A semana do Natal foi estranha, talvez por ter aquele humor depressivo tipico da epoca, talvez por tê-la passado de uma maneira invulgar, talvez por ter tido conversas com pessoas a um nivel que me deixa um pouco.. satisfeito e constrangido, acho.
No dia 23 estava bebado, no dia 24, houve uma festa em casa de umas ex-voluntárias Francesas, fui acordado de manhã por duas amigas que tinham chegado a Praga, quando tinham dito que chegavam dia 27, fui trabalhar no dia 24 e no dia 26 (e a puta da loucura...).
Fui a festa em casa das ex-voluntárias. Frango, vinho, Birls... a vida é bela.
Pela primeira vez fui o primeiro a sair de uma festa. Foi aborrecido, as pessoas estavam num humor estranho, passei grande parte do tempo sozinho com as tugas, na sala de estar, enquanto os restantes estavam ora na cozinha, ora no andar de cima.. e fui-me no ultimo metro por volta da meia-noite.
Dia seguinte, 25, recebi uma chamada do Stepan, um amigo meu Checo, muito boa pessoa, com um nivel de comunicação assinalável. Ligou-me para se encontrar comigo dizendo: levo uma garrafa de whisky (deverei escrever uisque??). Por mim tá bom.
Começámos em minha casa, e depois de levarmos as minhas amigas tugas a estação, mudámos para casa da Krystyna (ya ya estou casado...), e esvaziámos a garrafa. O espantoso foi o teor da conversa, ele resolveu partilhar comigo cenas que só partilha com a mãe e com o psicólogo.
Foi uma conversa sincera, alimentada a alcoól, em que fui redescobrindo algumas coisas. Um gajo que eu tinha (e tenho) em boa consideração, estava ali, a falar comigo sobre algo... próximo de uma "anomalia". Não tão próximo, senão tinha-o espancado com um bastão de baseball, mas algo nada normal.
E pronto estava bêbado...
No dia seguinte foi com o Pablo, umas cervejas, e pronto aí estava eu outra vez bêbado.
Depois de uns dias de calmaria, eis que veio a passagem de ano...
Começou em minha casa, a Filipa cozinhou um pitéu a maneira, eu fiz uma salada, e toda a gente comprou álcool. A Filipa trouxe da Tuga, Jeropiga, Amêndoa Amarga... e Favaios. Estava no céu. Por volta das 23 saímos, para irmos para Parukarka, um parque de onde se veria o fogo de artificio, e se completaria a bebedeira.
Estava tudo stressado com o facto de passarmos a meia noite no eléctrico, coisa que não se sucedeu., chegamos ao parque quase em cima da hora mas deu para festejar, ver muita gente que não via há um tempo, ex-voluntários e tudo.
Uma Francesa, Lili, diz-me, já meia narssa: Pedrro, yu nou, I like verry muche Porrtuguise.
E eu sorri e disse-lhe: eu também, mas gelado de pistachio rebenta com tudo. Não gosto de gajas fáceis. Já com um Birls no bucho, vejo a Ala, minha ex-coordenadora de projecto, actualmente minha voluntária (a vida da voltas...) e vou a correr para ela, abraço-a, levanto-a no ar... e caímos. Que figura triste, mas pronto sempre alegramos a malta.
Mais uns copos, tudo maluco, e voltamos a rotina: andar as voltinhas com um grupo de 432543 gajos.. Não suporto. Torna-se complicado...
A Marion e o Baeta vieram cá para a passagem de ano, e foram eles que me fizeram andar as voltinhas por uns tempos.
Entretanto, uma Alemã que me tinha perguntado por pernoita em minha casa começou a dizer "quero ir, estou cansada" e eu fui de "aguenta-te" a "toma a merda das chaves e mantém o telemóvel ligado". Sou um fixe.
A Krys foi para casa, e eu forcei um pouco a barra, querendo estender a noite ate ao infinito... e alem. Liguei a minha amiga Checa, Tereza.
Ela disse-me onde estava, e eu fui la ter. Ou não, visto que me perdi um pouco, o meu telemóvel morreu, e assim sendo nem para casa podia ir.
A lição maior que retirei deste fim de ano foi de que a Krys pode muito bem ser o que de melhor me aconteceu desde que cá estou, até porque foi graças a ela que conheci muita gente, que frequentei os sítios mais fixes com festas brutais, que tenho o meu quarto, e que tenho o meu segundo trabalho, mas quando toquei a sua campainha as 6 da manhã, ela me abriu a porta sem uma única pergunta, e ainda sem dizer nada, saltamos em cima um do outro, só tenho de crer que sim, que o gajo lá em cima toma conta de mim...
domingo, 6 de janeiro de 2008
Vida "Social"
Os dias agoras estão mais calmos, diria até demasiado. Talvez devido à escassez de guita ou preguiça a mais.
As semanas que antecederam o Natal, o Natal em si, e a passagem de ano, trouxeram novos horizontes, e uma confusão do caralho.
Comecemos pelas semanas antes... Vai servir também para eu próprio organizar a minha pobre cabecita.
Antes de ir para a Ucrânia (depois de ter estado com a Krystyna...) algo aconteceu. A Checa com quem fui dar uma volta e com quem passei a noite sem nada se ter passado (beija, não beija, mete, não mete) convidou-me para um café as 23. Ela saía a essa hora, eu tinha uma reunião relativa as finanças da viagem, de modos que a coisa até enquadrava.
Encontrámo-nos na Vaclavske Namesti (um dos sitios mais insuportáveis de Praga, mas um óptimo ponto de encontro. Insuportável porque está cheio de turistas, lixo, e outro tipo de merda, como cabarets, discotecas para adolescentes Ingleses e Italianos e negócios marados), e depois de decidirmos para onde ir, lá fomos. Já não era muito cedo (e em Praga os bares tendem a fechar um pouco cedo demais), apanhámos um bar aberto com cerveja muito boa (aos interessados, chama-se Svijany), e só tivemos tempo para uma, visto que o bar ia fechar. Desesperados por mais uma cerveja, andamos mais um pouco e vemos um bar aberto, com um casal lá dentro, o que dava a ideia de que o bar ia fechar... Ela espreitou, e o o gajo fez sinal. Boa onda. Entrámos e sentimo-nos um pouco estranhos, o bar vazio, um casal, o bar assim meio kitsch, e o barman veio-nos perguntar "ah não se querem juntar a nós no balcao? "Não, tass bem (algo como: Ne, vpohode)".
Passado duas cervejas, íamos para pagar e acabámos a beber que nem uns alarves, o barman fez para lá umas misturas de sumo de limão com havana, ou lá o que era (quero lá eu saber), e as coisas comecaram a ficar turvas...
Paleio, paleio, e o gajo falava de Pixies, de White Stripes, e bla bla, relações, e comeca a dizer-me cenas "ah e tal vais com a gaja e coiso" e ela passado uns copos, agarra na minha mão e leva-a ao pandeiro dela... Bem, estava tudo maluco, e saímos do bar por volta das 4 da matina, um pouco tortos.
No dia seguinte precisava de ir a Embaixada Portuguesa, para fazer o passaporte temporário (abro parêntesis para contar a história: há um sistema chamado PEP (que foleiro) Passaporte Electrónico Português) e eu fui lá para fazer o meu, e para me inscrever como estando na Checa. O sistema é muito moderno, uma máquina estilo Robocop, tira foto no momento, insere-se os dados, dizes as palavras mágicas, mandas uns pózinhos e puf! faz-se o passaporte. Mas houve um problema: o Robocop tirou umas 15 fotos e nenhuma tinha definicão suficientemente boa para o menino. Solucão: passe cá Quarta Feira de manhã que fazemos-lhe o Passaporte Temporário. Seja), e desabafei isso com ela: txii amanhã levanto-me cedo para fazer o passaporte na Embaixada... ela pergunta onde e, e eu digo-lhe "Dejvicka". E ela vai e diz, "ih eu moro lá perto podes dormir em minha casa, é na boa, a sério" hm... "há é um problema, só há uma cama e tal".
Parece surreal, mas o diálogo foi mesmo este. Adivinhando o que ai vinha, e eu estava "meio narsso", disse-lhe: por mim tudo bem, mas desde já te digo que se te mexes para aqui, deixo de ser responsável por algo que se possa passar. Assim o fizemos, fomos para casa (e que casa...), comemos algo e fomos para a cama. Caminha confortável, eu já a enroscar-me nos cobertores, íamos falando e tal, e ela comeca a enroscar-se em mim. Eu digo-lhe "olha estás do meu lado da cama" e ela ri-se, beijamo-nos, ela pára e diz-me "comigo vai ser difícil".
Aqui dediquei-me um pouco à filosofia de bolso: então a gaja convida-me para sair, paga-me os copos (sim, porque eu ando teso que nem um carapau), dirige a minha mão para o seu adufe, leva-me para casa, salta-me em cima, e diz-me que não será facil??? Foda-se é mais difícil comprar pão quente na Pastelaria Arizona!
Adiante, lá comecámos naquilo, e a meio ela empurra-me e diz-me "já te disse que será difícil"... ri-me e recomecei. Tudo ia bem quando ela para e comeca a chorar... mesmo o que eu precisava... Quando já me preparava para mais uma à mão ela disse "não estou habituada a isto, é a segunda vez que te vejo..."a minha resposta foi "bem, tens de te habituar..." ela riu-se e recomeçámos. Só malucos...
O meu sentido de humor por vezes tem coisas que até a mim me surpreende, a dada altura que estamos... bem, não queria usar nenhum termo feio, mas fazer amor parece-me francamente... merdoso (acho que já disse tudo), ela parece aborrecida. Eu paro, afasto as pernas dela para lhe ver a cara, e pergunto: estas aborrecida? Se quiseres podes ir beber um café. Um dia fodo-me...
Claro que isto me propõe várias perguntas: que faco eu, que faz esta gaja, com uma relação de sete anos em que o gajo está em Londres, e ela contente com isso, mas tão acomodada que se recusa a largá-lo... e eu que salto de gaja em gaja sem me apaixonar verdadeiramente, deixando-as muitas vezes surpreendidas quando digo "acho que devíamos ficar amigos" (uma frase tirada de uns quantos filmes, mas que mais pode um gao dizer?? Olha vi outra gaja, e tenho duvidas, e o pito aos saltos, entretanto se lhe saltar em cima não te surpreendas.)
Claro que podem dizer "eh pah oh Pedro que javardao e essas merdas todas, mas vendo as coisas a frio; tenho 25 anitos, solteiro, Português, sozinho em Praga, rodeado de loiras e outras, de olhos estonteantes... que raio vou eu fazer?? Casar-me? Foda-se...
se bem que mais uma vez me encontro em casa da Krystyna, cabrão do Pablo (um Espanhol impecável que conheci) passa a vida a foder-me a cabeça "o Pedro tem uma namorada, o Pedro tem uma namorada" o que para ele e fantástico, porque assim pode-se mandar para cima de tudo o que é gaja que eu conheco, que nem sâo assim tão poucas quanto isso.
E nisto tudo... estou algo contente com a Krystyna, ela é muito porreira, independente, não é peganhenta... mas ontem chegou a casa, lavou os dentes, contou-me como foi a noite, e foi-se deitar. Nem um miminho, nada. Eu estava a ler, e estava um pouco de mau humor, mas quando ela se deitou, veio-me a memória aqueles casais que estao juntos há 20 anos e já fartos um do outro. Ela deitada a falar, ele a ler... aiai. Tem a sua piada...
As semanas que antecederam o Natal, o Natal em si, e a passagem de ano, trouxeram novos horizontes, e uma confusão do caralho.
Comecemos pelas semanas antes... Vai servir também para eu próprio organizar a minha pobre cabecita.
Antes de ir para a Ucrânia (depois de ter estado com a Krystyna...) algo aconteceu. A Checa com quem fui dar uma volta e com quem passei a noite sem nada se ter passado (beija, não beija, mete, não mete) convidou-me para um café as 23. Ela saía a essa hora, eu tinha uma reunião relativa as finanças da viagem, de modos que a coisa até enquadrava.
Encontrámo-nos na Vaclavske Namesti (um dos sitios mais insuportáveis de Praga, mas um óptimo ponto de encontro. Insuportável porque está cheio de turistas, lixo, e outro tipo de merda, como cabarets, discotecas para adolescentes Ingleses e Italianos e negócios marados), e depois de decidirmos para onde ir, lá fomos. Já não era muito cedo (e em Praga os bares tendem a fechar um pouco cedo demais), apanhámos um bar aberto com cerveja muito boa (aos interessados, chama-se Svijany), e só tivemos tempo para uma, visto que o bar ia fechar. Desesperados por mais uma cerveja, andamos mais um pouco e vemos um bar aberto, com um casal lá dentro, o que dava a ideia de que o bar ia fechar... Ela espreitou, e o o gajo fez sinal. Boa onda. Entrámos e sentimo-nos um pouco estranhos, o bar vazio, um casal, o bar assim meio kitsch, e o barman veio-nos perguntar "ah não se querem juntar a nós no balcao? "Não, tass bem (algo como: Ne, vpohode)".
Passado duas cervejas, íamos para pagar e acabámos a beber que nem uns alarves, o barman fez para lá umas misturas de sumo de limão com havana, ou lá o que era (quero lá eu saber), e as coisas comecaram a ficar turvas...
Paleio, paleio, e o gajo falava de Pixies, de White Stripes, e bla bla, relações, e comeca a dizer-me cenas "ah e tal vais com a gaja e coiso" e ela passado uns copos, agarra na minha mão e leva-a ao pandeiro dela... Bem, estava tudo maluco, e saímos do bar por volta das 4 da matina, um pouco tortos.
No dia seguinte precisava de ir a Embaixada Portuguesa, para fazer o passaporte temporário (abro parêntesis para contar a história: há um sistema chamado PEP (que foleiro) Passaporte Electrónico Português) e eu fui lá para fazer o meu, e para me inscrever como estando na Checa. O sistema é muito moderno, uma máquina estilo Robocop, tira foto no momento, insere-se os dados, dizes as palavras mágicas, mandas uns pózinhos e puf! faz-se o passaporte. Mas houve um problema: o Robocop tirou umas 15 fotos e nenhuma tinha definicão suficientemente boa para o menino. Solucão: passe cá Quarta Feira de manhã que fazemos-lhe o Passaporte Temporário. Seja), e desabafei isso com ela: txii amanhã levanto-me cedo para fazer o passaporte na Embaixada... ela pergunta onde e, e eu digo-lhe "Dejvicka". E ela vai e diz, "ih eu moro lá perto podes dormir em minha casa, é na boa, a sério" hm... "há é um problema, só há uma cama e tal".
Parece surreal, mas o diálogo foi mesmo este. Adivinhando o que ai vinha, e eu estava "meio narsso", disse-lhe: por mim tudo bem, mas desde já te digo que se te mexes para aqui, deixo de ser responsável por algo que se possa passar. Assim o fizemos, fomos para casa (e que casa...), comemos algo e fomos para a cama. Caminha confortável, eu já a enroscar-me nos cobertores, íamos falando e tal, e ela comeca a enroscar-se em mim. Eu digo-lhe "olha estás do meu lado da cama" e ela ri-se, beijamo-nos, ela pára e diz-me "comigo vai ser difícil".
Aqui dediquei-me um pouco à filosofia de bolso: então a gaja convida-me para sair, paga-me os copos (sim, porque eu ando teso que nem um carapau), dirige a minha mão para o seu adufe, leva-me para casa, salta-me em cima, e diz-me que não será facil??? Foda-se é mais difícil comprar pão quente na Pastelaria Arizona!
Adiante, lá comecámos naquilo, e a meio ela empurra-me e diz-me "já te disse que será difícil"... ri-me e recomecei. Tudo ia bem quando ela para e comeca a chorar... mesmo o que eu precisava... Quando já me preparava para mais uma à mão ela disse "não estou habituada a isto, é a segunda vez que te vejo..."a minha resposta foi "bem, tens de te habituar..." ela riu-se e recomeçámos. Só malucos...
O meu sentido de humor por vezes tem coisas que até a mim me surpreende, a dada altura que estamos... bem, não queria usar nenhum termo feio, mas fazer amor parece-me francamente... merdoso (acho que já disse tudo), ela parece aborrecida. Eu paro, afasto as pernas dela para lhe ver a cara, e pergunto: estas aborrecida? Se quiseres podes ir beber um café. Um dia fodo-me...
Claro que isto me propõe várias perguntas: que faco eu, que faz esta gaja, com uma relação de sete anos em que o gajo está em Londres, e ela contente com isso, mas tão acomodada que se recusa a largá-lo... e eu que salto de gaja em gaja sem me apaixonar verdadeiramente, deixando-as muitas vezes surpreendidas quando digo "acho que devíamos ficar amigos" (uma frase tirada de uns quantos filmes, mas que mais pode um gao dizer?? Olha vi outra gaja, e tenho duvidas, e o pito aos saltos, entretanto se lhe saltar em cima não te surpreendas.)
Claro que podem dizer "eh pah oh Pedro que javardao e essas merdas todas, mas vendo as coisas a frio; tenho 25 anitos, solteiro, Português, sozinho em Praga, rodeado de loiras e outras, de olhos estonteantes... que raio vou eu fazer?? Casar-me? Foda-se...
se bem que mais uma vez me encontro em casa da Krystyna, cabrão do Pablo (um Espanhol impecável que conheci) passa a vida a foder-me a cabeça "o Pedro tem uma namorada, o Pedro tem uma namorada" o que para ele e fantástico, porque assim pode-se mandar para cima de tudo o que é gaja que eu conheco, que nem sâo assim tão poucas quanto isso.
E nisto tudo... estou algo contente com a Krystyna, ela é muito porreira, independente, não é peganhenta... mas ontem chegou a casa, lavou os dentes, contou-me como foi a noite, e foi-se deitar. Nem um miminho, nada. Eu estava a ler, e estava um pouco de mau humor, mas quando ela se deitou, veio-me a memória aqueles casais que estao juntos há 20 anos e já fartos um do outro. Ela deitada a falar, ele a ler... aiai. Tem a sua piada...
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