... então que caralho sou eu?
Há uns tempos que me andava a queixar da merda de musica que se ouvia em Praga quando um gajo saía à noite. Não bastava a escassez de pessoal com quem sair, ainda tinha que mamar com três horas de musica cuja qualidade nem dúbia é. Ah e tal é subjectivo. É, mas quem escreve sou eu.
Decidi então tornar-me um DJ (dê jota), não no sentido de girar pratos, mas apenas no sentido original da coisa, um media de musica, alguém que fornece musica e quiçá entretenimento. Eu ponho a musica em primeiro, acredito que se musica for boa, o entretenimento surge naturalmente. Claro que se beberes o suficiente para andares aos saltos com o novo remix do Quim Barreiros, então todos os esforços serão em vão, mas se fores sair à noite com a esperança de ouvires boa musica, talvez um pé de dança e um paleiozito, então esse remix tornar-se-à tão bem vindo como um peido num fato de astronauta. E é esse vazio que tento preencher em Praga, porque a meu ver, esse vazio existe. Comecei por pôr no evento "cidade sem carros" cá do sitio, e foi giro, embora lá mais pro fim, quando eu estava bêbedo, não tenha sido boa idea os Les George Leningrad, o pessoal que não usa o eléctrico estranhou uma beca.
A aventura continuou, e depois de tocar umas vezes num bar para 3 ou 4 pessoas, incluindo os empregados, já toquei em três ou quatro sítios, numa delas num armazém a modos que abandonado, o que muito me satisfez. Há dois dias toquei num bar assim mais fashion, a modos que meio vazio, e no meio de uma musica de deep dark dubstep, porque estava a tocar um amigo Turco, uma gaja vem e pergunta: podes tocar britney spears? Sempre pensei que isto só aconteceria num pesadelo, mas não, a gaja estava ali. Eu ri-me, gozei, mandei três mortais encarpados à retaguarda, mas o Turco, com uma broa do caralho e na paz dele, vira-se e diz: jovem, tu vieste pedir uma omelete num restaurante chinês. Depois disto, ela pediu para cagar e saiu.
sábado, 13 de novembro de 2010
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Eu conheço os Ska-P
.. e não me orgulho.
Agora que o tempo está a ficar uma bela merda, nada melhor que uma recordação do Verão de 2008. Visto que não escrevo nada dessa altura, e há taaaanto para contar, aqui vai.
Há aqui um festival chamado Rock For People, comparado talvez ao Sudoeste Português: música da chacha, e puberdade espalhada pelos 4 cantos. A diferença maior é, digo eu, que no lugar do cheiro a haxixe, cheira a erva.
Nesse mesmo Verão, a Duha foi convidada para apresentar as suas actividades no festival de Verão. Quis isto dizer que fomos de borla ao festival, porque eu estou-me mais é a cagar para apresentar actividades a pessoal que nem se lembra do seu próprio segundo nome, tal é a moca ou a ressaca que têm.
Então lá fomos, eu, a minha chefe, e mais uma colega minha que orienta umas cenas cá no escritório. Claro que ir a um festival com a chefe não é propriamente a cena mais fixe do mundo, mas a gaja lá se aguentou a Static-X (banda da adolescência) até ao fim quando nem eu quis lá ficar, e embora a ideia dela de extremos seja alguém ter uma pulseira de missanga com quatro cores diferentes, há que louvar.
Eu passei o festival a tentar ver musica de jeito, o que resultou praí 2 vezes, já que as bandas eram francamente uma merda, e a fazer malabares em frente à tenda, de modo a chamar a atenção. Alguns de vocês pensam: ah, mas tu não sabes fazer malabares. Ao que eu respondo: pois não, mas a broa é tanta que tu atiras uma bola ao ar e eles dizem: uaaaauuuuu...... portanto, é na boa.
No segundo dia do festival, aproxima-se de mim um tipo grande, gordo, feio e de barba (tipo aquele gajo que vai aos jogos do benfica, mas versão rocker) e pergunta. Tu é que és o Pedro? E eu: foda-se, que é que eu fiz? E ele explica-me que os Ska-P (não sei se conhecem, as gozam de uma fama gigante aqui na Checa, e quanto a mim nem na Feira de São Pedro de Penaferrim teriam lugar, porque o Tony Farturas seria o cabeça de cartaz) vêem tocar esta noite, mas nem eles nem o manager falam Inglês (surpreendente), de modos que precisavam de alguém que traduzisse do Espanhol para o Checo se possível, porque umas quantas revistas Checas queriam entrevista-los. Isto há dois anos o meu Checo não estava tão brutal e perfeito e maravilhoso como está agora, mas eu disse ao gajo: pá que se foda embora lá ver isso. Lá fui eu, escurinho com a minha t-shirt amarela para o backstage, onde nos sentámos numa caravana com os famosos Ska-P, a banda do momento.
Pergunto o jornalista: então, vocês são de esquerda ou de direita? E eu traduzo, dizendo antes em espanhol que é uma pergunta de mierda. Não sei porque o fiz, acho que foi aquela cena do "eu posso", também poderia ter traduzo "então quem é que anda comer a mãe de quem", por isso nem foi assim tão mau.
Achei engraçado, apenas como estudo antropológico, observar uma banda "punk", as suas respostas e tudo o mais. Os jornalistas fazem perguntas de merda (se bem que uma das jornalistas, que me passou o cartãozinho e tudo, marcava assim um 7.8 no índice) e os gajos lá dão as respostas da praxe e pronto. Sequinho, muito sequinho.
Não vou pôr aqui o que pensei, depois dizem que sou mau.
Agora que o tempo está a ficar uma bela merda, nada melhor que uma recordação do Verão de 2008. Visto que não escrevo nada dessa altura, e há taaaanto para contar, aqui vai.
Há aqui um festival chamado Rock For People, comparado talvez ao Sudoeste Português: música da chacha, e puberdade espalhada pelos 4 cantos. A diferença maior é, digo eu, que no lugar do cheiro a haxixe, cheira a erva.
Nesse mesmo Verão, a Duha foi convidada para apresentar as suas actividades no festival de Verão. Quis isto dizer que fomos de borla ao festival, porque eu estou-me mais é a cagar para apresentar actividades a pessoal que nem se lembra do seu próprio segundo nome, tal é a moca ou a ressaca que têm.
Então lá fomos, eu, a minha chefe, e mais uma colega minha que orienta umas cenas cá no escritório. Claro que ir a um festival com a chefe não é propriamente a cena mais fixe do mundo, mas a gaja lá se aguentou a Static-X (banda da adolescência) até ao fim quando nem eu quis lá ficar, e embora a ideia dela de extremos seja alguém ter uma pulseira de missanga com quatro cores diferentes, há que louvar.
Eu passei o festival a tentar ver musica de jeito, o que resultou praí 2 vezes, já que as bandas eram francamente uma merda, e a fazer malabares em frente à tenda, de modo a chamar a atenção. Alguns de vocês pensam: ah, mas tu não sabes fazer malabares. Ao que eu respondo: pois não, mas a broa é tanta que tu atiras uma bola ao ar e eles dizem: uaaaauuuuu...... portanto, é na boa.
No segundo dia do festival, aproxima-se de mim um tipo grande, gordo, feio e de barba (tipo aquele gajo que vai aos jogos do benfica, mas versão rocker) e pergunta. Tu é que és o Pedro? E eu: foda-se, que é que eu fiz? E ele explica-me que os Ska-P (não sei se conhecem, as gozam de uma fama gigante aqui na Checa, e quanto a mim nem na Feira de São Pedro de Penaferrim teriam lugar, porque o Tony Farturas seria o cabeça de cartaz) vêem tocar esta noite, mas nem eles nem o manager falam Inglês (surpreendente), de modos que precisavam de alguém que traduzisse do Espanhol para o Checo se possível, porque umas quantas revistas Checas queriam entrevista-los. Isto há dois anos o meu Checo não estava tão brutal e perfeito e maravilhoso como está agora, mas eu disse ao gajo: pá que se foda embora lá ver isso. Lá fui eu, escurinho com a minha t-shirt amarela para o backstage, onde nos sentámos numa caravana com os famosos Ska-P, a banda do momento.
Pergunto o jornalista: então, vocês são de esquerda ou de direita? E eu traduzo, dizendo antes em espanhol que é uma pergunta de mierda. Não sei porque o fiz, acho que foi aquela cena do "eu posso", também poderia ter traduzo "então quem é que anda comer a mãe de quem", por isso nem foi assim tão mau.
Achei engraçado, apenas como estudo antropológico, observar uma banda "punk", as suas respostas e tudo o mais. Os jornalistas fazem perguntas de merda (se bem que uma das jornalistas, que me passou o cartãozinho e tudo, marcava assim um 7.8 no índice) e os gajos lá dão as respostas da praxe e pronto. Sequinho, muito sequinho.
Não vou pôr aqui o que pensei, depois dizem que sou mau.
sábado, 6 de novembro de 2010
A véspera do dia de ontem
-Natal de Dezembro de 2006
Acordei tarde, para me vingar das noites mal dormidas, com a Kristin a bater-me à porta do quarto (é sempre giro poder gritar "que queres, porca?") a perguntar-me se eu queria ir almoçar. Eu a gozar e ela é uma querida... Tss tss.
Dediquei-me ao computador a maior parte do tempo, entre o blog, sites com mamalhudas e o meu mail. Tinha ficado de fazer a feijoada pro jantar e por isso, foi só ir preparando as coisas lentamente... Foi um dia extenuante, este...
Fez-se a feijoada, comeu-se(Fabrice, o namorado da Cecile trouxe umas vinhaças... Cote du Jura, soberbo), largou-se uns peidos com decibéis a mais (os meus além de décibeis tinham um cheiro que retirou anos de vida aos outros), e jogou-se uns jogos engraçados para passar o tempo. Estava tudo täo animado na sala que eu vim mais uma vez para o computador para distribuir a mais parva mensagem de Natal alguma vez enviada e para ver se falava com alguém querido, o que felizmente aconteceu.
Parece que foi assim que eu deixei a sala que tudo começou a enfrascar-se, pois a Cecile entra no quarto com a garrafa de vodka quase no fim, com os olhos à camaleäo, as bochechas à campino bêbado, dizendo, toda enrolada: então olha q'isto tá quase no fim pá não vens? E eu fui.
Cheguei, mandei um berro só para a traquinice, e emborquei 4 shots de vodka de rajada. Ah, leão. Vodka no fim, blém, blém, meia-noite, toca de abrir os presentes e à Else calhou uma garrafa de vodka. Ah, não gosto, diz ela, oh que chatice do caralho, digo eu.
Mais uma rodada, e näo esquecer que ainda há licor de mel para rebentar. Entramos numa senda de beber até näo dar mais, e qual é a melhor maneira de saber que näo dá mais? Pois, vomitando.
E foi a desgraça já descrita...
Acordei tarde, para me vingar das noites mal dormidas, com a Kristin a bater-me à porta do quarto (é sempre giro poder gritar "que queres, porca?") a perguntar-me se eu queria ir almoçar. Eu a gozar e ela é uma querida... Tss tss.
Dediquei-me ao computador a maior parte do tempo, entre o blog, sites com mamalhudas e o meu mail. Tinha ficado de fazer a feijoada pro jantar e por isso, foi só ir preparando as coisas lentamente... Foi um dia extenuante, este...
Fez-se a feijoada, comeu-se(Fabrice, o namorado da Cecile trouxe umas vinhaças... Cote du Jura, soberbo), largou-se uns peidos com decibéis a mais (os meus além de décibeis tinham um cheiro que retirou anos de vida aos outros), e jogou-se uns jogos engraçados para passar o tempo. Estava tudo täo animado na sala que eu vim mais uma vez para o computador para distribuir a mais parva mensagem de Natal alguma vez enviada e para ver se falava com alguém querido, o que felizmente aconteceu.
Parece que foi assim que eu deixei a sala que tudo começou a enfrascar-se, pois a Cecile entra no quarto com a garrafa de vodka quase no fim, com os olhos à camaleäo, as bochechas à campino bêbado, dizendo, toda enrolada: então olha q'isto tá quase no fim pá não vens? E eu fui.
Cheguei, mandei um berro só para a traquinice, e emborquei 4 shots de vodka de rajada. Ah, leão. Vodka no fim, blém, blém, meia-noite, toca de abrir os presentes e à Else calhou uma garrafa de vodka. Ah, não gosto, diz ela, oh que chatice do caralho, digo eu.
Mais uma rodada, e näo esquecer que ainda há licor de mel para rebentar. Entramos numa senda de beber até näo dar mais, e qual é a melhor maneira de saber que näo dá mais? Pois, vomitando.
E foi a desgraça já descrita...
Post Scriptum
Ah,
mas afinal o Rudolfo até foi um fixe...
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Dia das Bruxas
Tia..? Brr...
Um gajo, depois de voltar seja de onde for, precisa de um evento local para se sentir de volta. Caso contrário, nunca chegas. Ou por outra, chegas e não chegas, porque sendo as duas realidades possíveis, então têm de ser ambas reais. Certo? Talvez. O importante é que o dia das bruxas estava à porta, e depois de uns dias a recuperar dos ares da Ucrânia (a Iza jura que me viu brilhar no escuro), onde deixei de fumar e de beber (não Lee e Pires, de foder não deixei), e porque a Iza queria (sou um conas às vezes) lá "celebrámos" o Halloweenamos.
Nunca me tinha mascarado para o Halloween, mas ao fazê-lo, apercebi-me que não passa de um Carnaval em Outubro, sendo a única diferença é a tendência para cenas com sangue e bruxas, sendo que no carnaval, 70% da população masculina portuguesa mascara-se de gaja, 20% de Mantorras e os restantes 10% não se mascaram de todo, mas gostavam de o fazer.
Agora que tenho uma granda gadelha (a par com o bacamarte), foi só pôr uma espécie de bibe, lavar o cabelo (todos os domingos, não falha), e tá feito, JC goes to party.
Há um bar aqui em Praga que cheira mal, tem má cerveja, tem uma casa de banho e está toda rebentada, é frequentada por gays, bissexuais e pessoas que não falam Checo, e eu moro lá ao lado. Portanto, claro que fui lá "festejar" o Halloween. Dessa noite reza pouco. Chegámos, vimos pessoal conhecido (impossível não acontecer), e como é um sitio especialmente para "expatrias", todos querem ser o teu novo amigo. Vais ao balcão buscar uma cerveja e uma gaja pergunta "quem és tu?", ao que eu respondo "és cega, caralho?". Depois, enquanto espero pela cerveja, tocam-me nas costas, e é uma loira que me diz que pareço um gajo dum filme qualquer. Pergunto-me se não será um filme com Jesus, mas estou demasiado aborrecido para responder e digo apenas: tabém. Mais à frente uma gaja puxa-me e diz para um amigo: este é o Pedro, o tal que trabalha com voluntariado, e faz montes de coisas diferentes. Sorrio, penso "foda-se mal falo com esta gaja, e ela pensa que eu faço bué coisas, deixa-me bazar antes que se saiba a verdade", e saio de fininho, dizendo que tenho de ir cagar (resulta sempre, ninguém responde ou pede detalhes).
A noite podia ser porreira mas nenhum do pessoal paneleiro que disse que vinha não veio, e assim sendo só apanhei o gajo dos Toto e a eterna frígida. Ambos não estavam mascarados.
Então passou-se que, depois de beber duas cervejas com gostinho a manteiga (deve ser dos canos), e um pé de dança, fui para casa beber cerveja a sério e ver um filme.
Noite do buff...
Um gajo, depois de voltar seja de onde for, precisa de um evento local para se sentir de volta. Caso contrário, nunca chegas. Ou por outra, chegas e não chegas, porque sendo as duas realidades possíveis, então têm de ser ambas reais. Certo? Talvez. O importante é que o dia das bruxas estava à porta, e depois de uns dias a recuperar dos ares da Ucrânia (a Iza jura que me viu brilhar no escuro), onde deixei de fumar e de beber (não Lee e Pires, de foder não deixei), e porque a Iza queria (sou um conas às vezes) lá "celebrámos" o Halloweenamos.
Nunca me tinha mascarado para o Halloween, mas ao fazê-lo, apercebi-me que não passa de um Carnaval em Outubro, sendo a única diferença é a tendência para cenas com sangue e bruxas, sendo que no carnaval, 70% da população masculina portuguesa mascara-se de gaja, 20% de Mantorras e os restantes 10% não se mascaram de todo, mas gostavam de o fazer.
Agora que tenho uma granda gadelha (a par com o bacamarte), foi só pôr uma espécie de bibe, lavar o cabelo (todos os domingos, não falha), e tá feito, JC goes to party.
Há um bar aqui em Praga que cheira mal, tem má cerveja, tem uma casa de banho e está toda rebentada, é frequentada por gays, bissexuais e pessoas que não falam Checo, e eu moro lá ao lado. Portanto, claro que fui lá "festejar" o Halloween. Dessa noite reza pouco. Chegámos, vimos pessoal conhecido (impossível não acontecer), e como é um sitio especialmente para "expatrias", todos querem ser o teu novo amigo. Vais ao balcão buscar uma cerveja e uma gaja pergunta "quem és tu?", ao que eu respondo "és cega, caralho?". Depois, enquanto espero pela cerveja, tocam-me nas costas, e é uma loira que me diz que pareço um gajo dum filme qualquer. Pergunto-me se não será um filme com Jesus, mas estou demasiado aborrecido para responder e digo apenas: tabém. Mais à frente uma gaja puxa-me e diz para um amigo: este é o Pedro, o tal que trabalha com voluntariado, e faz montes de coisas diferentes. Sorrio, penso "foda-se mal falo com esta gaja, e ela pensa que eu faço bué coisas, deixa-me bazar antes que se saiba a verdade", e saio de fininho, dizendo que tenho de ir cagar (resulta sempre, ninguém responde ou pede detalhes).
A noite podia ser porreira mas nenhum do pessoal paneleiro que disse que vinha não veio, e assim sendo só apanhei o gajo dos Toto e a eterna frígida. Ambos não estavam mascarados.
Então passou-se que, depois de beber duas cervejas com gostinho a manteiga (deve ser dos canos), e um pé de dança, fui para casa beber cerveja a sério e ver um filme.
Noite do buff...
terça-feira, 2 de novembro de 2010
Fuck the police
Já dizia o outro, e muito bem.
A viagem começou bem, a cabine era das mais modernas, tinha um cadeirão mesmo à patrão, uma tomada para ao portátil, e eu tinha 4 cervejas. Esperava-me portanto uma noitada.
Prefiro comboios a autocarros. Num comboio, um gajo levanta-se, vai mijar, vai até à janela, levanta-se senta-se, relaxa. Num autocarro um gajo para mijar confortável tem de ser marreco, e passado 5 horas de viagem pergunta-se porque não foi para contorcionista, para que pudesse arranjar uma posição cómoda, que passaria decerto por meter uma perna por trás do pescoço e um dos braços no cu, para que o gordo ao lado possa estar mais confortável.
Por volta das 2, decido ir dormir. A cerveja Ucraniana é uma merda, e já estava com sono. Claro que fui dormir na minha parte preferida: a mudança do pneu. Lá dormitei, para ser acordado pela mona Ucraniana. Passaporte, tens alguma metralhadora, o costume. Nada de abrir malas para ver de tabaco e alcoól. Como é barato, e há um limite para 200 cigarros e 1 ltr de vodka (que era o que eu tinha na mala), pensei que me fossem revirar a cabine e fazer-me duas buscas anais para terem a certeza que nada se passa. Mas não. E portanto estranhei.
Passado mais um pouco, sendo um pouco aquele espaço de tempo suficiente para quase adormecer, eis que vem a bófia Eslovaca (muuuu). -"Que tens na mala?" -"Vodka e cigarros". E ela passa-me um papel com o meu nome e o meu numero de passaporte. Eu penso: obrigado, mas eu já detenho esta informação.
Depois vem um gajo, anafado e com ar de bêbedo (tipo um bófia de Viseu), e pede-me para lhe mostrar o que tenho. Eu na minha boa fé mostro-lhe um volume de Lucky Strike (Estrica da Sorte), encomenda do Alejandro, o voluntário Espanhol deste ano, e vou para sacar das duas garrafas de meio litro de vodka quando o gajo me diz "não". Eu eu -"não?" e ele "não". Visto que assim não íamos a lado nenhum, eu desenvolvi a conversa: "porquê?". E ele disse-me que só podia levar dois maços. Eu sorri e disse-lhe que no site do Ministério estava escrito 200 cigarros. E ele diz que não, que sendo que entras na União Europeia, podes trazer apenas dois maços. Eu insisti, e ele respondeu o mesmo, mas já num tom de quem está irritado. Eu anui, disse ok, que faço com o resto? E ele diz-me "tira 4 maços". Eu tirei 4 maços, e ele diz-me "Pronto, ficas com 4 e estes seis vão para o meu patrão". Tanta devoção ao seu superior hierárquico trouxe-me lágrimas aos olhos. Claro que no meio desta conversa toda, mostrei-lhe apenas uma garrafa de vodka, e fiz crer, com um passe de magia, que a segunda que ele viu era apenas a primeira, não fosse ele dizer que o patrão é louco por Nemiroff.
Claro que podia ter refundido o material mesmo à James Bond, fosse num dos compartimentos vazios ou nos cobertores que sobejavam na cabine. Mas se algo corre mal, depois é pior. E embora me dê vontade de voltar à Ucrânia, comprar mais cigarros e botar-lhes antrax (recomendação de um amigo), estamos a falar apenas de cigarros... que nem eram meus.
A viagem começou bem, a cabine era das mais modernas, tinha um cadeirão mesmo à patrão, uma tomada para ao portátil, e eu tinha 4 cervejas. Esperava-me portanto uma noitada.
Prefiro comboios a autocarros. Num comboio, um gajo levanta-se, vai mijar, vai até à janela, levanta-se senta-se, relaxa. Num autocarro um gajo para mijar confortável tem de ser marreco, e passado 5 horas de viagem pergunta-se porque não foi para contorcionista, para que pudesse arranjar uma posição cómoda, que passaria decerto por meter uma perna por trás do pescoço e um dos braços no cu, para que o gordo ao lado possa estar mais confortável.
Por volta das 2, decido ir dormir. A cerveja Ucraniana é uma merda, e já estava com sono. Claro que fui dormir na minha parte preferida: a mudança do pneu. Lá dormitei, para ser acordado pela mona Ucraniana. Passaporte, tens alguma metralhadora, o costume. Nada de abrir malas para ver de tabaco e alcoól. Como é barato, e há um limite para 200 cigarros e 1 ltr de vodka (que era o que eu tinha na mala), pensei que me fossem revirar a cabine e fazer-me duas buscas anais para terem a certeza que nada se passa. Mas não. E portanto estranhei.
Passado mais um pouco, sendo um pouco aquele espaço de tempo suficiente para quase adormecer, eis que vem a bófia Eslovaca (muuuu). -"Que tens na mala?" -"Vodka e cigarros". E ela passa-me um papel com o meu nome e o meu numero de passaporte. Eu penso: obrigado, mas eu já detenho esta informação.
Depois vem um gajo, anafado e com ar de bêbedo (tipo um bófia de Viseu), e pede-me para lhe mostrar o que tenho. Eu na minha boa fé mostro-lhe um volume de Lucky Strike (Estrica da Sorte), encomenda do Alejandro, o voluntário Espanhol deste ano, e vou para sacar das duas garrafas de meio litro de vodka quando o gajo me diz "não". Eu eu -"não?" e ele "não". Visto que assim não íamos a lado nenhum, eu desenvolvi a conversa: "porquê?". E ele disse-me que só podia levar dois maços. Eu sorri e disse-lhe que no site do Ministério estava escrito 200 cigarros. E ele diz que não, que sendo que entras na União Europeia, podes trazer apenas dois maços. Eu insisti, e ele respondeu o mesmo, mas já num tom de quem está irritado. Eu anui, disse ok, que faço com o resto? E ele diz-me "tira 4 maços". Eu tirei 4 maços, e ele diz-me "Pronto, ficas com 4 e estes seis vão para o meu patrão". Tanta devoção ao seu superior hierárquico trouxe-me lágrimas aos olhos. Claro que no meio desta conversa toda, mostrei-lhe apenas uma garrafa de vodka, e fiz crer, com um passe de magia, que a segunda que ele viu era apenas a primeira, não fosse ele dizer que o patrão é louco por Nemiroff.
Claro que podia ter refundido o material mesmo à James Bond, fosse num dos compartimentos vazios ou nos cobertores que sobejavam na cabine. Mas se algo corre mal, depois é pior. E embora me dê vontade de voltar à Ucrânia, comprar mais cigarros e botar-lhes antrax (recomendação de um amigo), estamos a falar apenas de cigarros... que nem eram meus.
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