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quinta-feira, 26 de abril de 2007

Berlim II - O Seminário

Vou tentar contar o que se pasou no seminário de forma sucinta (isto é, 7 posts semelhantes aos Maias).
Foi uma semana num parque natural, chamado Fuchsbau (toca da raposa) perto de Wulheide, que é no cu de Berlim.
Um parque que de facto tinha raposas, o que muito me espantou, no "meio" duma cidade poder haver um parque com condições espantosas para os putos brincarem, com uma casa dos Amigos da Natureza (em Alemão é algo como "puxaescarraecospe"), onde a natureza e os humanos convivem harmoniosamente. Que maricas que estou hoje...
O parque tinha de tudo: uma piscina, um observatório, um centro de ciência viva, um museu, uma casa de strippers e um vendedor de cachorros. Pronto está bem, o vendedor de cachorros é tanga...
Estava um pouco frustrado por o parque ser tão deslocado da cidade, esperava ir vadiar todas as noites e conhecer a cidade, mas como sempre, estava sem cheta, e isso juntamente com o bilhete de comboio a 2,40, e as cervejas é o que se sabe... Caga lá nisso.
O que é certo é que ainda houve 3 acções na cidade, 2 delas num sítio chamado C-Base, uma organização de frustrados sexuais, perdão, geeks dos computadores, onde tomei conhecimento de uma comunidade de tecno-punk-nilas, todos com nicknames (o nosso guia chamava-se Hans, mas era conhecido como "Random", supostamente porque ninguém podia prever o seu próximo passo... Não arranjes gaja não...).
Tinham construído algo impressionante, uma consola multi-touch (tipo daquelas onde se joga aqueles jogos ridículos de cartas e merdas assim, mas com o quintúplo do tamanho) mas onde poderiam trabalhar várias pessoas ao mesmo tempo.
Era um protótipo, e de facto impressionou-me, na minha ingenuidade perguntei para que servia... e fodi tudo, o gajo designado para nos explicar tal coisa usava um chapéu de cowboy à Texas Ranger, e trocou-se todo, desatou para lá a falar mas parecia o gajo do PSD ( ou do PS).
À ida para lá tinhamos comprado uma grade de cerveja (foi a loucura ir no comboio agarrado a uma grade), e ao lá chegar, constatámos que eles tinham um bar, que fazia parte da sua subsistência, e ouvimos o seguinte comentário: Pah aqui também vendemos cerveja...
O cabrão do Veikko havia de saber estas merdas, mas enfim, não se passou nada, receava que nos atacassem com o seu robot cyborg ou uma cena assim marada.
Decidi ir à casa de banho, e ao entrar, pensei estar dentro de uma tenda de uma festa trance da queimadice absoluta, tudo fluorescente, semi-escuro, com uma espécie de teias de aranha a atravessar o tecto.
Pensei: Foda-se aqui um gajo nem vê se tem a sarda de fora, e carreguei no interruptor, para que pudesse pelo menos ver onde podia mijar. O resultado foi a escuridão total, tinha apagado a luz. Cabrões de freaks, mijam como os morcegos...
A outra acção foi uma workshop, que tratava de demonstrar um dos objectivos da organização, que era a construção de uma rede wafeland por toda a Berlim, porque a ligação tresanda e os freaks têm de sobreviver como todos nós.
Claro que a workshop era em Alemão... Deu para ir a Berlim com bilhetes pagos e foi muita bom.
Houve uma acção na Universidade de Humbolt, e essa sim, deu-me um gozo do caraças, num dia tivemos de organizar, promover e orientar uma noite internacional, composta com várias workshops, e momentos de loucura e delírio.
Fazia parte da equipa de promoção, juntamente com o João (a propósito, éramos seis portugueses...) e o Racz, um Romeno altamente.
Logo tivemos a ideia de nos cobrirmos de folhas, juntamente com fita-cola.
Havia 3 cores diferentes de fita-cola, logo surgiram 3 espécies de power rangers, um verde, um azul e um vermelho, andando pelas ruas circundantes a promover o evento. Que risota...
Encontrei 3 senhoras Portuguesas que procuravam pela ópera, e deram comigo coberto de verde vivo. Mesmo assim sou mais bonito que o Pavarotti.
Chegada a hora, tivemos 13 participantes, o que tendo em conta as circunstâncias, foi muito bom.
Estava lá uma Americana, caída de paraquedas, e perguntou-me de onde era.
Portugal, e ela piscou os olhos.
O Tó(o Tó está em todas) perguntou: sabes onde é?
Não queria crer quando ela piscou os olhos de novo e aventou: América Latina?
Foda-se que grande prostituta.
Tive que lhe dar uma lição de Geografia, que aconteceu na casa de banho dos deficientes (sim, sim, que vergonha, tentem lá arranjar um sítio decente para uma lição de "Geografia" numa Universidade). Estas Americanas são fixes, são muito dadas, passado uns 15 minutos da lição, foi dar uma volta com outro gajo que tinha aparecido. Já tinha ouvido falar da foda mágica muitas vezes, mas nunca a tinha experienciado.
O pessoal do seminário era porreirito, por vezes sentia-me numa sessão de terapia para tótós, mas à parte disso, eram uns fixes.
Não me integrei muito bem, não sei se por ter a armada Portuguesa comigo, se por culpa do meu fantástico projecto, que me deprimia e consumia a espontaneidade e boa disposição.
Ou ainda, se por culpa de, além dos Tugas, não haver mais latinos, era só malta de Leste (exceptuando a Marta), e esse pessoal é assim meio frio. Enfim.
Foi pena não termos tido a oportunidade de disfrutar mais do parque, havia condições excelentes, e a coisa foi um pouco mal organizada, o que é compreensível quando se tenta trabalhar com muita gente, de vários países. Fala-se muito, mas diz-se pouco.
Entretanto, recebi uma notícia de arromba: Ia-me mudar para Praga, finalmente tinha conseguido mudar de projecto, depois de muito refilar e espernear, nem pensar que ia ficar mais 7 meses na quinta do anhanço.
E assim acontece, escrevo de Praga neste momento, sito em Strossmayerovo Namesti, em breve mudar-me-ei para Vrsovice, e depois não sei.
Por isso, não haverá mais dias de anhanço, de não conviver, de não aprender cu e de apalpar as tetas das cabras, e talvez arranje uma cabra por aqui para lhe apalpar as tetas (outra que não a minha ex-tutora).
Amanhã há mais, há que retomar a senda!
Puta que pariu, deu trabalho, ia-me consumindo os miolos, mas foda-se, a mim não me comem por trás. A não ser que me paguem bem.
Um bem hajam.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Berlim

Está na hora de recuperar o tempo perdido, e recomeçar a partilhar as minhas desventuras com os interessados, mesmo que por esta altura sejam 4 ou 5.
Pois cá vai, a viagem para Berlim foi fixe, fui de carro com o Cao, a Alena e a Sophie, estas últimas minhas futuras colegas, já lá chegarei.
Fui até ao norte da Checa, passando por Usti nad Labem (também conhecido por Usti bla bla bla), e por Dresden (já na Alemanha), onde consta que vive um encantador de salsichas Bratwurst.
Chegados a Berlim, fomos direitosa a casa do Veikko, onde já estava Simon.
Assim que chegámos, o tema de conversa foi: almoço, e todas as caras se viraram para mim... raios partam esta gente que não aprende a cozinhar nada para além de massa com esparguete.
Depois da papança, (que foi uma tentativa de chop suey de vegetais, estava-me a apetecer cozinha radical, daquela onde até se comem cães e tudo) fomos reunir-nos num bar lá perto, em Warschauer Straße.
Foi o meu primeiro contacto com a cultura Germânica: uma cerveja, 2 euros e meio...
Porra, tudo bem que são o país da cerveja e mais o caralho a sete, mas porem cerveja a este preço, ainda para mais quando se vem dum sítio onde a cerveja é tão boa ou melhor, e custa 50c... Criminosos pá!
A reunião foi um tanto... secante, o Cao ainda tentou dar o golpe do: ah, se calhar os tugas vão dar uma volta, mas não pegou, e por lá ficámos, completamente a lê-las.
Mais logo, Veikko ficou de ir buscar uma espanhola, e eu desde que sei que sei falar espanhol, tenho a mania que sou o Rámon Serrano, e lá fui eu, com o Veikko já todo bêbado, buscar Marta, a Espanhola.
Marta é engraçadinha, tem aquele sorriso fácil, mas por vezes rasga-o tanto que parece que está a beber uma colherada de óleo de figado de bacalhau.
Lá fomos falando, ela a pensar que eu era Espanhol, não por causa do meu sotaque perfeito, mas porque toda a gente que me vê julga que sou Espanhol, o que é uma sina de merda. Chegou ao cúmulo de ter pedido uma cerveja num bar, em alemão, e ter recebido como resposta: una cerveza? -Coño, chupa mi polla!
Voltando à Marta, ao entrarmos no bar, tirei o meu gorro à Comandante Marcos, e sentei-me.
Marta, depois de termos estado lá fora a falar, dirige-se a mim dizendo: olá eu sou a Marta.
Disse-lhe muito devagar: estás parva, estive contigo lá fora nem há 2 minutos!!
Isto em Espanhol, que começa por um querido: estas tonta?
Berlim é caro como o raio, à noite fomos a um sitio altamente bizarro, uma espécie de largo com armazéns abandonados, alguns eram bares, (estive num de reaggae), e outros havia bem compostos, com rappers wannabes a darem "show", chamemos-lhe assim.
Veio um black de rastas, e dirige-se a mim em... Espanhol está claro. Queres Marijuana, pergunta o gajo. E eu, quero pois. E ele, quanto? E eu; quê, tenho de pagar??
O gajo não achou muita piada...
Já volto, hoje joga o Man U e não vejo um jogo de futebol há tomates.
Vivam os abraços...

quarta-feira, 11 de abril de 2007

Novinky

Pois...
Ando um pouco desleixado com este relato da minha estadia por terras Checas, mas tem havido tanta coisa para (näo) fazer, que até fico maluco.
Quanto aos fins de semana de rambóia, é o mesmo de sempre com umas nuances, de vez em quando lá acontece algo diferente.
Num destes domingos (arriscava dizer que praí há 3 semanas), estava eu no Popo Café Petl, que é uma espécie de Café da Vila cá do sítio, e depois de ter sido impedido de entrar, e de ter de chamar a minha amiga Polaca para resolver a situaçäo, aconteceu algo digno de partilhar, do ponto de vista psicotrópico. Foda-se que granda palavräo.
Estava eu a assistir ao concerto cigano que acontece todos os domingos no Popo, quando aconteceu o inimaginável: Estava uma Italiana com entrada directa para a minha cadeia alimentar a comer-me com os olhos, e eu... estava distraído a ver uns ciganos todos suados, com roupas feias e a tocar bandolins. Enfim.
Depois disso, estava com a bexiga cheia. Foi deste momento que nasceu o famoso livro do Paulo Coelho: "Na margem do rio Checo encostei-me e mijei".
O fim de semana seguinte (isto depois de, está claro, passar mais uma semana na quinta a contar quantos pêlos tinha o cäo), foi do caraças, fui a um Hipódromo no cu de judas, mas ainda em Praga, e passei uma tarde agradável, num espaço amplo, num dia solarengo, rodeado de pessoas de quem gosto e do cheiro a merda de equídeo.
Foi aqui que tive o meu primeiro momento de humor falado em Checo.
Näo vos conto porque é uma seca do caralho, mas assim notei a minha (parca) evoluçäo nesta língua de doidos.
O fim de semana foi passado sobretudo a trabalhar no intercâmbio de invisuais, näo houve assim grande rambóia.
Quinta feira seguinte, depois de ter passado uns dias deprimentes na quinta, fomos, eu e o Baeta, ao Cross Club, um sítio que eu recomendo vivamente.
Na entrada tem uma escultura de metal que é algo que qualquer Português olha e diz: aia cum caralho, qué aquela merda??
Lá dentro é só cenas de metal a girar, luzes maradas e mais sei lá o quê, pessoal estranho, muita estrangeirada, um sítio muito bom.
Chegamos, e lá estäo: o Bas, o Joäo, a Theresa, e a Olivia, o cabräo do Joäo tinha Birls doutros tipos!
Ah e coiso pedi a um gajo e ele deu-me.
Foda-se ando farto de pedir ao deus de todos os cabeçöes que me dê algo, e nada!
Esta marmanjo pede a um gajo qualquer e aparece-lhe uma sacada... Ai vida.
No dia seguinte era dia de ir para Berlim com o Joäo, num seminário sobre arte amadora, e havia que acordar cedo, entäo tratámos de fazer uns Birls de rajada para ver se dormíamos melhor.
Aquela porra é täo grande que facilmente me perco lá dentro, o que também näo é assim grande coisa visto que já me perdi na cozinha de um amigo...
No andar de cima, há uma espécie de pista de dança, e estavam a passar... drum'n'bass.
Depois de 4 segundos de loucura, eu e Theresa pusemo-nos na palhota.
Foi uma noite calma... e os Birls nao duraram assim tanto.