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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Eu conheço os Ska-P

.. e não me orgulho.
Agora que o tempo está a ficar uma bela merda, nada melhor que uma recordação do Verão de 2008. Visto que não escrevo nada dessa altura, e há taaaanto para contar, aqui vai.
Há aqui um festival chamado Rock For People, comparado talvez ao Sudoeste Português: música da chacha, e puberdade espalhada pelos 4 cantos. A diferença maior é, digo eu, que no lugar do cheiro a haxixe, cheira a erva.
Nesse mesmo Verão, a Duha foi convidada para apresentar as suas actividades no festival de Verão. Quis isto dizer que fomos de borla ao festival, porque eu estou-me mais é a cagar para apresentar actividades a pessoal que nem se lembra do seu próprio segundo nome, tal é a moca ou a ressaca que têm.
Então lá fomos, eu, a minha chefe, e mais uma colega minha que orienta umas cenas cá no escritório. Claro que ir a um festival com a chefe não é propriamente a cena mais fixe do mundo, mas a gaja lá se aguentou a Static-X (banda da adolescência) até ao fim quando nem eu quis lá ficar, e embora a ideia dela de extremos seja alguém ter uma pulseira de missanga com quatro cores diferentes, há que louvar.
Eu passei o festival a tentar ver musica de jeito, o que resultou praí 2 vezes, já que as bandas eram francamente uma merda, e a fazer malabares em frente à tenda, de modo a chamar a atenção. Alguns de vocês pensam: ah, mas tu não sabes fazer malabares. Ao que eu respondo: pois não, mas a broa é tanta que tu atiras uma bola ao ar e eles dizem: uaaaauuuuu...... portanto, é na boa.
No segundo dia do festival, aproxima-se de mim um tipo grande, gordo, feio e de barba (tipo aquele gajo que vai aos jogos do benfica, mas versão rocker) e pergunta. Tu é que és o Pedro? E eu: foda-se, que é que eu fiz? E ele explica-me que os Ska-P (não sei se conhecem, as gozam de uma fama gigante aqui na Checa, e quanto a mim nem na Feira de São Pedro de Penaferrim teriam lugar, porque o Tony Farturas seria o cabeça de cartaz) vêem tocar esta noite, mas nem eles nem o manager falam Inglês (surpreendente), de modos que precisavam de alguém que traduzisse do Espanhol para o Checo se possível, porque umas quantas revistas Checas queriam entrevista-los. Isto há dois anos o meu Checo não estava tão brutal e perfeito e maravilhoso como está agora, mas eu disse ao gajo: pá que se foda embora lá ver isso. Lá fui eu, escurinho com a minha t-shirt amarela para o backstage, onde nos sentámos numa caravana com os famosos Ska-P, a banda do momento.
Pergunto o jornalista: então, vocês são de esquerda ou de direita? E eu traduzo, dizendo antes em espanhol que é uma pergunta de mierda. Não sei porque o fiz, acho que foi aquela cena do "eu posso", também poderia ter traduzo "então quem é que anda comer a mãe de quem", por isso nem foi assim tão mau.
Achei engraçado, apenas como estudo antropológico, observar uma banda "punk", as suas respostas e tudo o mais. Os jornalistas fazem perguntas de merda (se bem que uma das jornalistas, que me passou o cartãozinho e tudo, marcava assim um 7.8 no índice) e os gajos lá dão as respostas da praxe e pronto. Sequinho, muito sequinho.
Não vou pôr aqui o que pensei, depois dizem que sou mau.

1 comentário:

Miss Lee disse...

podias ter um bocadinho de atenção às generalizações!!