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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Lviv 2 e meio

O dia seguinte foi o início do evento que me fez vir à Ucrânia: a reunião anual da SCI. Quem não sabe o que é a SCI, vai continuar sem saber, porque eu não vou explicar. O que importa é que alcei o cu da cama cedo porque uma das participantes chegava a Lviv às 6 da matina, e eu, porque sou um fixe, e porque ela podia ser boa, fiz um esforço extra. Claro que cedo, depois de uma viagem de comboio de 24 horas e uma bezana, significa 10 da manhã, não sou assim tão boa pessoa, estou bem com a Iza e podia ser que ela se parecesse com um javali. Portanto, tendo em conta a conjuntura saí de casa Às 11:30, até porque a minha amiga Zory não estava com pressa nenhuma.
O plano era encontrar-me com alguns participantes, uns já conhecidos e outros não, para que fossemos dar uma de turistas antes de apanhar o autocarro para o aterro sanitário onde o encontro decorreu. E assim foi, depois de apanhar um Vietnamita, uma Ucraniana, um Alemão, uma Polaca (a tal que chegou às seis), uma Finlandesa e uma Austríaca (para os mais curiosos acerca de rácios, a Polaca era gira, mas esquelética, o resto era feio que até fodia, safando-se a Finlandesa, que também era gira, mas... era Finlandesa) num café penosamente merdoso, lá seguimos para a voltinha.
Lviv é fixe pá (podia ser o slogan deles, não fosse o problema de não ser na língua desejada) talvez mais adiante escreva algo, mas não sei, não sou nenhum agente turístico), demos uma voltinha pequena, mas atraíamos muito a atenção, não sei se por termos o chinoca, ou se era pelo mapa da Polaca, ou se por eu ter um malão às costas que se via desde Moscovo, o que é certo é que na praça central ofereceram-nos de tudo, visitas guiadas, postais pintados à mão, e membros da família.
Depois foi altura de ir para o ponto de encontro, onde até uma Japonesa havia. Apercebo-me, por via de uma epifania (que é um problema do caralho), o quão influenciado sou pela televisão (incluindo nesta categoria filmes, mesmo que no cinema, e pornografia, mesmo que sacada da internet); olho para a Japonesa e penso: foda-se, parece mesmo um desenho animado. È certo que a gaja (ainda não sei escrever o nome dela, e o encontro já acabou) é só ossos e tem um cabeção que até faz confusão, mas sendo que os Japoneses fazem desenhos animados para todos os gostos e feitios, para delírio de montes de nerds e geeks por esse mundo fora não será essa influência que me faz vê-la como um anime? Pensei nisto porque quando vejo uma Ucraniana (ou uma gaja qualquer loira) de salto alto e calças justas (e boa), penso: ina pá parece mesmo uma actriz do canal 18. Pudera, são todas loiras e vêm do leste... E assim se lava um cérebro.
Nisto, e isto é os olás e eu sou este, e eu sou aquele e essas coisas todas, aparece um gajo todo fodido, sangue seco no nariz, um cheiro apenas comparado ao do peixe com três meses ao ar livre, e claro, mas em dúvida nenhuma que veio marrar comigo. Chegou-se ao pé de mim e perguntou-me se eu era Palestino (para adicionar à longa lista de nacionalidades que me são atribuídas (por acaso mantenho duas listas de nacionalidades, uma delas de momento estagnada)), e eu disse-lhe que sim, o meu nome era Mohammed Al-Bomba e que se ele se chegasse demasiado perto, eu explodiria.
Lá apanhámos o autocarro, e chegados ao local (a viagem foi curta e silenciosa), abri a porta e levei com um braseiro nas ventas tão poderoso que quase que me vomitei todo duas vezes. Aconselhei de imediato a não pedir para o jantar o que quer que cheirasse assim. Depois o resto do dia foi só anhar, estava mal do estômago nem vodka bebi e esta posta já vai grande pra caralho.

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