...e não é porque estou gordo, já que não se passa nada em Praga, vai-se a Berlim.
O convite surgiu numa noite em que me encontrei com o meu grupo de dj's, nomeadamente o Honza, gay e produtor de musica electrónica, sendo que ambas as coisas são hobbies, e o Vladimir, dj de referência na comunidade gay, não produz nada mas queixa-se muito, e é, claro, também gay.
Antes que o pessoal do bloco de esquerda me venha atropelar em manada, e porque há pessoal assim, escrevi "claro" porque sendo dj de referência na dita comunidade, não podia deixa de ser gay, numa altura em que há festivais gay, livros gay, musica gay (caguei), filmes gay, viagens para gays e cães para gays, num fenómeno de discriminação que, ainda que positiva não me deixa de espantar. Para que conste, o Honza concorda comigo, ainda que para ele, esses festivais sejam para bichas, sendo que ele, com os gritinhos e risinhos, é, apenas e somente, um paneleiro.
Temos o nome de post-age, sendo post-age uma mistura de post-punk, com o facto de se tocarmos coisas intemporais, sejam elas dos 70's ou dos... 00's.
Espero que ninguém esteja a imaginar uma cena tipo power rangers, collants e o caralho, porque isso mostraria uma intolerância da vossa parte.... pfff.
Conheci o Vladimir numa noite em que fui ao Blind Eye, um bar já defunto, onde se passavam umas coisas giras. Lá estava eu, com uma amiga alemã, que apesar de aborrecida é boa que até doi, e já perto do final da noite, estando eu aborrecido, sou interpelado por um gajo que parecia ser o vocalista duma banda dos 80's, camisa feia incluída e tudo. Pergunta-me o gajo: "não és dono de um clube?" eu, depois de rir digo-lhe "eu?! foda-se!" e o gajo olha pra mim confuso, eu depois comecei a falar em Inglês. O problema, por assim dizer, é que desde que comecei a tocar aqui e ali com o KinoCirkus, aka Nicola, aparentemente a malta, erradamente, pensa que eu possuo algo, seja um sítio, ou mesmo talento. O Vladimir é o primeiro e caso. E vai daí, o segundo. Depois de me explicar, disse-lhe que me doía a cabeça, que estava cheio de o ouvir, e que falávamos pelo facebook amanhã, era mais fácil. Falta dizer que o Vladimir era, às quintas, dj do blind eye. E assim foi, falámos, e prometi-lhe que, assim que arranjasse algo pra malta, que o convidava, desde que ele me prometesse não tocar a "tainted love" dos Soft Cell.
E um belo dia, arranjei um sítio pra malta. Recebi um convite para um concerto por trás de minha casa, e ao abrir a página na internet do dito cujo, fiquei a saber que era no âmbito de um festivalzito, e que nesse festivalzito estavam à procura de pessoal pra fazer o que quer que fosse. Mandei um mail, mesmo à amador, dizendo que sou um zé ninguém da treta, mas se quiserem posso pôr som, se tiverem um sítio para tal. Recebo a resposta que sim, têm um filha da puta dum armazém para algumas 300 pessoas, mas não sabem que fazer com isso na quinta-feira, mas o que quer que se passe, teria de se arranjar um "soundsystem". Mandei-me logo de cabeça, disse ao gajo que "upa upa" a malta arranja algo, e pensei que o Vladimir, sendo um gajo "conhecido", arranjava o sistema em três tempos. Bem me fodi, porque embora seja "reconhecido", tem tantos contactos como eu, ou menos. A solução, disse ele, era ir falar com um amigo dele, um tal de Honza, que ia tocar em breve num bar, e falávamos com ele, sendo ele um artista, decerto que algo se arranjava. Foi a foda numero dois, porque o Honza, embora 5 estrelas com bom gosto musical, não arranjava um sistema nem à paulada. Lá alugamos um sistema, cravámos umas guitas ao organizador, e ainda metemos cada um dez aéreos, para tocar num armazém numa estação de comboios para cerca de 80 pessoas. Vai lá vai...
E Berlim fica para depois olha...
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
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