ainda apareceu um pouco, mas mal falei com ele, receoso que ela começasse a vomitar ou assim.

O desespero por uma relação sexual no início do ano é espantosa, toda a gente quer saber o teu nome, e de facto toda a gente sabia que eu era “o Português”. Às 4:30, bem bebido, fui-me embora, sem dizer adeus a ninguém. Cheira-me que foi o meu último Ano Novo nas ruas de Praga...

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